Taking Care escrita por Rayssa


Capítulo 2
Fever's natural medicine


Notas iniciais do capítulo

É, eu quase não conseguia postar hoje, mas, como tinha avisado que ia postar, nada de voltar atrás :DDD Espero que gostem :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569472/chapter/2

Oliver estava encantado.

Ele deveria estar chateado e totalmente irritado. Mas a presença dela era o suficiente para fazê-lo esquecer tudo. Ela estava doente, estava uma bagunça e era uma gracinha. Sua voz estava anasalada e continuava sendo ótima de escutar. Sua casa era exatamente igual ao que ele esperava e, ao mesmo tempo, completamente diferente.

Contudo, o que mais o encantava era o jeito tão natural dela, mesmo doente.

Enquanto Felicity se deliciava com a comida italiana, ele ficou encarando-a com adoração. Ela era perfeita, tudo aquilo que faltava nele. Não era nenhum pouco contida, falava demais, distraída, animada, desajeitada e, principalmente, um pequeno pacote de felicidade instantânea.

Um pacote que ele queria que fosse seu.

O pacote de Ray Palmer.

Seu rosto se tornou uma carranca e a admiração se tornou ciúmes. Ele queria aquela garota para si, e quando tomara a decisão de ficar com ela, mesmo com todos os problemas do arqueiro, era tarde demais.

– ... Oliver? – o homem piscou várias vezes ao perceber que ela o chamava.

– Oi? – franziu o cenho.

– Por que italiana? – apesar de não estar vermelho, o homem sentia vergonha do motivo de ter comprado italiana. Era uma tentativa muda de retratá-la pelo encontro que dera errado. Até teria pedido a mesma coisa que teria pedido naquela noite, se houvessem chegado a pedir.

– Você gosta de comida italiana. – afirmou, como se aquilo fosse óbvio.

Os olhos azuis demonstraram compreensão, mas a mente da dona deles não tinha tanta certeza sobre isso. Por fim, levantou-se e levou a louça até a lavadora, ligando-a. Voltou a se sentar na mesma cadeira que antes ocupara.

– Estava delicioso, obrigada. – sorriu amigavelmente. – Quer comer alguma coisa? – perguntou, voltando a ficar de pé.

O homem negou com a cabeça.

– Ahn... – a mulher pensava na melhor forma de dizer isso sem ser rude. – Bem, eu vou escovar os dentes, fique à vontade, pode ir conhecendo a casa, não que você tenha curiosidade, se você quiser. Não é muito grande mais... – respirou fundo. – Já volto.

Quando passou pelo homem, encostou, delicadamente, sua mão sobre o braço musculoso dele. Sorriu. Saiu. Oliver não pode deixar de notar a quentura da mão da mulher, não precisou pensar duas vezes.

Fazia 98.6ºF lá fora, era um dia mais quente que o normal de verão. Felicity sentia frio, estava agasalhada. Sua mão estava quente. Felicity estava com febre. Um sorriso surgiu em seus lábios, ela agia como se estivesse ótima.

O homem levantou-se e foi até a geladeira da garota. Ela havia dito para ele ficar à vontade, não era? Assim que abriu, percebeu que tinha tudo o que ele precisaria. Ele não era muito bom em cuidar de pessoas, mesmo assim, isso ele podia fazer e seria engraçado ver a mulher sobre o efeito do remédio natural.

Quando a mulher voltou, havia lavado o rosto em uma tentativa de parecer mais atraente. Também transformara o coque em um rabo de cavalo, só que esses não estavam no melhor estado.

Oliver estava na frente do fogão.

Franziu o cenho, o que ele estava fazendo?

– O que você está fazendo? Pensei que não estivesse com fome... – murmurou. – Eu teria deixado um pouco para você.

– Isso é para você. – ela franziu o cenho.

– Eu acabei de comer. – disse.

– É um remédio para febre. – as sobrancelhas da garota levantaram.

– Eu não estou com febre e se estivesse, você já ouviu falar em comprimidos? Eles servem para isso. – um sorriso irônico se abriu nos lábios dela.

– Sim, você está com febre. Está fazendo um calor do inferno aqui e você está totalmente coberta. – riu. – E com seu corpo frágil, um remédio natural ajudara para que sua gripe passe bem mais rápido.

