Hey, One-Shots! escrita por not found, Maria Clara, Lubs, Pudim de Menta, Cherry Pitch


Capítulo 2
Frank e Hazel - Por Pudim de Menta


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, bom eu sou a Pudim e estou muito grata pela Floco ter deixado eu participar do projeto.
Ela é uma UA, então as personalidades deles são um pouquinho diferentes e minhas ones nem todas vão ser ligadas



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Frank tinha tido um dos seus sonhos malucos novamente, sonhos que serviam apenas para fermentar ideias na cabeça dele, ideias de livros que ele nunca escreveria.

Ele estava em silêncio, lutando para manter os olhos abertos, e o pastor não terminava de falar, estava dando sermão sobre amar o próximo ou algo do gênero.

Frank morava em uma daquelas cidades pequenas muito conservadoras e religiosas, hoje era a reunião de domingo, Frank detestava aquela cidade, se você fosse um milímetro fora do padrão imposto você já era considerado um pecador.

Não que ele desrespeitasse as crenças da cidade ou não acreditasse em nada espiritual, ele até tinha suas crenças, mas conhecendo o povo daquela cidadela era melhor manter para si mesmo.

Ele observou melhor o ambiente ao seu redor, no banco ao lado estava Jason e sua família, ou seja, a família dos hipócritas, Zeus estava lá todo domingo, era conhecido por ser um homem devotado, mas já se perdeu as contas de quantas vezes traiu Hera e nem vamos dizer o quanto Jason era uma péssima pessoa, para falar a verdade Jason era apenas filho de Zeus, que veio de um relacionamento de verão, uma família tão desestruturada e toda a cidade parecia inveja-los e idolatra-los.

Mas ninguém comentava sobre Thalia, outro fruto dos relacionamentos de Zeus.

Frank olhou uns bancos à frente, e lá estava uma das famílias mais julgadas da cidade, os Jackson, o pai de Percy sumiu, Sally cuidou do garoto sozinha e o menino Zhang adorava aqueles dois.

A garota do banco da frente virou-se para Frank, foi num micro segundo e deu uma piscadinha para ele, Drew Tanaka, uma menina de feições asiáticas, a avó do garoto sonhava que um dia ele se envolvesse com Frank.

Tanaka, outra família supostamente perfeita, a ex-esposa do senhor Tanaka tinha ido embora há muito tempo e desde então Tanaka trocava mais de namorada do que Drew trocava de roupa, sem falar de seus negócios ilícitos, apesar de não ter provas Frank tinha certeza que aquele homem tinha sujeira no histórico.

O sermão terminou e logo todo mundo foi saindo da pequena igreja, algumas mulheres pararam ali na frente para fofocar, isso incluía a Avó de Frank, Hera e Demeter.

O garoto ficou por perto da Avó e ouviu fragmentos da conversa.

― A minha filha Perséfone, foi embora com aquele Hades, logo para Miami, um lugar tão sórdido. ― Demeter lamentou.

O jovem riu mentalmente, todo mundo naquela cidadela achava que cidades grandes eram a mais pura esbórnia e repleto de coisas sórdidas.

Então ela passou no outro lado da rua, Hazel Levesque, uma menina de pele negra, cabelos cacheados e longos, usava uma blusa preta, com alguma estampa relacionada ao Rock e andava de skate na calçada.

Frank acenou, eles eram parceiros na aula de química e muito amigos, só que quase ninguém sabia disso, a garota acenou de volta e com sua pequena distração ela bateu na lata de lixo que se encontrava na calçada.

― aquela garota de novo, arranjando problemas. ― reclamou a senhora Zhang e as outras duas mulheres aderiram ao coro.

Quanta hipocrisia, o pastor acabou de fazer um sermão sobre o amor ao próximo...

 Eles falavam como se Hazel tivesse roubado um banco, explodido um carro ou matado alguém, ela apenas havia caído de skate e derrubado uma lata de lixo.

O menino olhou para direção onde à menina havia caído, a lata de lixo já estava em seu devido lugar e Hazel havia evaporado.

As mulheres se despediram e Frank deu graças silenciosamente, pensando que já estava indo para sua casa, sua avó foi andando até o estacionamento, os sapatos dela produziam um barulho irritante e como de costume ela estava reclamando de alguma coisa.

Ela viu os Tanaka andando pelo estacionamento e acenou para eles.

E as famílias foram uma em direção a outra.

