Mah narrando:
Já começava a ficar impaciente quando a Gih começou a reclamar.
‘Esses caras são muito irresponsáveis, uma hora de atraso? Ah, me poupe vai!’
Ela ficou quieta ao perceber quatro olhares raivosos em sua direção.
‘Ô Mah, eu to com fomeee!’ - Renan me falou com cara de poucos amigos.
‘Ah Nan, espera um pouco vai!’ - Respondi, também morrendo de fome.
‘Mayara larga mão de ser maldosa e leva seu primo pra comer algo!’ - Paula me ORDENOU.
‘OK, eu vou!’ - Saí arrastando Renan.
Só ouvi a Gih me pedindo para comprar umas 485621 coisas para ela comer. FOLGADA!
Na lanchonete foi rápido, EUROPA É OUTRO NIVEL MEU BEM!
Ao voltarmos vimos dois caras junto com as meninas, um, que não me parecia estranho abraçava Paula de lado enquanto conversava com o resto,inclusive com um loiro oxigenado.
Ao chegar mais perto notei que Paula chorava, Dani estava estática e Gih entediada.
‘Esse cara parece o tal do Bill né? ’ - Renan comentou.
‘Mas é o Bill!’ - Completei assustada.
‘Er... Oi?’ – Me juntei ao grupo ainda arrastando Renan.
‘MAH!’ – Paula gritou, chamando a atenção da metade do aeroporto – ‘Que bom que você chegou! Esse daqui é o Bill’ – sussurrou a última palavra e continuou – ‘ E esse daí é o Andréas. ’
‘Prazer meninos, ah, esse aqui é o meu primo Renan’ – Apontei – ‘Mano, eu nem acredito que é o Bill!’ – Comentei em português.
‘O que você disse?’ – Paula perguntou.
‘Que eu nem acredito que é o Bill’ – Respondi com cara de “ta surda garota?”
‘Meu Deus! É mesmo o Bill!’ – Paula começou a chorar.
‘Eu sempre disse que ela era lerda... ’ – Renan comentou enquanto Paula se jogava no chão e agarrava a perna do Bill.
‘O que é isso?’ – Dani acordou do seu transe.
‘É, o que é isso?’ – Giane que estava muito ocupada pensando em um jeito de esquartejar o oxigenado do Andréas também se assustou.
‘Paulinha do coração do Bill, levanta daí!’ – Andréas falou ao perceber que Bill estava em choque. Não adiantou muito, pois ela começou a gritar:
“Don’t Jump! Don’t Jump!” – Não precisa nem dizer que o aeroporto todo olhava a cena.
‘Ana Paula! Levanta daí agora e para de palhaçada, olha o mico menina!’ – Dani não se agüentou e gritou.
Pelo visto resolveu, já que ela olhou ao redor e se levantou vermelha de vergonha.
‘Me desculpa por isso... Não me controlei... ’ – Paula disse baixo para Bill, que continuava em choque.
‘Claro que ele te desculpa, só não vai ser agora, já que ele não está em condições... ’ – Andréas falou enquanto cutucava Bill para ver se ele “acordava”.
‘Ô Paula, vê se não faz mais essas coisas, por favor ein!’ Dani olhou feio.
‘Agora, será que dá pra irmos embora desse aeroporto logo?’ Giane perguntou.
‘É melhor mesmo... Vamos’ – Andréas saiu empurrando Bill como se ele fosse um carrinho de supermercado.
‘Er... Viu Andréas, ele vai ficar nesse estado até quando?’ – Perguntei.
‘Não sei... ’ – Ele respondeu confuso.
‘Bom, tenho uma idéia, Renan vem cá’ – Chamei – seguinte, chega perto, mexe no cabelo dele e fala aquilo que você sempre fala quando vê um clipe dele. ’ – Cochichei.
‘OK’ – Ele foi pra perto do Bill, ficou na ponta dos pés, pegou no cabelo dele e falou – ‘Eu sempre disse que o cabelo dele era ridículo, agora ta comprovado!’
Todos olharam assustados para ele, inclusive Bill que logo começou a falar.
‘Que isso garoto, ta louco? Meu cabelo é per-fei-to! O seu que é ridículo!’ – Bill Kaulitz bravo? Sim, eu já vi.
‘Ei, o meu é inspirado no Dougie Poynter do McFly, então o meu também é perfeito!’ – Renan retrucou enquanto nós morríamos de rir.
‘Bill, desculpa ele, fui eu que pedi pra ele falar pra ver se você saia do estado de choque’ – Esclareci.