A menina se sentou sobre a cadeira da cozinha e deixou que ele fizesse, não tinha mais argumentos, e nunca imaginara Oliver Queen cuidando de alguém, isso seria bastante divertido, queria saber até que ponto ele iria.

Assim que ele terminou, colocou a sua frente um chá fumegante.

– Espere esfriar um pouco e beba tudo. – sentou-se à sua frente. – E prepare-se para dormir, isso vai te deixar bastante sonolenta.

– Vai ser bom dormir um pouco. – deu de ombros.

– E você não dorme? – perguntou curioso.

Ela riu abertamente.

– Não é que eu não durmo, só não durmo muito. – suspirou. – Tenho muito o que fazer para perder tempo dormindo! – exclamou. – Pelo menos, eu durmo mais que você. – brincou.

– Eu tenho meus pesos a serem carregados. – apesar de fingir dar de ombros, mesmo depois de quase três anos fora da ilha, Oliver ainda sentia as ameaças em seus sonhos.

– Eu não conseguiria. – afirmou. – Viver tudo o que você viveu. – admitiu. – Não que eu saiba tudo o que você viveu, você não fala muito sobre isso, só que eu sei que eu não conseguiria. Não seria forte o suficiente. – o homem negou com a cabeça.

– Sara sobreviveu. – tocar naquele nome ainda doía em seu coração, sabia que precisava pegar o assassino, porém, tinha outra coisa com que se preocupar no momento.

– Eu nunca seria como a Sara. A primeira pessoa que eu matasse, eu iria quebrar, não conseguiria seguir em frente. – ao notar o que acabara de falar, sentiu vontade de colocar as mãos sobre a boca.

Oliver matara muitos.

– Mesmo em situações de vida ou morte? – perguntou, tentando não sentir-se recriminado.

– Eu não seria forte o bastante... – tentou corrigir. – Entendo que era necessário, e não acho que vocês fizeram errado, mas sei que eu não teria coragem. – sussurrou.

– Entendo. – murmurou. Apesar de tentar não soar entristecido, sua voz falhou consigo.

– Oliver? – perguntou preocupada. – Você está bem?

Não! Claro que não. Primeiro você beija Ray exatamente quando eu ia atrás de você! Segundo, você acaba de esfregar na minha cara que eu acabei de matar dezenas de pessoas e seguir em frente, lembrando-me o quão horrível eu sou! E eu estou aqui, agindo feito um adolescente apaixonado, fazendo chá por me preocupar com seu bem estar. Então não Felicity, eu não estou bem!

– Estou ótimo. – foi o que ele disse. – Acho melhor começar a tomar o seu chá. – disse, tentando voltar ao normal.

A mulher assentiu e começou a bebericar do chá. Não tinha o melhor gosto do mundo, mas era aceitável o bastante.

– Você já quis muito voltar no passado e mudar tudo? – perguntou.

– Eu pensava isso o tempo todo no ensino médio. – admitiu. – Hoje não mais, contudo, naquela época, eu era uma garota baixinha, de óculos de graus, cabelos escuros, apaixonada por quadrinhos e a primeira da classe em todas as matérias, menos educação física. – começou a tagarelar. – Eu ficava imaginando que talvez, se eu tivesse me esforçado mais, meu pai não teria nos abandonado e eu não seria daquela forma. – os olhos de Oliver estavam cravados no azul límpido dos olhos dela, incrivelmente interessado em sua história.

– Você sabe que não é sua culpa, não é?

– Claro! Eu era uma criança, uma criança boba que vivia na minha própria pressão para não ser igual a minha mãe. A mulher que passava horas trabalhando em um cassino para colocar comida na mesa, que passava pouco tempo comigo, que não me ensinava a ser como os outros. Eu precisava ser inteligente, eu precisava ser melhor que aquilo. – admitiu, sentindo a vergonha começar a queimar em suas bochechas. – Eu achava minha mãe uma péssima mãe, acabou que hoje eu a vejo de uma forma totalmente diferente. Eu queria ter a garra e a coragem daquela mulher, e, bem, a minha personalidade é bem parecida com a dela, quando se trata de falar de mais, exatamente como eu estou fazendo agora. – um sorriso estava nos lábios de Oliver, um grande e lindo sorriso, teve que admitir para si mesma.

