O Filho do Juiz escrita por Cigano


Capítulo 30
Capitulo 30


Notas iniciais do capítulo

Olá galera, estão gostando da história até aqui?
Quero agradecer aos que comentaram incluindo Anangeom e a Bellatorem, e a todos os que leram até aqui.
Sem mais blá blá blá, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/564532/chapter/30

Após saírem do portal em frente ao templo do sol, Bastet abriu os portões e conduziu todos para dentro, levando com ela Adam preso nas correntes para uma masmorra no interior do templo. Eles esperaram Bastet voltar, e quando ela retornou deixando Adam na masmorra, e Alex com curandeiros, levou Mikael até a presença de Rá que o esperava na sala do trono. Bastet deixou Mikael diante das imensas portas douradas que tinha um belo desenho de um sol cravado nela, que se abriu quando ele ia bater.

Ele entrou na sala do trono com a porta se fechando atrás dele, e admirou o local que era mais belo do que o salão de seu pai. Também com uma estrutura egípcia em seu interior, o salão era imenso. O teto mal dava para ver de onde ele estava de tão alto que era. As paredes eram todas de vários tons de amarelo e dourado por todos os lados com seus imensos pilares de sustentação que suportavam o peso do teto e dava equilíbrio ao templo. Ao aproximar-se, viu um imenso trono branco que tinha um sol gravado em sua madeira, e nele sentava-se um homem já idoso de uns 60, 70 anos que ainda assim, sentava-se com postura firme, com suas barbas de tamanho médio grisalho e seu cabelo incrivelmente farto que eram lisos e ele os mantinha para trás amarrado num rabo de cavalo. Era grande e de aparência forte, pele branca, e assim como o seu pai, tinha intensos olhos dourados que pareciam que haviam derretido todo o ouro do mundo ali.

Ele o fitava curioso de lá, e mandou que ele se aproximasse.

– Venha até aqui meu filho, deixe-me ver você melhor. – disse Rá numa voz mansa.

Mikael se aproximou do velho que ele agora percebeu que era o seu avô o todo poderoso deus sol, o mais poderoso de todos os deuses egípcios.

Com um passo tímido, Mikael parou diante dele e fez uma reverência.

– Muito obrigado por me ajudar na hora de necessidade, senhor Rá, meu avô. – disse Mikael meio inseguro.

– Hm, avô hein? Devo estar ficando velho, que não reconheço mais meus próprios netos. – disse Rá com uma risada alegre.

– Então meu filho, apresente-se. – pediu Rá.

– Sim senhor. Meu nome é Mikael, filho de Osíris juiz do submundo e deus da agricultura no passado, filho do senhor Rá. – disse Mikael.

– Hm, Osíris. Faz muito tempo que não vejo o meu filho, já que ele passa a eternidade julgando os mortos lá embaixo. Mas conte-me porque você veio até mim, meu filho. E porque toda aquela confusão na porta da minha casa. – perguntou Rá com uma voz séria que deixou o garoto a sua frente nervoso. Ele já sabia o que ele ia dizer, e suspirou aliviado que finalmente iria poder se livrar do estorvo de esperar mais outros séculos para que começasse a busca. Olhando para seu neto, ele viu todas as suas lembranças e seu coração pesou com tudo que aquele pobre menino já passara, e com o desfecho que sua vida iria caminhar. O inimigo que fez possível o rapto de sua amada, e a violência contra seu irmão de coração, foi levado por Bastet para as masmorras, mas Mikael ele percebeu estava muito perto, de deixar seu lado escuro o dominar para que pudesse ter sua vingança. Depois de anos, séculos, milênios procurando uma pista para sua memoria do ladrão, ele finalmente descobriu quem o roubou a coroa, e dependendo do garoto ele diria ou não.

– Vim aqui por indicação de meu pai de uma pista, para encontrar a coroa do sol vovô. E ele me disse para vir aqui, então fui até o templo da guerra, e de lá vim para o deserto perto daqui, onde ocorreu tudo aquilo. – disse Mikael com as lágrimas caindo por seus olhos sentindo a dor da perda de Freya e da dor de Alex.

