Heimkehr escrita por Rocker


Capítulo 10
Capítulo 9 – Destrançando


Notas iniciais do capítulo

Sinto realmente pela demora. Muitos sabem que tive que refazer o Enem e no último mês, tive um branco imenso. Não conseguia escrever nada e ainda estou tentando forçar alguma coisa. Estou atualizando as fanfics devagar, então desculpas adiantadas se eu sumir de novo.



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Capítulo 9 – Destrançando

Sorri quando vi Jamie me esperando no nosso quarto. Sentado sobre o colchão de dividíamos e com os cabelos parecendo ainda molhados, Jamie estava lindo. Como se pressentisse minha aproximação, ele levantou o rosto e dirigiu seus lindos olhos azuis para mim, analisando cada detalhe do meu rosto. Um sorriso espontâneo se abriu em seus lábios, hipnotizando-me, e ele indicou que eu me aproximasse. Assim o fiz, sentando-me ao seu lado na ponta do colchão e apoiando minha cabeça em seu ombro.

Um silêncio confortável tomou conta do cômodo. E eu não me importava. Nossa vida na caverna era monótona, mas eu estava acostumada. Não apenas acostumada, eu adorava essa vida que levávamos e não a trocaria por nada, possivelmente. Se não fosse por tudo o que tinha acontecido, eu jamais estaria ali, ao lado do garoto que mudou completamente a minha visão sobre o mundo e, especialmente, sobre o amor.

Segurando sua mão que parecia ter o dobro do tamanho da minha, comecei a brincar com seus dedos. Eu não conseguia deixá-los parados por muito tempo, e Jamie entendia isso. Sempre que eu ficava pensativa, eu começava a mexer em seus dedos.

— Em que tanto pensa? – Jamie perguntou, e levantei meu rosto para olhar diretamente em seus olhos azuis.

Olhos azuis que sempre me fizeram me perder desse mundo.

— Em tudo. – respondi, e ele arqueou uma sobrancelha. – Em nossa vida aqui nas cavernas, em como tudo está tão diferente e em como eu não queria que nada disso mudasse.

Jamie sorriu abertamente, aquele tipo de sorriso que seria capaz de acabar com guerras – eu amava o sorriso dele.

— Eu também gosto das coisas exatamente como são. – ele disse, deitando-se no colchão e me puxando para me aconchegar em seus braços. – Se não fossem assim, eu jamais teria te conhecido.

— Foi exatamente o que eu pensei. – disse-lhe, levantando meu rosto para observar o seu.

Jamie sorriu novamente, inclinando o rosto e tocando seus lábios nos meus. Não era um beijo selvagem e não tinha mãos bobas. Eram apenas os lábios dele sobre os meus, a língua dele acariciando a minha com carinho e paixão. Era um beijo calmo e hipnotizante. O gosto de seus lábios, seu coração disparado sob a palma da minha mão e seus dedos gelados na pele quente de meu quadril eram tudo o que eu sentia. Eu não precisava de mais nada.

Separei-me de Jamie quando o ar se tornou extremamente necessário. Selei seus lábios demoradamente antes de afastar meus lábios por completo e apoiar minha cabeça em seu peito. Passamos vários minutos em silêncio, apenas escutando as respirações cortando a escuridão quase completa. Não precisávamos de muitas palavras para preencher as lacunas. Às vezes, apenas a presença um do outro já dizia tudo. Estar nos braços dele também já dizia tudo. Eu não trocaria os carinhos que Jamie fazia em meu quadril com as duas mãos por nada nesse mundo. Era aqui que eu quero e devia estar.

Uma das mãos de Jamie subiu pelas minhas costas, causando-me arrepios, e chegou até minha trança.

— Eu prefiro seus cabelos soltos. – ele disse.

Sorri, lembrando-me que ele dizia a mesma frase praticamente todas as noites depois que eu voltava do meu banho.

— Sei disso. – eu disse, com a voz um pouco rouca e sonolenta.

