All About Us escrita por The Huntress


Capítulo 41
Las Vegas, baby.


Notas iniciais do capítulo

Olá. Quero me desculpar por não ter atualizado a fanfic no último final de semana. Tive um simulado estilo Enem, ou seja, tive que fazer prova sábado e domingo. Não tive tempo para entrar no Nyah, sorry.
Bem, aí está o capítulo. Boa leitura.



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54

(P.O.V de ninguém)

Os semideuses e o taxista enfrentaram mais sete horas de viagem. Os seis já estavam implorando para que essa viagem acabasse. Não aguentavam mais ficar sentados na mesma posição. O taxista parou apenas para que pudessem fazer suas necessidades e comerem alguma coisa.

Às dez horas da noite eles chegaram à Las Vegas. Como de costume, a cidade estava agitada. Carros corriam nas pistas, pessoas andavam para lá e para cá. Os semideuses espremeram-se nas janelas para conseguirem observar tudo o que Las Vegas oferecia: casinos, dinheiro, hotéis luxuosos, orgia, pecado. Os únicos que não estavam tão entusiasmado eram Percy e Nico, os garotos lembravam bem das últimas experiências que tiveram em Las Vegas.

Durante o percurso Nico não tirava os olhos do motorista. Desde o último encontro que tiveram com um monstro, o filho de Hades estava desconfiando até de sua sombra.

–Quer parar com isso? – Paula sussurrou para Nico.

–Parar com o que? – Nico sussurrou de volta, mas sem tirar os olhos do homem.

–Para de ficar olhando para o cara!

–Ele pode ser um monstro – Nico disse, lançando um olhar rápido para Paula.

–Ele não é um monstro. Ele é gay, apenas isso. E acho que está a fim de você – Paula segurou um sorriso.

–Como é? –Nico olhou para ela, franzindo o cenho. – Muito engraçado.

–Não acredita em mim? Então, presta atenção no jeito que ele te olha pelo retrovisor.

Nico fez o que Paula dissera e olhou. O taxista, em um momento rápido, sorriu maliciosamente e mordeu o lábio inferior.

–Deuses! – Nico exclamou, baixinho, desviando o olhar do homem. – Vamos sair desse carro antes que esse cara me agarre!

–Ei, sossega a bunda aí no banco. Já estamos chegando – disse Paula.

Eles estavam na Stewart Avenue, o que obrigou o taxista à fazer uma curva na próxima rua: N 3rd St. O homem estacionou o carro a alguns metros de distância do Hogs & Heifers.

Todos saíram do carro, agradecendo ao taxista. Os últimos a saírem foram Paula e Nico, pois a garota ia pagar a viagem e estava atrapalhando a saída de Nico. Depois que ela pagou, os dois saíram, mas não se distanciaram muito do carro.

–Psiu! – Paula ouviu o taxista chamar. Ela sabia que havia sido para Nico, então ficou por perto.

Nico virou-se, encarando o taxista pela janela, agora aberta, do veículo.

–Me liga – o homem disse, debruçando-se sobre o banco do carona e estendendo um cartão para Nico.

Paula caminhou até eles, um sorriso brincava em seus lábios.

–Olha, cara, eu não sou... – Nico foi interrompido.

–Ah, ele liga sim – disse Paula, pegando o cartão da mão do homem. – Ele adora homens mais velhos.

O homem abriu um sorriso e pisou fundo no acelerador, deixando Paula e Nico para trás. O filho de Hades virou-se para Paula, fuzilando-a com o olhar.

–Vamos lá, querida! – exclamou Paula, com uma voz afetada. – Você tem que mostrar sua calcinha para os homens de Las Vegas.

Nesse momento, a "conversa" já havia chamado a atenção dos outros quatro, que tentavam entender o que estava acontecendo.

–Você sabe que eu não sou gay, garota! – Nico disse, trincando o maxilar.

–Estou brincando. Vamos, sorria! Sorrir não dói, sabia? – Paula piscou para ele e caminhou até o resto do grupo.

Antes de entrarem no bar, deixaram suas mochilas nos fundos, perto das lixeiras. Paula trocou a blusa que estava usando por uma que não estivesse molhada. Ela ainda estava morrendo de raiva de Nico por ele tê-la molhado. O que o garoto tinha na cabeça? Merda?

A fachada do Hogs & Heifers erguia-se à frente dos semideuses. O bar estava lotado, a música alta fazia os ouvidos de quem estivesse à alguns metros de distância zunirem. A primeira coisa que eles viram foi um grupo de motoqueiros, usando jaqueta de couro, cheio de tatuagens e muito mal encarados. Beatriz, Percy, Inara e Jason trocaram um olhar, não estavam acostumados com esse tipo de lugar. Porém, Paula e Nico pareciam calmos, até mesmo relaxados.

Eles caminharam até a entrada, onde um cara super alto, cheio de tatuagens, estava, de braços cruzados. Os bíceps do homem pareciam canos de bazucas. Paula percebeu que Percy não parava de olhar, curioso, para os motoqueiros que fumavam na frente do estabelecimento. A garota beliscou o braço do irmão, atraindo sua atenção.

–Jackson, para de encarar os caras, você está pedindo para apanhar – Paula sussurrou.

–Ok, ok – disse Percy, rapidamente. Percy podia ser filho de Poseidon, mas só os braços daqueles caras era o garoto inteiro.

Eles pararam na frente do cara que parecia ser um tipo de segurança do local. O homem, por ser alto, teve que abaixar a cabeça para encará-los. Por algum motivo, Inara era a primeira da fila, o cara olhou diretamente para ela.

