O melhor verão da minha vida escrita por Roberta Valentina


Capítulo 4
Nossa convivência nada pacífica


Notas iniciais do capítulo

Geeeente, desculpa pelo tamanho, mas juro que compenso no prox. Bjsss



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Uma semana se passou desde que eu cheguei em Londres e eu devo dizer que aqui tem sido tudo, menos fácil. Não que eu tivesse pensado que ia ser moleza, pois com um patrão desse, todo trabalho se torna difícil, mas definitivamente cuidar do Conde Cullen é um enorme desafio. Ele, além de precisar de um bastante cuidado 24 horas por dia, é turrão o bastante para não aceitar que cuidem dele.

–Por favor, Sir. Cullen. – Implorei quando ele entrou no banheiro e se trancou para que eu não entrasse.

–Quer parar de me importunar?! – Gritou de volta.

–Achei que depois do incidente de ontem, tínhamos combinado que eu ia te ajudar a tomar banho? – Perguntei lembrando-o e ele me mandou tomar no meu orifício anal.

Ontem, ele tinha escorregado, caído no chão do banheiro e passado uns dez minutos gritando por ajuda, pois nem conseguia levantar. Mas, como a porta estava trancada, eu tive que sair feito uma louca pelo castelo, atrás da chave mestra quase uma hora até que finalmente conseguisse libertá-lo. Então, depois dessa, ele tinha me prometido que me deixaria ajuda-lo no banho daquele instante em diante, porém parece que foi pura lorota, pois hoje ele me apronta uma dessa.

Ainda bem que acendeu uma luz em minha mente e me lembrei de que eu tinha guardado a chave mestra do lado da sua cabeceira, para outra emergência. Assim que eu entrei, ele tomou um susto dos grandes e jogou água para tudo que é lado.

–Sabia que isso pode ser considerado invasão de privacidade, assédio trabalhista e violação da moral e dos bons costumes? – Perguntou irônico, no qual eu simplesmente respondi:

–Me processe. – Meu tom petulante já nem o chocava mais, pois invés de rebater, ele só revirou os olhos. Fui para a quina da sua banheira de hidromassagem e passei xampu em seus cabelos que são mais sedosos que eu imaginava.

Que é? De longe parecem ensebados... Sei lá!

–Eu já estou começando a me questionar se essa sua agonia toda de me dar banho, não é uma desculpa esfarrapada para me ver pelado, Srta. Swan. – Comentou ele e eu engasguei coma minha própria saliva.

Rápido, chamem uma ambulância urgente! Tem uma garota morrendo de vergonha no banheiro!

–Você sabia que basta um empurrãozinho e eu te afogo? – Ameacei e ele levantou os olhos pra mim, debochado, enquanto eu arqueava as sobrancelhas, assustadora. – Ninguém vai ouvir seus gritos de socorro e quando sentirem o cheiro da sua carne podre, já vai ser tarde demais, pois você já vai estar mortinho da Silva.

–Hmmm... Tantos detalhes. É isso que pensa à noite quando vai dormir? –Perguntou-me, pondo a cabeça em meu colo, enquanto eu enchia sua cara de espuma de barbear. –Como me afogar na banheira?

–Nem sempre. – Dei de ombros e continuei irônica: – Às vezes eu fico fazendo os cálculos de qual será a quantidade extra de remédio que eu teria que te dar para você morrer envenenado. – Ele gargalhou, pois sabia que era brincadeira. – Deveria rir mais vezes. – Comentei de repente e ele me encarou como se eu fosse uma abominação.

–Você acha que eu tenho motivos para rir? – Seu tom era extremamente ácido. –Não sei se notou, mas eu estou morrendo! – Falou como se eu fosse uma retardada e ele tivesse que me dizer o óbvio.

–Não sei se notou, mas tornar sua vida miserável e solitária não vai mudar isso! – Usei o mesmo tom de voz que ele, calando-o. – Não adianta ficar chateado comigo, pois você sabe que estou falando a verdade. – Falei sem ter medo de ser sincera, em resposta Edward mergulhou na banheira e se levantou abruptamente

–Honestidade demais também mata, viu? – Falou na mesma hora que eu virava a cara.

–Mas avisar que vai deixar suas partes intimas amostra, não. –Retruquei pondo a mão no rosto para tapar meus olhos.

Ele estalou a língua.

–Ah, deixa de ser puritana! Até parece que é a primeira vez que vê um homem pelado na vida – Seu tom irônico me ofendeu.

–Nas ilustrações de livros é bem diferente do que ver na vida real, tá? – Defendi-me e pude ouvir ele soltar o ar, espantado.

