Minhas Férias De Verão escrita por Liz Mar


Capítulo 8
A fuga e a festa


Notas iniciais do capítulo

Hey, parece que a sorte finalmente resolveu estar ao meu favor.
Então caipiras como vocês estão? Sentiram falta disso aqui?
Espero que sim, por que eu senti. Senti tanta falta que já estou escrevendo o proximo capitulo. Que lindo não ? *--*foi meu pai, fofis demais que me emprestou o notebook dele enquanto não compra o meu *--* ( eu acho que ele tinha que me dar..) Mas enfim. Esse capitulo ta gigante e eu queria dividir em duas partes, mas o roteiro , como eu disse esta prontinho na minha mente e ele tinha que ficar gigante.

Obrigada a Angelina Lurdez por recomendar a fanfic! TEM NOÇÃO DE COMO EU CHOREI. Me senti realizada. Muito, Muito , Muito Obrigada Angelina, Esse capitulo é todo seu.

Espero que gostem, de verdade. E não se apaixonem pelo Juan. ELE É MEU!
Leiam as notinhas finais...*--*
Desculpem pelos erros.



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–Julia, eu vou matar você!- Fernanda chia baixinho, traduzindo um sentimento que todas nós estávamos sentindo naquele momento : Raiva.

Julia apenas revirou os olhos. Que audácia!

–Ah por favor, parece até que eu matei alguém!

–HÁ! Você vai matar! Vai matar o Valence do coração!- Até Clarita que concorda com quase tudo que a Julia diz parece contrariada.

–Quando você disse caminhonete eu pensei que era aquele velha estilo Bella Swan*, não a caminhonete nova do pobre velho!

Acho que todo mundo concordou comigo, por que todas olharam para Julia de modo acusatório.

Quando aceitamos aquela ideia maluca de sair com o carro do velho caseiro da família, Valence, imaginávamos que seria o carro que todas conhecíamos, a velha picape vermelha velha e que fazia barulhos suspeitos quando andava. Não a Hilux novinha dele!

–Pelo menos vamos chegar abalando.- Ela dá de ombros, saindo de onde estávamos escondidas -lê-se atras dos arbustos- e sorrindo despreocupadamente. Como sempre.

–Você não pode estar cogitando a hipótese de sairmos com o carro novo do Valence não é?

–Ah, menos Nanda por favor. Quantas palavras chatas em apenas um frase.- ela dá de ombros, com o mesmo sorriso dançando em seus lábios.- E depois de todo o esforço que fizemos você quer mesmo desistir?

Infelizmente, tenho que concordar com a Julia nesse caso. Foi um grande esforço para sairmos de casa, incluindo janelas quebradas e eu quase surtando por causa da altura. Mas essa seria uma historia que eu contaria apenas para os meus filhos daqui a 20 anos, quando ela finalmente tivesse graça.

–Claro que não. Mas, - Clarita dá uma pausa, quase dramática.- Ainda tem o Mateus, acho melhor resolvermos esse assunto antes de sairmos daqui com a Hilux nova do velho e o Mateus dedurar a gente.

–Com o Mateus eu falo. - dou de ombros. - O problema é com o idiota do caipira.

Eles prendem o riso.

–O que é tão engraçado?- pergunto confusa.

–Nada- Clarita corta antes que Julia disse-se alguma coisa- - Com o Pedro eu falo.

Fico mais confusa;

–Não era você que estava dizendo que "Não entendo por que a vovó gosta tanto assim do Pedro"?

–Isso por algum acaso é ciumes Maria Carolina?- O sorriso de Nanda é sacana quando ela pergunta isso e eu me pergunto se essa saída escondida está realmente fazendo bem a minha prima.

–Claro, estou morrendo de ciumes de um garoto que eu mal conheço e que por sinal estragou uma das minhas blusas favoritas. - Ironia dizia olá para Nanda, não eu.- Morrendo de ciumes.

