Incomplete escrita por KatCat


Capítulo 5
Unexpected Visit


Notas iniciais do capítulo

Obrigado por todos que favoritaram e comentaram .



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/567743/chapter/5

O arrepio gelado que subiu pela minha espinha me deu a certeza de que eu estava errada, mas mesmo assim não me virei para confirmar. Meu cérebro automaticamente juntou a conversa de todos mais cedo, com o arrepio. Não precisava ser gênio para saber quem era.

— Olá, Davina — ouvi a voz dele atrás de mim — É bom te ver novamente.

— Pena que não posso dizer o mesmo — falei amarga, apertando ainda mais meus joelhos contra meu peito.

— Vejo que seu humor ainda não mudou... — comentou, parando ao meu lado, olhando para frente.

— Vejo que você continua o mesmo babaca de dois anos atrás — meu corpo tremia de raiva, mas eu estava me segurando.

— E definitivamente ainda não é uma dama — completou, e eu finalmente me virei para ele.

— E definitivamente eu não pedi sua opinião, então porque você não arrasta esse seu traseiro de volta para seu planeta e esquece a Terra de uma vez por todas? — chiei, me levantando e ficando frente a frente com ele. Ele me devolveu seu sorriso divertido.

— Ainda tenho assuntos inacabados aqui — respondeu simplesmente, voltando a encarar o mar a nossa frente. Minha mão coçava para acertar meu punho naquela carinha de criança de novo.

— O que você quer aqui, Loki? — perguntei finalmente.

— Por enquanto... nada — respondeu, e eu estreitei meus olhos.

— É. E se eu vesse um milhão de dólares na minha frente eu não pegaria. Pelo amor de Deus, conta outra... — reclamei, dando dois passos para trás.

— Eu não vim aqui para te machucar, se é o que está pensando — avisou, ainda encarando o mar. Suas mãos estavam perfeitamente colocadas atrás das suas costas, como sempre — Só quero... conversar.

Eu ri. Sim, comecei a rir igual uma retardada, até ele estreitar os olhos para mim.

— Sinto muito, mas você acha que eu nasci ontem? — debochei, andando para trás. Aquela conversa estava terminada.

— Isso ainda não acabou, Davina — ele falou, e eu parei de andar. Ele finalmente voltou a se virar para mim e sorriu diabolicamente — Eu não saio daqui enquanto não conseguir o que quero.

— E o que você quer? — cuspi, apertando ainda mais minhas mãos. Seu sorriso aumentou, e ele andou lentamente até mim, parando a centímetros do meu rosto. Eu sentia sua respiração na minha cara, mas não me atrevi a mexer nenhum músculo.

Você — sussurrou, enquanto eu o encarava com a respiração presa nos pulmões. Ele sorriu e quando eu tentei tocá-lo, ele desapareceu. Bufei irritada e voltei a andar em direção a casa.

— Maldita magia, eu realmente queria dar um soco naquela cara — resmunguei, batendo a porta da casa de Steve atrás de mim e indo direito para a cozinha. Meu estômago roncava tão alto que se eu passasse mais alguns minutos sem comida, eu desmaiaria. Enquanto fazia um macarrão, eu revirava a conversa de alguns minutos atrás na minha mente.

Isso não podia nem sequer passar pela cabeça de Steve. Ele me colocaria em vigilância 24h por dia, igual antes, e eu não estava afim disso de novo. Nem um pouquinho.

Depois de quase ter queimado o macarrão, eu me sentei na bancada e comecei a comer. Dois minutos depois ouvi a porta da frente ser aberta. Steve apareceu na porta da cozinha alguns segundos depois.

— Finalmente você saiu do quarto — ele comentou aliviado, sorrindo para mim. Eu continuei comendo, sem falar nada. O sorriso dele morreu aos poucos — Bem, você conhece a casa. Fique a vontade.

Mais uma vez fiquei calada. Não estava afim de papo com ninguém, muito menos com ele. Por enquanto eu só tinha uma coisa na cabeça: eu precisava pegar meu celular de volta.

Joguei o prato vazia na pia e voltei para o meu quarto. Peguei uma roupa escura no meu armário e coloquei ela. Sentei na minha cama enquanto pensava. Onde Steve colocaria meu celular? Eu sabia de cada esconderijo que existia nessa casa, e não eram poucos. Eu só tinha que achar um jeito de descobrir aonde seria menos óbvio.

Saí do meu quarto silenciosamente. Steve teria que continuar achando que eu estava quietinha no meu quarto se eu quisesse que isso desse certo. Andei reto no corredor até o quarto dele e abri a porta vagarosamente. Eu sabia que ele estava no andar de baixo, na academia, então o andar de cima era todo meu. Eu revirei cada mínimo milímetro daquele quarto, mas meu celular não estava lá.

Sentei derrotada na cama dele e voltei a pensar. Minha mente estava meio embaçada sobre os anos anteriores, então toda hora que eu tentava lembrar, era como um espaço vazio na minha mente.

Droga — resmunguei baixinho, quando ouvi passos subindo as escadas. Saí do quarto dele igual um raio e entrei no meu. Pelo canto do olho vi quando ele finalmente acabou de subir e foi em direção ao quarto. Essa foi por pouco.

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Eu acordei no dia seguinte tremendo de frio. A coberta estava toda jogada no chão, e eu só estava de shorts e uma blusa sem manga. Rolei na cama e gemi de dor quando caí no chão, e logo depois me enrolei na coberta.

Me sentei no chão e olhei pela janela. Estava nevando. Que maravilha. Resmungando qualquer coisa, me levantei do chão ainda enrolada na coberta e corri para o banheiro. Liguei o chuveiro na água fervendo e entrei de roupa e tudo lá. Um sorriso se formou em meu rosto quando senti todos os músculos do meu corpo relaxarem. Depois de ter tirado a roupa e tomado um banho, saí de lá enrolada em uma toalha vermelha. Meu quarto estava frio, mas minha pele continuava quente, então eu nem senti muito.

Coloquei uma roupa quente e saí do quarto. Steve estava sentado em uma cadeira na cozinha, com uma blusa sem mangas e uma calça de linho. Louco. Revirei os olhos e abri a geladeira. Não tinha nada para comer aqui. Suspirei e me virei para ele. Modo atriz on.

— Você poderia me emprestar sua moto um pouquinho? Não tem nada que eu goste de comer aqui — pedi com a voz simpática, o que custava todas as minhas forças. Ele arqueou as sobrancelhas em surpresa mais logo depois sorriu, tirando as chaves do bolso.

— Tome cuidado — avisou, e eu me segurei para não rir.

— Pode deixar — devolvi um sorriso falso e saí da casa. Eu sentia falta da minha moto, que tinha ficado em São Francisco, mas por enquanto essa aqui teria que servir. Liguei ela e acelerei, sentindo o vento gelado bater em meu rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?
Bem, até amanhã anjos