Classe dos Guerreiros - Ascensão da Noite escrita por Milady Sara


Capítulo 6
Caminhada


Notas iniciais do capítulo

E aqui estamos pessoas! Por hora vou ter que ficar devendo um capítulo já que não postei semana passada, as vou terminar o curso de férias que estou fazendo então sábado que vem vocês vão ter dois capítulos!
Boa leitura ~



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/577370/chapter/6

Seth entrou na sala de aula carregando o que parecia ser um pedaço de vidro do tamanho de uma janela e o colocou devagar no chão enquanto os alunos o observavam.

– Isso aí é uma lâmina de orbe?! – perguntou Drica impressionada com o tamanho do objeto.

– Sim. – respondeu o mestre tirando sua própria lâmina de orbe do bolso. – Hoje as primeiras aulas serão só comigo já que a Marin foi acompanhar a Fox e o Osíris até as fronteiras da cidade, então pensei em trazer algo especial. Essa beleza, - disse cutucando o pedaço de cristal no chão com seu pé. – estava jogada em um canto no quarto em que eu estou e achei que podia ser útil.

– Útil como, mestre? – indagou Derek.

– Auxílio visual. – disse tocando o cristal em sua mão e uma imagem holográfica em tamanho real do que parecia ser um animal esmagado apareceu na lâmina no chão. Era um demônio. – Acho que entenderam que a aula de hoje é sobre demônios. Vocês sabem tudo sobre eles, mas é bom revisar.

– Mas os demônios sumiram. – disse Lena.

– Exato. – disse simplesmente, mas os aprendizes pareceram não entender. – “Quando a esmola é grande o cego desconfia”, meus caros. Mas vamos começar. – Seth deu um pigarro antes de continuar. – Como vocês bem sabem, demônios são almas atormentadas que não conseguiram fazer a passagem então suas alma e mente voltam e nos seres que possuem magia a aura não retorna. Mas essa recusa ou incapacidade de atravessar não é natural, logo, quando a alma volta, ela destroça o corpo e o corrompe, além de turvar a mente. Assim temos um demônio nível um. – e apontou para a figura holográfica.

Analisando com mais cuidado os alunos conseguiram perceber mais detalhes. A criatura disforme que outrora fora uma pessoa tinha cor e textura de lama, seu tronco não era mais que gosma, um braço e uma perna o faziam rastejar enquanto os membros restantes estavam voltados para cima. Não havia cabeça, só uma protuberância na parte frontal com um globo ocular e uma boca grande com dentes afiados bem á vista.

– Nesse nível são somente essa coisa asquerosa e faminta. Parece incrível, mas isso aí se move rápido e devora alguém bem rápido. – explicou o mestre, ciente que os aprendizes nunca tinham visto um demônio de primeiro nível. – Depois de voltarem eles não lembram quem eram, são somente máquinas de comer. Precisam de sangue quente, de modo que a vítima tem que ser fresca podendo ser pessoa ou animal, afinal eles dificilmente vão saber diferenciar. O motivo vocês sabem, é para manter o próprio corpo vivo. E devorando cada vez mais seres eles vão mudando de nível embora a quantidade varie. São fáceis de achar quando ainda são assim já que só querem comer e mais nada, além de não sentirem dor. Hunter, - chamou o homem. – continue, por favor.

– Sim, senhor. – assentiu o garoto. – Demônios de nível dois conseguem recuperar a forma humanoide apesar de ainda serem feitos da mesma substância fedida. A força deles aumenta, mas fora isso ainda são máquinas de matar e comer. – Seth mudou a imagem para uma criatura que mais parecia um homem anoréxico e marrom, como os que a Classe Hélio havia encontrado quando chegaram à Casa Principal. Como não foi mandado parar, o aprendiz continuou. – No nível três a fome deles diminui e podem passar algum tempo sem comer, mas quando precisam a matança volta a acontecer. A mudança mesmo é que eles assumem a forma humana que tinham antes de morrer, mas ainda agem como animais então não adianta muita coisa. – o mestre mudou a imagem para a do que parecia ser uma garota pequena e despida, de costas com o rosto olhando para seus observadores com olhos cor de sangue e dentes afiados.