–Posso ajudá-la, princesa? – o homem perguntou. Inara pôde sentir o hálito de cerveja e cigarro do homem, o que a fez querer vomitar.

–Nós só queremos entrar. Nos divertir – Paula, que estava atrás de Inara, disse.

–Eu deixo vocês entrarem, com uma condição – disse o homem, abrindo um sorriso. Deixando à mostra os dentes amarelados.

–E qual é? – perguntou Nico, franzindo o cenho.

–As moças – o homem olhou para Beatriz, Paula e Inara. –, terão que deixar os sutiãs na saída.

Como é que é? – Inara e Beatriz falaram juntas.

–Regras do estabelecimento, gatinhas – o homem piscou para elas.

Paula deu de ombros.

–Resolvemos isso mais tarde. Vamos logo!

O homem deu passagem e os seis adentraram o local. O cheiro forte de nicotina os atingiu assim que colocaram os pés dentro do bar, fazendo os olhos de Beatriz lacrimejarem. Percy puxou, pela cintura, a filha de Zeus para perto de si. Ele não queria nenhum grandalhão tocando na garota.

Jason repetiu o mesmo movimento com Inara e, por ser alto e musculoso, ele conseguia se livrar de alguns homens com facilidade. Inara agradeceu mentalmente por isso, ela não estava a fim de ser agarrada por um cara fedorento e bêbado.

Paula e Nico estavam caminhando lado a lado, mas não estavam demonstrando posse um com o outro. A garota já estava até balançando o corpo no ritmo da música que tocava. Porém, Nico estava mais retraído, andando calmamente ao lado da filha de Poseidon. O garoto não ia puxar a garota para perto de si como fizeram Percy e Jason, mas estaria por perto caso Paula precisasse de ajuda.

–O que vamos fazer agora? – perguntou Beatriz, elevando a voz por causa da música. Os cinco olharam para ela. –O que estamos procurando?

–Vamos nos dividir – disse Inara.

E assim fizeram. Jason e Inara seguiram em linha reta, em direção ao local onde estavam servindo bebidas alcoólicas. Paula e Nico foram pela esquerda e Percy e Beatriz pela direita. Eles não sabiam o que estavam tentando achar, então procurariam qualquer coisa que tivesse um aspecto grego e que poderia deixar a missão ainda mais difícil.

[...]

Inara e Jason apoiaram-se no balcão, Inara quase não conseguia pensar direito com a música alta estalando seus tímpanos. Ela olhou para Jason, demonstrando que não estava à vontade naquele lugar, mas antes que o filho de Júpiter pudesse dizer algo, uma voz o interrompeu.

–Vão beber algo?

Inara e Jason viraram-se, encarando o dono da voz. Era um homem. Um cara alto, musculoso – ainda mais que Jason –, tinha cabelos pretos e olhos escuros. Seu rosto era bonito, mesmo sendo marcado por alguma cicatrizes. O homem emanava poder, Inara sentiu seus pelos eriçarem-se. Nem Jason, nem Inara estavam gostando da presença daquele homem.

–Quem é você? – Inara perguntou, não precisou elevar a voz.

–Bebam algo, por minha conta – o homem disse, ignorando a pergunta de Inara. – Seria uma desfeita enorme vocês não aceitarem.

Inara e Jason trocaram um olhar, sem saber o que dizer. O homem, depois de alguns segundos, os fitou, fuzilando-os com o olhar. Os semideuses sentiram-se impotentes perto do olhar do homem. Sentiram medo. O cara parecia ofendido.

–Vamos! Peçam algo!

–Uma dose de tequila – disse Inara, sem pensar muito.

O homem fez o pedido para o barman e voltou a encarar os semideuses.

–E para o magrela aí? – o cara apontou com o queixo para Jason.

–Só uma cerveja – Jason disse, sem parar para escolher.

O barman logo trouxe as bebidas, Inara e Jason se quer tocaram nelas.

[...]

Os outros quatro semideuses encontraram-se e avistaram Jason e Inara conversando com um homem. Pela postura rígida do filho de Júpiter e da filha de Hades, os quatro presumiram que o homem com que estavam conversando não era coisa boa.

Eles caminharam até lá, parando ao lado de Inara e Jason. Assim que o homem colocou os olhos nos quatro, sorriu largamente. Parecia estar se divertindo com aquilo. Os seis estavam pensando a mesma coisa: estavam perdendo tempo com aquele cara. Tinham que dar um fim logo nisso para irem atrás do que realmente haviam ido procurar.

–Olha, não podemos ficar conversando, estamos com pressa – disse Paula, dirigindo-se ao homem. –Então, se nos der licença...

O homem gargalhou, o que fez Paula calar-se, franzindo o cenho.

–Por que a pressa? As coisas ainda nem começaram a ficar divertidas – o sorriso do homem era macabro.

Os semideuses não conseguiam encostar-se no balcão onde estavam as bebidas, pois haviam algumas mulheres dançando em cima dele. Elas estavam nuas da cintura para cima, usando apenas um adesivo do Hogs & Heifers em seus peitos. Paula mandou uma delas se foder, pois a garota pisou na mão da semideusa.

–Quem é você? – foi a vez de Percy perguntar ao homem.

–Pensei que você, entre todos, seria o primeiro a me reconhecer, Perseu Jackson – o homem fitou o garoto. – Não lembra-se de mim?