― Belo vestido senhorita. ― a avó elogiou Drew, Frank nem sabia que ela era capaz de um elogio.

Drew usava um vestido com floreios brancos e o resto azul claro, ia até os joelhos e as mangas até o pulso, o cabelo dela estava arrumando em um coque.

Quem via Drew na igreja pensava que ela estava treinando para ser freira ou algo do tipo.

― Gostariam de almoçar lá em casa? ― convidou à senhora Zhang.

― Drew tem que treinar para o concurso de soletração. ― explicou o senhor Tanaka. ― não poderemos ir.

― Boa sorte garota. ― a mulher desejou e Frank tentou não revirar os olhos, com certeza Drew estava mentindo para o pai, nem no concurso ela estava, todos os adolescentes sabiam que nas segundas feiras ela ficava andando com Jason, pois era o único dia em que Pipper, a namorada que Jason traia, não via o tal namorado e sabe-se lá o que Drew e Jason faziam.

Mas os mais velhos tomavam Drew como uma espécie de exemplo e obviamente nem eles e nem Pipper sabiam que ela se agarrava com o Jason

Finalmente neto e avó se dirigiram par ao seu veiculo, Frank que conduziu o carro, assim que chegou a casa o garoto correu para seu quarto e logo foi tomar um banho.

Assim que havia terminado tudo e já estava vestido, sem camisa e com suas confortáveis calças de moletom, trancou a porta do quarto, pegou sua caixa de sapatos em baixo da cama, onde estavam seus preciosos contos, que ele mesmo havia escrito.

Ele escrevia suas histórias no computador, depois imprimia e guardava tudo em baixo da cama e apagava do computador qualquer resquício de seus textos.

Leu um dos seus contos novamente, depois colocou tudo no seu devido lugar, a avó de Frank detestava que o menino escrevesse, ele até manifestou o desejo a ela de ser um escritor, mas ela nunca permitiria, sempre disse que havia lido nas estrelas o destino de Frank, disse que ele moraria naquela cidade, casaria com uma garota que honraria suas origens e seria um advogado.

Mas Frank não acreditava naquela baboseira de “ler estrelas”, e nem sua avó, mas foi uma artimanha que ela usou por anos com o garoto.

Ele ligou se computador e sentou-se na cadeira, pronto para redigir mais um conto ou texto.

Mas Hazel não saia de seus pensamentos, ele nem tinha ideia de quando aquilo havia começado, ele só sabia que gostava daquela garota.

A única coisa que tinha certeza era que sua avó jamais a aprovaria.

Hazel era um peixe fora d’água naquela cidade conservadora e hipócrita, onde as pessoas escondiam suas verdades tecendo mentiras tão incoerentes, mas tão aceitas.

Hazel era liberal, não se importava com a tal da boa moral e bons costumes, pouco se lixava para tradições familiares, já que sua família era toda desmantelada , ela era feminista, fã de rock pesado e skatista nata. Naquela cidade essas três coisas tinham fama de ser coisa do demônio e às vezes Hazel era chamada de coisas tão terríveis.

Mas ela não ligava, por que sabia que as coisas que fazia nada tinham a ver com o inferno, mas em uma cidade onde usar preto era uma espécie de coisa errada ou pecado não podia se esperar muito.

O adolescente mal conseguiu esboçar um parágrafo, um tempo depois sua avó chamou para o almoço, fez sua refeição e passou o resto da tarde treinando para o concurso de soletração.

Frank foi para a escola na segunda, tudo correu normalmente, ele até ganhou o tal concurso.

Já era o fim do dia,quando ele andava com o pequeno troféu, ele cantava uma música qualquer e observava as rachaduras da calçada, até alguém passar perto dele de Skate.

― Oi mestre dos arcos. ― era Hazel e o coração do garoto deu um pulo.

Ele a observou, Hazel cheirava a lavanda, tinha uma mochila nas costas e usava um casaco e os cabelos cacheados estavam presos em um coque.

― Está indo para algum lugar? ― ele perguntou e colocou as mãos nos bolsos.

― Que tal New York. ― ela respondeu.

― Você tá brincando. ― Riu, pensando que era mais uma das piadas dela sem graça, mas que apenas ele ria.

― Não estou brincando. ― ela crispou os lábios e naquele momento o jovem soube, ela estava falando sério. ― Estou farta dessa cidade, vou fazer 18, daqui dois meses, e tenho um meio irmão em Nova York que está disposto a me acolher.