–Ok, pra mim por uma noite já basta. - Julia parecia atordoada. - Nanda sendo irresponsável, Maria Carolina sendo irônica...- ela balançou a cabeça como se a cena fosse incomum, o que era de fato.- Já que está resolvido, Nanda você dirige.-ela jogou as chaves para a loira que pareceu ficar mais pálida que o comum em cinco segundos.

–O que?!

–Não 'tá fazendo alto escola?- Julia pergunta.

–E-eu estou! Mas...- Nanda parece verdadeiramente assustada, tanto gagueja- O c..carro do Valence, ele é novinho! E-eu não sei se vou conseguir.-Vejo a engolir em seco e pela primeira vez me sinto incerta a confiar a minha vida na mão de Fernanda.

–A pelo amor de Deus. - Julia revira os olhos sorrindo - Claro que você consegue. Você é craque em tudo não é?

Sinto uma breve provocação ali. Tudo bem, todos sabiam que Julia e Nanda as vezes trocavam farpas, normalmente por causa de Mateus, mas aquilo ali parecia algo a mais...

–Claro- A voz de Nanda já não soava estranha, ela claramente havia aceito o desafio.

–Ok. Vamos para a cidade.- Julia disse visivelmente animada sorrindo. - Ao infinto e além!

Gememos em conjunto enquanto Julia ria largamente.


***

Lembra caro leitor, quando eu disse que eu tinha medo de aviões?

Esqueça!

Fernando era milhões de vezes pior!

A cada arrancada que ela dava e curva que ela virava eu sentia meu coração na garganta. Não ajudava nada com Julia gritando em seu ouvido o tempo todo também.

–É PRA ESQUERDA FERNANDA.

–DÁ MARCHA RÉ!

–VIRA ESSE VOLANTE DIREITO!
Se eu fosse a Nanda já tinha parado a muito tempo, mandado a Julia ir se foder e mandado ela dirigir aquela merda de carro.

–CALA A BOCA JULIA! POR QUE VOCÊ NÃO VEIO DIRIGINDO ENTÃO?

–POR QUE EU NÃO ESTOU NA AUTO ESCOLA! - de repente, enquanto eu me agarrava no banco, Fernanda perdeu o controle do carro.

Ele deu uma virada brusca me jogando no outro lado,bati meu ombro contra a porta e a cabeça de Clarita bateu no banco da frente quando ele parou bruscamente e fez um barulho de ... arranhado.

Olhei ainda um pouco atordoada para a frente do carro e com os faróis acessos pude ver ...

–Ah meus deuses! Nós arranhamos o carro do Valence!- Gritei assustada, enquanto minhas primas ainda se recuperavam do choque. Sorte que Fernanda e Julia estavam de cinto.

–Ai.. que?- Julia pergunta, meio grogue por ter batido a cabeça no banco do carro.

–O capo. - eu aponto para a frente do carro que mostrava uma cerca de arame farpado, e um matagal.-Ta arranhado.

–Ai meu Deus!- Nanda recupera a consciência. Pisca umas cinco vezes como se não acreditasse no que estava vendo. - Vovó vai matar a gente.

–Vai mesmo, - Clarita choraminga, alisando a testa. - Cortar nosso corpo em milhões de pedacinhos irreconhecíveis.

–Vocês são dramáticas. - Julia revira os olhos. Ela parece a unica indiferente ali. - Nem arranhou tanto.

–Ta falando serio Julia?- pergunto cética.

–Claro que estou.

–Sinceramente Julia. - Fernanda se vira para a garota tirando o conto de segurança. - Você está impossível hoje.- ela sai do carro, batendo a porta com força e eu saiu logo atrás dela, enquanto Clarita discute algo com uma Julia revoltada.