–E deveria? – Percy ergueu uma sobrancelha, tentando não demonstrar que estava tremendo.

–Staten Island. A Quadriga Roubada... – o homem passou o dedo indicados na boca de um copo, encarando Percy logo em seguida. – Lembra-se, filho de Poseidon?

A lembrança invadiu a mente de Percy, fazendo o garoto fechar os punhos. Ele com certeza lembrava-se do homem e a lembrança não era nada agradável.

–Deimos – disse Percy. – O pânico.

Deimos assentiu, concordando.

–É bom revê-lo, Perseu. Vejo que mudou de amigos. Não está mais acompanhado daquela loirinha irritante e daquele bode – Deimos olhou para Beatriz. – Está mudando seus gostos, garoto? Preferiu a filha de Zeus? Ela é mais gostosa que a filha de Atena?

Percy avançou para cima de Deimos, mas Beatriz o impediu. Não seria nada bom se uma briga começasse, ainda mais uma briga entre Percy e o Deus do pânico. O garoto voltou para o seu lugar, encarando Beatriz, que parecia constrangida, e se recompôs.

–Estamos em missão, Deimos – disse Paula. – Não estamos aqui para falar sobre Annabeth e Grover.

–Creio que vocês precisem da minha ajuda – Deimos disse, bebericando a cerveja que bebia. – Para acharem o mapa.

–Que mapa? – Jason perguntou.

Deimos olhou para ele.

–Não disseram à vocês sobre o mapa? – ninguém respondeu. – Ah, claro. Apolo fazendo mistério como sempre – Deimos revirou os olhos. – É o seguinte, vocês precisam de um mapa para conseguirem terminar a missão e esse mapa, uma parte dele, está comigo...

–E onde está a outra? – Nico perguntou, desviando os olhos das mulheres que dançavam em cima do balcão.

–Vocês irão descobrir – o Deus respondeu.

–Então, será que dá para você entregar a metade do mapa? – Inara perguntou. A garota já estava cansando do Deus.

Deimos olhou para ela, seu olhar penetrava o de Inara, mas a garota negou-se a parar de fitá-lo. Ela estava com tanta raiva por ele estar os atrasando que poderia mandar o Deus para o Tártaro rapidamente. Em algum momento, Inara bateu o copo que continha a tequila que havia pedido no balcão.

–E então, cara? O que vai ser? Vai entregar essa porra pra gente ou não?

–Você deve ser Inara Forbes, não é? – Inara não respondeu. Deimos a analisou dos pés a cabeça. – É um prazer conhecê-la, filha de Hades – o Deus abriu um sorriso malicioso. Jason puxou Inara para perto de si, ele não estava gostando do jeito que Deimos olhava para ela. O Deus mudou de posição, preguiçosamente. – Bem, eu posso dar a metade do mapa à vocês, mas não será fácil.

–O que você quer em troca? – Beatriz perguntou, sem rodeios.

–Você é sagaz, filha de Zeus – o olhar de Deimos passou de Beatriz para Jason. – O que eu quero é simples. Quero que o Romano lute por sua garota, se é que me entendem. O vencedor fica com a filha de Hades e com o mapa.

Jason abriu a boca para protestar, ele não queria que Inara fosse um troféu, mas a garota o impediu. Ela olhou diretamente nos olhos de Deimos.

–Ele aceita, seu babaca.

O filho de Júpiter e os outros semideuses olharam para Inara como se ela fosse louca. Todos sabiam a fama e os poderes que Deimos tinha. Se Deimos plantasse o pânico no coração de Jason, ele não seria capaz de vencer nada.

Inara caminhou para a saída do bar, porém o cara que estava na entrada a parou antes que ela saísse, ele segurou seu braço, fazendo a garota virar-se para ele.

–Onde pensa que vai, garota? Lembra-se do que eu disse? Não está esquecendo de nada?

Inara trincou o maxilar e puxou seu braço da mão do homem.

–Eu não vou deixar porra nenhuma aqui. Sai da minha frente!

–Sua delicadeza feminina me comove, garota! Quase nem parece um homem! Talvez você esteja de olho apenas na quantidade de meninas que estão por aqui, quem sabe não conquista algumas hein? – o cara abriu um sorriso.

E, naquele momento, os semideuses viram que o "segurança" estava perdido. Ou então foi no momento seguinte, no qual Inara estava em cima dele inserindo vários socos e pontapés em todas as áreas possíveis do corpo dele, deixando, para mais tarde, marcas roxas no local.

–Vamos! Se eu sou homem, você agora é uma garotinha assustada! E toda machucada! – Inara disse. Jason agarrou Inara pela cintura com a ajuda de Nico, com o intuito de afastá-la do cara que estava em posição fetal no chão. Ninguém podia negar, era cena hilária!

–Ok, ok – disse Jason. – Vamos parar com isso.

Deimos chegou alguns segundos depois, sorrindo.

–Veja só, e eu que achava vocês monótonos! Vamos lá para fora.

Eles saíram do bar, seguidos dos olhares de todos. Assim que chegaram à rua, perceberam que estava deserta, nenhum carro ou pedestre estava passando por ali.

Jason posicionou-se de um lado da rua enquanto Deimos posicionava-se em outro. O Deus estava com um brilho perverso nos olhos.

–Seria muito interessante duelar com você, Jason Grace, mas, infelizmente, você não irá ter o prazer de lutar comigo – Deimos disse.

