- Eu estive falando com Charlie – Edward disse assim que entrou em seu quarto, pegando-a completamente de surpresa.
- Como? – ela arregalou os olhos vendo o sorriso descontraído que ele tinha no rosto.
- Ele já sabe sobre nós – Edward disse dando de ombros. – Parece que só se fala nisso – revirou os olhos. – De qualquer jeito eu tinha de me apresentar a ele como seu namorado!
- Isso é tão antigo – ela disse revirando os olhos para se jogar na cama e só então perceber o que havia falado. – Merda – ele gargalhou.
- Quando se faz dezessete anos em 1918, é, as pessoas ficam meio antiquadas – ele disse sentando-se ao seu lado na cama. – Desculpe – ele murmurou – Mas isso era importante para mim!
- Você nunca fez isso?
- Apresentar-me ao pai da minha namorada? – ela delirou com o termo namorada.
- Isso...
- Não – ele disse – Naquela época nossos pais escolhiam as noivas, mesmo que a minha tenha sido meio incomum.
- Incomum?
- É uma longa história! – ele disse vendo-a revirar os olhos. – E você tem de dormir para aula de amanhã...
- Você também! – ela disse.
- Não – ele murmurou. – Eu não durmo.
- Nunca? – ela arregalou os olhos.
- Nunca...
Ainda havia muito para ela saber.
- Então o que você faz durante a noite? – ela perguntou ajeitando-se melhor na cama ao seu lado.
- Espere – ele disse se levantando. – Eu disse a seu pai que não ia demorar – ela revirou os olhos. – Eu vou, me despeço dele e volto pela janela...
Ela sentiu vontade de gargalhar, Edward não parecia o tipo de garoto que costuma fazer algo assim, mas não iria negar, pelo contrário.
Contendo a vontade de rir Isabella aproveitou o momento para fazer sua higiene e quando voltava ao quarto sorriu ao vê-lo já deitado em sua cama.
- Essa cama está se tornando o meu lugar preferido – ele disse antes de ficar de pé.
Ela riu se deitando para que, em seguida, Edward voltasse a se aproximar, beijando sua testa para depois beijar seus lábios. Inconscientemente, quase, o corpo de Isabella se curvou sobre o seu para vê-lo suspirar contendo o gemido, concentrado demais em continuar beijando-a.
- Não – ele murmurou afastando-se um pouco para ouvi-la reclamar. – Bella, isso não vai acontecer!
Ela suspirou passando a mão pelo cabelo de forma descontraída.
- Não agora – ele disse voltando a tocar seu rosto, e então sorriu. – É, eu acho que tenho mais controle do que imaginava – declarou respirando fundo.
Só que ela não estava a afim de dizer o mesmo, porque não se sentia assim
Tinha dezessete anos e, tudo bem que ainda fosse virgem, mas sexo parecia algo tão “surreal” que simplesmente acontecia, o momento levava ao acontecimento e se seguiam se beijando assim não restavam dúvidas de como acabaria, era apenas uma consequência de sua perdição.
- Então – ele começou como se nada tivesse acontecido. – Você queria saber o que eu faço durante a noite...
- Argh – ela murmurou voltando a se deitar na cama. – O que você faz?
- Antes eu ficava lendo, estudando música ou correndo de carro – ela revirou os olhos. – Agora eu gosto de ficar te vendo dormir, sabe, faz tanto tempo que eu não faço isso que para mim é quase algo de outro mundo. E eu gosto de ver como você se mexe de noite... – ela revirou os olhos. – E você solta uns muxoxos que a faz parecer uma menininha inocente, como uma gatinha se enroscando ao meu lado... E eu gosto de ficar mexendo no seu cabelo, e você reclama, mesmo dormindo, se eu paro por muito tempo – ela riu com as bochechas coradas. – E eu adoro, mais do que tudo, ver as suas bochechas coradas desse jeito... – ela abaixou a cabeça.
Como se fosse muito difícil fazê-la corar.
- Sabe, antes eu tinha nada para fazer, eu vagava pelas ruas correndo, algumas vezes nós até íamos caçar, ver como nos saímos durante a noite... Mas agora, agora é como se fosse tudo novo para mim, tão novo que até coisas mais banais e simples, como dormir, me fascinam. Isso só me faz ter mais certeza de que o poder que você exerce sobre mim é ainda mais do que qualquer que eu possa exercer sobre você...
- Eu não teria tanta certeza – ela disse.
Durante a noite ele se lembrava de antigamente, de sua vida antes de Forks, antes até de Carlisle.