Fernanda esta parada na frente do carro. O capo esta bem arranhado e provavelmente um pneu está furado. Metade do carro está para dentro de um matagal com folhas longas verdes que me dão vontade de se coçar apenas de olhar. Tipo aqueles matos em que psicopatas se escondem quando estão prontos para darem botes em garotinhas indefesas.

Só o pensamento me faz arrepiar.

–Estamos ferradas,-Nanda bota seus pensamentos para fora, enquanto analisa a lataria do carro.- Quando vovó ver isso aqui...

–Tudo bem Nanda.- seguro seu ombro a reconfortando.- Pelo menos vamos ter historias para contar para os nossos filhos.- dou de ombros.

Fernanda da um risinho, e eu sei que ela esta chorando. Por que ? Por que essa é Fernanda e ela simplesmente não consegue cometer um erro e não se arrepender dele.

–Vamos voltar para a fazenda?- Nem percebo que Clarita e Julia estão ao meu lado, apenas quando minha prima se pronuncia.

Julia não está com a melhor cara que já vi, está emburrada. Provavelmente Clarita deu um chega pra lá daqueles nela. O que é bom, Julia tem que aprender a tratar as pessoas melhores.

Irônico dizer isso pra a Julia, quando vovó havia dito a mesma coisa pra mim algumas horas atrás, apenas com outras palavras.

Só de lembrar daquele jantar e daquela humilhação já me da vontade esganar aquele caipira idiota...

–Não. - Nanda me tira dos meus pensamentos psicóticos quando responde a pergunta de Clarita. - Vamos para a festa e depois resolvemos o que fazemos com o carro.

–Depois quando estivermos tão bêbadas que nem se lembraremos do carro?- eu pergunto divertida, tentando dissipar o clima tenso que se instalou entre nós.

E graças aos Deuses do Olimpo, funciona.

Nanda sorri, dando de ombros.

–Tipo isso.

***

Andamos. Andamos bastante até que chegarmos a "cidade". Minha sorte era que eu tinha resolvido não por saltos. Estava bem confortável na minha sandália na verdade. Eu odiava ficar mas baixa que todo mundo, mas aquele dia pouco me importei.

Todas estavam bem confortáveis com suas roupas. Nanda vestia um vestidinho de alcinhas rendado e branco com sua rasteirinha branca e tinha uma bonita trança ( feita por Julia expert em tranças ) de lado. Nanda que não era muito fã de maquiagens apenas tinha passado um brilho e rímel.

Já a propria Julia vestia um short jeans escuro curto, com uma blusa preta aberta aos lados, escrito "Fuck You" em letras grandes na frente, seu all star azul e seus cabelos curtos, repicados e bagunçados. Ela só usava um lápis. Nada mais e ainda assim estava bonita.

Clarita vestia um bonito macaquinho vermelho ,regatinha branca, com sua gladiadora. Seus cabelos estilo channel estavam impecavelmente penteados, ela usava um batom vermelho que contrastava com a cor de sua pele e rímel. Parecia uma gata da noite.

Eu tinha posto um short de cintura alta, azul e um crooped preto. Sapatilhas e meus cabelos cuidadosamente escovados ( o que?! Eu sou rapida!) Eu havia passado apenas um batom rosa, que contratava com meu tom de pele e um lápis para realçar meus olhos. O que sempre funcionava.

Estávamos como as tipicas Albuquerques deviam parecer em uma sexta feira a noite: Diferentes.

Quando finalmente chegamos a tal "civilização", depois de um looongo caminho percorrido, eu me assustei ao ouvir um forte barulho de musica Country, dentro de um lugar de aparência minuscula. Pelo menos, do alto da estrada da onde eu estava dava para eu ver o nome da fachada brilhante. " O caipira". Começei a rir sozinha, o caipira, ai Deuses. Zoação level master quando eu encontrar "O caipira."
Escutei alguém murmurar um maluca, mas não liguei. Eu só´queria rir um pouquinho depois daquele diadesastre.

