O Filho do Juiz escrita por Cigano


Capítulo 34
Capitulo 34


Notas iniciais do capítulo

Finalmente é revelado.



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Mikael estava deitado na parte de baixo do beliche ouvindo Alex ressonar dormindo, quando uma leve batida na porta foca sua atenção para o pai que aparecia a cabeça pela brecha da porta.

– Venha Mike, vamos conversar em outro lugar para não acordá-lo. – disse Osíris apontando para Alex.

Mikael assentiu, saiu silenciosamente do quarto e fechou a porta. Antes de Osíris o levar para qualquer lugar, Mikael se adiantou.

– Pai, o que eu tenho para lhe revelar é muito sério e seria bom não sermos ouvidos, tanto por ouvidos mortais, ou por magia. Por isso peço que nos leve a um lugar que você tenha a certeza que ninguém mais terá a capacidade por qualquer meio de nos ouvir. – disse Mikael num tom sério que deixou Osíris um pouco tenso.

– Muito bem meu filho. Sendo assim, vamos descer até o salão de julgamento do meu palácio do submundo. Lá ninguém escuta, ou entra sem que eu dê permissão. E todos aqueles que se atreverem a tentar, sentirão a minha ira. – disse Osíris num tom mais sério agora, pegou a mão do filho, e com um feitiço, eles atravessaram o chão, e reapareceram no submundo egípcio onde ele julgava os mortos ou mandava os vivos para lá desde tempos imemoriais.

Andaram até o salão de julgamento, entraram e fecharam a porta. Para ter certeza de sua privacidade, Osíris usou seu cajado e tocou a porta recitando uma palavra e a porta e toda a sala, foi cercada por uma barreira azul que se moldou no formato quadrado da sala, bloqueando qualquer um que tentasse atravessar invisível, ou enviasse familiares como pequenos animais para ouvirem.

Osíris foi para seu trono sentar ao lado de Mikael que o esperava calmo e indiferente a barreira que tinha surgido do nada. Ele olhou com pesar que seu filho, agora tinha virado um homem por completo, e estranhamente sentiria falta do garoto que tinha chegado até ele carregado de sentimentos, e ainda frágil com sua inocência infantil que aos poucos era substituída pela determinação adulta. Agora tudo aquilo se fora. Sentou-se no trono, e se virou para encarar o filho.

– Bom Mike, estamos seguros agora. Pode falar. – disse Osíris impulsionando Mikael a falar.

– Rá me revelou a localização da coroa e quem a roubou. A coroa se encontra por mais irônico que seja em Asgard pai. E quem a roubou foi Loki. Rá disse que antigamente na época do roubo, ele não sabia o nome do ladrão, mas conhecia seu rosto. Quando ele viu minhas memorias, ele o reconheceu como sendo Loki. Desde muito tempo, Loki gosta de roubar os itens de poder dos outros deuses para colecionar. Quando cansou de roubar os deuses de Asgard, resolveu pegar um dos deuses da Terra. – disse Mikael que ainda pensava em como contaria sobre o espião ao pai.

– Aquele maldito deus do norte. Como se atreveu a tal ato. - disse Osíris zangado.

– Não se preocupe que eu mesmo acompanharei você até a ponte que liga este mundo e Asgard e o levarei até lá. – disse Osíris meio preocupado ao notar o nervosismo do filho.

– O que foi Mike? O que se passa?- perguntou o deus.

– É que vovô também descobriu que você tem um espião aqui pai. E também descobriu sua identidade. – disse Mikael vendo seu pai aumentar ainda mais sua fúria.

– O QUÊ? Um espião dentro de meu próprio palácio? Quem é ele? – disse Osíris furioso por descobrir que uma das cobras de Seth tinha se infiltrado na sua casa debaixo de seu nariz.

– Você não vai acreditar em mim se eu contar. Espere um pouco. – disse Mikael para Osíris que o olhou ansioso, e depois surpreendido com seu filho que tinha fechado os olhos e começado a recitar palavras antigas. Tão antigas como o seu pai. Em um instante, Mikael estava brilhando como ouro, e quando falou era uma voz que ele conhecia muito bem.

– Olá meu filho. Como estais? – perguntou Rá no corpo de Mikael.

– Mas, mas pai, como você está aqui? – perguntou Osíris ainda desorientado por estar falando com seu pai pelo seu filho.

