Descongelando um coração escrita por Last Mafagafo


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo. Depois que Elsa descobriu a verdade, o que vai ser do Hans? Alguém está curioso para ler a carta das Ilhas do Sul?



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Elsa congelou todo o escritório. Estava triste, magoada, traída. Ela desconfiara de Hans, mas ele soube onde atingi-la. A solidão, a história da mãe, tudo era um plano, um esquema sórdido e cruel. E aquela conversa de “eu te amo” e tudo o mais? Hans sabia ser sedutor, sabia ser baixo e vil. Ele a enganara, exatamente como enganara Anna dois anos antes. Mas ela deveria ter aprendido, confiado em seus instintos. Como ela pode acreditar que alguém realmente a amava como mulher. Além de sua família, ninguém a amaria. Jamais. Os súditos a respeitavam como rainha e admiravam seus poderes, mas não havia um homem que a amasse como Kristoff amava Anna. Quem queria viver com uma mulher que pudesse congelá-lo a qualquer momento, que provavelmente geraria herdeiros amaldiçoados com a mesma magia que Elsa? Não, ela era fadada à solidão.

Um gemido angustiado escapou de sua garganta. O desgraçado do Hans havia deixado seu coração em frangalhos. Ela realmente havia amado aquele homem asqueroso como nunca amara ninguém. “Encobrir, não sentir”, será que jamais deixaria de usar essas palavras?

Pegou a carta de novo e leu as palavras, esperando estar enganada.

"Rainha Elsa,

Lamento trazer más notícias, porém sinto lhe informar que eu e meus irmãos acreditamos que suas suspeitas estejam corretas e Hans esteja em Arendelle. Quando Gustave nos contou que suspeitava ter visto Hans no casamento da princesa Anna, procuramos descobrir se nosso irmão ainda estava no exílio. Descobrimos que ele havia fugido e depois de dias de buscas, acreditamos que ele esteja a sua procura. Esperamos que esteja bem e que sua irmã também. Lamentamos não podermos recebe-la, mas estávamos procurando por Hans e não podíamos expor a princesa Anna ao perigo. Estamos novamente envergonhados pela conduta do príncipe e nos desculpamos por todo o transtorno causado por ele. Abaixo há um esboço criado por aqueles que o viram antes de fugir. Aparentemente ele está um pouco mudado, portanto o desenho ajudará nas buscas.

Rei Klaus das Ilhas do Sul"

O esboço era exatamente o rosto de Victor, de forma bastante clara. Elsa ficou a observá-lo e uma lágrima escorreu em seu rosto, molhando o papel e borrando o esboço.

Hans foi jogado na cela. Os soldados entraram com uma risada de desdém, chutando-o no chão.

– Pensou que enganaria a rainha, monstro? Você é um idiota se achou que poderia se fazer de serviçal sem ninguém perceber... – riu o chefe da guarda.

Eles deixaram o rapaz e trancaram a cela. Hans não quis levantar, estava machucado pela rejeição de Elsa. Ela descobrira tudo, ela sabia que Victor não existia. Mas ele era Victor, ele gostava ainda mais de ser Victor do que Hans. Victor tinha Elsa e Hans estava sozinho, sempre. Mas ele a amava de verdade, e perde-la, daquele jeito, era doloroso demais.

Hans não sentiu o tempo passar, só viu quando abriram a porta novamente. A cela estava escura, mas conseguiu distinguir o contorno de Elsa. Ela era linda, resplandecente como um anjo. Ela se aproximou dele e pediu que fechassem a porta novamente, deixando-os a sós. Hans tentou se levantar, mas só conseguiu sentar encostado em uma das paredes mofadas e úmidas do local.

– O que você estava pensando? O que você pretendia com tudo isso? Lhe bastava mais dois anos e seria livre novamente.

– Elsa... eu... tenho que ser sincero com você. Eu vim atrás de vingança, queria reinar em Arendelle e...

– Eu sabia!

– Espere, deixe que me explique, ao menos... eu queria sim matá-la e roubar o reino, mas mudei. Nunca tive contato de verdade com você e... quando te conheci, além do gelo e da aparência, me apaixonei de verdade. Nunca amei até te conhecer.

– Não venha me falar bobagens, Hans. Não pode mais me enganar.

Hans se aproximou, cercando a rainha.

– Eu sei que me ama também! Não tente negar – ele se aproximou ainda mais, pensando em beijá-la.

– Ah, Hans... Se ao menos existisse alguém lá fora que te amasse... – ela sorriu, em sua vingança, e ele afastou – pois eu não te amo.

– Mas Anna disse...

– Ouviu minha irmã dizer, não foi? Minha querida Anna quer tanto que eu ame e seja feliz que não cansa de tentar me juntar a alguém que também me ame. Mas este não é o caso, é?

– Eu te amo! – Hans segurou os braços da rainha, tentando convencê-la. Ela o afastou com um gesto brusco.

– Eu tenho pena de você, um monstro sem coração que não vê quem pode magoar para conseguir seus objetivos. Primeiro foi Anna e... a partir de agora, morará nesta cela.

– Elsa, por favor! Não me importo de ficar aqui pelo resto da eternidade, mas por favor, acredite em meu amor!

Ela o ignorou, saindo da cela, uma lágrima fugindo. Mas ele também chorava, humilhado, ferido. E o que mais doía era saber que ele era o culpado e merecia aquele destino de solidão, sem o amor da Rainha.


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Notas finais do capítulo

E então? Comentem :)