Ela te ama, idiota! - Perina escrita por Bel


Capítulo 26
Outra recaída? a nãoo


Notas iniciais do capítulo

Genteee, demorei mas ai está novo cap, espero que gostem



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– Ei garotas, o problema do ônibus não vai poder ser resolvido agora e....

– Como assim? E nós vamos ficar onde então? – Interrompi João.

– Como eu ia dizendo antes de uma louca cortar minha fala... – ele olhou pra mim –Vamos ficar em um hotel pelo menos até amanhã de manhã e depois partimos, não dará para consertar o ônibus agora, vamos ter que esperar.

– Vamos ficar em que hotel? – perguntou Bi.

– Bom, Cobra está cuidando disso.

– Cobra? Era melhor pedir carona na beira da estrada, porque né... Isso não vai prestar.

– Eu ouvi isso, Bi. – Cobra acabara de entrar no ônibus – E vamos logo, peguem suas coisas, já temos onde passar a noite.

Todo mundo se organizou, pegou seus devidos pertences e fomos rumo ao nosso destino dessa noite. Andamos um pouco até o hotel, mas não foi muita coisa.

– Como você achou isso aqui, Cobra? – Duca perguntou, olhando para o amigo.

– Já conhecia. – Ele deu de ombros – Então lembrei.

– Hm, então quer dizer que você anda frequentando hotéis de beira de estrada ultimamente? – Duca riu.

– Para casos de emergência, meu caro.

– Sei...

– Isso. É. Horrível. – Eu disse pausadamente enquanto entrávamos no hotel, se é que podíamos chamar aquilo de hotel – Me dá até medo.

– Ah, não se preocupe, eu estou aqui, K. – James me abraçou rindo, e me deu um rápido beijo em seguida.

Pedro observou esse gesto.

– Olá, no que posso ajudá-los? – Uma menina que parecia ter uns dezoito anos nos recepcionou – Oh meu Deus, vocês...Vocês quatro são do... MCFLY!

– Ah não, fã maluca detected. – Rolei os olhos.

– Tudo bem, respira, respira, calma. – Ela falava consigo mesma – MCFLY!

– Calma, minha linda. – Cobra disse, sendo a pessoa mais simpática do mundo. Não podia ver mulher mesmo ele, hein – Você não poderia arrumar um quarto para cada um de nós? Seria muito útil.

– C-claro. – Ela parecia nervosa e não tirava os olhos de João. Na verdade, ela olhava para todos eles.

A menina nos guiou até onde eu presumi ser a recepção, e então rapidamente fez nossas fichas, só que tivemos um problema em relação aos quartos...

– Só temos quatro quartos disponíveis.

– Oh, isso é um problema. – Disse Fletch – Um problema muito grande.

– Eu vou dormir com a Bi. – Duca apressou-se em dizer.

– E eu com a K. – Disse James. Não sabia se aquilo seria o certo a se fazer, não sabia se devia dormir no mesmo quarto que ele, mas eu apenas fiquei quieta.

– Pedro e João dormem juntos e eu e Cobra no mesmo quarto. – Disse Fletch.

– Por que eu tenho que dormir com o João? – Pedro perguntou.

– Ele ronca e eu preciso dormir bem. – Fletch respondeu, como se fosse uma coisa bem óbvia.

– Que ótimo. – Pedro rolou os olhos.

Em seguida, pegamos a chave de nossos devidos quartos e cada um foi para o seu. Eu observava atentamente o “hotel” e cada vez mais ficava com medo. Ele caía aos pedaços, tinha infiltrações, e eu já perdi a conta de quantas baratas já vi. O quarto, como era de se imaginar, não era grande coisa, continha apenas uma cama e um armário velho. Quando James mexeu no armário, saíram de lá dois ratos! Isso mesmo, ratos com R maiúsculo.

Eu queria fugir para as colinas.

– Isso parece um pesadelo. – Resmunguei.

– Fica tranquila, K, amanhã já estaremos indo embora, vai ser rápido.

– Eu espero que seja mesmo.

– Mas agora podemos fazer algo bem melhor, não acha? – Ele se aproximou de mim e eu o empurrei sutilmente.

– Desculpe, mas eu só quero dormir. – Sorri sem graça.

– Tudo bem, como quiser.

– Você dorme desse lado e eu desse, você com a cabeça pra lá e eu bem aqui. – Indiquei a ele nossos lugares na cama.