― Então boa sorte. ― o sorriso de Frank ficou murcho, como ele ficaria naquela cidade?

― Vamos nós dois. ― ela sugeriu.

― Que matar minha avó. ― ele rebateu.

― Ai Frank. ― ela suspirou derrotada e entregou um papel para ele. ― Meu novo número de telefone, caso me procure.

Ele pegou o papel e guardou nos bolsos e assistiu Hazel marchar na direção da rodoviária.

Naquele dia o garoto voltou para casa desolado, ele havia perdido sua amiga e ainda por cima a garota que ele gostava, ela estava indo para New York.

Naquele momento apenas Frank sabe o quanto desejou ter a coragem dela, ambos detestavam aquela cidade, Hazel costumava chamar de reduto da hipocrisia.

As semanas iam passando, Frank continuava a escrever contos, um dia ele teve uma ideia, todos aqueles contos juntos que estavam enfiados em uma caixa de sapato e tornaria um livro.

Ele revisou tudo novamente, corrigiu tudo, mudou algumas coisas e em semanas ele estava colocando tudo em um envelope pardo e mandando escondido de sua avó para uma editora.

Dois dias antes de se formar na escola  ele recebeu a resposta, iam publicar, mais algumas semanas se passaram e o livro foi um sucesso, o jovem até se espantou como ele não tinha sido descoberto pela sua avó, e quando ele já tinha mandando os papéis ele já era maior de idade e pode cuidar de tudo ele mesmo.

Ele havia conseguido algum dinheiro e fez o que tanto queria, mas o que tanto tinha medo, pegou o telefone de Hazel que Frank havia guardado com zelo junto a sua preciosa caixa de sapato.

Um pouco apreensivo discou o numero, chamou por alguns segundos e alguém atendeu.

―Alo? ― Uma voz feminina e receosa falou doutro lado da linha, era a voz de Hazel e ele a reconheceria a quilômetros de distancia.

― Hazel, sou eu, o Frank. ― ele falou pelo telefone, completamente empolgado.

― Frank. ― a garota gritou do outro lado da linha.

― Eu estou indo para New York. ― ele falou antes que perdesse a coragem. ― No sábado.

Chegada à madrugada do dia prometido, Frank segurava uma mala, estava na sala de visita de sua casa, contemplou o cômodo com uma espécie de olhar nostálgico, deixaria saudade, por que ali foi o ultimo lugar que ele viu sua mãe antes dela partir para uma operação do exercito e nunca mais voltar, até hoje não se sabe o que houve com ela.

Deixou uma lagrima escapar, pegou um papel e escreveu o seguinte.

Obrigado vó por cuidar de mim, mesmo que não quisesse.

 Frank suspeitava que a avó não gostasse muito dele, ela era uma mulher muito fria e de muito rancor, mas  ele nunca disse suas suspeitas em voz alta e continuou o seu bilhete.

Bom, não sei seus sentimentos a respeito de seu neto, mas eu estou indo embora, para New York.

 E no fim do bilhete ele deixou um número de telefone.

Saiu de casa, com a mala na mão e a roupa do corpo, o cartão de sua conta bancária e comida para o trajeto.

Comprou um bilhete para a cidade mais próxima, já que não havia nada para New York, talvez lá ele conseguisse.

Ele ia sentir saudade de sua casa, onde ele viu a mãe pela ultima vez, ia sentir saudade de Percy e Sally.

E daí que era completamente inconsequente e que não era uma atitude no estilo Frank de ser, e daí que Hazel podia não gostar dele, e daí que o único jeito de viver era aquele livro que havia publicado e talvez o outro não fosse um sucesso, e daí que não tinha onde morar em New York e não tinha um trabalho.

E daí?

Aquilo tudo estava misturado ao sentimento bom de deixar a cidade que tanto odiava para ir até a garota que amava.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente desculpa a quem shippa Jason e Pipper, foi mals...
Eu preferi não detalhar muito como Frank começou a gostar dele, mas eles já tinham uma certa amizade.
Mas a Hazel gostava dele? Ai é por conta da imaginação de vcs.
E a mãe da Hazel? Então nesse universo ela é dona de uma joalheria, mas como a joalheria está em varias cidades, ela não vê muito a Hazel, depois a Hazel falou que estava em NY e a mãe dela manda dinheiro para ela, mas ambas não se veem e nem se falam muito e o pai da Hazel deixou a mãe dela por outra, ai ninguém é parente de quase ninguém, mas preferi detalhar no Frank.
Beijos



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