Give me Love escrita por Gangster


Capítulo 7
Capítulo 7




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Minhas esperanças do psicólogo querer tratar minha mãe e não eu tinham sido aniquiladas no momento em que percebi que era um psicólogo de igreja. Apesar de odiar o fato de ser uma igreja tinha que admitir que era bem bonita, daquelas que antigas reformadas. Entrei pela porta da frente, estava vazia, com algumas pessoas de joelhos em frente ao altar, rezando (igreja católica), reconheci minha mãe dentre essas pessoas, fiquei em pé observando, até que ela se levantou e olhou pra trás, me viu e veio caminhando até mim, dava pra ver que ela tinha chorado enquanto rezava, eu odiava ver ela nesse estado, isso só me fazia sentir mais culpado, ela pegou minha mão e fomos até uma porta, lá tinha um corredor com varias outras portas, a igreja não parecia tão grande por fora, entramos em uma das salas, e lá tinha um senhor, lá pros seus cinqüenta anos, ele parecia ser simpático, e pediu para que minha mãe esperasse do lado de fora.

– Oi Miguel, sente-se – Sentei em uma cadeira e deixei a mochila em outra que tinha na frente da mesa dele – Sou Carlos. Como você está?

Dei de ombros

– Sua mãe me contou o que aconteceu...

– A quanto tempo ela vem aqui? – Interrompi ele.

– Faz uns cinco meses, ela nunca comentou?

– Não. Geralmente ela tentava me arrastar pras igrejas, que estranho...

– Ela está com problemas, não dava pra te trazer agora.

– É mesmo? – Eu não sabia de nenhum problema, ela nunca tinha comentado nada – E quais são eles?

– Acho que estamos aqui para falar de você, não é mesmo?

– Sim, mas como você quer me ajudar, para eu ajudar ela também, sem que eu saiba dos problemas dela? Eu quero entender por que ela está tão sensível.

– Está bem Miguel, gostei de você. Sua mãe... – Ele deu uma pausa – Teve problemas com seu pai, e agora está com depressão.

– Problemas por que? Eles se dão tão bem – Pelo menos era o que parecia – E depressão por que?

– A mesma resposta para os dois; Traição!

Engoli em seco, não esperava isso de nenhum dos dois.

– D-da parte de quem? – Gaguejei.

– Da sua mãe... – Agora ele não falava mais com tanta naturalidade. Fiquei irritado afinal, meu pai sempre deu o máximo para mim, minha mãe e meu irmão, o que inclui atenção também.

– Por que ela fez isso? – Falei com a voz falha – Ele sabe?

– Nem ela sabe o motivo. Sabe, ele até perdoou ela. Mas ela não se perdoou.

– Então por que ela me trouxe aqui se cometeu um erro desses?

– Porque você também está cometendo um erro... Para ela.

– Mesmo que eu esteja, eu não escolhi isso, mas ela sim, teve escolha, e mesmo assim fez isso com meu pai!

– Miguel... Não seja tão duro com ela, você quer mudar?

– Não!

– Foi o que eu disse a ela.

– Espera... – Parei para pensar em um ponto da conversa – Você disse que eu também estou cometendo um erro, mas “Para ela”?

– Sim, aqui NESTA igreja não achamos que isto seja pecado.

– Nesta?

– Sim, não são todas que tem esta mesma política.

– Ela sabia disso quando começou a freqüentar este lugar?

– Não sei, acho que não, o fato Miguel, é que ao contrario do que você pensa, eu estou tentando te ajudar, mostrar que o que você sente não é nada de errado, e tentando mostrar a ela que Deus já perdoou ela – Aquele papo de Deus me incomodava, mas não desta vez.

–Tá funcionando? – Me voz praticamente implorava por um sim.

– Sim Miguel – Quase não acreditei na resposta dele – Mas nada é tão rápido assim, vamos precisar de mais consultas. Mas não se afaste dela, continue com a mesma relação de sempre, e ela ira notar que isto é só mais uma informação sobre você, que você não mudou, que ainda é o mesmo Miguel. Posso te pedir um favor?

– Claro.

– Peça para o seu pai passar aqui está bem?

– Ele já veio?

– Sim, pra falar sobre... a traição, mas agora quero falar com ele sobre você.

– Ok.

– Por hoje é só, vai pra casa, e relaxa, aos poucos a gente resolve isso, enquanto isso vai levando sua vida como sempre foi.

– Obrigado – Eu estava tão contente que até ri quando disse isso.

Sai, e minha mãe se levantou para entrar na sala, parei ela e dei uma abraço. Ela retribuiu, meio sem jeito.

Depois que minha mãe saiu, voltamos pra casa, tentei conversar com ela normal na volta, até que funcionou um pouco. Também pensei na tal traição, mas por pouco tempo, se o assunto já tinha sido encerrado achei que não tinha motivos para continuar com isso, então tentei esquecer, mais tarde conversei com meu pai e falei pra ele sobre a conversa, ele pareceu contente. Naquela noite fizemos uma coisa meio que extinta; Saímos juntos, até meu irmão que morava longe apareceu, nos divertimos bastante, conversamos, demos risada... Enfim, foi uma noite tranqüila.


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