Rá olhou para o menino, e viu a sua frente não o homem forte que aparentava, mas apenas uma criança que foi criada sem amor, carinho, e quem se preocupasse com ele mesmo chegando à casa de Osíris. O pobrezinho até agora odiava a missão que estava fazendo. Ele se pudesse continuaria com sua vida normal, mesmo estando cego sem precisar sentir dor, sofrimentos, apenas sobrevivendo como sempre fizera antes de começar tudo aquilo. E agora perdeu sua amada mulher, seu irmão estava quase morto e ele estava se desfazendo aos poucos em pratos chorando agachado no chão com soluços de cortar o coração. E Rá sentiu-se irado. Aquela maldita profetisa russa. Se não fosse por sua cobiça de ter um filho com um deus, e não tivesse aquela estúpida visão o menino não teria vindo para este mundo só para sofrer. E nem mesmo aquele inútil do Osíris soube dar o amor necessário para livrar o filho dessa escuridão que cerca sua alma e cada vez mais, toma conta do lado bom dele. Rá desceu de seu trono, sentou-se no chão diante de Mikael e o puxou para seus braços, onde o abraçou e deixou que o menino chorasse ainda mais com soluços ainda mais terríveis de se ouvir.

Para acalmá-lo cantou uma antiga musica que geralmente era tocada nos salões quando tinha festas depois das batalhas quando ele era o rei dos deuses egípcios. Cantando a música, e afagando os cabelos do neto em seus braços, o garoto aos poucos diminuiu o choro ao acalmar-se, e finalmente dormiu nos braços de Rá.

Algumas horas depois Mikael abriu os olhos sentindo-se em paz depois de ter chorado com Rá, e percebeu que estava deitado com a cabeça em seu colo enquanto distraidamente ele alisava seu cabelo negro, e cantava uma música agradável. Pela primeira vez na vida, ele sentiu-se em paz depois de todo o tormento que sua vida tinha se tornado. Ao perceber que Mikael acordara Rá o ajudou a se sentar, e olhou para o neto esperando que ele falasse.

– Me desculpe por isso vovô, não costumo chorar tão facilmente assim. – disse Mikael com um sorriso meio triste em seu rosto.

– Não se preocupe meu filho. Depois de tudo o que você passou, é natural querer colocar os sentimentos para fora. Agora vamos aos negócios. Eu sei onde está a coroa do sol, e sei quem a roubou. – disse Rá numa voz seria olhando diretamente para ele.

– Sabe? O senhor poderia me dizer, por favor? – perguntou Mikael perdendo a alegria da noticia com o balançar negativo de Rá.

– Neste momento não. Você está muito envolvido pela raiva e por sua escuridão. Vamos fazer um trato. Eu soube que você herdou meus poderes do sol certo? – perguntou Rá.

– Sim, eu os tenho apesar de só os usar como último recurso, pois gasta toda a minha magia e perco os sentidos logo após. – respondeu Mikael sem saber onde ele queria chegar.

– Sim, dentre a minha descendência mortal, são poucos aqueles que herdam meu poder. Todos os meus filhos deuses, independente de qual poder eles nasçam, o meu está dentro de todos. Meus netos, tanto mortais quanto divinos, possuem o mesmo poder, só que no caso dos mortais, apenas alguns tem força suficiente para suportar usá-los.

Você é um desses Mikael. Eu proponho que você fique aqui comigo por um tempo, para que eu possa purificar essa escuridão que habita em você, e possa ensinar verdadeiramente a usar o poder da luz do sol que está em você, ,fazendo com que fique muito mais forte do que é agora, para quando enfrentar os inimigos para resgatar sua mulher. – ofereceu Rá.

– Mas, só de pensar que Freya foi capturada por aquele maldito deus do norte, me enche de raiva. – disse Mikael fechando o punho com força.

– E é por isso mesmo que você deveria treinar comigo. Uma das razões de você ter perdido tão facilmente, é que você não tem paz interior suficiente para dominar seus sentimentos e manter-se calmo diante da situação. Se você tivesse analisado com calma, você teria percebido que as correntes de luz, só enfraquecem aqueles com escuridão dentro de si. Se você estabilizasse seu interior e obtivesse a calma que a paz traz, as correntes teriam quebrado, e você teria vencido seu oponente e estaria com todos aqui.

– disse Rá observando o garoto empalidecer ao perceber a razão em suas palavras.

– Tem razão. Eu só agi como fui treinado. Usando os sentimentos que a situação faz surgir e os moldando para um ataque. – disse Mikael.

