Rony:

Fiquei realmente intrigado com a saída desesperada da Hermione de onde estávamos, acho que não deveria ter tocado no assunto do beijo dela estar diferente... Será que ela ficou chateada? Não, ela parecia assustada... Hum... Também não! Já, sei, devia estar envergonhada por eu ter dito aquilo, mas por que? Era só conversar civilizadamente, ela nunca foge de um assunto, sempre tem tudo na ponta da língua.

Hermione:

Como assim!? Por que eu saí correndo? Esse namoro está me deixando confusa! Essa jornada está me deixando preocupada, não sei o que dizer ao Ron...

– Hermione! Pensando alto? - era o Harry.

– Ai que susto! - eu digo.

– Tá tudo bem?

– Mais ou menos, mas o que quer?

– Na verdade, eu preciso te contar uma coisa meio séria... - ele faz uma cara de preocupação.

– Harry o que houve? - eu digo erguendo uma das sobrancelhas.

– Lembra de quando fomos pegar a horcrux no Ministério da Magia?

– Sim, mas qual a relação?

– Eu entrei na sala da Umbridge aquele dia...

– O que!? Harry! Ok, mas o que tem isso?

– Eu olhei na lista de procurados dela e... Você era a primeira, estava escrito:

"Hermione Jean Granger, procurada, nascida-trouxa altamente perigosa!" E depois tinham outras informações sobre você...

– Eu... Eu não tenho o que dizer! - estava abismada, simplesmente. - Por que não me disse antes?

– Achei que não fosse uma boa hora.

– Harry! E quando é uma boa hora? Hein!? - eu digo gritando.

– Me desculpe, eu errei. Mas temos que nos preocupar com você agora.

– Não Harry, não vale a pena se preocupar com uma nascida-trouxa... - eu digo colocando as mãos em minha cabeça.

– Hermione, não fale assim! Você, bem sabe, se te acharem, vão te matar! Corre perigo!

– E faria falta?! - eu grito já chorando.

– Claro que faria sua doida! Para mim, para a Gina, e para o Ron principalmente!

Eu não disse nada, só sentei e chorei como nunca, Harry se sentou ao meu lado e ficou sem fazer nada, só me olhando e com as mãos nos meus ombros, me consolando, Gina chega:

– Mas que gritaria é essa aqui? Estão querendo chamar atenção? - ela chega brigando, mas logo diminui o tom de voz ao perceber minha situação. - O que houve?

– É... Gina vem cá! - diz Harry a levando para o outro lado e a explicando o que tinha acontecido, depois de uns minutos Harry sobe, provavelmente foi falar com o Ron, e Gina se senta ao meu lado:

– Mi... Harry me contou, não fique assim, a gente vai dar um jeito...

– Jeito? Que jeito? Eu vou ser fugitiva a vida inteira? Esse é meu futuro? Eu esperava coisa melhor... - eu digo.

– Eu também não sei o que fazer, mas... Mudando de assunto, e você com o Ron? - é sério que ela pensou que esse assunto iria me acalmar?

– Estamos bem... - eu respondo encostando na cadeira.

– Tem certeza? Eu vi você meio atordoada esses dias... - disse ela com aquela voz desconfiada. - Ele voltou a tocar naquele assunto? - é, a Gina sabe de tudo da minha vida, assim como eu também sei da dela.

– É voltou, bem, não necessariamente nesta ordem, mas voltou. Disse que meu beijo estava diferente.

Gina riu.

– O Rony sempre falou coisas erradas... - ela diz.

– Como assim? - eu digo também rindo.

– Ah, ele sempre faz coisas erradas em horas inoportunas, você conhece!

– Ah claro! Mas Gina, acha que eu devo...

– Não! Se você acha que não é a hora, não é ele quem vai te obrigar.

– Sim, é... Sei lá, estou meio alterada depois que comecei a namorar o Ron.

– Impulsos, cuidado com eles!

– Eu sei disso Gina, sua boba! Tem que falar isso para você e o Harry... - ela pigarreou e disse:

– Não sei do que está falando Hermione!

– Sei... Me diga, como é se fazer de desentendida? - eu brinco.

– Bobinha! - nós rimos.

– Eu vou me deitar, não digo dormir por que isso eu não faço a dias! - eu disse.

– Eu vou dormir sim! Estou super cansada! E vê se esfria a cabeça, amanhã a gente faz uma reunião e vê isso ok?

– Obrigada vou tentar...

Rony:

Harry me contou, fiquei assutado e muito preocupado, e também um pouco arrependido de não ter ido consolá-la. Nunca pensei que o amor fosse uma coisa tão complicada!

Já estava indo descer para falar com a Hermione quando a vejo subindo as escadas:

– Ei... Tudo bem? - eu pergunto.

– O que acha? - ela diz olhando nos meus olhos.

– Acho que precisa de um abraço. - eu digo a abraçando.

– Não me faça perguntas, por favor... - ela implora, com uma voz cansada.

– Não farei. Está com medo?

– Você disse que não faria perguntas... Mas sim, estou. - ela se aperta em meus braços.

– Não fique assim por favor! Odeio te ver neste estado...

– Eu não quero morrer Ron! Qual o problema deles com nascidos-trouxas?

– Não vai morrer! E eles são uns tolos!

– Talvez Córmaco estivesse certo... - ela diz saindo do abraço.

– Do que está falando? - eu pergunto.

– Eu sou só uma menininha frágil.

– Não Hermione! Você é forte!

– Eu deveria ter morrido para aquele basilisco no segundo ano!

– Pare de falar assim!

– Eu não sou a pessoa certa para estar ao seu lado, você precisa de alguém melhor...

– Você é a melhor! Agora cala sua boca! - eu grito, num tom de ordem, queria para de ouvir barbaridades saindo de sua boca. - Vá dormir Hermione! E não me obrigue a gritar com você de novo!

Ela me olhou bem fundo, seus olhos encheram-se de lágrimas, e ela entrou para o quarto.