– Você é uma grande mulher Felicity. – a mão de Oliver tocou a sua, provocando um arrepio em sua espinha, instintivamente, voltou a tomar o chá, para esconder a vergonha.

Virou a xícara rapidamente, fazendo com que o vapor esquentasse ainda mais as suas bochechas.

– Uou, você vai cair como uma pedra. – brincou.

– Já posso sentir os efeitos. – e isso era verdade, mal terminara de tomar e já estava com os olhos pesados.

– Ele é bastante forte. – sorriu. – Foi uma japonesa que me ensinou, quando eu estive em Hong Kong. – confessou.

– Não me diga que você dormiu com ela também? – ela estava começando a perder o controle do que falava, era um dos efeitos do sono que o remédio, Oliver sabia disso.

Ele realmente não sabia o que sairia da boca dela, ela já quase não tinha esse controle.

– Não, Tatsu tinha marido e um filho, contudo, ambos foram assassinados, e hoje eu não sei como ela está. – admitiu. – Só sei que ela luta contra a máfia japonesa. – murmurou.

– Pobrezinha. – sussurrou a loira, com os olhos entristecidos.

Oliver sabia que ela não lembraria disso e saberia que ela diria a verdade, e foi movido por isso que ele perguntou.

– Você e Ray estão juntos? – sussurrou, sentindo o medo corroer em seu coração.

– O que? – Felicity perguntou assustada. Isso era por causa do encontro? Ele não sabia do beijo, ou sabia? – Não! – exclamou. – O beijo não significou nada! Após me beijar, ele simplesmente foi embora, como um total cretino que se aproveita da sua funcionária! – exclamou furiosa.

Oliver estava feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz por ela não está com Ray e triste por ela se importar o bastante para estar furiosa com o que ele fez.

– E ele nunca teria chance contra você! – exclamou, chamando toda atenção de Oliver para si. – Ele não é bonito como você, pode até ser uma boa pessoa, mas não é o arqueiro! – bocejou. – E principalmente, não beija como você! Ninguém beija como você. Nem Ray, nem Barry, nem Cooper, nem Jake. – contou nos dedos. – Eu beijei cinco pessoas a minha vida inteira, e nenhuma delas era como você. – o sorriso nos lábios de Oliver era gigantesco, ela não fazia ideia de como aquilo acalmava o seu coração.

Essa era a sua chance, não era tarde de mais.

Felicity ainda podia ser sua.

– Obrigado. – agradeceu, seu sorriso se tornara de puro amor.

– Não tem pra que agradecer... – murmurou atrapalhada, abaixando a cabeça sobre a bancada. – Eu sou a sua garota, lembra? Sua garota notável! - sussurrou baixinho, quase adormecendo. – Tenho orgulho disso, porque Oliver Queen é um grande homem, o homem que me inspira. – Oliver teve muita dificuldade em entender o que ela disse.

Mas ele entendeu e ela adormeceu.

Ele tinha uma chance!

Levantou-se devagar, caminhou até a loira e a encaixou em seus braços, deixando que ela ficasse confortável ali. Apesar de não saber onde ficava o quarto, só haviam duas portas ali. A primeira, ele descobriu que dava ao banheiro. Por isso, adentrou a segunda sem medo de que ela não fosse o quarto.

Depositou, gentilmente, Felicity sobre a cama e a cobriu com o coberto que antes estava em seus ombros. Ele viria mais tarde, definitivamente traria sopa. Ele ainda tinha uma chance! E não podia desperdiça-la. Iria cuidar da mulher que amava e depois lutar para que ela fosse sua. Ele ainda ganhava de Ray, não era tarde demais.

Beijou o topo da cabeça dela e virou-se para sair.

– Fica aqui. – o sussurro foi baixo e ele não tinha certeza se realmente tinha ouvido, porém, não resistiu.

Tirou os sapatos e deitou ao lado da mulher, deixando que essa aninha-se ao seu peito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, é isso pessoal.
Para quem não sabe, 98,8F é o mesmo que 37C.
Pleaaaaase, comentem! Preciso saber o que vocês estão achando para melhorar a fic!!!!
Beijoooooooooos ;***