“A amizade é um amor que nunca morre”

– Mário Quintana

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– Coloca assim: “De acordo com a Teoria de Darwin, a origem da vida...”, Sophia você está prestando atenção? - Jane pergunta, indignada com o quanto a sua amiga se distrai rápido. Sophia tirou os olhos do seu pedaço de pizza, e olhou para a morena.

– Ah, fala sério J. – ela reclamou. – A Ann’s ta quase enfiando a cara no prato, a Izzy já comeu uma pizza inteira e você nem reclama, mas quando eu começo a apreciar a comida divina na minha frente, você me chama para a realidade? Agora, isso é injusto. – Anne e Isabelle iam reclamar que as meteram na confusão sem motivo quando a mãe de Sophia, mais conhecida como a premiada Dra. Roseblood, entrou eufórica no quarto da filha, com um envelope negro em suas mãos.

– Flor, adivinha quem da família vai se formar? – quase gritou a mãe, fazendo as amigas da filha rirem tanto do apelido, quanto da animação com que a frase foi dita. Sophia fez uma cara de pura incredulidade.

– Fala sério né mãe? – ela reclamou emburrada. – A gente tem mais de cinquenta parentes, como é que você quer que eu adivinhe qual deles se formou? É quase como tentar achar uma agulha em Tóquio, só que em vez de achar eu tenho que adivinhar onde ela está. – a Dra. fechou a cara e se sentou com raiva no puff de hambúrguer.

– Meu Deus, eu pari uma inútil. – ela reclamou abrindo o envelope, enquanto Sophia fazia uma careta e suas amigas riam, sabendo que mãe e filha se amavam tanto ao ponto de se xingarem em vez de ficarem “te amo” para cá e “te amo” para lá.

– Também te amo mãe. – Sophia resmungou. A mulher gritou animada.

– É a Jaque! A Jaque finalmente está se formando! Ela é uma das primas que eu mais me dou bem. –ela explicou ao ver a cara de susto estampada na face das quatro meninas. – É claro que eu vou! Já vou até confirmar presença, é dia... Oh não. – a mãe murchou feito um balão ao ler algo no convite. Sophia se adiantou para ver o que era, preocupada.

– O que foi mãe?

– A festa é daqui a um mês. –ela murmurou desapontada. – Eu e seu pai temos uma cirurgia para fazer daqui a um mês. – Sophia ia perguntar alguma coisa, porém a mãe foi mais rápida. – A cirurgia é inadiável, temos que retirar três tumores cerebrais de um paciente do seu primo. – a mãe suspirou cansada, a aparência que sempre ficava quando falava de seus pacientes, então a filha tentou não aprofundar o assunto.

– Onde é? – perguntou, esperando que fosse em Santa Maria, praticamente a cidade natal de toda a sua família.

– Lá em São Paulo. – a mãe falou em um suspiro. Sophia esbugalhou os olhos e se ajoelhou aos pés da mãe.

– Me deixa ir sozinha pelo amor de Merlin! – a mulher ergueu uma sobrancelha. – Semana que vem tem um encontro de viners! Uma semana depois tem a comic com! E na outra semana tem a bienal do livro! Eu posso ficar na casa da dinda! Por favoooor! – ela despejou as informações em cima da mãe, que ficou um pouco tonta. Ela se levantou e encarou a filha.

– Eu não me importaria em você ir, porém não tem ninguém para ir com você e... – a mais velha foi interrompida por Anne que subiu em cima da cama da amiga e despejou a purpurina azul que estavam usando para o trabalho em si mesma.

– E é para isso que, eu, a maravilhosa Anne sirvo! Eu vou com ela! – Jane repetiu a ação da amiga, porém jogando purpurina prateada.

– Eu também vou! – a baixinha exclamou animada. –Até porque de nós quatro eu sou a mais linda, a mais fabulosa, a mais...

– A sua autoestima nem está alta, J. – Izzy disse subindo na cama e espalhando estrelinhas coloridas por todo o lado. Jane apenas deu de ombro e sorriu como se dissesse “fazer o quê”.

– E é claro que pra bota um pouco de beleza nessa feiura toda, EU vou junto! – ela exclamou e Jane soltou um “convencida” baixinho. Sophia voltou a olhar para a mãe, com um sorriso. A mulher pensou por uns instantes, até que concordou.

– Está bem. –as garotas comemoraram com um high-five quádruplo. – Vou ligar para a mãe de vocês, e vou falar com o seu pai Sophia, se tudo der certo já arranjo um avião para vocês amanhã mesmo. – Jane ia reclamar que era muito em cima da hora, porém Anne tapou sua boca e sorriu. – Mas de jeito nenhum vocês vão se não limparem toda essa bagunça com purpurina que vocês fizeram.

– Pode deixar mãe. –as quatro falaram em uníssono, fazendo a mulher revirar os olhos, porém ela tinha um sorriso quando deixou o quarto da filha. As quatro amigas se entreolharam, e se jogaram na cama rindo em meio a livros de biologia, pizza, e muita, mas muita purpurina.