Existe alguém mais azarada do que eu? Tudo parecia se virar contra mim! A unica coisa que faltava naquele dia era começar uma tempestade de bolas de fogos e o apocalipse de baratas.

Reparando, a cidade parecia bem... interior mesmo. Parecia aqueles lugarzinhos aconchegantes, que garotas de saias curtas e jeans com blusas curtas xadrez gostavam de paquerar em filmes clichês românticos. Havia uma fonte com com uma estatua de leão rugindo e jorrava aguá da boca dele. Desperdício de aguá no mundo. Havia algumas lojinhas em volta da fonte, outras um pouco mais longe. Aquilo ali era definição de centro no interior. Parecia u m lugar confortável.

Já perto do bar, depois de passar por a cidadezinha eu me surpreendi ao ver que a fachada do "O Caipira" era brilhante e o lugar parecia muito maior de perto. E haviam tantos carros que eu fiquei imaginando quantas fazendas não haviam naquele lugar. E só havia carros caros. Juro que vi um Camaro ali!
Voltei a realidade quando ouvi Nanda suspirar ao meu lado.

–Vou falar com o Nicolas.- ela apontou para um cara... não, um garoto, que estava parado ao lado da porta do bar, fumando um cigarro despreocupadamente.

–Falar com quem?-Perguntei a nenhuma prima especial , enquanto Nanda se encaminhava meio cambaleante até o garoto.

–Nicolas. O segurança do bar, nossa garantia de entrada e paquera de Nanda.- Julia deu de ombros com indeferença, com um sorriso sacana.

–Julia!

–O que ? - Julia se fez de desentendida, rolando os olhos logo em seguida - Ah poupe-me Rita. Nós duas sabemos que a Nanda tem um fetiche pelo loirão com cara de surfista.

–Você sabe que a Nanda não gosta que a gente fique zoando ela por isso!

–Fala serio. Pouco me importa o que a Nanda acha, afinal não é ela a senhorita perfeitinha?- Havia ressentimento na voz de Julia e eu não conti minha curiosidade.

–O que está havendo entre vocês? Essa provocação toda pra que?!

Clarita bufou.

–Nada que valha a pena estragar pela nossa noite.- Se virou para Julia, seus olhos faiscando.- Seja sociavel. Você sabe que ela não tem culpa de nada.

Estava prestes a perguntar o que era o "nada" quando Julia sorriu, mudando completamente de personalidade. Sorriu como se estivesse acabado de achar seu presente debaixo da arvore de natal. Nanda sorria quase da mesma forma, porém eu achava que a loira tinha achado outra coisa "embaixo da arvore"

–Nicolas mandou pra você. - ela jogou o motivo do sorriso de Julia em suas mãos e por algum motivo não me surpreendi quando eu vi um cigarro. Afinal estávamos falando de Julia , então se Nanda não se repudiou por causa disso, não seria eu que diria alguma coisa.- Nicolas liberou pra gente.

–O que você deu a ele para encobrir a gente assim? - Julia perguntou, enquanto acendia seu cigarro com um isqueiro tirado sei lá da onde. - Uma boa noite de sexo? Beijos quentes no sofá do senhor Carlos Linhares?

Fernanda que parecia uma berinjela de tão roxa, estava prestes a começar uma briga que duraria até amanha, quando eu finalmente fiz alguma coisa.

–Ei, chega vocês. Que saco. Nós somos primas, não saco de pancadas uma das outras. Se divertir. Bebermorar lembram?

–Tudo bem.- Julia suspirou, olhando para Nanda de uma forma inquisidora.

– Vamos então.


***

O bar por dentro era o que eu esperava. Grande.

E também como eu esperava, estava cheio.

O lugar era divido em : Pista de dança ( onde havia um bando de adolescentes dançando) e bar ( onde havia um bando de adolescentes bebendo). Tipo o bar de Footloose, apenas menor. E não tinha nenhum Kenny dançarino gostosão e nenhuma Julianne Hough com voz irritadiça.