– Muito bom. – continuou o mentor. – No quarto nível as coisas mudam de figura. – e a nova imagem era a de uma mulher loira perfeitamente normal, exceto por sua íris vermelha. – A partir daqui o único modo de identifica-los é pelos olhos, - enumerou apontando para o holograma. – e pelos dentes. Eles recuperam o senso e suas memórias, passam a controlar a fome e se misturam em qualquer lugar. A maioria quando chega nesse nível começa a beber, fumar, usar drogas... Pegam o que querem e quando querem, têm um desejo enorme de satisfazer seus prazeres e é só isso que importa. Lena, sua vez.

– Sim, mestre. – disse ela fazendo uma pausa antes de continuar. – Depois do nível quatro eles ficam cada vez mais perigosos. No quinto eles ficam mais resistentes, então fica complicado cortá-los, e adquirem um leve poder de hipnose. No sexto eles aprendem a cuspir fogo e são capazes de convocar quimeras. – agora as imagens que passavam eram de pessoas aparentemente normais, mas era possível perceber que eram demônios. – No sétimo eles meio que desenvolvem uma comunicação e podem chamar uns aos outros, não importando o nível. Oitavo são capazes de assumir a forma de qualquer um que tenham devorado, e a essa altura foram tantos que os disfarces são incontáveis. E no nono passam a assumir a forma de animais, o que junto com tudo o mais que conseguiram torna eles muito difíceis de derrotar.

– Perfeito. – falou o mestre desligando a lâmina maior e virando-se para os aprendizes. – No nível dez os demônios se tornam capazes de absorver almas. – ninguém produzia som algum. – É o auge de sua abominação. Além de devorar, eles absorvem as almas e passam a se alimentar delas também. – com um suspiro pesaroso Seth continuou. – Caleb, pode nos dizer o que acontece com um deles quando absorve muitas almas?

– Bom, - hesitou o moreno. – Ninguém sabe, afinal nós cuidamos para que eles sequer cheguem ao nível nove, mas existe o boato que um Guerreiro da Classe Torin chamado Allen descobriu o que acontece. Só que ele morreu em combate, no lugar dele na Parede existe inclusive uma estátua já que o corpo foi totalmente destruído. Por conta disso essa informação nunca foi achada.

– Derek. – prosseguiu Seth. – Como se mata um demônio?

– Não se mata, mestre. – respondeu convicto. – Não é possível, já que eles já morreram. Nós os purificamos, ajudamos suas almas a fazerem a travessia.

– Me diga qual o feitiço que usamos e finalizamos essa aula.

– Bu kelimelerin sayesinde geri yeraltı sizi sipariş. – recitou cuidadosamente o garoto.

– Muito bom mesmo. – aprovou sorrindo. – Agora vamos aos trolls e ciclopes. – e imagens de tais criaturas foram projetadas.

~*~

Fox usava uma capa por cima de suas roupas habituais e carregava uma bolsa de lado. Osíris não estava contente em ter que dar a volta na cidade, mas Marin o tinha convencido.

– Este amigo seu está muito longe? – perguntou o gato branco subindo no ombro da quimera.

– Nah. – respondeu ela. – Só mais um pouco adiante.

– Por sinal, - disse Marin. – quem é esse amigo? – Fox suspirou ao ouvir o tom de voz da amiga.

– Relaxa Marin, ele é de confiança.

– Só estou dizendo que grande parte das quimeras foram coagidas a...

– Pode confiar nele tanto quanto confia em mim, beleza? – interrompeu sendo um pouco mais dura. – Ele daria a vida pra salvar a minha, e vice-versa, ok?

– Se você diz. – rendeu-se a mestra, ainda desconfiada.

Alguns minutos depois, chegaram a uma velha trilha de terra alguns metros ao lado da estrada principal, escondida em meio à floresta.

Ali, havia uma carruagem do tipo que não tinha teto com dois bisões atrelados e um rapaz cor de café segurando as rédeas. Ele tinha olheiras tão grandes quanto às de Fox e como ela, estava descalço. Seu gorro e sobretudo passavam uma impressão de mistério, contrastando com a barba mal feita. O rapaz pulou da carruagem quando os três chegaram perto e abraçou Fox, que retribuiu fortemente.

– Marin, Anúbis... – apresentou ela.

