Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 17
Megan Davis.


Notas iniciais do capítulo

Não consegui esperar até amanhã pra postar :( kkkkk Espero que gostem meninas.
MISSWOOD MUITO OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO, POR SER UM AMOR SEMPRE E POR TODAS AS PALAVRAS TÃO CARINHOSAS! SEMPRE QUE EU VEJO OS COMENTÁRIOS TÃO LINDOS DE VOCÊS ME DÁ MAIS VONTADE DE POSTAR. ESPERO NÃO DECEPCIONÁ-LAS!



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Acordei com uma música tocando. Pisquei algumas vezes e vi o celular do Matthew em cima da mesa com a luz acesa. Ele estava dormindo, aliás, desmaiado, com o corpo todo em cima de mim e eu comecei a tentar acordá-lo.

“Matthew...” O balancei, ele gemeu e me apertou mais forte. “Matthew acorda!” O empurrei mais forte.

“O que foi?” Ele resmungou de olhos fechados ainda.

“Eu não consigo respirar com você me apertando assim.” Falei quase sem fôlego. Ele me soltou um pouco e me puxou fazendo com que eu ficasse deitada em cima dele.

“Melhor?” Ele falou ainda de olhos fechados.

“Bem melhor.” Respirei fundo e deitei minha cabeça em seu peito. “Seu celular está tocando.”

“São que horas?” Ele enrugou a testa. Levantei a cabeça para olhar o relógio em cima da mesinha ao lado da cama.

“5hrs da manhã.” Voltei a deitar a cabeça em seu peito, mas era simplesmente impossível tentar dormir com o barulho do celular. “Se você não atender, eu juro que vou jogar esse telefone pela janela.” Ele bufou e esticou o braço pra pegar o aparelho.

“É meu pai.” Ele olhou para o celular surpreso. Levantei um pouco o rosto e fiquei com o queixo apoiado nele. “Oi pai. Aconteceu alguma coisa?” Ele fez um olhar de espanto e se sentou de uma vez, o que fez com que nós dois perdêssemos o equilíbrio, já que estávamos deitados na beira da cama, e caíssemos no chão, eu caí de costas pra baixo e Matthew caiu em cima de mim, me esmagando.

“Aiiii!” Gritei de dor. Matthew tampou minha boca com sua mão e ficou sentado com uma perna de cada lado do meu corpo.

“Nada pai, só me conta como isso aconteceu. Sim, mas... Eu sei pai, mas ela só tem 15 anos!” Ele gritou exasperado e eu mordi sua mão. Ele me olhou com reprovação. “Acho que eu não quero falar com a minha mãe no momento. Não pai... Ah, oi mãe.” Ele bufou revirando os olhos.

“O que houve?” Sussurrei.

“Megan fugiu de casa!” Ele afastou o celular o colocando no ombro.

“Sua irmã caçula?!” Perguntei confusa. “Mas, a encontraram? Pra onde ele iria poder fugir?”

“Pra cá.” Ele fez uma cara feia voltando a falar no celular. “Eu sei, vou buscá-la, não se preocupem. Eu ligo aviso quando eu estiver com ela. Tudo bem mãe, só fique calma está bem? Não é o fim do mundo. Certo, tchau.” Ele desligou, se levantou e me ajudou a ficar em pé. “Você está bem?”

“Já estou ficando acostumada com os hematomas que você faz em mim.” Sentei na cama. “E então?”

“Meu pai falou que Megan saiu dizendo que iria dormir na casa de uma amiga, mas quando a empregada foi arrumar seu quarto viu que ela tinha levado mais roupas do que o necessário para se passar uma noite, então eles ligaram pra ela, depois de muitas tentativas ela finalmente os atendeu dizendo que estava em um avião a caminho de Nova Iorque.” Ele sentou ao meu lado apoiando a cabeça nas mãos.

“Relaxa Matt, é só uma adolescente fazendo loucuras de adolescente.” Tentei o tranquilizar.

“Ela vai se arrepender de ter vindo pra cá, vou garantir isso. Isso é coisa que se faça? Minha mãe quase enfartou quando descobriu que ela estava vindo pra cá e agora está me culpando também.” Ele ficou em pé andando de um lado para o outro.

“Ninguém é culpado! Não precisa desse exagero. Ela já deve estar de férias do colégio, deixa ela passar as férias aqui, qual problema?”

“Eu tenho uma lista com problemas, quer que eu comece?”

“Por favor...” Cruzei as pernas.

