Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 98
A verdade aparece




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Freddie estava de saída quando quase se chocou com Jade, que saía do elevador.

– Quero falar com você mesmo Freddie Benson! - anunciou Jade.

– Oi Jade. Estou com pressa, tenho que comprar um remédio pra minha mãe na farmácia, ela tá com crise de enxaqueca.

– A velha não vai morrer disso. O que tenho pra falar com você é mais urgente.

– Não gosto que falem assim da minha mãe.

– E eu não gosto que me ignorem quando tenho algo importante a dizer.

– Tudo bem Jade... vamos pro apartamento da minha mãe, você tem alguns minutos.

Jade contou a Freddie tudo o que sabia sobre o plano de Sam, explicando que aquela noite na sala Sam estava lhe contando e que tudo isso tinha o objetivo maior de proteger Freddie, que ela se arriscou por amor a ele.

– Pode até ser que Sam tenha começado isso tudo pra me proteger, mas acabou se envolvendo com o Brad, isso é fato! Eu vi! - concluiu Freddie.

– Viu o que criatura? - perguntou Jade, sem compreender.

– Vi Sam e Brad se beijando no restaurante depois do expediente. Ela mentiu pra mim dizendo que tinha reunião com fornecedor. Eu desconfiei, fui atrás e dei o flagrante – contou Freddie.

– Bom... isso é realmente difícil de defender, mas acho que você deveria conversar com a Sam a respeito, ouvir o que ela tem a dizer, pode ter uma explicação plausível...

– E qual seria?

– Não sei, isso você teria que perguntar a ela. Espero que deixe de ser cabeça-dura e ao menos a escute.

No domingo, Freddie foi ao apartamento de Sam a fim de levar os filhos pra brincar na pracinha.

– Olá – cumprimentou ele, sem graça ao ver a loira.

– As crianças já estão prontas – disse ela secamente – Belinha, Eddie, Nick! - chamou os filhos.

Os pequenos foram correndo ao pai, que se abaixou para abraçá-los.

– Eles podem almoçar comigo? - perguntou Freddie a Sam.

– É claro que sim, deixou de ser meu marido e não o pai deles.

Freddie assentiu com a cabeça e saiu com os filhos. Sam fechou a porta sentindo o coração machucado, doía pensar que ele não era mais o seu marido.

Ele caminhava pela calçada, segurando os gêmeos pelas mãos e acompanhando Isabelle caminhar pulando na sua frente sem conseguir tirar a imagem de Sam da cabeça. “Ela é tão linda”, pensou ele. Também lhe doía pensar que não a tinha mais. Precisava superar isso, de qualquer forma, afinal, o que ela fez não tem perdão.

Numa manhã no meio da semana, Freddie estava tristonho, sentado no seu escritório na Pera Store, olhando para o nada, quando Rebeca, a nova funcionária, entrou:

– Com licença, Senhor Benson...

– Oi Rebeca. Algum problema? - perguntou ele, saindo dos seus devaneios.

– Sim, é que eu estou começando esse mês e ainda não aprendi a mexer no sistema. Preciso registrar uma venda agora e o meu colega ainda não chegou.

– Ah, claro. Eu te ajudo a registrar a venda e depois te mostro como mexer em todo o sistema, eu mesmo o atualizei e acrescentei recursos para deixá-lo mais rápido e mais fácil de lidar.

– Bem que me falaram que o senhor é muito inteligente e estou vendo que é verdade.

Freddie passou a manhã ensinando Rebeca a lidar com o sistema. Não pôde deixar de reparar que ela era uma moça bonita.

Rebeca tinha 18 anos e estava começando a faculdade, mas seus pais não tinham muitos recursos financeiros, então optou por estudar a noite para poder trabalhar de dia. Era realmente bela e sedutora. Freddie chamou a atenção dela desde o dia em que ele a entrevistou para o cargo.

A princípio, Freddie não se interessou por Rebeca, pois vivia bem com Sam, mas nesse momento estava disposto a esquecer a loira e Rebeca parecia uma boa alternativa.