– Osíris. – corrigiu levemente o gato, que pulara do ombro dela.

– Esse é o Victor. – completou.

– É um prazer. – disse Victor fazendo uma mesura para o gato e apertando a mão de Marin.

– Igualmente. – respondeu a mestra e ofereceu a ele o pacote do tamanho de um livro que vinha carregando. – Tome, é uma espécie de agradecimento.

– Uau. – exclamou o rapaz abrindo o pacote e contemplando os cigarros ali dentro. – Eu não tenho tantos problemas com chamados quando a Angie aqui, mas isso vai ser útil, obrigado.

– Angie? – indagou Marin confusa e Fox deu uma cotovelada no amigo.

– Ai! – gemeu Victor. – Que foi? – a mulher de cabelos opacos fez um sinal de zíper na boca. – Quer saber, vou checar se os bisões estão bem presos. – e se dirigiu aos animais.

– Que história é essa de Angie? – perguntou Marin quando o outro se afastou.

– O Victor tem basicamente a mesma idade que eu. – respondeu a quimera pegando Osíris no colo. – Nos conhecemos faz muito tempo, lutamos junto... Ele sabe bastante coisa sobre mim, QUE NÃO DEVERIA SAIR ESPALHANDO POR AI!- gritou para o amigo ouvisse, em resposta ele deu um sorriso falso e subiu no banco do cocheiro. – Mas é melhor irmos, ele só pode nos levar até Askella, de lá vamos ter que ir a pé. – fez um carinho na cabeça do gato, que ronronou em aprovação, antes de dar um leve abraço em Marin e subir sentando-se ao lado de Victor.

– LEMBRE-SE DE ENTRAR EM CONTATO! – gritou a mestra da Classe Hélio, esperando que Fox realmente lembrasse de mandar notícias.

~*~

À tarde, mestres e aprendizes se reuniram na sala de combate.

– Muito bem. – disse Marin anotando alguma coisa na prancheta que segurava. – Derek, todos já terminaram, é a sua vez. – ao ouvir essas palavras o garoto subiu nervoso no tatame. A sala de combate era muito simples, espaçosa com alguns sacos de areia e um grande tatame no centro.

– Calma garoto. – disse Seth indo até o aprendiz. – Não é tão ruim quanto parece, as lutas nas missões vão ser bem piores do que isso.

– Isso deveria me acalmar?! – disse o garoto. Todos os rapazes usavam bermudas com regatas e as garotas shorts com um top e uma blusa de ginástica.

– Olha, todos já concluíram o exame e passaram, você não vai ser diferente.

– Tá... Mas com quem eu vou lutar?

– Comigo. – disse Drica subindo no tatame e certificando-se de que seu coque estava bem preso.

– O quê?! Mestre, isso é sério?

– Muito sério. – respondeu o mais velho. – A Drica é a segunda melhor lutadora da Sexta Geração e estou falando isso incluindo homens e mulheres. Ela vai ser um desafio muito maior pra você do que Hunter ou Caleb.

– Segunda? Quem é o primeiro?

–... Era a Melanie. – esclareceu coçando sua barba e voltando para o lado de Marin.

Derek sentiu aquele velho turbilhão de emoções, mas manteve-se concentrado. Drica o olhava na mesma posição que ele, pernas separas e punhos na frente do rosto, e enquanto a observava ele procurou aprender o que pudesse sobre ela. Era a mais alta entre as garotas, mesmo que fosse por só alguns centímetros. Lena não possuía muitos músculos e Mia era mais esguia, mas a ruiva tinha o corpo bem definido, com certeza bem forte. Porém, quanto maior o tamanho, maior a queda, e ele precisava usar isso contra ela se quisesse vencer.

Piscando os olhos, Derek se teletransportou para trás da oponente, mas quase no mesmo instante em que apareceu ali, foi atingido por um forte soco no rosto e caiu de costas no chão. Fora nocauteado.

– De novo! – ouviu Marin berrar enquanto se levantava.

Ainda um pouco tonto, constatou que seu nariz não estava quebrado e voltou-se para o combate novamente. Devia ter sido mais esperto, o poder de Drica era energia, ela poderia facilmente sentir onde ele iria aparecer, portanto teria de se virar sem o elemento surpresa.

