19 Atos Para Seguir em Frente escrita por Ly Anne Black


Capítulo 8
Animosidade




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VIII.

– EU. ESTOU. CALMA! – gritou a noiva pela oitava vez. Um zunido de mulheres estava ao seu redor e a da sua frente cambaleou para trás com a intensidade da declaração dirigida a ela.

– Hermione, sinceramente, eu chamo isso de histeria.

– Você também estaria se o seu noivo tivesse desaparecido! – descontrolou-se a sempre tão centrada Granger. – Oh, e isso soltou de novo, que inferno! – completou quando a alça do vestido caiu. Andrômeda Tonks correu ao seu auxilio com os alfinetes e a agulha encantada.

– Se você non ficasse brrandindo os braces sem parrar – Fleur disse de um canto do quarto onde arrumava as camadas do véu, pacientemente.

– Eu estou brandido os braços porque estou nervosa! – admitiu Hermione num quase choramingo, mas ergueu um dedo acusador para a francesa – E você não devia estar falando nada! Você estava intragável no dia do seu casamento, eu posso me lembrar disso.

Fleur empinou o nariz, pronta para se defender, mas um barulho sobressaltou as mulheres que se viraram ao mesmo tempo para o local onde Ted Tonks tinha acabado de derrubar uma caixa de botões e fazia cara de vitima. O que não ia funcionar, porque era a terceira vez que zanzando pelo quarto sem parar, ele derrubava alguma coisa. Hermione estava começando a achar que o bebê estava fazendo de propósito só para vê-la gritar mais.

– Por deus, alguém tira essa criança desse quarto! – ela bradou, e então se espetou numa agulha e disse um "Ai!" aborrecido para Andrômeda, que revirou os olhos.

– Alguém leve Ted para Harry – a avó dele implorou – Você Gina, que não está fazendo nada...

A ruiva abriu a boca para protestar sobre não estar fazendo nada, mas a expressão quase explosiva da noiva a fez se calar e acolher Ted para longe da bagunça. O garoto, que tinha um fraco por cabelo, agarrou o de Gina e começou a puxar sem piedade. Quando ela chegou até Harry no andar de baixo da Toca, o moreno mal pode conter uma gargalhada.

– Aqui, Harry, pegue ele, Ted está fazendo muita bagunça lá no quarto.

– Você não pode culpá-lo, quem ia gostar de tantas mulheres nervosas? Vamos lá, garoto, talvez haja um espaço para nós na cozinha e com sorte uns canapés de camarão.

Ted bateu suas palminhas, o cabelo, laranja forte aquele dia, caindo em sua testa. Gina olhou admirada, ela ainda não se acostumara com aquele súbito jeito que Harry tinha adquirido com crianças depois de apenas uns três meses convivendo com o afilhado. De qualquer forma teve que segurar Harry pela gola da sua camisa e impedi-lo de ir assaltar comida.

– Não senhor, vá achar Rony ou a Hermione vai matar alguém de tanto nervoso.

– O quê? Mas porque eu deveria fazer isso? Se o Rony resolveu fugir agora, eu não quero ser aquele que atrapalha.

– Harry! Você é o padrinho, é o seu dever.

– Ótimo, então. Eu ao menos mereço um beijo por isso?

Ela rolou os olhos, mas ainda assim beijou Harry. O moreno bateu a palma com a de Ted, como quem comemora um gol de quadribol, e isso fez a ruiva achar graça.

– Hey, Harry – chamou quando ele ia saindo, e indicou com o queixo o garotinho – Você leva jeito.

Ele por algum motivo corou um pouco, antes de sair pela porta e deixá-la para trás com um sorriso bobo.

Rony finalmente apareceu e prometeu que só tinha ido tomar "um ar" no monte próximo. Isso não deixou Hermione nada feliz visto que o noivo só apareceu quando quase todos os convidados estavam lá, então Hermione o fez jurar que não tinha cogitado nem por um momento desistir, e só então aceitou dar inicio à cerimônia.

Foi extremamente gratificante rever a todos os velhos conhecidos, todos os professores tinham comparecido, até mesmo Sibila, que Hermione relutantemente convidara. McGonnagal fez um lindo discurso onde lembrava a todos que Hermione era uma das alunas mais fantásticas que já tinham passado por ela, e que acreditava em seu futuro brilhante, e não só a noiva caiu em lágrimas e borrou a sua maquiagem como seus pais cintilaram de orgulho da filha.

Harry pensou que Dumbledore teria gostado de ver aquele momento, comparecer aquela festa e brindar com eles. Mas no céu, que estava azul e cheio de nuvens brancas fofas, Harry viu uma silhueta do que poderia ser facilmente a barba do seu querido diretor emoldurando um sorriso. O menino-que-sobreviveu se sentiu mais tranqüilo. Era óbvio, não era? Aqueles a quem amamos nunca nos deixam realmente...

(Continua...)


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