Rebeca olhou para a mão esquerda de Freddie e reparou que a aliança não estava mais ali, comentando:

– Senhor Benson, eu acho que o senhor perdeu a sua aliança, melhor encontrar logo, sua esposa pode achar ruim se chegar em casa sem ela.

– Eu não tenho mais esposa – respondeu Freddie.

– Ah, eu sinto muito.

– Não sinta, foi melhor assim.

– Bom, se o senhor precisar conversar, podemos combinar algo qualquer dia.

– Pode ser hoje. Rebeca, quer almoçar comigo?

– É claro – respondeu ela, empolgada.

Freddie e Rebeca foram almoçar na Praça de Alimentação do shopping e depois disso, saíam com frequência. Receba já considerava Freddie seu namorado, mas ele não pensava muito a respeito do assunto, nem mesmo a pediu em namoro, aproveitando os momentos com ela na expectativa de tirar Sam de seus pensamentos.

Algum tempo depois...

A campainha tocou e Sam foi abrir pensando que era Freddie, o qual havia mandado mensagem dizendo que gostaria de levar as crianças para passear naquele dia, mas para surpresa dela era Dana.

– O que faz aqui? Já disse que não quero que venha a minha casa.

– Olá Puckett! Ap maneiro – elogiou Dana, entrando no local e ignorando o falatório de Sam – Caso não se lembre, tá me devendo uma grana – sentando-se no sofá e colocando os pés sobre a mesa de centro.

– Você não fez nenhum serviço, então não te devo nada.

– Não fiz porque você não levou o playboy pra armadilha.

Isabelle entrou na sala:

– Mamãe, que hora o papai vem?

– Ele já deve estar chegando querida, agora vá para o seu quarto – determinou Sam.

– Sua filhinha Puckett? Que gracinha! Parece com você – observou Dana.

– Quem é você? - perguntou Isabelle.

– Sou uma velha amiga da sua mãe, dos tempos de reformatório.

– O que é reformatório?

– É um lugar para onde mandam crianças más, se você for igual a sua mãe ainda vai acabar lá.

– Chega Dana! - disse Sam, perdendo a paciência – Sai daqui agora! Você não fez o serviço e eu não tenho nada pra pagar, agora vaza e não volte mais!

– Ui! Ficou nervosa – zombou Dana – Eu vou, mas ainda temos o que conversar.

Freddie encontrou Dana no corredor, próximo ao elevador.

– Olha só se não é “a bailarina” do Icarly e peguete da Puckett.

– Icarly acabou há anos, não faço ballet desde a infância, e eu sou o ex-marido da Puckett – corrigiu Freddie.

– Tanto faz. Só aviso que ela ficou me devendo uma grana depois de me pedir pra armar pra cima do playboy e agora não quer pagar, bem que você podia saldar a dívida dela.

– Me explica melhor essa história – interessou-se Freddie.

– Que tal me pagar um lanche, tô com fome.

Freddie levou Dana ao Vitamina da Hora e ela contou tudo:

– A parada é a seguinte: Puckett pediu para eu armar uma emboscada para um playboy numa casa abandonada numa sexta-feira, dizendo que ia me pagar pra isso. O plano era ela atrair o cara pra lá e distraí-lo para que colocássemos uma substância proibida na mochila dele, depois acionaríamos a polícia e o deixaríamos lá para o flagrante.

– Por acaso o nome desse cara era Brad?

– Isso mesmo, por que?

– Você acabou de me dar uma informação valiosa.

– E quanto vai me pagar por isso?

– Costela, coloca o lanche na minha conta – pediu Freddie ao amigo, pouco antes de sair rapidamente do local, deixando Dana indignada.

Freddie encontrou Sam e as crianças na portaria.

– Finalmente apareceu! Seus filhos já estavam agoniados, pensei que não vinha mais – reclamou Sam.

– Eu encontrei uma pessoa e tive que ir conversar com ela, mas o importante é que agora eu já sei de tudo Sam...

Rebeca apareceu:

– Oi amorzinho! Esqueceu que marcamos um cinema hoje? - perguntou abraçando-o pelo pescoço e beijando-o na frente de Sam e das crianças.