Encarou-a tentando bolar um plano, os olhos verdes da garota por trás de seus punhos cobertos com bandagens faziam o mesmo.

Derek correu precipitando-se na frente da adversária. Tentou um soco pela direita, mas ela desviou para a esquerda, segurou o punho dele e num golpe de judô, o girou no ar e fez cair de costas no chão.

– Está perdendo muito rápido Derek! Ao menos dê algum trabalho para ela, ok? De novo! – gritou a mestra da Classe Hélio e o garoto pode ouvir os sussurros entre os outros aprendizes, que estavam de pé a alguns metros dali. Provavelmente conversavam sobre como encarariam aquela luta.

O garoto percebeu o quanto se enganara. Drica não era a melhor por ser mais forte, mas por ter mais técnica, não adiantaria tentar derrota-la muito rápido. Se tivesse seu espadim consigo seria simples, lutar com as próprias mãos era infinitamente mais complicado.

Dessa vez se aproximou devagar, tentou um soco no abdômen, mas a ruiva empurrou seu punho para baixo com uma mão enquanto com a outra lhe deu um cruzado de direita que o fez cambalear, mas recusava-se a cair de novo. Sentindo o rosto inchar pôde ver um leve sorriso se formar nos lábios da mais velha, contente com o pequeno progresso dele.

Foi a vez de ela iniciar com os movimentos. Drica correu até Derek e começou a dar diversos socos, muitos dos quais ele não conseguiu desviar. Em um movimento que ele próprio descreveu como horrível quando o realizou, lançou seu braço esquerdo na direção da garota como uma espécie de abraço agressivo. Ela desviou se abaixando, e subiu num salto, acertando o queixo de Derek e o levando a nocaute outra vez. Ao ficar de pé, deu graças por não ter mordido sua língua, isso tonaria o exercício mais doloroso para ele.

E embate após embate ele caiu. Não poderiam parar até ele vencer, essa era a regra. O problema maior é que Derek estava acostumado a treinar com Melanie, que tinha uma preferência por chutes, mas Drica evidentemente preferia usar os braços apesar de ter pernas bem fortes. Se ela chutasse ele poderia ter uma vantagem... Mas talvez ela estivesse evitando isso de propósito, ele não sabia dizer.

Ficou de pé mais uma vez e esperou sua oponente chegar até ele, tinha observado ela fazer esse movimento outras vezes então teve certeza de como reagir. Quando o punho direito de Drica foi a sua direção ele o segurou e repetiu o gesto quando ela usou o braço esquerdo, mas antes que pudesse dar a cabeçada que planejou, a garota saltou e lhe deu um forte chute na barriga, que o fez cair, mas ele a levou junto. Porém, antes sequer que se levantasse, a ruiva deu uma cambalhota, se pôs de pé e colocou a mão acima de seu rosto.

Era um final hipotético. Se fosse uma luta de verdade, ela teria sugado toda sua energia a ponto de feri-lo muito ou mata-lo.

– Derek, se concentre, você chegou bem perto várias vezes, você pode fazer melhor do que isso! De novo! – a mestra tornou a berrar. O aprendiz sabia disso, sabia que podia vencer e que quase derrotou a oponente diversas vezes, as reações de quem assistia lhe dizia isso, mas ele não conseguia ganhar.

Assumiu a já habitual posição, sentiu o filete de sangue escorrer pela lateral de seu rosto e correu em direção à Drica, determinado a vencer desta vez. Ela avançou e tentou derrubá-lo com um direto de esquerda como já tinha feito pelo menos três vezes, mas ele se desviou e puxou seu braço indo para trás dela, mas antes de poder tirar vantagem do braço imobilizado, sentiu como se todo seu sangue estivesse sendo drenado de seu corpo, Drica estava usando seus poderes.

Paralisado por alguns segundos, foi tempo mais que suficiente para a ruiva puxar seu braço de volta dando um giro com a perna levantada. O chute o atingiu no topo da cabeça e quase fez cair de cara no chão, se não tivesse usado os braços para se suspender antes de se teletransportar para o outro lado do tatame. Claro que ela sabia para onde ele iria, mas queria ganhar tempo. Quando ela foi até ele, o embate foi mais acirrado, ambos davam golpes que rapidamente eram defendidos.