“Nós deveríamos, em tese, passar o feriado juntos. Só nós dois. Ela é uma criança, deveria estar casa com nossos pais. Embora eu a ame muito, mais que a mim mesmo, ela consegue ser terrivelmente irritante na maioria das vezes. E eu não a quero em uma cidade como Nova Iorque.” Levantei e coloquei a mão em seu braço.

“Vão ter muitos outros feriados, está bem?” Sorri. “Claro que eu preferia passar o feriado a dois, mas não vou morrer se tiver que dividir você com sua irmã mais nova. E honestamente, qual problema com Nova Iorque? Eu nasci e fui criada aqui.”

“É justamente por isso que eu não quero ela aqui.” Tirei minha mão do seu braço e dei um passo para trás.

“O que você está querendo dizer?” O olhei séria.

“Sophie, eu não... Eu não quis dizer isso. É só que... Deus, eu acordei aos sustos com minha irmã caçula fugindo de casa, releve o que eu disser, por favor.” Ele se aproximou e me abraçou.

“Claro. Eu... Ér... Eu entendo.” Afastei-me dele. “E a que horas ela chega?” Dei a volta na cama e sentei esticando as pernas.

“Com o fuso horário, por volta das 7hrs da manhã.”

“Tudo bem, então vamos buscá-la.” Dei de ombros.

“Na verdade Sophie...” Ele se aproximou devagar, sentando em minha frente. O olhei impaciente. “É melhor eu ir sozinho.”

“E por quê?”

“Porque tem toda essa história com a Lindsay e não quero que Megan suspeite de algo entre nós e saia ligando pra toda Califórnia pra dizer que estou dormindo com minha chefe.”

“Dormindo com sua chefe?”

“Bom, você mesma disse que não estamos namorando e francamente nem penso em um namoro agora. Primeiro eu preciso superar a Lindsay. Então como eu posso nos classificar?” Respirei fundo e engoli em seco. Levantei da cama e fui para meu closet. “Aonde você vai?” Ele me olhou nervoso.

“Correr.”

“Correr?” Ele veio atrás de mim. “A essa hora? Nesse frio?”

“Sim.”

“Então eu vou com você.” Ele se virou pra pegar sua roupa.

“Vou explicar mais detalhadamente, já que seu raciocínio de manhã cedo parece ser lento.” Fiquei em sua frente. “Eu vou correr, por que no momento, não estou muito afim de olhar pra você. Então seja um bom rapaz e me dê uns momentos de paz sozinha, sem você.” Ele me olhou incrédulo e eu saí para o banheiro me vestir.

Coloquei dois casacos, por que estava realmente frio. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e saí em linha reta para porta, afim de não esbarrar em Matthew. Cheguei ao parque que eu costumava frequentar para fazer minhas corridas, já tinham várias pessoas fazendo suas séries de exercícios, me alonguei, coloquei meus fones e comecei a caminhar. É Matthew, você cometeu várias infrações comigo hoje. Falar que não quer que a irmã fique aqui devido a forma que eu fui criada? Quer dizer, eu sei que não sou um amor de pessoa, a mulher mais perfeita do mundo... Mas, eu sou decente, honesta, tenho um trabalho direito... E o que ele quis dizer com ‘Superar a Lindsay’? Não tem o que superar... Esse noivado estava fadado a terminar, isso é um fato. E ainda querer que eu praticamente me esconda da família... Que coisa patética. E ainda fui rebaixada ao cargo de ‘Apenas uma chefe que dorme com um funcionário. É, mas... Se bem que... Minha consciência começou a me cutucar. Afinal eu tinha dito primeiro que não estávamos namorando. E eu falei sério, eu não queria namorar com ninguém, isso inclui ele. Mas, então por que fiquei tão incomodada de ver ele falando daquela forma? Por que você gosta dele sua burra. Não, não e não. Não gosto dele, me sinto atraída e isso é diferente. É química, pura biologia, são os hormônios, apenas isso. Aliás... Malditos hormônios. Então era melhor dar o espaço que ele queria, eu não tinha nada que me meter entre esses lances de família. Vou fazer o que ele mandou. Espera ai! Meu consciente me recriminou com um olhar fulminante. Eu sou Sophie Trammer e eu não sou mandada por ninguém, eu mando. Tirei o celular do bolso e já eram mais de 6hrs, decidi voltar pra casa, parar de fugir dos problemas e confrontar Matthew. Isso é... Se é que ele ainda estaria lá.