‘Tudo bem, mas olha como fala do meu cabelo ein garoto!’ – Ele completou.

Tudo resolvido entre os dois, fomos para o estacionamento.
‘Gente, eu lhes apresento o Karl. ’ - Bill disse todo feliz enquanto apontava para um belo carro.
‘Legal. ’ – Falei.
‘Só o nome que não é muito legal. ’ – Dani cochichou e eu assenti.
‘Ai que lindo seu Audi, olha que tom de preto magnífico!’ – Paula falava, e continuou quando Bill abriu a porta para vermos o interior –‘ Nossa, tem um leãozinho de pelúcia muito fofo aqui, e esses bancos de couro vermelhos então... ’ – Ela parou ao assimilar as ultimas palavras ditas.
‘Er... Bill, por que o interior do seu carro é vermelho, ainda mais nessa cor hiper-chamativa? ‘ – Giane perguntou tentando ser educada.
‘Não sei, só achei que ia ficar bem... ’
‘Estranho né?’ - Renan o interrompeu.
‘Cala a boca moleque! Agora deixem a cor do Karl em paz e se despeçam do Andréas, já que ele não vai conosco. ’
Depois de algumas expressões do tipo ‘aleluia que esse capeta de moleque vai embora’ ou ‘nem faz falta’, nos despedimos dele e ainda tivemos que ouvir isso:
‘Tchau cara que tem o cabelo da cor do pijama da minha mãe!’
Só o Renan mesmo...

Bill nos levou até o hotel onde estava hospedado, mas antes nos fez uma pergunta.
‘Vocês querem passar a noite no hotel ou no tour bus?’
‘NO TOUR BUS!’ – Respondemos todos.
‘Isso que é vontade de fazer uma turnê ein!’ - Bill comentou assustado parando no estacionamento do hotel ao lado de um ônibus de dois andares personalizado com o símbolo do Tokio Hotel.
Fizemos alguns comentários, como ‘ minha casa até a próxima semana’ ou ‘eu vou me perder dentro disso!’, enquanto Bill nos explicava:
‘Aqui embaixo temos uma sala, uma cozinha e um banheiro, lá encima temos oito camas estranhas e mais um banheiro. E mais uma coisa, não se preocupem com Tom Kaulitz, ele nos prometeu que não vai trazer nenhuma biscate pra cá, mas tem um problema, como posso dizer isso? Er... Ele vai ficar um pouco mal-humorado, me entendem né?’ – Bill parecia constrangido.
‘Claro, mas como você sabe que ele vai ficar mal-humorado?’ – Dani perguntou curiosa.
‘Convivência, eu melhor do que ninguém sabe como ele fica sem mulher... ’ – Ele disse assustado.
‘Tudo bem, nós vamos tratar ele com carinho para evitar conflitos’ – Dani garantiu.
‘Eu não garanto nada... ’ – Giane comentou.
‘Que bom. Vocês são uns amores! Menos o moleque chato, agora eu vou entrar no hotel, e mais tarde trago os meninos para vocês conhecerem, e bem vindos ao lar. ’ – Bill saiu do tour bus sorridente.
‘Ah... Ele nos abandonou... ’ – Paula flou triste olhando para a porta onde Bill saiu.
‘Ele não nos abandonou Paula!’ – Falei subindo para o segundo andar.
‘Essa cama é minha!’ – Giane jogou as malas nela.
‘Ei, ISSO NÃO É JUSTO!’ – Dani reclamou começando uma discussão que pelo visto durou um bom tempo, já que logo depois notamos a presença de quatro garotos nos olhando curiosos, na certa queriam saber o que tanto nós falávamos em português.
‘Er... Gente, algum problema?’ – Bill perguntou ao perceber que a discussão não iria terminar nem com a presença deles.
Por que ele perguntou isso? Começamos todos a explicar ao mesmo tempo, nem eu entendia o que estava falando.
‘Pessoal?’ – Ouvi uma voz que não reconheci na hora – ‘PESSOAL!’ – Era Tom.
‘CALA A BOCA TONY!’ – Giane gritou.
‘É TOM! TOOOOM!’ – Ele gritou.
‘QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA GRITAR COMIGO?’ – Giane continuou gritando.
‘E QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA ME MANDAR CALAR A BOCA?’ – Tom retrucou.
Nesse momento já tínhamos até esquecido da discussão anterior e prestávamos atenção na atual.
Depois de alguns minutos virou comédia, quer dizer, pra quem estava de fora era comédia, mas para os dois esquentadinhos era como uma guerra.
‘Chega, por favor, já deu né?’ – Gustav se intrometeu.