Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira
Notas iniciais do capítulo
Eddie e seu adversário: http://revistadotatuape.institucional.ws/wp-content/uploads/2012/01/IMG_7224.jpg
Eddie entrou trêmulo no centro do ginásio, mal conseguindo empunhar a espada. O adversário era mais velho, aparentando algo em torno de 12 anos. O garoto teve que olhar pra cima.
– Prepare-se para morrer nanico – ameaçou o adversário, olhando para baixo e fazendo Eddie tremer ainda mais.
– Isso não é justo! Eddie é menor! - observou Isabelle, nervosa, da arquibancada.
– Se ele machucar meu filho eu acabo com ele! - ameaçou Sam, irritada.
– Fiquem calmas. É um esporte de espada, vai da habilidade, não tem nada a ver com tamanho – explicou Freddie.
– Eu trouxe o kit de primeiros socorros – falou Marissa, mostrando uma maleta.
– Eu te disse para não trazer isso Marissa – disse Charles contrariado – Nosso neto não vai se machucar.
O duelo começou e Eddie se afastava, enquanto o garoto mais velho tentava dar os golpes.
– Para de fugir pirralho – pediu o adversário.
– Não! - respondeu Eddie, convicto, ainda se desvencilhando de cada golpe.
O adversário foi se aproximando, Eddie se desequilibrou e foi ao chão e o mais velho aproveitou para tocá-lo com a espada.
– Ganhei! - comemorou o garoto, colocando os braços para cima.
Isabelle ficou indignada e correu para o centro do ginásio, gritando:
– Por que você não vem me encarar?
– Aí gatinha, senta lá que eu não quero te machucar – respondeu o adversário de Eddie.
Sam levantou-se e correu pra lá também, preocupada com Eddie. Ela levantou o filho do chão e perguntou:
– Você se machucou?
– Não mamãe, só tropecei.
– Que bom. Isso vai evitar que muita gente se machuque por aqui.
Isabelle pegou a espada do irmão e começou a duelar com o adversário.
O garoto se surpreendeu e tentou todos os golpes que conhecia, mas a menina era mais ligeira e possuía uma habilidade nata para a esgrima. Em pouco tempo ela desarmou o menino e com as duas espadas na mão encostou na barriga dele, dizendo:
– Tuchê!
A platéia foi ao delírio, aplaudindo a menina de pé. Freddie mal se aguentava de orgulho:
– É a minha filha! É uma Benson! - dizia alto.
No carro, durante a volta para casa, Freddie ainda estava empolgado:
– Belinha, você tem que entrar na aula de esgrima.
– Eu vou entrar, mas é porque eu quero e não porque você quer papai – respondeu a menina.
– Ela entrando eu posso sair né? - perguntou Nick.
– Eu não volto nunca mais lá – disse Eddie.
– Não precisam mais voltar garotos – respondeu Freddie.
– É só isso que tem a dizer aos seus filhos? - perguntou Sam ao marido.
– Tá bem... Desculpa meninos. O que eu fiz não foi legal. Pensei que vocês gostariam tanto de esgrima quanto eu. Será que vocês conseguem me perdoar?
– Eu perdôo desde que você não se esqueça do meu Xbox – falou Nick.
– E me ajude a entrar no Clube AV – disse Eddie.
– Desde quando faz exigência Eddie? - quis saber Freddie.
– Eu tô ensinando as paradas pro mano – respondeu Nick, abraçando Eddie – O garoto tem potencial – bagunçando os cabelos do irmão.
– Aí fica difícil quando o próprio irmãos gêmeo é má influência – observou Freddie.
– Nick pode até se esforçar, mas Eddie é igualzinho a você – zombou Sam.
– Eu senti uma ironia Sam – falou Freddie.
– Impressão sua amorzinho.
– E aí papai, vai aceitar os nossos termos pra ser perdoado? - perguntou Nick.
– Eu vou, mas não pensem que esse tipo de coisa pode ser negociada. Só vou fazer isso porque já tinha prometido antes.
Eddie e Nick comemoraram batendo as mãos.
Algum tempo depois...