Abri a porta receosa e não vi sua bolsa no chão da sala, onde estava quando saí mais cedo. Ótimo, coloquei mais um pra correr. Entrei em meu quarto e o vi sentado em minha poltrona, só de calça, terminando de colocar os sapatos. Fechei os olhos e suspirei aliviada. Ele virou o rosto em minha direção e esboçou um sorriso.

“Mais calma?”

“Um pouco de oxigênio no cérebro faz bem.” Tirei um casaco. “Eu vou tomar banho e vamos buscar sua irmã no aeroporto.”

“Sophie, eu não falei pra você ficar aqui que eu iria sozinho?”

“Sim. Mas, no dia que eu obedecer alguém, pode me internar em algum hospício qualquer.”

“E o que eu vou dizer pra Megan quando ela nos vir juntos?”

“A verdade. Que somos amigos.” Dei de ombros e entrei no banheiro ignorando o seu olhar de reprovação.

Depois de me trocar, descemos até a garagem e andei em direção ao meu carro e Matthew passou direto indo em direção ao seu. O olhei sem entender nada.

“Eu tenho minhas condições também.” Ele entrou em seu carro e eu fiz uma cara feia, andei até ele e sentei no banco do passageiro.

Fomos todo o trajeto em silêncio, recostei minha cabeça no banco e fiquei olhando pela janela as paisagens. Preciso superar a Lindsay primeiro. Preciso superar a Lindsay primeiro.Torturei-me ao longo do caminho lembrando as coisas que Matthew havia falado. Chegamos ao aeroporto e sentei em uma das cadeiras para esperar Megan.

“Vou comprar café, quer alguma coisa?” Matt perguntou em pé ao meu lado.

“Não, obrigada.” Ele franziu a testa e saiu. Meu celular começou a tocar, tirei o da bolsa para ver quem era. “Luke, graças a Deus!” Falei aliviada.

“Olha... O que eu estou sentindo não é nem mais saudade, está em um nível superior a isso!” Ele falou dramatizando e eu comecei a rir.

“Quando você volta?”

“Chego sábado à noite!”

“Ainda bem! A que horas eu venho te buscar?”

“Na verdade... Kenny está indo comigo. O irmão dele vem nos buscar no aeroporto.”

“Kenny? Seu namorado fotógrafo gato e gostoso? Quer dizer que eu vou conhecer ele finalmente?”

“Vai!” Ele disse animado. “Ele vai passar o natal com a gente. Não é maravilhoso?”

“É mais que maravilhoso! Você sabe que eu fico feliz por você estar feliz.”

“É, mas você não está soando muito feliz. Aconteceu algo?” Droga Luke... Não consigo esconder nada de você.

“Uns problemas na empresa nada demais. Você sabe como eu fico neurótica pra resolver tudo logo.” Não deixava de ser verdade que eu estava preocupada com a outra loja vandalizada.

“Você vai conseguir resolver tudo, tenho certeza disso! E como estão as coisas com o bonitão?” Oh... Sabia que ele iria chegar nesse ponto.

“Estão bem, eu acho.” Olhei para Matthew que estava em pé na fila pra comprar café em um kiosque. “Nós estamos no aeroporto, a irmã mais nova dele fugiu de casa pra cá.”

“Nossa! Só estragou todo o feriado né!” Ele bufou.

“Não sei... Só espero que ela seja mais boazinha do que eu era aos 15 anos.” Comecei a rir.

“Ah eu lembro bem de você aos 15 anos. Era um pesadelo!”

“Você não era muito calmo também, se me lembro.”

“O que aconteceu nos 15, fica nos 15 ok?”

“Ok! Eu mal posso esperar pra te ver!”

“E eu! Quero saber se você e Kenny vão se dar bem.”

“Se ele te faz feliz Luke, já conquistou meu coração.” Suspirei dramatizando.

“Muito vadia mesmo...” Ele gargalhou. “Olha, eu preciso desligar, mas amanhã assim que por os pés em solo americano eu ligo pra você. E ai de você se não preparar um jantar maravilhoso pra mim.”

“Pode deixar comigo! Beijo Luke!” Desliguei o telefone e me sentia melhor. Era incrível como falar com Luke por uns minutos melhorava meu humor automaticamente.

“O vôo não atrasou, menos mal. Ela já deve estar chegando.” Matthew sentou ao meu lado e tomou um gole do seu café.

“Falei com Luke agora.”

“E como ele está?”

“Está bem, muito bem. Chega amanhã e trazendo o namorado novo.” Sorri tentando imaginar como era esse tal Kenny.

