– Pera aí, Pê, isso é sério? - perguntou Karina.

– Mais sério impossível, K. O corretor que arranjou o Perfeitão pra gente tem um apartamento ideal. É perto, tem espaço e o aluguel é razoável... Amor, a gente vai se mudar! - disse Pedro, pegando a garota em seus braços e a beijando. - A gente realmente vai morar junto. Vamos comemorar, Esquentadinha! Aí, galera, eu e a Karina arranjamos um apê pra gente. Bora num barzinho comemorar.

Todos gritaram em aprovação e parabenização, exceto a Kickass. Vicki olhava o casal com uma cara cínica e os outros não ligavam para a notícia. Depois que os instrumentos das bandas foram guardadas na van da Galera da Ribalta, Pedro percebeu que Nando estava se afastando, junto da Kickass.

– Ô, Nando! Cê não vem pro bar com a gente comemorar não?

– Pedroso, eu queria muito, mas eu fiquei de levar o pessoal aqui em casa e sei que vocês não se dão bem. - respondeu o velho roqueiro.

– Foda-se, cara. Eu quero comemorar com o meu professor. Vocês aí, trégua só por hoje? Pelo Nando?

– Cê acha mes... - dizia Ricardo, até ser interrompido por Vicki.

– A gente vai sim, Cabeludinho. Aceitamos a trégua.

– Ia ser uma boa você botar uma blusa.

– Ah, mas eu tô tão confortável assim, Cabeludinho.

Ao ver que Karina iria avançar na vocalista, Pedro a segurou junto de seu corpo. Depois de irem ao bar, todos sentaram-se em uma mesa bem grande, onde Kickass ficou em uma ponta e a Galera da Ribalta na ponta oposta, tendo Nando como o divisor de águas.

– Aí, K, vou ligar pro Johnny. - disse Pedro, ligando para o melhor amigo.

– Ah, se for assim eu vou ligar pro meu Negão. Alguém tem que me buscar aqui. - disse Sol.

Meia hora se passou e ambos chegaram. A partir daí que todos começaram a conversar e beber.

– Vem cá, Karina, cê acha que vai conseguir aguentar o Pedro todo dia? Nem a gente aguenta direito. - disse Paula, rindo.

– Aí até eu tenho minhas dúvidas. Mas ele sabe que se sair da linha o bicho pega pro lado dela. - respondeu K, piscando para o namorado.

– Socorro, vou viver em regime militar. - brincou Pedro.

– Relaxa, Pedrinho. Morar junto é ótimo, né, Wallace? - perguntou Sol.

– Pedroca, vou te mandar a real. Com minha pretinha aqui é super tranquilo. Ela vacila de vez em quando mas aí é só eu sair com o moleque solto que resolve. Mas com a ferinha aí quero nem imaginar. Precisa se preocupar com gravidez indesejada não. Em uma semana ela destrói teu saco. - disse Wallace, fazendo todos rirem.

Enquanto todos conversavam, Karina percebeu que estava sendo observada por Vicki, do outro lado da mesa. Tentou acalmar-se e simplesmente perguntou-a:

– Vem cá, perdeu alguma coisa?

– Ah, não, desculpa. Tava só olhando vocês. Cês namoram desde quando? - perguntou a garota, sendo despertada de um transe pela pergunta de K.

– Há uns 6 anos. Muito me surpreende você saber o que é um relacionamento, né, piriguete?

– Cê me chamou do quê?

– Piriguete, dona "confortável".

– A culpa não é minha se sou confortável com meu corpo. Cê deve odiar o seu, né? Queria ser mais menino?

– Chega! - gritou Nando. - Vocês se esqueceram que era pra isso aqui ser uma trégua?

As duas garotas apenas olharam para baixo, envergonhada. Karina até considerava ir pra casa, até sentir a mão de Pedro acariciando seus cabelos loiros e puxando sua cabeça para um beijo, longo e carinhoso. Ao separarem-se, Pedro aproximou-se do ouvido de Bella e sussurrou:

– Não fica assim, minha linda.