Isabelle estava cada vez melhor na esgrima e já era considerada a melhor aluna da turma. Nick ganhou o seu Xbox e Eddie entrou para o Clube AV depois que Freddie falou com uns conhecidos que ainda participavam. Os dois meninos entraram no ensino fundamental e começaram a frequentar o Ridgeway, mas Sam e Freddie eram constantemente chamados pelo Diretor Franklin, pois Nick arrumava uma confusão atrás da outra.
Sam e Freddie decidiram ter uma conversa séria com Nick, no quarto que garoto dividia com o irmão. Isabelle foi ouvir atrás da porta.
– O que está fazendo Belinha? - perguntou Eddie à irmã.
– Quero ouvir a bronca que o Nick vai levar da mamãe e do papai. Pelo menos dessa vez não é comigo.
– Ouvir atrás da porta é feio.
– Se me dedurar apanha.
No quarto, Freddie começou:
– Pensei que tivesse aprendido a lição depois de colocar fogo no apartamento da sua avó e quase matar todo mundo queimado.
– Eu aprendi, nunca mais coloquei fogo em lugar nenhum – respondeu Nicolas.
– Em compensação arranjar briga no colégio toda semana – falou Freddie, ríspido.
– Calma Freddie, o garoto pode ter uma boa razão pra isso – interveio Sam.
– Qualquer que seja a razão, desse jeito ele vai acabar suspenso. Você sabe o que isso? Claro que você sabe o que é isso.
– Eu sei o que é isso e não acho legal. Muitas vezes era só zoação, mas em outras eu tinha um bom motivo e Nicolas pode ter um.
– Eu tenho um bom motivo...
Atrás da porta:
– Agora eu quero ver a desculpa que Nick vai dar. Diz ele que tem um bom motivo pra arrumar confusão. Essa eu quero ver – disse Isabelle a Eddie.
– Não! - gritou Eddie, empurrando a porta e entrando no quarto.
– Vá pra sala Eddie, estamos no meio de uma conversa com o seu irmão – pediu Freddie.
– Nick, não vai esquecer – disse Eddie ao irmão.
– Esquecer o que? - perguntou Sam, desconfiada.
– Do dever de matemática. Eddie ficou de me ajudar. Posso ir agora? - perguntou Nicolas aos pais.
– É claro que não! Ainda não terminamos a conversa – falou Sam, segurando o filho que já caminhava em direção à porta.
– Que motivo você tem para arranjar tanta confusão Nicolas? - indagou Freddie.
– Zoação, como falou a mamãe – respondeu o menino.
– Está de castigo Nicolas. Uma semana sem Xbox – determinou Freddie.
– Tá bom. Posso ir agora? - perguntou Nicolas.
– Pode – falaram Sam e Freddie ao mesmo tempo.
Nick saiu com Eddie, mas os dois logo voltaram.
– Vocês estão no nosso quarto – disse Nick.
– Com licença – pediu Eddie.
– Vê se pode, ainda estão trocando os dentes de leite e pensam que já podem expulsar os pais – reclamou Sam.
– Quando crescerem mais um pouco estarão querendo tomar posse de todo o apartamento – completou Freddie.
– Nós vamos sair, mas vamos levar isso – falou Sam, tirando o Xbox.
Assim que os pais saíram. Os gêmeos falaram ao mesmo tempo:
– Clube secreto dos gêmeos!!!
Os dois entraram dentro do armário, pegaram lanternas escondidas ali e ascenderam, iluminando o local.
– Você iria entregar o nosso segredo G2? - perguntou Eddie ao irmão.
– De jeito nenhum G1, temos um pacto – respondeu Nick.
– Super gêmeos para sempre! - falaram os dois batendo as mãos.
Isabelle estava perdida nos seus pensamentos na sala e assustou-se ao ver Cris se aproximando, com Sophie no colo.
– Deu pra invadir residências agora Cristopher?
– A porta tava aberta. Sua mãe já estava nos esperando. Minha mãe vai sair com o Griffin e mandou a gente pra cá, já que meu avô agora praticamente mora com a sua avó.
– Eu sei. Sua irmãzinha é muito linda, ainda bem que não puxou a você – disse Isabelle, pegando Sophie do colo de Cris.
– Eu sei que você me acha lindo, só não admite.