– Por que não podemos dormir juntinhos?

– Acredite, não é uma boa idéia.

– O que você tem, K? Ficou meio estranha do nada e começou a...

– A o quê?

– Trocar olhares com o Pedro, de um jeito estranho.

Oh, ele havia percebido. Droga.

– Não, isso é coisa da sua cabeça, vamos dormir agora.

Depois que eu troquei de roupa, eu e James fomos finalmente nos deitar e dormir, e, para completar o cenário de filme de terror, começou a chover! Havia uma goteira em cima da nossa cama, ventava forte e parecia que as janelas do quarto seriam arrancadas. Ok, eu estava ficando com medo. James dormia profundamente, sem se importar com a água que pingava em sua cabeça. Também havia uma goteira em cima de mim, eu não conseguia dormir de jeito nenhum. Decidi sair do quarto, talvez algum funcionário daqui poderia me ajudar. Ou não.

Não foi uma boa ideia sair do quarto, tudo estava escuro lá fora, bem escuro. Acho que havia faltado luz e o barulho da chuva estava me assustando. Era uma chuva bem forte, apenas a luz da tela do meu iPhone iluminava por onde eu passava. Até que eu esbarrei em alguém e gritei, levei um susto.

– Shhh! Quer acordar os outros? – A voz perguntou.

– Me assustei, desculpe. – Eu disse, e percebi que o dono da voz era Pedro. Ele tinha uma lanterna que clareava bem mais que a luz da tela do meu iPhone, óbvio – Ah, é você Pedro. – Falei, meio aliviada – Ainda bem que não é nenhum fantasma ou velho tarado.

– É né. – Ele riu fracamente – O que está fazendo aqui?

– Tem goteiras em cima da minha cama, não consigo dormir.

– E o James?

– Dorme profundamente enquanto pinga água na cabeça dele.

– Ele tem um sono bem pesado. – Pedro riu.

– E você? O que faz aqui no escuro?

– João ronca muito, ninguém merece.

– Oh, coitadinho de você. – Eu disse, divertida, e ele não disse mais nada.

Ficamos em silêncio ali no corredor por alguns minutos, era estranho.

– Então hm, er... – Pensei em alguma coisa pra dizer, mas não consegui. Era melhor nem ter aberto a boca.

– Vamos sair daqui, esse corredor é estranho. – Pedro riu e me puxou pela mão.

Era difícil circular pra lá e pra cá no escuro. A lanterna de Pedro ajudava, mas ainda assim era difícil. Fomos até a recepção, onde não encontramos ninguém, apenas alguns morcegos. Sim, morcegos. Eu não estou inventando, a situação era tensa.

– Morcegos. – Eu tremi. Sim, eu sou bem medrosa, e abracei Pedro. Só depois percebi o que tinha feito, me soltei rapidamente dele – Desculpe.

– K... Não precisa pedir desculpa, não precisa agir como se não tivesse acontecido nada entre nós. – Ele se sentou em um sofá que havia ali e me puxou para ficar ao seu lado.

– O que houve foi um erro. – Eu disse em tom baixo.

– Não, foi saudade...

– Pedro, nós não vamos voltar, não vamos namorar de novo, não vamos ser amigos. Nós apenas vamos conviver forçadamente.

– Não é isso que eu quero.

– Eu também não queria, mas as coisas precisam ser assim.

– Não precisam não, você é que está me afastando de você.

– Pedro, eu ainda estou abalada com o que você fez. Você me traiu, beijou a Taylor. Nós estávamos namorando, estávamos tão bem. – Suspirei pesadamente.

– K... – Ele pegou a minha mão e me olhou nos olhos – Naquele dia, eu não beijei a Taylor. Ela me beijou e eu não correspondi. Eu disse a ela que estava com você e que estava bem assim, ela só... confundiu as coisas, foi isso.

– Eu não...

– Pode perguntar ao Duca e os outros, eles estavam lá, viram que eu não fiz nada, foi ela. – Ele me interrompeu.

– É meio difícil de acreditar, você tem a sua fama que não é nada boa, por que eu deveria confiar? Já aprontou com tantas garotas, por que justamente comigo iria ser diferente?

– Por que eu te amo, é tão simples. Eu nunca trairia você, jamais faria nada que colocasse em risco o nosso relacionamento.