Jamie não pediu permissão – e nem precisava. Ele simplesmente desfez toda a trança em meus cabelos, fio por fio, camada por camada, tomando o máximo de cuidado possível para não me machucar. E então, quando meus cabelos caíram em cascata à minha volta e sobre o colchão, ele começou a acariciá-lo.

Como fazia toda noite.

 

 

Acordei no dia seguinte com um pouco de dor de cabeça por ter chorado na noite anterior depois de ter liberado uma memória para Lua. Olhei ao redor, ainda um pouco sonolenta. O sol já entrava por algumas aberturas no teto do hospital e uma das lanternas na parede também estava acesa. Espreguicei-me e esfreguei os olhos para expulsar o sono remanescente.

Bom dia, Mely, sussurrou Lua em minha mente, e eu sorri.

Bom dia, Lua.

Animada pra hoje ou com medo?

Pensei em uma resposta sincera para sua pergunta.

Acho que os dois, respondi, escorando-me na ponta da maca e esperando que alguém aparecesse.

Por quê está esperando alguém?, perguntou Lua.

Para me tirarem daqui, respondi. Não posso simplesmente sair, não sabemos se os outros já foram informados da minha volta.

Entendi, ela disse, ficando quieta logo em seguida.

Ficamos ambas caladas. Eu não tinha vontade de conversar no momento e, ao que parecia, nem ela. Permanecemos perdidas cada uma em seus próprios pensamentos, confundindo o pequeno espaço para eles em minha cabeça, até que ouvimos um alto grito do lado de fora do hospital.

Me deixa ver ela, Doc, agora! Eu tenho esse direito!

Eu levantei da maca num pulo, abrindo um imenso sorriso. Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

Acalme-se primeiro e eu te deixo ver a Melody.— ouvi a voz de Doc tentando manter a calma, o que, devido à situação, imagino, estava um pouco difícil.

Foda-se se eu não estou calmo! Eu só vou acalmar quando ver ela!

Dito isso foi apenas questão de segundos até ver um moreno alto e de olhos azuis entrando pela abertura do hospital. Meu sorriso quase rasgava meu rosto quando meu irmão sorriu também e correu até onde eu estava, abraçando-me forte e me girando no ar.

— Brandt! – exclamei, rindo como eu não ria desde que acordei com Lua dentro de mim.

— Também senti sua falta, baixinha! – ele exclamou, apertando-me um pouco mais em seu braços.

Franzi o cenho e o afastei de mim. Ele não pareceu surpreso ao ver o aro prateado ao redor da minha íris.

— Você já sabe? – perguntei, e percebi que ele havia entendido perfeitamente.

— Melanie me contou agora enquanto eu estava indo tomar meu café da manhã. – ele respondeu, sorrindo ainda mais. – É um pouco difícil de acreditar, mas dá pra ver que ainda é você.

Eu sorri, e vi Doc entrando no hospital.

— Bom dia, Doc. – eu disse.

— Bom dia, Melody. Vou tomar meu café, já que está tudo bem por aqui. – ele olhou desconfiado para Brandt, como se esperasse que ele surtasse de repente.

Quando me virei para Brandt novamente, ele me olhava com uma expressão indecifrável no rosto, como se tentasse olhar através de mim.

— O que foi? – perguntei.

Ele abriu um sorriso, como se saísse de um transe.

— Eu jamais terei palavras suficiente para agradecer à Alma que está aí dentro por ter nos trazido você de volta. – ele disse.

Eu quase podia imaginar Lua sorrindo em minha mente. A sensação de alívio por parte dela me contagiou e eu entendi que para ela era importante que não a odiassem.

Ninguém seria capaz de odiar você, Lua, sussurrei mentalmente para ela.

Ainda temos muitas pessoas para enfrentar, Melody.

— Vamos. – Brandt me puxou pelos ombros para fora do hospital e eu acordei da conversa interna que tinha. – Está na hora dos outros te verem.

Lua tinha razão. Ainda haviam muitas pessoas para enfrentar.

 


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Notas finais do capítulo

Só pra deixá-los mais ansiosos (isso se ainda tiver alguém acompanhando essa fic), o próximo será o reencontro dela e do Jamie. XDD



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