– Ora menino, não se lembra de quem ensinou o meu neto? Ele está usando a magia que herdou de mim para conectar-se comigo, para que eu possa lhe falar. Ele sabia que a revelação do espião se fosse por sua boca, você não iria acreditar então combinamos que quando chegasse a hora, ele me chamaria e eu usaria seu corpo temporariamente para falar com você. – disse Rá com o rosto de Mikael que estava com uma expressão de repreensão. Osíris achava esquisito seu filho o olhando assim, mesmo sendo seu pai quem estava a falar.

– Muito bem então. Revele-me que é esse espião. – disse Osíris apressando-o ao perceber que aos poucos a aura dourada de Mikael enfraquecia e gotas de suor brilhavam em sua testa de esforço e concentração. Ele estava muito orgulhoso dele, por manter mesmo que temporariamente, o deus que mesmo velho era considerado o mais poderoso de todos os deuses.

– O espião e traidor é Anúbis meu filho. – disse Rá já esperando a incredulidade do filho, que foi comprovada logo a seguir com sua expressão de choque.

– Mas isso é ridículo. Logo Anúbis que a séculos está ao meu lado como meu braço direito, porque me trairia agora? – perguntou Osíris ainda não querendo acreditar.

– Pela inveja Osíris. Tudo começou por causa dessa maldita coroa que já me é um fardo há tempo demais. No passado, quando seus outros filhos semideuses tentaram encontrar essa coroa e falharam, você os deu a Anúbis para que os treinassem não é? – perguntou Rá.

– Sim, como meu braço direito, ele também é um mestre da magia e serviu como professor os ensinando através dos séculos. – disse Osíris com um mal pressentimento.

– Sabe o que Mikael me disse quando eu perguntei o motivo dele possuir tanta raiva em seu interior? Ele me disse que fora treinado, para usar suas emoções fortes na situação em que estivesse. Geralmente os sentimentos que temos numa luta, é ódio, fúria, sede de sangue. E foi quando entendi. Ele deliberadamente fazia com que a alma do mago ficasse exposta quando se usava a magia, fazendo com que absorvesse tudo que estivesse sentindo com a cabeça quente, e aos poucos toda aquela negatividade escurecia a alma que no fim, se tornava um escravo do caos e de Seth. Percebi que se eu não ajudasse aqueles dois meninos, eles iriam pelo mesmo caminho. Os aprendizes do caos de Seth, a maioria deles, são seus magos que Anúbis ajudou a escurecer a alma. Ele faz isso por sua culpa Osíris. – disse Rá no tom amargo.

– Minha? O que fiz para aquele traidor? – disse Osíris agora totalmente enfurecido que chegou a começar a brilhar sua aura azul, mas respirou fundo e voltou a se controlar.

– Ele sente-se ofendido, porque todas as vezes que você inicia a busca por essa maldita coroa você envia seus filhos no lugar dele que é seu braço direito. Ele que é muito mais forte do que os semideuses, mais sábio, e mais obediente a você era deixado de lado, fazendo-o ficar ressentido com sua falta de confiança. – disse Rá.

– Eu só não o mandava no lugar, pois tinha receio que a tentação de usar aquela coroa fosse consumi-lo ao ponto dele se recusar a entregar a você pai, e assim ficarmos toda a mercê dele. Como a coroa foi feita para ser usada por deuses, mesmo que um semideus ou mago usasse a coroa, sua vida seria drenada logo após, eliminando o problema. – disse Osíris triste ao saber que seus receios tinham sido confirmados.

– Meu filho, não posso mais ficar no corpo de Mikael, porque ele já chegou ao limite. Reconheço que de todos os meus netos que você já deu, esse foi o único que herdou meus poderes, e também o único a quem me afeiçoei desde muito tempo. Ele é forte, mas não conseguirá me aguentar por mais tempo. Despeço-me aqui, e agora é com você resolver o problema com o traidor. Adeus meu filho. – disse Rá pela última vez e a luz dourada se apagou de Mikael. Osíris amparou bem a tempo seu filho, que no momento que Rá saiu de seu corpo, desmaiou do esforço e agora dormia em seu colo com a cabeça apoiada em seu ombro como se fosse uma criança pequena no colo do pai. Osíris olhou para ele, e acariciou sua cabeça e seus longos cabelos negros que estavam amarrados nas costas com um elástico. Arrumando para que ele ficasse mais confortável em seus braços, beijou sua testa carinhosamente e sentado com seu filho adormecido em seu colo no trono, pensou em como iria desmascarar aquele traidor.


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