– Não foi o que pareceu quando encontrou a Taylor na boate, você ficou babando nela.

– Foi coisa do momento. Eu estava feliz por vê-la outra vez, era como se eu fosse adolescente outra vez. Mas isso é passado, ela é o meu passado.

– Você tem uma história com ela.

– Não posso negar que ela foi importante, mas agora é só uma lembrança, e você é o meu presente, meu futuro.

– É tudo muito confuso, Pedro. – Eu coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha – Eu te amo, mas não posso ficar com você achando que a qualquer momento você vai aprontar. E eu estou chateada, muito chateada.

– Olha nos meus olhos. – Ele pediu e eu o fiz – Não tenho mais forças pra ficar longe de você, não quero mais isso.

A verdade é que Pedro estava me deixando cada vez mais confusa. Eu queria sim ficar com ele, mas não queria que ele me machucasse outra vez. Agora ele estava sendo tão fofo, mas nos dias anteriores foi um tremendo idiota, eu não consigo entender isso. Eu estava quase me rendendo, esquecendo tudo e dizendo que o perdoava. Talvez ele estivesse dizendo a verdade, talvez aquela vadia tivesse mesmo o beijado. Ela estava louca pra se jogar pra ele mesmo. Pedro tinha um certo controle sobre mim, eu precisava me manter firme, mas em momentos como esse é meio impossível. Ah, se ele soubesse que basta um beijo pra eu ficar toda derretida.

– Estou cansada disso. – Confessei.

– De quê? – Ele acariciava minha mão gentilmente.

– De brigar com você como uma criança, de ficar sem falar com você, de ver você com outras. Cansei.

– Você não pode me dar uma chance? Vamos começar tudo de novo. – Ele aproximou seu rosto do meu – Vamos ficar juntos. É isso que eu quero... É isso que você quer também. – Ele beijava delicadamente meus lábios a cada palavra dita.

– Eu tenho medo de me machucar mais uma vez.

– Prometo que não vai, nada vai dar errado dessa vez. – Ele me puxou para seu colo e tornou a beijar meus lábios – Vamos ficar juntos, K.

– Eu não consigo pensar direito com você me beijando. – Eu ri fracamente.

– Não? Por quê? – Ele agora passava o nariz em meu pescoço, me fazendo arrepiar.

– Eu não sei, só sei que não consigo.

– Você quer que eu pare então? – ele acariciou minha cintura e começou uma trilha de beijos, do meu pescoço até minha boca.

– Não, eu gosto. – Eu o olhei nos olhos – E sinto falta disso.

Eu não devia ter dito isso.

– Achei que o James estivesse dando conta. – Ele riu.

– O James não é você. E foram só alguns beijos, eu não tive nada de mais com ele, ao contrário do que você pensa.

– Eu não penso nada. – Pedro acariciava meus cabelos de um jeito tão bom.

– Não sou igual a você, que termina um relacionamento e no dia seguinte já está na cama com outra pessoa.

– Ei, eu não fiz isso. – Ele protestou.

– Você transou com a Taylor, aposto.

– Mas não foi logo depois que terminamos, e foram só alguma vezes. – Pedro fez careta.

– Você tem coragem de falar na minha cara ainda?

– Foi só uma transa, K. Nada de mais, eu estava carente, você me deixou sozinho...

– Ah, coitadinho né.

– Pois é, fiquei muito carente. – Ele fez biquinho e eu ri.

– Você ainda tá carente?

– Sim, muito.

– O que eu posso fazer pra sua carência ir embora? – Eu envolvi meus braços em volta de seu pescoço.

– Hm, poderíamos terminar o que começamos no banheiro do ônibus.

– Não lembro direito o que fazíamos lá. – Eu ri, me fazendo de desentendida.

– Então eu vou te lembrar. – Ele falou no meu ouvido.

– Não podemos fazer nada aqui, alguém pode chegar a qualquer hora.

– Tive uma ideia. – Ele me olhou e eu já havia entendido.

– Banheiro?

– Agora.

Nós rimos e saímos a procura de um banheiro, o que não foi nada difícil de encontrar. É, eu sou fraca e caí no papo do Pedro mais uma vez, não tenho vergonha de dizer, pois acredite, no meu lugar, você faria o mesmo quando se trata de Pedro Ramos.


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Notas finais do capítulo

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