– Gente, pela última vez, eu estou bem! – Skye reclamava com seus dois amigos cientistas que não paravam de mexer com ela desde a ligação com os heróis Vingadores. – Aquilo foi só maneira de falar, não levem tudo à sério!

– Mas foi uma emoção e tanto para você, não foi? – Jemma sorriu para a amiga, que a devolveu um sorriso ainda maior. – E meu Deus, o Capitão fica cada vez mais lindo, como isso é possível? – Skye concordou, porém Fitz revirou os olhos.

O time estava bastante animado para passar um bom tempo na Triskelion em Washington DC, era algo novo para a maioria deles, e todos estavam animados. Bom, pelo menos a maior parte do grupo. Era bem provável que Fitz-Simmons correriam para o laboratório local, e Skye talvez fizesse mais e mais perguntas para os Vingadores. Ela era bastante agitada e cheia de energia, era uma das coisas que Coulson mais gostava na menina.

Enquanto Fitz, Simmons e Skye conversavam animadamente no laboratório – Skye como sempre sentada em cima da mesa enquanto seus amigos inventavam coisas – Coulson estava se preparando psicologicamente para sua volta à Triskelion depois de algum tempo. Para a maioria, ele havia morrido na invasão Chitauri, então seria uma bela de uma surpresa se ele simplesmente chegasse lá e começasse a dar ordens e passar informações. Ele até iria começar a preparar um discurso cheio de enrolação, mas May abriu a porta devagar como se pedisse por autorização para entrar. Ao ser concedida, ela entrou e se comunicou brevemente.

– Estamos pousando em meia hora. Já avisei à agente Hill sobre nossa chegada, ela, Fury e os Vingadores estarão esperando por nós. – May fora breve.

– Tudo bem, obrigada, agente May. – ele se despediu dela com um sorriso, respirando fundo assim que ela fechara a porta. Seria um dia longo, disso ele tinha certeza. Mas não queria se preocupar com mais nada pela próxima meia hora, somente descansar a cabeça e relaxar.

De volta à SHIELD, Natasha estava quase alcançando a sala de Fury quando uma sombra a puxou para o lado oposto. Ela estava preparada para atacar, mas respirou aliviada e ao mesmo tempo irritada por ser Clint.

– O que faz aqui? Quando voltou de missão? – ela perguntou com certa raiva na voz.

– Eu é que pergunto, o que você faz aqui? E eu voltei hoje de manhã, estou muito bem, obrigado. – Clint se divertia com a cara da ruiva, mas ela não estava para brincadeiras.

– Resolver certas coisas com o Fury. – ela tentou sair, mas Clint a segurou de volta enquanto recebia um olhar mortal da Vingadora.

– Agora não, nesse momento eu tenho certeza que ele não poderá te responder absolutamente nada.

– Por quê não?

– Coulson está vindo. Em alguns minutos deve estar pousando. – a ruiva ficou em choque. Ela esperava ter mais tempo para receber melhor a notícia, que por enquanto ainda estava entalada na sua garganta.

– O quê? Mas como, para onde vamos? – o Gavião apontou com a cabeça para o lado de fora da base, onde ficavam as aeronaves e quinjets. – Ah, claro. – ela suspirou enquanto ia na frente, com seu amigo rindo logo atrás.

Quando chegaram lá, todos estavam parados ao lado de um quinjet em construção, onde esperavam à poucas distâncias do local onde o Ônibus pousaria. A ruiva conseguiu ver de longe a agente Hill falando ao comunicador, provavelmente mandando comandas para May, que pilotava o avião. Por mais incrível que fosse, as três agentes já foram o trio mais temido da SHIELD na época de treinamento. Era impossível dizer o nome de uma delas para um novato e ele não tremer da cabeça aos pés só de imaginar algum contato com as agentes.

De longe puderam ver algo se aproximar, e então a camuflagem se desfez e revelou o grande avião negro pairando sobre a Triskelion. Quando as pessoas começaram a descer, Natasha logo soube que Coulson seria o último. Os primeiros foram dois jovens bem brancos e com um sotaque perceptível, ela logo percebeu que se tratava da bioquímica e do cientista que Fury tanto fala. Eles cumprimentaram todos com bastante animação, mas a mais animada ainda estava por vir. A morena de olhos levemente puxados se aproximava com a boca aberta e um sorriso enorme no rosto. Todos gostaram dela, Skye era bem extrovertida e passou uma sensação de alegria para todos que estavam um pouco tensos. Até mesmo Melinda, que vinha logo atrás, deu um pequeno sorriso ao ver a garota com um sorriso maior que o rosto.

Depois das devidas apresentações pessoalmente, um velho conhecido de todos surgiu. Coulson, por mais que tentasse parecer normal, estava um pouco nervoso. Recebeu os cumprimentos de Fury e Maria Hill, enquanto se posicionava frente a frente aos Vingadores. Thor foi o primeiro a se manifestar, dando um abraço forte e apertado em Coulson, tirando-o do chão.

– É bom te ver, filho de Coul. – o loiro gigante disse com um sorriso sincero, e o homem menor riu baixo com seu nome.

– É bom te ver também, Deus do Trovão. – Coulson sorriu e falou rapidamente com os outros, até chegar em Natasha e Steve, que estavam lado a lado. O Capitão mantinha um envelope em mãos, e um sorriso estampado no rosto.

– Espero não ser tarde, agente Coulson. – Steve entregou o envelope branco para o agente, que ao abrir quase teve um pequeno surto, mas para não render piadas depois, ele apenas se conteve.

– Nunca é tarde, Capitão Rogers. – ele esticou apenas a mão para um cumprimento, mas Steve pareceu ler sua mente e lhe deu um forte abraço. Aquele momento, provavelmente, ficaria na sua memória para o resto de sua vida. E pelo jeito não só na memória, pois um flash invadiu a cena, o que rendeu olhares para a única pessoa que poderia ter feito isso.

– Me desculpem, não sabia que era proibido tirar fotos... – Skye cruzou os braços em sua defesa.

Natasha quis espancar Coulson. Afinal, já era a segunda vez que descobrira que estava sendo enganada, e para ela fora a gota d’água. Sua expressão não era nada boa, mas ainda assim o mais velho se aproximou dela com um doce sorriso.

– Agente Romanoff. – ela ficou um bom tempo encarando a mão dele esticada em sua direção, mas a afastou com um tapa. Todos ficaram surpresos com sua reação, menos Coulson. Conhecia bem a ruiva para saber que aquilo era pura chateação. Tanto que, depois de alguns segundos, ela descruzou os braços e lhe deu um forte abraço.

– Nunca mais faça isso comigo, Phil. Ou da próxima vez eu te mato, e vai ser para valer. – ela murmurou após um tempo abraçada à ele.

– Não vou desapontá-la, Romanoff. – brincalhão como sempre, Coulson conseguiu arrancar um pequeno riso da ruiva, porém ninguém além dele havia percebido.