Jason franziu o cenho, pegou a moeda que sempre levava no bolso da calça, Ivlivs. Jogou a moeda para cima e a mesma transformou-se em espada, Jason a pegou em pleno ar.

Deimos estalou os dedos. O chão tremeu e Jason virou-se, preparando-se para o seu adversário. Os outros semideuses trocaram um olhar assustado enquanto o chão continuava a tremer e o som de passos ficava cada vez mais próximo.

Antes de tudo acontecer, Jason olhou para Inara e sussurrou as seguintes palavras: "Você é minha". E então, o adversário de Jason deu o ar da graça. Um javali marrom gigante, parou a alguns metros de Jason. Inara arquejou, ela sabia muito bem que monstro era aquele. Era o Javali Calidônio, o javali que tinha uma força inimaginável. Inara olhou para Deimos com vontade de matá-lo.

O javali rosnava e batia a pata no chão, fazendo o mesmo tremer. Jason estava em posição de ataque, o garoto não estava com medo, já havia lutado com monstros piores.

–EPÍTHESI! – Deimos gritou. O Javali atacou.

Paula, Beatriz, Percy e Nico foram para o lado de Inara. Os semideuses entenderam o que Deimos havia gritado. O Deus havia dito: "ATACAR!" e, bem, fora isso que o javali fizera.

–Esse javali não tem nada haver com Ares... Como Deimos conseguiu invocá-lo? – Paula perguntou.

–Esse monstro é obra de Ártemis, mas o javali é o animal de Ares – disse Inara.

[...]

A luta não podia ser mais desequilibrada. Jason já estava cansado e com alguns machucados e o javali não demonstrava nem cansaço. O filho de Júpiter não queria perder, pois se ele perdesse a luta, perderia Inara também e isso não era uma opção. Porém, Jason não sabia o que fazer. Já havia invocado raios, tentando enfiar sua espada no animal, mas nada adiantava. Até que uma ideia passou por sua cabeça.

Com o resto de força que lhe restava, Jason conseguiu flutuar, ficando acima do javali. Levou dois dedos à boca e assoviou. O garoto abriu um sorriso quando Tempestade parou ao seu lado. Os olhos tempestuosos do venti encararam Jason, como se perguntasse o que devia fazer.

–É bom ver você, Tempestade – Jason disse. – Preciso de ajuda.

O filho de Júpiter montou no cavalo e, ainda no ar, conseguiu desferir um golpe no javali que estava enlouquecido no chão. Jason adorava quando conseguia montar em Tempestade, sempre gostou muito do cavalo.

E então, Jason continuou atacando. Por ser um venti, Tempestade podia voar sem que o peso de Jason incomodasse, o que era muito útil, pois Jason estava conseguindo desferir golpes no javali sem machucar-se. Era incrível como os mortais que estavam dentro do Hogs e Heifers ignoravam completamente a luta que se desenvolvia do lado de fora.

Mas tinha uma pessoa que não estava tão feliz com a virada que Jason havia dado na luta. Deimos chamou o javali, com relutância o javali afastou-se de Jason e aproximou-se de Deimos, o Deus montou no animal e então, ele e Jason ficaram frente a frente. E o filho de Júpiter cometeu o erro de olhos nos olhos do Pânico.

Não era mais Deimos que Jason estava vendo, era Júpiter, seu pai. Os olhos azuis do Deus encaravam Jason com ódio, tanto ódio que fez o garoto temer pela própria vida. Por um momento Jason vacilou em cima de Tempestade. Por que seu pai estava com tanta raiva dele? O que ele tinha feito de errado?

Jason lembrou-se de quando tinha dois anos, quando sua mãe o entregou a Hera como uma oferta de paz. Ele era uma criança, mas tinha ficado com tanto medo. Lembrou-se do desespero que sentiu quando Beryl o abandonou. Pela primeira vez, em anos, Jason sentiu vontade de chorar, sentiu vontade de dizer para seu pai que tinha feito o melhor que podia e que estava fazendo o melhor agora. Jason estava sentindo seu peito apertar, estava sentindo o ar faltar em seus pulmões.

Tempestade estava agitado. Deimos estava divertindo-se. Inara estava tendo um ataque de pânico, mas ela tinha que fazer alguma coisa. Não deixaria Jason perder.

–JASON! – gritou a garota. Os olhos de Jason ainda estavam cravados nos de Deimos. – JASON! OLHE PARA MIM!

A garota agitava os braços no ar, tentando atrair a atenção de Jason. O garoto desviou os olhos de Deimos e encarou Inara, a garota estava encarando-o, arrependida por ter aceitado essa palhaçada.

–PRESTE ATENÇÃO: DEIMOS ESTÁ USANDO SEUS PODERES EM VOCÊ. NÃO SEI O QUE VOCÊ ESTÁ VENDO, MAS NÃO É REAL! – Inara gritou, rezando para que as suas palavras fossem mais fortes que o poder de um Deus.

Não tenho orgulho de você, garoto. Você não é digno de ser meu filho! – a voz que Deimos adotara era a mesma voz de Júpiter. As palavras atingiram Jason como se fosse uma bala de canhão. O que eu fiz de errado, pai?, Jason voltou a se perguntar.

–JASON, POR FAVOR! – Inara gritou novamente. Jason a encarou.

–Não... Consigo... Respirar – Jason disse, fitando a filha de Hades.

E então, Deimos diminuiu a distancia entre ele e Jason, atacando. Inara gritou, sacando sua espada. Beatriz agiu, tomando impulso e voando até Jason e Tempestade. Paula, Nico e Percy atacaram o javali por trás.

