As botas da agente faziam pouco barulho no corredor movimentado. Suas ­­mãos estavam colocadas respeitosamente atrás de suas costas, e ela parou em frente a uma porta pintada de branco, digitando a senha no pequeno painel ao lado e vendo a porta de vidro deslizar para o lado. Ela entrou na sala, vendo o homem parado em frente a janela que ficava atrás de sua mesa, olhando o pôr-do-sol.

— Diretor Fury — cumprimentou respeitosamente, mas o homem não se virou.

— Agente Hill — respondeu vagamente, assentindo levemente com a cabeça, em uma ordem silenciosa para ela falar.

— Temos notícias sobre Davina Clairemont, senhor — informou, mantendo a expressão neutra. Nick Fury suspirou e se virou para trás lentamente, encarando a agente Hill com surpresa. Ela prosseguiu — Parece que a sua capacidade avançada do cérebro fez seu coração começar a bater novamente, mesmo não tendo atingido a capacidade máxima ainda. Ela está hospitalizada, mas estável. O deus continua preso em Asgard, a comando de seu pai — o diretor se virou para frente novamente, mas a agente continuou — Tem mais uma coisa, senhor.

— O que mais aquela garota consegue estragar, até hospitalizada? — suspirou irritado, se virando novamente. A agente mordeu levemente o lado de dentro de sua bochecha.

— Ela está grávida, senhor — soltou, mordendo com um pouco mais de força. Fury não demonstrou reação por alguns segundos, mas dava para ver a irritação brilhar em seu olho. Ele se sentou na cadeira e ficou encarando um ponto vazio da parede por alguns minutos, antes de voltar a encarar a agente.

— Quem mais sabe? — perguntou, a voz tão dura quanto aço.

— Até agora, só Cameron Steinfeld, melhor amigo da senhorita Clairemont. Pelo que fiquei sabendo, eles resolveram que contariam para todos que Cameron era o pai — falou o que sabia.

— Ótimo. Mantenha isso. Ninguém poderá saber da verdadeira origem dessa... coisa — ordenou, com desgosto pingando de sua voz. Ele voltou a se levantar e voltou para a sua posição inicial — Eu mesmo vou cuidar disso quando for a hora — sussurrou para si mesmo, sua voz sombria. A agente assentiu, mesmo ele não podendo vê-la, e saiu silenciosamente da sala, do mesmo jeito que havia entrado. Fury continuou olhando para o pôr-do-sol, mas agora sem prestar atenção nele.

Sua mente estava a mil. Um plano se formando em sua mente e ele logo se virou para a mesa novamente, pegando o telefone e discando um número.

— Agente Lancaster? — perguntou, e a agente respondeu do outro lado da linha — Eu preciso que faça um favor para mim.