–Você nunca viu... nesses vinte e três anos... nada? – Parecia que eu tinha falado que eu nunca tinha provado chocolate na vida.

–Como sabe minha idade? Mas enfim... não que seja da conta de V. graça, mas eu estive muito ocupada nesses últimos anos, batalhando meu futuro. Não sou que nem um certo Conde que ganhou tudo de herança, sem fazer nada na vida! – Acusei e ele arfou, ultrajado.

–Eu já trabalhei, sabia?! – Contou-me.

–Tirar foto e acenar para o povo não é trabalho. – Fiz essa observação e ele ficou realmente ofendido.

Oh-Oh... Fudeu!

–Agora você foi longe demais, mocinha! – Seu olhar era colérico.

–Des... – Antes mesmo que eu pudesse pedir desculpas, ele saiu batendo a porta e se trancafiou no seu estúdio de toalha mesmo.

***

Quando anoiteceu, eu fui jantar na cozinha com Emily e Jacob, já que o Conde Drácula até aquela hora não tinha saído da toca. Não que eu me importasse, pois ele não passava de um cara grosso e mimado, mas me preocupava o fato de ele ter dito que eu tinha passado do limite e me despedisse logo agora que eu tinha completado minha primeira semana lá.

–Ele não vai te despedir, nada! Relaxa. – Jake disse em descaso ao meu drama. – Ele sabe que se você for embora, ninguém vai vir te substituir e você só foi sincera. Ninguém deve ser despedido por falar a verdade...

–Mas ele sabe que eu também preciso desse emprego. – Acrescentei roendo as unhas.

– Mais um motivo para ele não te despedir! Conde Cullen não é tão mal assim... – Emily, como sempre, defendia o patrão.

Mas eu não tirava a razão dela, pois fora ela quem o criou desde pequeno, o viu crescer e tudo mais. Foi ela quem cuidou dele e do irmão quando seus pais morreram e quando Sir. Edward descobriu que estava doente. Se eu estivesse na pele dela, talvez o defenderia com tanto afinco.

Talvez.

–Emily! –Ouvimos um grito e Jake e a mãe falaram na mesma hora:

–Falando no diabo...

–Eu não disse que quando sentisse fome, ele ia descer?

Eu ri da provocação de Jake que sorriu de volta pra mim enquanto levava uma tapa no braço dada por Emily, antes de sair com uma grande bandeja de comida. Quando ficamos às sós, eu e ele nos entreolhamos e o moreno me pergunta.

–Sabe.... Nesse sábado vou tirar folga, que tal a gente dar um passeio? – Sugeriu galanteador e antes que eu pudesse responder, o cão dos infernos, vulgo Conde Drácula, grita-me parecendo um louco pelo walkie-talkie que sempre estava comigo.

Saí pelos corredores parecendo uma maluca, correndo e quase esbarrando num vaso que tinha cara de custar mais do que eu minha alma custaria se eu a vendesse ao próprio diabo. Cheguei ao salão de jantar quase botando não só meu pulmão, mas todos os meus órgãos, para fora.

–O que foi, criatura?! – Depois de tudo que passei aqui nesses sete dias, eu deixei a delicadeza de lado há muito tempo.

–Não vai jantar comigo? – Ele estava todo arrumado, de paletó, gravata e com os cabelos bem penteados.

Hmmm pra quem é essa produção toda? Para as paredes?

–Já comi na cozinha. –Recusei e ele pareceu ficar desapontado.

–Pode então me fazer uma companhia, por favor? – Pediu e eu até estranhei tamanha educação.

–Claro. – Olhei para Emily, que também estava confusa com a repentina mudança de humor do Conde.

Putz... Será que invés analgésico, eu dei calmante a ele?

–Bella, você falou uma coisa mais cedo que me fez refletir. – Começou ele e eu voltei minha completa atenção à sua figura.

Que olhos... Meu Deus! Deveria ser pecado ser tão bonito, né? Ou talvez essa seja uma prova de que Deus exista e que pôs toda a beleza do mundo num homem só! É uma merda ele ser um cavalo quando abre a boca.

–Bella? – Ele chamou minha atenção e eu voltei a realidade, deixando meus pensamentos de lado. – Quer parar de babar em cima de mim e ouvir o que estou te falando?

–Ãh, oi? – Perguntei toda lesada e ouvi Emily dá uma risadinha.

–Bom... Eu fiz uma lista. – Contou-me, tirando um papel do bolso e me mostrando.

–Do quê?

–Do que eu quero fazer antes de morrer.

Acho que minha boca estava num perfeito “O” naquela hora, de tão surpresa que eu estava com a iniciativa de Edward e aumentou muito mais quando vi um dos itens da grande lista:

“7:Fazer Bella transar.”


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?