Beatriz levou dois dedos até sua boca, assoviando, chamando a atenção de Tempestade que alçou voou, seguindo Beatriz. Jason teria caído do cavalo se Beatriz não tivesse sido rápida, ela alcançou Jason em plena queda livre.

Quando Inara viu que Beatriz havia conseguido salvar Jason, suspirou aliviada e foi ajudar os amigos que estavam com o javali.

–Você está bem? – Beatriz perguntou a Jason, enquanto o deixava no chão.

–Sim, obrigada. Preciso terminar com isso.

Jason correu até o javali, ficando de frente para o mesmo. Os quatro semideuses afastaram-se. O garoto invocou ventis para ajudá-lo. Um vento muito forte começou a soprar pelo local, os ventis estavam voando na velocidade da luz ao redor do javali. Deimos havia dado um jeito de sair de cima do javali antes que as coisas ficassem piores. Um pequeno tornado estava se formando ao redor do javali, Jason adentrou o mesmo. O garoto invocou raios e atingiu o animal, transformando-o em pó.

Assim como apareceram, os ventis sumiram. Jason cambaleou para perto dos amigos e Beatriz o segurou. Antes que Inara pudesse dar um passo na direção de Jason, Deimos segurou seu braço. A garota encarou o Deus.

–Você vem comigo! – disse ele. – Seus amiguinhos ajudaram, foi uma luta suja!

–Quem jogou sujo foi você! – Inara conseguiu livrar-se de Deimos e desembainhou sua espada. Ela voltou a caminhar até Jason, mas, novamente, Deimos a parou. Porém, dessa vez, Inara não o deixou falar nada, enfiou sua espada na barriga do Deus. Ela sabia que não iria matá-lo, mas estava com tanta raiva que não pensou antes de realizar o ato. – Não encosta em mim! – a garota pegou, dentro do bolsa da jaqueta de Deimos, o pedaço do mapa. – Eu não ficaria contigo nem se você fosse o último homem da Terra.

Ela retirou a espada da barriga do Deus e voltou a caminhar. Deimos pressionou a ferida em sua barriga, tentando conter o icor dourado, o sangue dos Deuses, que escorria. Antes que Inara se afastasse muito, Deimos segurou seu braço de novo.

–O que é? – ela perguntou.

–O lugar que vocês vão achar a outra metade do mapa se chama Tryst Nightclub.

Inara virou-se e quando olhou novamente para trás, Deimos havia sumido. Ela suspirou e correu até Jason, abraçando-o. Ele retribuiu o abraço e acariciou os cabelos da menina. Depois de alguns minutos, Paula quebrou o silêncio.

–Está tudo muito bem, tudo muito bom, mas temos que achar a outra metade do mapa. Para onde vamos?

Inara separou-se de Jason, colocou o pedaço do mapa no bolso da calça jeans e respondeu a pergunta de Paula.

–Vamos para Tryst Nightclub.

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(P.O.V de ninguém)

Os semideuses foram buscar as mochilas que tinham deixado nos fundos do bar e, sem alternativa, começaram a caminhar pelas ruas de Las Vegas. Por onde passavam tinha uma festa, mas eles não estavam muito animados para passarem a noite dentro de uma boate ou de um casino – principalmente Percy e Nico.

Paula e Beatriz já haviam percebido que Percy e Nico não estava muito bem. Principalmente Nico, que parecia prestes a matar o primeiro que passasse na sua frente. Beatriz e Paula trocaram um olhar, chegando à mesma conclusão: conversariam com eles quando tivessem oportunidade.

Estavam decididos à encontrarem o Tryst Nightclub sozinhos, sem a ajuda de ninguém. Não queriam envolver mais nenhum mortal nisso. Mas, sabiam também que não conseguiriam chegar rapidamente ao local se fossem andando, então, sem alternativa, pegaram outro táxi. Em dez minutos, eles chegaram à uma rua chamada: S Las Vegas Boulevard. Logo avistaram a fachada do Tryst Nightclub.

O Tryst Nightclub era um hotel e casino. Na frente do Hotel estava cheio de carros. A rua parecia ter sido fechada, apenas para servir os que estavam no hotel. Os semideuses não entenderam o que estava acontecendo, mas adentraram o hotel mesmo assim. Atraíram vários olhares, pois suas roupas não eram a mais apropriadas para a ocasião. Porém, isso era o que menos importava. O hotel estava lotado, parecia que estava acontecendo uma pool party no local, pois pessoas usando trajes de banho andavam para lá e para cá com bebidas alcoólicas nas mãos. Mas o que estava intrigando os semideuses era o fato de ter vários carros na frente do hotel e a rua de acesso ao mesmo estar fechada. Os seis caminharam sutilmente até a recepção.

–Com licença – disse Beatriz, à recepcionista.

–Pois não? – a mulher os encarou. – Posso ajudar?

–Sim. Queremos nos hospedar aqui – Paula disse. Os cinco olharam para ela como se a garota fosse louca. Paula os ignorou.

–Claro – a mulher mexeu no computador, depois olhou para eles novamente. – Um quarto para cada casal?

–Pode ser – disse Nico, entendendo o que Paula queria fazer.

A recepcionista voltou a mexer no computador e entregou à eles a chave. Paula pagou a hospedagem com o cartão Gold e entregou uma chave na mão de Beatriz e a outra na mão de Inara.

–Você pode nos dizer o que está acontecendo aqui? Por que fecharam a rua? – Percy perguntou.