Foi uma frase curta e simples, mas foi o suficiente para fazer a lutadora sorrir e se recuperar. Abraçou o corpo do namorado e reconfortou-se ali. 20 minutos depois da pequena discussão, todos aos poucos foram indo para suas respectivas casas. Como Pedro tomou algumas, K achou melhor que ela dirigisse. Enquanto iam para a casa de Pedro, Karina estava frustrada pelo seu comportamento e disse para ele:

– Pê, desculpa pelo escândalo hoje. É só que aquela garota... ela me tira do sério, sabe? Aquele jeitinho todo atirado dela... quem em sã consciência vai de sutiã pra um bar?

– Uma garota pra quem eu não dou a mínima porque tenho a minha Esquentadinha aqui junto de mim. Não quero mais nada nesse mundo, Karina.

A lutadora limitou-se a corar e sorrir, em silêncio. Não sabia como reagir a essas declarações do garoto. Quando chegaram em frente à casa de Pedro, já estava bem tarde. K pegou o celular e enviou uma mensagem pro pai dizendo que iria dormir na casa de Pedro e que provavelmente não teria disposição para dar aula na academia no dia seguinte. Quando entraram, encontraram a família toda do guitarrista ainda acordada. Delma tomava café enquanto Tomtom mexia no computador e Marcelo organizava alguns papéis.

– Oi, gente. - disse Karina, sorrindo para os sogros e a cunhadinha.

– Oi, Karina. Como é que foi o show? O Nando detonou na guitarra como sempre? - perguntou Marcelo, com uma cara de expectativa de criança.

– Pai, o Nando ainda manda muito. Não importa quanto tempo passe, a guitarra do Nando Rocha é eterna. - disse Pedro, fazendo um solo no meio do ar. - Aquele lance que você falou é sério mesmo?

– Aham. Tá aqui a papelada. Se quiserem podem dar uma olhada antes de assinar qualquer coisa mas eu já olhei e tenho que dizer que é muito bom. Certeza que cês vão adorar.

– E aí, Esquentadinha, tá afim de dar uma olhada amanhã?

– Pê, agora eu só quero é deitar contigo é descansar. Foram muitas emoções hoje, sabe? - respondeu Karina, piscando para o rapaz.

– Ah, nem falei pra vocês. Eu compus uma música nova pra K e a toquei hoje lá no show. Todo mundo adorou ela. - disse Pedro, claramente orgulhoso do sucesso que a música fez.

O roqueiro pegou seu celular e mostrou, em vídeo, a nova música criada pensando em K. Enquanto a família dele observava e elogiava, cada vez mais ela ficava envergonhada.

– Nossa, filho, a Karina tem sorte de ter um namorado assim que nem você. A música ficou linda. - disse Delma, acariciando os cabelos bagunçados de seu filho.

– Ficou mesmo, Pê. Já tô até passando pro meu celular aqui que isso com certeza vai pro grupo no WhatsApp. - disse Tomtom, focada no celular e nos fã-clubes que administrava.

– Bom, eu vou dormir, tá bom? Tô bem cansado. Cê vem, Esquentadinha? - perguntou Pedro, tendo como resposta a garota assentindo.

Quando entraram no quarto, a garota logo disse:

– Pê, vou tomar um banho, OK? Tô toda suada e cansada.

– Tá bom, vai lá.

Após despir-se e ir para baixo do chuveiro, não deu 5 minutos e a garota sentiu os braços de Pedro a envolvendo. O roqueiro virou-a de frente para si e começou a beijá-la. Enquanto beijavam-se, as mãos de Pê percorriam pelo corpo todo da garota, focando-se principalmente em sua bunda. O rapaz a pegou no colo, prensou-a contra a parede e atacou seu pescoço. Karina estava gostando da sensação de seus seios esfregando contra o corpo de Pedro, quando este decide a penetrar. A partir daí, o casal só parou quando Pedro finalmente ejaculou e continuaram com seu banho normalmente.

– Nossa, Pê, cê tava animado hoje. A que devo o prazer? - perguntou Karina, rindo, enquanto secava o corpo.

– Quem disse que a comemoração terminou quando viemos pra casa?

– É, cê tem razão... ai, Pê, tô sem nenhuma roupa confortável aqui pra dormir. Acho que vou dormir só de calcinha mesmo.

– Precisa não.

– Por quê?

– Quem disse que a comemoração já acabou? - disse o rapaz a pegando em seus braços e levando para a cama.