Pov. Clara — Três anos depois

Acordei bem cedo com a luz do sol entrando pela janela, olhei para o relógio em cima da mesa do lado da minha cama e marcava - se cinco da manhã. Levantei, calcei as sandálias e fui ate o berço de Julia, ela dormia calmamente com suas bochechas rosadas pelo frio.

Fui ate o banheiro,enrolei meus cabelos em um coque enquanto olhava meu reflexo no espelho acima da pia. Fiz minha higiene matinal e entrei no banho, deixei que água morna caísse sobre meu corpo, enquanto passava um sabonete de lavanda doce —meu preferido— no mesmo. Sai do banho é fui até o guarda roupa, olhei por alguns minutos e enfim escolhi uma calça Jeans azul e uma blusa branca soltinha, calcei minha bota de cano médio preto e penteei meus cabelos os deixando soltos e fiz uma maquiagem leve. (Look)

Caminhei novamente ate o Berço de Julia que ainda dormia na mesma posição de minutos atrás.

—Ei princesa. —Mexi em seus cabelos.Ela abriu os olhos devagar e logo abriu um sorriso ao me ver.Como fazia todas as manhãs.

—Mamãe. Abri um sorriso é a peguei no colo dando vários beijinhos no seu rosto rosadinho.

—Vamos tomar café? — Perguntei depois de lhe encher de beijinhos!

—Mas eu quero dormi mais um pouquinho. — Coçava os olhos com as mãos.Fazendo um dengo, que só ela conseguia.

—Tudo bem! Mais se a Ju não tomar café, agente não vai poder viajar. — Falei também fazendo um pouco de dengo para a minha pequena.

—Nos vamos viajar? —Julia logo se animou, ela estava feliz por saber que iria pela primeira vez para o Brasil.

—É, mas só se uma mocinha tomar café e banho. — Fiz cócegas em sua barriga enquanto falava.

—Tudo bem! - Falou ela encostado a cabeça entre meu ombro e o pescoço, vencida.

—Isso, então partiu café?

Ela só concordo com a cabeça, ainda no mesmo lugar de antes.

[...]

—Bom dia tia. — Falei dando um beijo em minha tia que estava sentada na mesa tomando seu matinal chá.

—Bom dia minha querida, já esta pronta? — Perguntou ela.

—Sim, só falta tomar café é arruma essa princesa. — Falei pondo Ju em uma cadeira e sentando logo na cadeira ao lado.

[...]

—Mãe, agente vai ficar na casa da tia Priscila? — Perguntou Julia enquanto eu tirava as suas roupas no banheiro.

—É meu amor, mas vai ser só por uns dias, até a nossa nova casa ficar pronta. — Falei enquanto tirava algumas presilhas do cabelo dela e a carregava para dentro do box.

—Agente não vai mais volta pra cá? — Perguntou

—Vamos demorar um pouquinho pra voltar. — Comecei seu banho.

Terminamos o banho e eu fui vesti ela, peguei uma calça de bolinhas e uma blusinha rosa com sapatilhas estampadas,penteei seus cabelos os deixando soltos é calcei uma botinha na cor marrom.

—Uau minha princesa tá linda. — Falei girando ela pelos dedinhos é depois fazendo algumas cosquinhas na sua barriga. Uma mãe totalmente babona.

—Meninas? — Tia Mariana bateu na porta do quarto.

—Oi, entra. — Falei

—Meninas, mandei prepara o carro para irmos. Ok? — Perguntou ela

—Tá tia. — Falei levantando. Passei as mãos por alguns cabelos loiros que caiam pelo meu rosto. —Ju desce com a tia que a mãe já vai. — Falei. A mesma pegou a sua boneca e saiu dando a mão para a minha tia.

Olhei para aquele quarto que eu passei por três anos, não sabia se já era a coisa certa a fazer. Mas já estava decidida. Séria isso é pronto.

Sair fechando a porta, passei pela ultima vez por aqueles corredores brancos, desci as escadas e minha tia estava sentada no sofá, observava Julia brinca com sua boneca!

—Vamos. — Falei ao pé da escada

—Clara, você tem certeza? — Começou minha tia —...

—Tia, por favor. Eu quero, quero ir atrás, trabalhar, não sei. Eu só decidir.

Ela já estava com lágrimas nos olhos e sorriu —Minha menina cresceu.

—Tia, não chora tá? -Falei ainda a abraçando.

Olhou-me mais uma vez e sorriu, ela pegou as chaves de casa e algumas malas que ainda estavam aqui. Peguei a Julia no colo e fomos para a garagem, pus a Ju na cadeirinha no banco de trás e entrei no banco da frente.Sentiria falta daqui, do meu emprego, amigos e até mesmo da minha tia louca.

Chegamos ao aeroporto, fiz o Check-in e depois de uma hora esperando foi avisado que o voo iria sair.

—Ai, quando é a chegada parece demorar um infinito, mas quando é para ir embora parece ser tão rápido. — Falou me abraçando é já chorando novamente.

—Tia, não chora tá. — Falei tentando faze-la para de chorar. —Eu vou sempre lembrar de você, aqui, é você ainda vai me visitar no Brasil. — Avisei!

Ela secou as lágrimas e assenti-o com a cabeça abaixou e ficou do tamanho de Julia —Ei princesa, promete, não se esquecer dessa tia aqui? - Falou ela recomeçando com o choro novamente.

Julia apenas abraçou minha tia —Eu não vou esquece titia!

Ela suspirou e limpou as lágrimas.

—Tia, por favo não torna isso mais difícil, eu tentei fazer tudo esse meses sem chorar . — Eu estava com os olhos cheios de lágrimas. Que me fez lembra o porque de odiar partidas e despedidas, era sempre dolorosas —Eu te amo, e nunca vou esquecer de você. Você foi uma verdadeira mãe pra mim mais agora eu preciso ir.

Ela me abraçou.

—Senhores passageiros do voou 6777 com destino ao Brasil, queiram se dirigir ao portão de embarque oito, por favor. — Disse a aeromoça ecoando por todo aeroporto. Saímos do abraço, fechei os olhos por alguns instantes para controlar as lágrimas.

Minha tia me deu Julia no colo e me abraçou mais uma vez é sussurrou no meu ouvido um "se cuida", concordei com a cabeça.Entrei no corredor de embarque com o peito apertado de saudades.

Enquanto o avião decolava, lembrei do dia em que cheguei aqui. Eu era apenas uma adolescente grávida e carregada de sentimentos destruídos. Agora veja: Eu estou voltando, mãe é com os sentimentos rebocados por um gesso impermeável. Eu tinha uma vida pra começa novamente é ela começaria assim que esse avião pousa-se.