–Ah, claro – a mulher sorriu. – Terá um racha daqui há uma hora. É bem divertido, vocês vão gostar.

Percy assentiu e afastou-se junto com os amigos. Eles subiram para os seus quartos e quando estavam no corredor, Inara quebrou o silêncio.

–Por que vamos ficar hospedados aqui?

–Temos que ir atrás de algumas roupas típicas desse tipo de festa, vamos nos misturar. Talvez seja mais fácil encontrar a outra metade do mapa se fizermos algum tipo de amizade – disse Paula. Nico assentiu, concordando.

Eles instalaram-se nos respectivos quartos e saíram atrás de roupas. As garotas foram atrás de roupas femininas e os meninos de roupas masculinas. Depois que tomaram banho e trocaram de roupas, encontraram-se no corredor. As garotas estavam com roupas super curtas e os meninos estavam usando roupas caras e de marcas conhecidas.

Eles desceram de elevador, não atraíram olhares, pois estavam com as roupas apropriadas. Eles caminharam até a entrada do hotel, onde os carros estavam espalhados e várias pessoas reuniam-se ao redor deles.

–O que vamos fazer? Isso aqui está lotado – disse Nico.

–Vamos ter que nos separar de novo – disse Percy. – Qualquer coisa, nos encontramos bem aqui.

E assim eles fizeram, cada um foi para um canto, procurando alguém que pudesse ser um Deus ou um pedaço de papel que pudesse ser a outra parte do mapa.

[...]

Paula e Nico estavam perambulando entre as pessoas quando um garçom parou ao lado da garota e entregou à ela um copo que tinha continha vodca. Paula olhou para o copo sem entender o que aquilo significava.

–Desculpe, mas não pedi isso – ela disse, encarando o garçom.

–Foi o cavalheiro ali que mandou trazer a bebida à você – disse o garçom, apontando para o bar. Paula e Nico olharam para lá e um homem, bonito por sinal, levantou o copo de uísque, cumprimentando-os. Paula e Nico trocaram um olhar, entendendo o que aquilo poderia significar.

[...]

Beatriz e Percy adentraram o casino. Ali estava ainda mais lotado do que o hotel. Os dois caminharam até o bar e pediram uma bebida. Percy pediu uísque e Beatriz pediu licor. Quando as bebidas chegaram, Percy encarou Beatriz.

–Não sabia que você gostava de licor – disse o garoto, bebericando o uísque.

Beatriz deu de ombros e bebeu o licor. Percy bebia calmamente o uísque, enquanto Beatriz já estava revezando entre licor e tequila, era seu quarto copo.

–Ei, Beatriz, vai com calma – Percy arregalou os olhos, vendo-a virar outra dose de tequila. – Você já bebeu desse jeito antes?

Beatriz limpou, sutilmente, a boca com a costa da mão e encarou Percy.

–Relaxa, Jackson! – ela disse. – Só estou aquecendo.

Beatriz se levantou e caminhou até a mesa de sinuca, onde tinha três caras mal encarados jogando. Percy a seguiu, temendo o que poderia acontecer. Percy sempre achou que Beatriz fosse fraca para bebida, mas não sabia que era tanto.

–Podemos jogar? – Beatriz perguntou, sorrindo alegremente.

–Claro, gata – um cara que estava com uma jaqueta de couro sorriu.

–O playboy também vai jogar? – um careca olhou para Percy torcendo o nariz.

–Vou sim – disse Percy, trincando o maxilar de raiva dos caras.

–Cuidado para não desmanchar o penteado – um deles falou. Podemos dizer que esse era o mais arrumadinho. Ele tinha cabelos pretos, olhos castanhos, era bem magro e fumava um cigarro. – Prazer, Martin. – Percy olhou feio para o tal Martin, enquanto ele se aproximava de Beatriz. – Aqueles são Bob – o careca levantou a mão – e Chad – ele apontou para o de jaqueta de couro. – E você, como se chama?

–Beatriz, mas pode me chamar de Bea – Percy percebeu que a expressão feliz de Beatriz mudou quando ela disse o apelido pelo qual Haden a chamava, mas foi por um breve instante, logo seu sorriso já estava de volta no rosto.

–Encantado em te conhecer – Martin beijou as costas da mão da garota.

–Percy Jackson – Percy apresentou-se, entrando no meio dos dois, já vermelho de raiva.

–Até o nome é de mauricinho – Martin riu e Percy quase avançou para cima dele, mas Beatriz o segurou.

–Vamos jogar! Eu e Percy contra você e...? – Beatriz perguntou, olhando para eles.

–Na verdade, vai ser eu e você, Beatriz, contra Chad e o seu amiguinho playboy – Martin riu sarcástico.

–Ok, agora vamos jogar – ela falou, pegando um taco.

[...]

Paula e Nico aproximaram-se da mesa do homem que havia mandando a bebida para ela. O cara devia ser bem mais velho que eles, mas era bonito. Tinha cabelos pretos curtos, ombros largos, muitos músculos, olhos escuros e um sorriso galanteador.

Paula teria derretido-se por ele se as circunstancias fossem outras, mas ela tinha que focar na missão. O homem alargou mais o sorriso quando os dois aproximaram-se. Paula colocou o copo de vodca, intocado, na frente do homem.

–Não aceito nada de estranhos – ela disse, colocando a mão na curva da cintura.

O homem o olhou para o copo e depois para Paula.

