Papais de Primeira Viagem escrita por Lady Purpurina


Capítulo 3
Sally e Maria


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e obrigada aos que comentaram e aos 26 acompanhamentos.



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–Não, Percy. Ainda não.
O médico tentava inutilmente explicar ao homem que não se pode ver o sexo de um bebê de dois meses. Ele praticamente nem tinha um ainda.
Mas quem disse que Percy compreendia? Tentar explicar aquilo a ele era a mesma coisa de tentar explicar à Afrodite como se colhe cereais. Impossível.
Enquanto ele emburrava por não saber se teria uma filha ou um filho (Percy é uma pessoa muito curiosa) Annabeth estava às lágrimas por simplesmente ver aquele borrão na pequena tela da tevê por cima da mesa.
Mas agora, apesar de não ver nada, Percy sabia que seu filho viria da barriga de Annabeth.
Flash back on
Percy estava pensativo (uma coisa rara ao ver de Annabeth). Seus olhos verdes estavam fixos no letreiro onde se lia Dr. Solace.
Só Zeus saiba o que ele estava pensando.
–Annie, o nosso filho sairá da sua cabeça?
Que tipo de pergunta era aquela? De onde ele havia tirado isso?
–Como assim querido? -ela sorria e seu tom era doce. Estavam em público. Não iria passar vergonha.
–Você se lembra, de quando estávamos no labirinto... -ela se lembrou dos dias que havia chorado por Percy, achando que ele estava morto- ... e você me disse que você surgiu da cabeça da sua mãe? então era disso que ele estava falando!
Seu bebê não sairia de sua cabeça, esperava.
Não, não iria sair. Sua mãe era casta. Ela não.
–Não Percy. Seu filho vai vir da minha barriga, tá legal?
Ele, por pensamento, suspirou aliviado. Ele achava que Annabeth era um pouco traumatizada por não ter tido um parto normal e, se a mãe não gostava muito, imagine o bebê? Percy queria que seu filho ou filha fosse o mais feliz possível.
Pena que essa não é uma coisa constante em um dos mundos em que ele vivia.
Flash back off
Apesar de Percy estar agindo como uma criança de quatro anos, Annabeth procurou saber coisas que realmente importavam agora, como a saúde do seu filho. O sexo nem importava tanto.
É isso. Queria que o sexo do filho fosse surpresa.
Pelo menos só para ela, porque Percy nunca em um milhão de anos concordaria.
Deixaria bem claro para ele depois.
~~~
Haviam saído do consultório. Agora tinham outra missão: contar à Sally que ela seria vovó.
Seria bem fácil, pois, a outra avó era uma deusa e não gostava muito do genro.
Enquanto Percy andava pelas ruas de Nova Iorque ela resolveu falar que não queria descobrir se teria um mini Percy ou uma mini Annabeth.
–Percy...
Ele estava com os olhos fixos nas ruas à sua frente, um milagre, já que nunca conseguia ficar com os olhos parados por mais de cinco minutos em um só lugar. Mas assim que ouviu sua voz se virou. Pelo menos se ela pedisse outro bolo eles estavam indo para a casa de sua mãe.
–Eu estava pensando em uma coisa... -ela andava pensando em muitas coisas ultimamente-... então. Eu não quero saber o sexo do nosso bebê.
O quê? Ele estava mais que ansioso para saber se pintava o quarto de azul claro ou azul escuro e ela não queria saber? Ele não iria falar nada a respeito. Desconfiava que Annie ficava com raiva com mais frequência nos últimos tempos por motivos muito pequenos.
–Ora, Annie. Por que?
Ele estava calmo. Ele era uma pessoa bem calma e aquilo irritava Annabeth.
–Porque sim.
Era esse o tipo de resposta para quase todas as perguntas envolvendo porquê que ele fazia.
Ele se desse uma resposta dessas não poderia dar irmãos ao filho.
E queria ter uma grande família.
Antes que pudesse dar qualquer outra resposta viu que chegaram em frente a casa da mãe. Sorriu no mesmo instante.
Estava com saudades. Da mãe e dos cookies azuis.
Tocou a campainha.
Ela fez um barulho parecido com o de mil sininhos tocando ao mesmo tempo.
Annabeth amava a sogra, mas não dizia o mesmo sobre o toque de sua campainha.
Um minuto depois uma mulher com um avental cheio de morangos desenhados abriu a porta. Olhou a porta e sorriu também. Ela tinha brilho nos olhos.
–Filho!
Ela apressadamente abraçou o filho. Annabeth ficou observando. Queria ter uma relação assim com sua mãe também.
Cerca de três minutos depois (Sally dava abraços muito longos) eles se separaram e Percy deu um beijo na testa da mãe e foi para o lado da esposa, que sorria.
Sally praticamente o empurrou pra abraçar a nora.
Ela gostava muito de Annabeth. A considerava sua filha e sempre soube ela iria se casar com seu filho.
–Oh querida! Quanto tempo! Você parece mais...- ela olhou para os braços da loira, mais cheinhos que o normal. Percy no mesmo segundo começou a fazer uma prece silenciosa: não fale gorda, não fale gorda, tudo menos gorda- saudável.
O homem suspirou aliviado. O que menos queria era Annabeth paranoica por estar engordando. Por mais que ele falasse que não, ela estava sim um pouco mais macia que o normal.
Que Annabeth não o ouça.
–Andem, vamos entrar, fiz uns biscoitos.
Entraram e cumprimentaram Paul, que estava de saída. Iria dar aulas.
Assim que estavam sentados e comendo muitas coisas azuis (era por esse motivo e muitos outros o porque de Percy amar a mãe.) quando Sally tocou no assunto.
–Queridos, a quê devo a honra de sua visita?
Quando Annabeth iria falar sobre o que realmente foram fazer ali Percy a interrompeu.
–Só quis te ver, mãe. Estava com saudades.
Ele estava nervoso. Annabeth sabia disso porque só podia comer com uma mão. A outra Percy não largava.
A doce senhora sorriu.
–Sabe eu imagino o dia em que vocês iram vir aqui com meus netinhos, todos correndo pra lá e pra cá, com um deles no meu colo...
Ela não terminou a frase. Percy havia se engasgado com seu achocolatado azul e Annabeth estava dando tapas em suas costas.
Passado o acontecimento Percy resolveu falar.
–Mãe, foi sobre isso que eu vim falar.
Como ele estava sem expressão, a senhora se assustou.
–O quê? Annie não pode ter filhos? Vocês podem adotar! Eu fui em um orfanato mês passado ver umas crianças, e vi uma garotinha loirinha, seu nome é Maria, vocês poderiam a adotar, ela é uma menininha muito...
Ela não terminou a frase, pois Annabeth falou primeiro.
–Não Sally. Na verdade eu- ela colocou a mão livre sobre a barriga- estou grávida. ela esperava que a sogra não tivesse a mesma reação que o marido e desmaiasse.
Os olhos castanhos da mulher se encheram de lágrimas.
Ela iria ter um neto!
Correu e abraçou a mulher, que sorria e chorava também.
E Percy ficou ali, parado, atônito com as duas mulheres de sua vida chorando.
Até que Sally o puxou para o abraço também.
Ela tinha uma força surpreendente.
~~~
Eles passaram a tarde ali, ouvindo histórias de quando Percy era bebê e vendo fotos constrangedoras dele nu na banheira ou chorando em cima do elefante voador do parque.


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Notas finais do capítulo

Comentem.



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