“Olha só... Parece que pelos menos um de nós está tendo sorte no amor.” Matthew sorriu também.

“Nem me fale.” Revirei os olhos. “Melhor irmos para o desembarque logo.” Levantei e ele veio andando ao meu lado.

O clima entre nós estava pesado e a tensão que existia era quase palpável. Eu desviava o olhar dele e sempre que ele me perguntava algo minhas respostas eram secas e curtas.

“Você vai continuar me ignorando até quando?” Ele andou ficando de frente a mim.

“Não estou te ignorando.” Mantive meu olhar nas janelas do aeroporto, olhando para o tempo lá fora.

“Então por que você não me olhou nos olhos nenhuma vez desde que saímos de casa?” Ele cruzou os braços. Respirei fundo e virei em sua direção o olhando com os olhos arregalados.

“Assim está bom?” Ele começou a rir e arregalou seus olhos azuis pra mim também, comecei a rir também.

“Assim está ótimo.” Ficamos nos olhando, agora sem olhos arregalados. “Eu gosto desses olhos lindos olhando pra mim.”

“Entendido.” Assenti com a cabeça.

“Me desculpe pelo o que eu disse mais cedo. Eu acho que tenho mesmo o pensamento lerdo logo de manhã.”

“Você disse que não tinha superado a Lindsay...” Ele me olhou sério.

“Acho que não quero falar sobre a Lindsay agora.”

“Tudo bem.” Tentei esboçar um sorriso.

“Está tudo bem mesmo? De verdade?” Ele começou a alisar meu braço.

“Claro, está sim. Os passageiros já estão desembarcando... Sua irmã deve estar naquele meio.”

Comecei a olhar para a multidão que passava pelos portões, Matthew também começou a procurá-la, então sorriu de orelha a orelha quando viu uma menina de cabelos castanhos e olhos tão azuis quanto os dele. Ela riu de volta e saiu correndo em sua direção pulando em seus braços, ele abraçou forte.

“Eu senti sua falta!” Ela falou ainda com os braços agarrados ao seu pescoço.

“Eu também sua pirralha.” Matthew sorriu e a soltou. “Mas, a próxima vez que fizer algo parecido com isso, eu mesmo vou acabar com a sua vida.”

“Não seja tão chato com sua irmãzinha que só estava morrendo de saudades de você!” Ele fez um beicinho e os olhos de Matthew suavizaram. Era notório o tamanho do amor que ele sentia por ela, só pela a forma de a olhar.

Megan era alta, tinha quase minha altura. Cabelos um pouco abaixo dos ombros, era magra e tinha um lindo rosto. Seus olhos me encontraram e ela fez uma cara de surpresa voltando a olhar para Matthew.

“Meggie essa é Sophie Trammer. Sophie, essa é minha irmã mais nova.” Eles fez as apresentações.

“Trammer? Espera... Você é a chefe?” Ela perguntou boquiaberta.

“Na verdade como não estamos em horário de expediente, eu passo de ‘a chefe’ para ‘a amiga’.” Sorri sem graça.

“Então quer dizer que você pode mandar no meu irmão e ele tem que fazer tudo o que disser?” Ela cerrou os olhos.

“Exatamente isso.”

“Isso é demais!” Ela falou com animação. “Sabia que você já foi eleita uma das empresárias mais bem vestidas do mundo?”

“Sério?” Perguntei surpresa.

“Seríssimo! Eu meio que tenho um blog sobre moda então eu estou por dentro desses assuntos.” Ela falou com orgulho.

“Que bom que reconhecem meu talento.” Coloquei uma mão no queixo pensativa, olhei para Matthew e ele estava com uma expressão de alivio no rosto.

“Sabe aquele vestido que você usou em um evento beneficente?” Ela segurou meu braço e fomos andando para pegar suas bagagens.

“Qual deles?”

“Um baile de mascaras.”

“Ah, claro. O Dior azul!” Matthew veio andando atrás de nós rindo.

“Meu Deus... Perfeição existe em forma de vestido.” Ela suspirou.

“Ele era lindo mesmo.” Sorri lembrando. “Sabe, eu tenho aquele Dior e mais uns 500 vestidos desses no meu closet. Fique a vontade pra me visitar qualquer dia!”

“Sério mesmo?” Ela parou me encarando.

“Claro, eu vou adorar passar um tempo com quem entende o que é moda e sabe o que é uma Vogue.” Olhei para Matthew.