–Só estava tentando ser legal, mas vejo que você é um pouco difícil, querida – um sorriso malicioso brincava em seus lábios. Paula pensou que já tinha o visto em algum lugar, mas não se lembrava de onde.

–Tente ser legal com outra, comigo não rola – Paula disse. Nico segurou um sorriso.

–Você está me deixando constrangido, Paula Adams. Pensei que iria gostar da bebida – o homem fez um biquinho, sorrindo em seguida.

–Como sabe meu nome? – Paula perguntou, dando um passo para trás. – Quem é você?

O homem levantou-se, aproximou-se de Paula, segurou o queixo da garota entre o dedo indicador e o polegar e sussurrou, próximo aos seus lábios:

–Pode me chamar de Senhor do Medo – ele piscou para ela, distanciando-se.

A ficha de Nico caiu mais rápido do que a de Paula. Talvez porque eu garoto quisesse socar o homem por ter se atrevido a chegar perto de Paula ou talvez porque ele sabia exatamente o que o cara estava querendo dizer.

Nico puxou Paula para o seu lado, a garota olhou feio para ele. O homem olhou para Nico, sorrindo.

–Olá, filho de Hades.

–Oi, Phobos – disse Nico.

[...]

Inara e Jason juntaram-se à Paula e Nico minutos depois. De imediato, os dois não haviam reconhecido o Deus do medo, mas não fora tão difícil saber quem ele era.

Os únicos que ainda não haviam aparecido eram Beatriz e Percy, Inara nem queria imaginar o que eles estariam fazendo.

–Então, cara, é você que está com a outra metade do mapa? – Nico repetiu a pergunta pela milésima vez.

–E seu eu estiver? Qual o problema? – Phobos perguntou, tomando mais um gole de seu uísque.

Nico socou o balcão do bar, ele estava realmente estressado, pois Phobos não queria cooperar.

–Nós precisamos terminar a porra dessa missão, e precisamos do mapa, cacete! – Nico disse.

–Bem – Phobos deu uma olhada em Paula. A garota estremeceu com o olhar do Deus. –, tem um jeito de vocês conseguirem a outra metade.

–E qual é? – Nico perguntou.

Phobos sorriu.

–Sigam-me.

Phobos guiou os quatro semideuses até o local onde os carros estavam. Paula trocou um olhar com Inara, a filha de Hades sabia o que aquele olhar queria dizer: "onde está Beatriz e Percy?", Inara deu de ombros. Assim que chegaram, Phobos apoiou-se em uma Ferrari, algumas garotas o olharam com cobiça, e encarou os quatro.

–Alguém terá que apostar uma corrida comigo. O vencedor leva a matade do mapa e ainda ganha um beijo da filha de Poseidon – o Deus apontou com o queixo para Paula. A garota corou. –Então, quem vai me desafiar?

Nico deu um passo a frente.

–Eu.

Phobos assentiu. O Deus entrou em sua Ferrari e Nico ficou com uma Lamborghini. Os dois dirigiram até a linha de partida e ficaram lado à lado. A linha de chegada era o limite entre Nevada e o Canadá. Ao todo a corrida duraria quarenta minutos, vinte minutos para ir e vinte minutos para voltar.

Os dois estavam aquecendo o motor quando Paula bateu no vidro da janela do carro de Nico. Ela fez um movimento com as mãos pedindo para ele abaixar o vidro. Assim o garoto fez. Paula abaixou-se, de modo que ficou na altura da janela, observando Nico.

–Bem, boa sorte – disse ela. – E... Não morra.

Sem pensar direito, Nico tirou o cinto de segurança, debruçou-se sobre o banco do carona e beijou Paula.

–Eu vou voltar, garota.

Ela assentiu e voltou para o lado de Inara e Jason, que estava apreensivos. Uma garota caminhou para a frente dos carros, levantou uma bandeira e quando a abaixou Nico e Phobos pisaram no acelerador, deixando apenas o asfalto para trás.

[...]

A corrida estava indo bem, já havia passado dez minutos, porém Phobos iria jogar sujo. Eles estavam chegando ao limite de Nevada quando Phobos jogou o carro de Nico para fora da pista. O filho de Hades girou o volante, pisou no freio e, graças aos Deuses, conseguiu retomar o controle do carro.

O garoto trincou o maxilar quando viu o carro de Phobos ultrapassando o seu. Nico pisou novamente no acelerador e voltou para a pista. Se Phobos achava que iria ganhar, ele estava muito enganado.

Por um momento, Nico continuou atrás de Phobos, pois o Deus não deixava o garoto passar de jeito nenhum. Nico, já sem paciência, tentou algo arriscado. Quando Phobos distanciou-se do lado esquerdo Nico acelerou, chegando à 350 km/h, se Phobos não desse passagem os carros iriam bater. O Deus olhou pelo retrovisor e viu Nico avançando, sem hesitar, e com medo de que Nico batesse seu carro, o Deus jogou a Ferrari para a direita. Deixando o caminho livre para Nico.

Nico fez questão de abaixar o vidro da janela apenas para mostrar o dedo do meio para o Deus e voltou a acelerar o carro, ultrapassando o de Phobos.

Nico e Phobos completaram os quarenta minutos, Nico ganhou de Phobos por uma diferença de segundos. O garoto saiu do carro e Paula, Inara e Jason foram parabenizá-lo. O Deus do medo caminhou até eles, a outra matade do mapa estava em suas mãos.

–Foi uma boa corrida, di Angelo, mas ainda aceito o prêmio de consolação – disse Phobos.