Rá novamente sentiu a raiva por dentro, porque agora percebia quem estava por trás de toda essa escuridão do menino. Era culpa de Seth. Não diretamente, mas era por causa dele que o garoto estava se corrompendo cada vez mais. Mas ele não iria permitir isso.

– Então meu neto, aceita? – disse Rá.

– Sim vovô, eu aceito. – disse Mikael voltando a deitar no banco, e pondo sua cabeça novamente no colo de seu avô, quando ele recomeçava a cantar a música que o fez adormecer.

Enquanto isso, no outro lado do mundo atravessando as terras geladas da Sibéria, havia uma ponte feita do arco-íris chamada Bifrost, que ligava a Terra que os deuses nórdicos chamavam de Midgard até a terra de Asgard lar dos deuses Aesir no palácio Valhalla.

Deitada numa cama de uma das enfermarias do enorme palácio que era abençoado com o céu estrelado do universo, onde se veria os inúmeros planetas da via láctea, e todas as constelações que os mortais admiravam, estava uma jovem mulher de belos cabelos loiros claros, quase prateados deitada, e ao seu lado estava um homem semelhante a ela cuidando e segurando sua mão, enquanto não acordava.

De longe se via que era um homem alto, como todos os deuses de Asgard. Tinha no mínimo uns três metros normalmente, mas por ter que cuidar de sua filha, optou pelo tamanho de um pai humano normal. Como era esse homem e quem era ele? Seu nome era Balder o deus da luz e pai de Freya que a olhava com uma expressão preocupada com sua filha, e colérica pelo que fizera os humanos com sua pequenina a mando de Loki. Tinha longos cabelos de um loiro mais forte do que o de sua filha, que caíam em cascata por suas costas, onde no alto da cabeça tinha uma fina mecha trançada para amarrar uma parte. O trançado lembrava muito uma linda coroa dourada em seus cabelos. Tinha olhos de um azul celeste brilhante e encantadores, unidos a um rosto perfeito e angular, que possuía uma pele branca e pálida que marcava a pureza.

Seu corpo era forte e musculoso, e ele vestia uma túnica branca com partes douradas, unidas a uma calça também branca, com botas douradas, e uma fina e bela espada em suas costas. A espada lembrava muito a uma espada japonesa dos humanos, a kataná.

Mas diferente da dos humanos, ela era feita do mesmo material do cajado de Loki, do martelo de Thor, e da lança do grande deus Odin. A porta da enfermaria abriu, e uma das jovens Valquírias de Odin que estava encarregada de curar sua filha, aproximou-se da cama e curvou sua cabeça a ele como sinal de respeito.

– Perdoe-me incomodá-lo, Lorde Balder. – disse a Valquíria com uma reverência.

– Não se incomode minha bela jovem. Eu é que estou atrapalhando seu trabalho de curar minha filha. – disse Balder com um sorriso bondoso que fez com que a jovem curandeira corasse, e deu espaço para que ela trabalhasse.

– Você acha que levará quanto tempo, até que minha filha se recupere totalmente? – perguntou Balder meio preocupado.

– Acredito meu lorde, que eu levarei um mês para tirar todos os fragmentos dos espinhos do visco de seu corpo, e eliminar o vestígio que sua maldição deixa no corpo de lady Freya. Como o visco é a única coisa dentro do universo que pode ferir o senhor meu lorde, sua força divina ainda é capaz de aguentar por muito tempo uma prisão desse tipo. Mas lady Freya por ser sua filha, e ser parte mortal não tem a força necessária para suportar tamanha tortura. Ela se salvou, por ser muito forte e ter suportado a agonia pelo tempo necessário para trazê-la aqui. E graças à herança divina do senhor meu lorde, e a sua ajuda, conseguimos parar a maldição colocando-a para adormecer e recuperar suas forças. – respondeu a Valquíria.

– É verdade. Minha filha é muito forte, como já era esperado. Mas eu nunca perdoarei Loki, e os malditos deuses e humanos da terra que fizeram isso a minha filha. Loki não se casará com ela, nem que para isso eu tenha que recorrer a Odin ou a morte de Loki se for preciso. E também trarei a justiça para os deuses medíocres da terra que colaboraram com isso. – disse Balder numa voz calma e mortal que arrepiou a Valquíria que rezou para que Odin tivesse pena das almas que o senhor Balder lançaria sua justiça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então gostaram?
Postem comentários dando sua opnião que ficarei muito feliz!
Façam seu autor mais feliz. =D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Filho do Juiz" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.