“Você não sabe o que é a Vogue?” Ela o olhou com reprovação cruzando os braços.

“Eu sou mesmo obrigado a saber dessas coisas?” Ele tentou conter o riso. Megan me olhou em choque.

“Homens...” Ela disse bufando igualzinho Matthew fazia. “Você vê agora o que eu tenho que aguentar em casa?”

“Megan, tenho pena de você.” Coloquei a mão em seu ombro.

“Nós podemos ir na casa da Sophie depois Matt? Por favor, por favor!” Ela implorou e ele me olhou sorrindo.

“Claro Meggie, quando a Sophie quiser nós vamos até a casa dela.” O olhei e ele piscou pra mim.

“Oba!” Ela saltou de alegria. “É a primeira vez que eu venho pra Nova Iorque. Tem tanta coisa que eu quero fazer, tantos lugares que eu quero ir e..."

"Nem vá se animando muito Megan." Matthew a interrompeu. "Você acha que vai fugir de casa, viajar por horas e viver la vida loca aqui?"

"O que você está querendo dizer?" Ela cerrou os olhos e cruzou os braços.

"Que você está de castigo até segunda ordem. E só sai acompanhada por mim, e como eu passo a semana trabalhando, adivinha quem vai ficar trancada em casa?"

"Você não pode fazer isso comigo!" Ela bateu o pé.

"Na verdade eu posso."Ele passou por ela e foi pegar suas malas.

Ela ficou o encarando perplexa. Não pude deixar de lembrar de quando eu queria sair, mas Richard me trancava no quarto. Era impossível não me ver nela. A olhei receosa e fiquei de frente a ela.

"A gente vai dar um jeito nisso." Sussurrei. Ela me olhou como se não entendesse nada. "Deixa isso comigo tá?" Pisquei e ela assentiu tentando conter um riso.

"E como estão as coisas em casa?" Matthew voltou arrastando as duas malas.

"Bem... Só..." Ela fez uma cara feia. "Deixa pra lá, vamos embora, depois conversamos sobre isso."

"Não Megan. O que foi? Aconteceu algo com a mãe ou meu pai? Marissa está bem?" Ele a olhou preocupado.

"É que..." Ela suspirou. "A mamãe não aceitou bem essa história de você e a Lindsay." Matthew olhou pra mim enrugando a testa.

"Você tem razão, falamos sobre isso depois." Ele desviou o olhar. "Vamos tomar café da manhã. Está com fome?"

"Morrendo de fome." Ela sorriu. "A Sophie vem com a gente." Ela olhou pra mim. "Você vem né?"

"Bom..." Olhei para Matthew.

"É claro que ela vem." Ele me olhou sorrindo.

"Vou, claro." Desviei o olhar dele. "Eu conheço um lugar maravilhoso." Megan se animou novamente e enfim saímos do aeroporto.

Guiei Matthew para onde deveria ir e chegamos no local que eu tinha em mente. Um restaurante que ficava um pouco longe de onde eu morava, mas era lindo. Tons claros, o ambiente harmonioso... Eu adorava aquele lugar. Entramos e uma mulher veio nos receber.

"Srta. Trammer, Sr. Davis." Ela nos cumprimentou. "É um prazer revê-los." Sorrimos educadamente. "Deixem-me acompanhá-los até sua mesa. A senhorita vai querer a mesa de sempre?"

"Sim Mariah, por favor." Assenti e ela nos guiou até minha mesa rotineira. Sentamos e um garçom veio anotar nossos pedidos e saiu em seguida.

"Vocês devem vir muito aqui, já sabem até quem vocês são." Ela começou a rir.

"A Sophie é dona desse restaurante Meggie." Matthew falou sorrindo pra mim. Megan me olhou sorrindo também.

"Gostou do lugar?" Perguntei a ela.

"É perfeito. Tão aconchegante..." Ela começou a olhar ao redor.

"Seu irmão que comandou as obras da reforma que fizemos aqui recentemente." O olhei. "Ele tem bom gosto. Mesmo sem saber o que é a Vogue." Ele sorriu mais abertamente.

"Com licença Sr. Davis, Srta. Trammer." John, o gerente do restaurante ficou em pé ao lado da nossa mesa. "Eu sinto muitíssimo interromper vocês, mas eu tenho uns papéis que precisam da assinatura de um dos dois. Se não for muito incomodo é claro."

"Imagina John, eu vou ao escritório com você." Matthew se levantou. "Eu já volto meninas." Sorrimos e ele saiu.