Antes que alguém pudesse processar o que Phobos estavam dizendo, ele beijou Paula. A garota tentava soltar-se, mas o Deus era mais forte. Nico sentiu seu sangue ferver em suas veias. Quem Phobos pensa que é?

Nico empurrou, gentilmente, Paula para trás e avançou para cima de Phobos, mas antes que os semideus pudesse socar o rosto do Deus, Phobos olhou em seus olhos. E Nico pôde ver seu maior medo.

Na visão, lá estava Nico, com seus dez anos, recebendo a noticia de que sua irmã, Bianca di Angelo, morrera. Nico reviveu a cena de novo, sentiu seu coração se quebrando novamente. Nico escutou novamente o crack!, algo importante tinha se quebrado dentro dele, algo que nunca poderia ser concertado.

Depois tudo mudou, Nico viu-se na companhia do Rei Minos. Viu suas tentativas em ressuscitar Bianca... Deuses! Como ele sentia falta dela! Sentiu novamente todo o ódio por Percy Jackson.

E, então, a pior de todas as cenas entrou no campo de visão de Nico. Ele, sozinho, para sempre. Na visão, Nico corria, corria, corria, mas nunca conseguia achar uma luz. Esse era o maio medo de Nico: a solidão eterna. E foi só quando Nico sentou-se no chão, abraçou as pernas e começou a chorar que ele soube que lugar era aquele. Era o interior de Nico. Um profundo poço negro, sem luz. Sem saída.

Quando Nico voltou para a realidade, Phobos havia sumido e nas suas mãos estava a metade do mapa. O garoto cambaleou para trás, Paula o ajudou a manter-se de pé. Nico sabia que ele precisa colocar uma luz dentro de si, e foi só quando ele olhou para Paula, observando a expressão preocupada da garota, que Nico soube onde encontraria essa luz.

[...]

Beatriz e Percy jogaram uma partida ou outra, com intervalos nos quais Beatriz bebia grandes quantidades de bebida alcoólica junto com os caras desconhecidos.

–UHUL! – Beatriz gritou, agitando o taco no ar, comemorando mais um ponto.

–Beatriz, já deu, né? Vamos embora – Percy falou, segurando-a pelo braço.

–Jackson, para de ser chato – Beatriz fez birra, puxando o braço da mão de Percy.

–É, playboy, deixa a Bea se divertir – Martin a segurou pela cintura em um abraço de lado. Outra vez Percy viu o sorriso de Beatriz diminuir quando seu apelido foi pronunciado.

Tal ato fez o sangue de Percy ferver. Quem Martin pensa que é para segurá-la assim? O garoto fechou os punhos.

–Não venha me dizer o que fazer, cara – Percy disse, nervoso.

–O que você disse, filhinho de papai? – Martin avançou para cima de Percy, o que não intimidou o filho de Poseidon, já que ele estava cego de raiva.

–O que você ouviu – Percy partiu para cima dele também.

–Ei, ei, calma aí – Beatriz entrou no meio dos dois, os separando. – Vamos embora agora, então!

–Ah, não acredito que você está indo só porque esse engomadinho tem horário para voltar para casa – Martin riu irônico.

–Não é só porque ele quer, eu estou a fim de ir embora também – Beatriz disse, subitamente sóbria.

–Fica mais um pouco – Martin se aproximou perigosamente de Beatriz.

–Não. Quero ir embora mesmo – Beatriz disse, tentando se afastar dele.

–Então, que tal um beijinho de despedida? – Martin a segurou com força.

–Que beijo, o quê! Me solta! – Beatriz gritou, zangada.

–Deixa de frescura, é só um beijo – Martin aproximou seu rosto do dela.

–Me solta, cara – Beatriz falou, soltando-se dos braços dele e dando um belo chute nas partes íntimas do pobre infeliz. Percy abafou um riso.

Martin gritou e caiu no chão com uma feição de dor, fazendo Percy rir alto sem querer. Não deu tempo de fazer muita coisa, já que o garoto logo sentiu Beatriz o puxando pela mão e saindo correndo do local.

Eles entraram no primeiro elevador que estava vazio. Percy ainda estava rindo, depois de algum tempo Beatriz o acompanhou. Os dois adentraram o quarto que dividiriam durante a noite, Percy trancou a porta e os dois sentaram no chão.

–Garota, você é doida, só pode! Eu me recuso a aceitar que você é normal – disse Percy, controlando o riso.

–Cala a boca, Jackson. Foi divertido – Beatriz disse, encostando a cabeça no ombro do garoto.

–Aquele cara podia ter machucado você – Percy disse.

–Para de ser cagão, Percy – ela disse, fazendo os dois rirem. – Você estava lá para me proteger.

Alguns minutos depois, Percy percebeu que Beatriz havia dormido. Ele carregou a garota e a colocou na cama. A beijou e sussurrou:

–Sempre protegerei você.

[...]

Os outros quatro foram para os seus quartos. Percy e Beatriz foram os únicos que conseguiram dormir, pois Nico e Paula passaram a noite, sentados, lado a lado, embriagando-se e conversando. Enquanto Inara e Jason tentavam entender o mapa. Os pedaços de papel quando foram colocados lado à lado, juntaram-se imediatamente, o que fora bom.

E agora, os seis esperavam pela próxima aventura ou, quem sabe, a próxima loucura que enfrentariam.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem, por favor.
OBS: O capítulo ficou gigante, eu sei. A leitura deve ter ficado cansativa, me perdoem.



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