– Cris, se ser convencido desse grana, você já tava rico, e se ser iludido desse grana, você já tava milionário.
– Aposto que estava pensando em mim quando eu entrei aqui. Estava distante...
– Eu só penso em você como num saco de pancada. Eu estava pensando que meus irmãos estão escondendo algo e que eu vou descobrir.
– Já tentou descobrir o segredo dos nossos pais uma vez e acabou naquela confusão.
– Será possível que todo mundo vai me jogar isso na cara pra sempre?
– Não quero te jogar nada na cara, quero te contar uma novidade.
– Se é da sua vida eu não quero nem saber.
– Isso vai te interessar... serei seu novo coleguinha de esgrima.
– O que? Mania que você tem de me perseguir! Eu não sou sua gêmea siamesa, sabia?
– Não vou entrar por sua causa. Vou entrar porque a minha mãe quer me colocar num esporte e eu acho esgrima legal.
– Até parece que eu acredito! Existem milhões de esportes no mundo e você escolhe logo esgrima?! Cris, você vive dizendo que eu te amo, mas quem me ama é você.
– E eu já neguei alguma vez?
– Você é irritante garoto – falou Isabelle, agarrando Cris pelo colarinho.
– Não bate no mano "Beinha" – pediu Sophie.
– Agradeça a sua irmã – falou Isabelle, soltando o menino.
– Um dia você ainda vai querer me beijar em vez de me bater Belinha.
– Sim, no dia em que o seu pai ressucitar.
– Isso é cruel Isabelle – falou Cris, levantando-se do sofá.
– Desculpe Cris. Eu realmente passei do limite dessa vez.
Cris lançou um olhar magoado para Isabelle e se afastou.
Nos dias seguintes, Isabelle ficou atenta aos irmãos no colégio, mas nada de anormal parecia acontecer. Até que um dia viu Nicolas levantando um garoto pelo colarinho:
– Isso é para você aprender que ninguém mexe com um Puckett Benson.
– Tá bom, desculpa – falou o garoto assustado.
– Não é a primeira vez que pede desculpa e volta a fazer. Mais uma e eu...
– E você vai ser suspenso – disse Isabelle, aproximando-se.
– Não se mete nisso Belinha – pediu Nick.
– O que o garoto fez? Se foi grave eu mesma posso dar um jeito nele com isso aqui – tirando da mochila a meia de pilha.
– Para Belinha! - pediu Eddie que até então estava quieto num canto.
No meio da confusão o garoto até então contido por Nicolas aproveitou para correr.
– Vocês estão aprontando alguma coisa e vão me contar – falou Isabelle.
O sinal tocou e os meninos correram para a sala de aula sem dar ouvidos à irmã.
Na hora do jantar, Eddie mexia no prato de comida sem comer. Sam percebeu:
– Eddie, por que não come? A comida tá ruim?
– Não mamãe, sua comida é a melhor do mundo – respondeu Eddie.
– Você tá triste ou é impressão minha?
– Eu tô cansado. Posso ir dormir?
– É cedo ainda e você nem fez o seu dever de casa.
– Eu não quero fazer dever.
– Como assim? Você é o que mais gosta de fazer dever, mini nerd.
– Eu não gosto mais de dever e não gosto mais de escola, eu não gosto mais de nada – respondeu Eddie, começando a chorar e correndo para o seu quarto.
Sam foi atrás:
– O que aconteceu meu bebê? Conta pra mamãe – abraçando Eddie.
– Sai daqui mãe! Eu tô cansado de ser tratado como bebê. É tudo sua culpa eu ser assim.
– Assim como? Um príncipe?
– Um bobão.
– Quem te falou isso?
– Ninguém, mas sei que sou. Me deixa sozinho.
– Está bem. Tô vendo que não é mais um bebê, mas um homenzinho aborrecido. Se precisar de mim, só chamar.
Alguns dias depois, Isabelle conversava com Cris e Alison no recreio quando viu Eddie passar correndo, seguido por um grupo de garotos, e Nick atrás.
– É agora que eu descubro o que esses pirralhos estão aprontando – falou Isabelle para os amigos, correndo na mesma direção dos irmãos.
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