Isabelle interveio, colocando-se no meio do casal:

– Solta o meu pai sua sapa horrorosa!

– Freddie, ainda não contou a seus filhos que você tem uma namorada? - perguntou Rebeca.

– Você foi rápido heim Benson?! - observou Sam – Pelo menos essa garota já atingiu a maioridade? Cuidado que você pode ser preso por abuso de incapaz – provocou ela.

– Eu tenho 18 anos, e você? Tá perto dos 30? - provocou Rebeca.

– Agora eu vou arrebentar essa garota! - explodiu Sam, tentando acertá-la, mas Freddie a segurou.

– Para com isso Sam! Rebeca não falou por mal – disse o moreno fazendo esforço para conter a ex-mulher – Rebeca, vai pra sua casa, depois eu converso com você, agora vou sair com meus filhos, prometi a eles, desculpa eu ter esquecido que combinei de ir ao cinema com você.

– Tudo bem. Você sai com seus filhos e nos vemos mais tarde gatinho – disse Rebeca, piscando para Freddie e saindo do Bushwell Plaza.

Freddie soltou Sam e disse:

– Será que podemos conversar agora?

– Não! Leva as crianças pra passear de uma vez. Não quero saber detalhes do seu relacionamento com aquela garota que mal saiu das fraldas. Estamos separados e você pode pegar quem quiser, o mesmo serve pra mim.

– Não é sobre isso que eu quero conversar... Sam, você também está saindo com alguém?

– Isso não te interessa.

– Papai, vamos logo, vamos nos atrasar pro teatro – observou Isabelle.

– Eu quero ver o lobo-mau – disse Nick.

– E eu os três porquinhos – falou Eddie.

No carro, Freddie começou a interrogar Isabelle:

– Você sabe com quem sua mãe está saindo Belinha?

– Não, papai.

– Mas deve ser mentira essa história dela né? Sam só falou isso pra me provocar, aposto. Vocês não iriam gostar que a mamãe saísse com alguém né?

– Também não gostamos que você saía com aquela moça papai, mas você sai mesmo assim.

Freddie se calou ao último comentário da filha. Já era tarde quando ele retornou ao Bushwell Plaza com os filhos. Eddie e Nick dormiam em suas cadeirinhas no carro. Ele ajeitou os dois no colo e subiu com eles, acompanhado de Isabelle igualmente sonolenta caminhando a passos lentos atrás dele.

Sam abriu a porta, dizendo:

– Demorou Benson, eu já tava preocupada.

– Acha que não sei tomar conta dos nossos filhos? Já te dei várias provas de que faço isso muito bem sozinho.

– Não foi isso que eu quis dizer... coloca logo os meninos na cama.

Freddie colocou pijamas em Eddie e Nick e os deitou para que voltassem a dormir, cobrindo-os e dando beijos de boa noite em suas faces, com carinho. Fez o mesmo com Isabelle que já estava mais dormindo que acordada.

Na sala, Sam estava deitada no sofá assitindo televisão.

– Sam, eu já sei de toda a verdade. Desculpa por eu não ter te dado a oportunidade de se explicar, é que aquela cena foi chocante demais pra mim.

– Você sempre me julga e me condena sem me dar qualquer chance de defesa não é Benson? - perguntou Sam, sentando-se no sofá.

Freddie abaixou a cabeça e disse:

– Peço que me perdoe.

– Está bem, está perdoado.

– Sério? - perguntou Freddie, incrédulo, fitando os olhos azuis dela que reluziam com uma frieza que o atemorizaram – Então, tá tudo bem entre a gente? Mesmo?

– Claro, você é o pai dos meus filhos e é bom pra eles que a gente tenha uma relação civilizada. Agora eu acho melhor você ir, porque aquela garotinha que você chama de namorada já deve estar ansiosa te esperando.

Freddie compreendeu o que Sam quis dizer. Ele sabia que não seria tão fácil transpor o enorme orgulho de sua amada.


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Notas finais do capítulo

Aqui está a imagem de Dana, caso alguém não se lembre dela: http://25.media.tumblr.com/tumblr_mch4sgU9Z71qesmejo1_r1_500.jpg



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