"Vocês parecem se dar muito bem." Megan disse ainda olhando para Matthew enquanto ele acompanhava John.

"Sim. Nos damos bem." Dei um gole em minha água.

"E você começou a gostar dele antes ou depois dele e Lindsay terem terminado?" Ela se virou para mim e eu comecei a engasgar com a água.

"Do que você está falando?" Falei em meio a tosses.

"Sophie..." Ela me olhou rindo. "Eu tenho 15 anos, não sou cega. Eu vi o jeito que se olham, o jeito que falam um com o outro."

"Megan... Por favor,não entenda as coisas errado. Eu não fiz nada para separar ele da demon... Quer dizer, da Lindsay. Eu não sei como era o relacionamento de vocês duas, mas eu preciso que acredite em mim."

"Sophie, relaxa." Ela colocou sua mão em cima da minha. "Eu sempre tive um bom relacionamento com Lindsay. Mas..." Ela fez uma careta. "Ela como namorada... Eu não quero dizer que ela era ruim, ela não era. Meu irmão foi muito feliz ao seu lado. É só que, por ela, eles iriam viver a mesma vidinha de sempre. Matt não estava feliz com o emprego, era notório. Só minha mãe e Lindsay não queriam ver. E desde que ele se mudou pra cá e está trabalhando com algo que ele realmente ama... Ele está diferente. Eu notei isso até quando falei com ele por telefone. Eu sinto que ele está feliz agora e acho que tem a ver com você. Porque você o desafia a ser uma pessoa melhor. E se é isso mesmo que está fazendo, por favor não pare." Eu sorri sem graça e fiquei aliviada.

“Eu fico feliz que pense assim Megan. Eu nunca iria querer menos que a felicidade dele. Mas, vamos deixar isso só entre nós duas está bem?”

“Por que?”

“O seu irmão pediu segredo.”

“Segredo? De quem?”

“Bom, de você.” Ela me olhou confusa. “Ele ficou com receio de que você contaria algo pra sua família e eles provavelmente não iriam reagir bem.”

“É, acho que minha mãe iria desejar sua morte.”

“E nós não queremos isso.” Falei tentando conter o nervosismo. “E bom, não é como se estivéssemos casados ou algo do tipo. Só estamos aproveitando o tempo juntos e...” Olhei para ela e revirei os olhos. “Eu vou me calar, não vou falar da minha vida amorosa com seu irmão.”

“Ah... Por que não?” Ela fez beicinho.

“Por que é seu irmão. E isso é no mínimo muito perturbador.”

“Realmente... Acho que tem coisas que eu não quero saber.” Ela fez cara de nojo.

“Você não irá, pode deixar.” Sorri.

“Voltei.” Matthew sentou em seu lugar. “Falaram muito mal de mim?”

“Só estava contando seus podres.” Megan deu língua pra ele.

“Então se eu for demitido, já sei de quem é a culpa.”

“Sua chefe não tem mais ânimo pra achar outro vice-presidente, por isso ela se contenta com você mesmo.” Falei com divertimento, ele me olhou se fingindo de ofendido.

“Muito obrigado Srta. Trammer, estou tocado com suas palavras.” Começamos a rir.

Nossos pedidos chegaram e começamos a comer enquanto conversávamos. Eu tinha adorado Megan, ela era divertida, animada, controladora... Parecia eu com 15 anos. Mas, a versão com mais juízo. Quando terminamos de comer, Matthew e ela foram me deixar em casa.

“Foi um prazer te conhecer Megan, o convite pra visitar meu closet está de pé, fique a vontade pra vir quando quiser.” Falei e ela me deu um breve abraço.

“Eu virei, com certeza. Nem que eu tenha que obrigar Matt a me trazer.” Ela sorriu e entrou no carro.

“Obrigada por não me obedecer.” Ele falou baixinho e eu o olhei confusa. “É bom ver ela se dando bem com você. Achei que não iriam se dar bem, mas como sempre, você estava certa e eu errado.”

“Ela é um amor. É fácil gostar dela.” Dei de ombros.

Ele esticou a mão para eu apertar e eu o fiz olhando com divertimento, ele apontou a cabeça em direção a Megan, que estrategicamente estava fingindo mexer no celular, aposto que para tentar dar alguma privacidade para nós.

“Eu te ligo mais tarde.” Ele sussurrou rindo.

“Certo.” Sussurrei também. Ele sorriu e deu a volta ao carro entrando e eles foram embora.

Megan Davis... Não sei por que, mas sinto que vamos ser grandes amigas.


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