Depois de pelo menos dois minutos assim, Derek conseguiu empurrá-la fazendo-a dar alguns passos para trás e teletransportou-se para sua frente, atitude que a ruiva pensou ser estúpida, mas quando deu um soco para frente e viu as pernas do garoto e não sua cabeça, não soube o que pensar. Contudo, no segundo em que percebeu que ele estava de cabeça para baixo, o oponente puxou suas pernas para frente, derrubando-a.

Rápidamente teletransportou-se par alguns centímetros acima dela, para que caísse dando um forte soco em seu abdômen, e quando a ruiva se encolheu, agarrou sua cabeça, uma mão segurando o queixo e a outra a parte de trás do crânio como se fosse quebrar seu pescoço. Todos ficaram em silêncio, somente as respirações pesadas dos combatentes era ouvida.

– ISSO! – gritou Hunter quebrando o silêncio. – MANDOU BEM, MASCOTE! – sendo seguidos de exclamações parecidas dos outros.

– Ele tá certo, você foi ótimo. – disse Drica se deixando cair no tatame quando Derek a soltou. – Estava começando a achar que íamos ficar nisso até amanhã.

– Muito bom! – elogiou Seth abraçando seu aprendiz que respirava aliviado e orgulhoso.

– E com isso... – disse Marin anotando em sua prancheta. – Todos passam no exame de luta. – finalizou com um sorriso.

~*~

Médio misturava líquidos e pós em suas vidrarias, anotando em um diário surrado quando achava necessário. Apenas algumas tochas iluminavam o ambiente já que Máxima preferia usar as orbes para tarefas mais importantes do que iluminação.

Mínima estava meditando sentada no chão com algumas velas ao seu redor e Máxima estava encostada em um canto da sala, com seu capuz cobrindo o rosto.

– Estão... Indo até Leto. – disse a mulher sentada.

– Quem? – perguntou o homem, jogando um líquido verde de um tubo de ensaio no pó amarelo de um erlenmeyer, provocando uma reação borbulhante.

– A quimera e o gato.

– Devemos reforçar as tropas ao redor de Elephim, Máxima? – perguntou à outra mulher balançando o conteúdo do vidro em suas mãos.

– Hm... – pensou ela por um instante. – Não. Mande alguns soldados mais experientes junto com o Major para Carina, logo eles passarão por lá. E se ele puder levar algumas quimeras com ele seria útil.

– Quer mover as tropas tanto assim? – perguntou a mulher de tranças, ainda sentada.

– Precisamos nos mover um pouco mais antes que eles nos surpreendam.

– Compreendo.

– Dê esse aviso para o Capitão para que ele se comunique com o Major, certo, Mínima?

– Sim. – assentiu ela ficando de pé.

– Também diga para ele entrar em contato com o General e o mandar para o campo de treinamento, e que de lá me mande alguns soldados novos. E descubra onde o Coronel está e o mande manter o cerco em Solomon-Elsa no lugar do General. – com uma mesura, a mulher se retirou indo dar os recados, deixando Máxima e Médio sozinhos.

– E sobre o baile? – indagou o homem despejando o conteúdo do erlenmeyer em um tubo de ensaio quase vazio. A mistura pareceu crescer, mas voltou ao seu tamanho original. Terminado o processo, ele tampou o tubo com uma rolha e o guardou em seu casaco enquanto a mulher se aproximou dele, os sapatos de salto fazendo barulho.

– Queria falar com você sobre isso.

– O que você quer?

– Um veneno.

– De que tipo? – perguntou ele pegando um tubo de ensaio limpo e uma rolha.

– Do tipo que mate devagar e dolorosamente.

– Preciso de mais detalhes. – disse virando-se para ela.

– Algo que bloquei a passagem do sangue para o coração gradativamente, mas que desde o começo cause fortes dores no fígado e que mate em... Três dias.

Em resposta, o homem levou o tubo de ensaio até a boca e o posicionou embaixo de seu canino esquerdo, de onde um líquido cor de caramelo escorreu, enchendo o tubo. Lambeu a borda de vidro para limpá-la e tampou, entregando para Máxima, que tinha um sorriso satisfeito no rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem por favor, tenho tido poucos comentários nas últimas semanas :(