Encontramos uma mesa (daquelas redondas e altas) bem no final do lugar . As meninas cumprimentavam por quem passavam e - isso vai soar bem ironico- mas eu vi tanta blusa xadrez que estava com medo de ficar meio daltônica ou míope.

Por incrível que pareça o clima tenso entre Julia e Nanda se dissipou quando nos sentamos e Fernanda foi pedir 4 cervejas bem geladas.

–Já volto.-Ela se virou, chamando atenção de alguns garotos bonitos que estavam ali.

Isso ai, eu disse bonitos. Se surpreendeu? Ai vai a bomba então, tinha muitos garotos gatos ali. Serio. Provavelmente obrigados por seus pais para virem para o interior, porém eles pareciam estar bem felizes ali.

Encontrei - sem querer, juro!- um moreno de olhos verdes e cabelos castanhos. Não sei quem encontrou quem na verdade, por que quando o olhei, ele já estava sorrindo para mim. Sorri de volta, claro! Ele era muito gato. E estava prestes me levantar e passar por ele para ir no bar, fazer qualquer coisa, só para chamar atenção quando Nanda chegou a minha frente tampando a visão do moreno gato.

–Nanda!

–O que?- ela se assustou enquanto distribuía as cervejas.

–Tampou minha visão!

–Com quem ?- Julia perguntou olhando por trás de Nanda.

–Com o moreno bonitão de olhos verdes.

Clarita botou a cerveja para fora na mesma hora.

–O Juan?!- Ela perguntou de queixo caído.

–Não sei qual o nome dele Clarita, só sei que ele é gato.- dei de ombros, enquanto tomava minha cerveja.

–O único moreno gato de olhos verdes aqui é o Juan. - Julia constatou.- E ele é tipo, quase impossível de se pegar.

–Vocês já tentaram?- perguntei, agora minha curiosidade maior de que paquerar o gato.

Clarita deu de ombros, indiferente.

–Eu já tentei. E a Julia também.

–E você Nanda?- perguntei minha prima loira que parecia muito mais interessada em olhar para a porta do bar do que qualquer outra coisa.

–Oi?! Ah é, claro.

Revirei os olhos sorrindo enquanto minhas primas faziam o mesmo.

–Então quer dizer que ele é o impossivel daqui?

–Tipo isso. Uma versão masculina sua...- Julia riu e todas fizemos o mesmo.

–Olá meninas.- Uma voz forte se vez presente atrás de Nanda fazendo todas as minhas primas pularem, enquanto eu apenas encarava os olhos verdes daquele garoto.

–Juan!- Clarita sorriu simpática.

–Olá, Clarita, Julia, Fernanda...- ele sorria para cada uma das minhas primas e se virou para mim e nossa! Ele era realmente muito bonito. Seus cabelos eram cacheados e castanhos e ele tinha um sorriso. Um sorriso de tirar o folego.- Você deve ser mais uma Albuquerque imagino. Eu me chamo Juan e você é...

–Maria Carolina. - estava prestes a apertar sua mão estendida quando ele a beijou.Ual, cavalheiro.

–Bonito nome. - ele piscou e eu queria beijar demais aquele cara.- Então Maria Carolina eu queria saber...

Clarita se levantou tão rápido que eu tomei um susto, Julia tomou um susto, Nanda tomou um susto e até o Don Juan ali tomou um susto.

–Desculpa Juan, mas a dança de vocês vai ficar pra depois. - Clarita me puxou tão rapido que eu quase tropecei, se não fosse pelo Don Juan moreno que me segurou.- Precisamos resolver alguns assuntos de... familia.

E saiu me puxando, enquanto eu gritava "até depois" para o garoto que respondeu a mesma coisa.

Me virei, conseguindo andar ao lado da minha prima.

–Ta doidona?!

–Desculpa, é que foi dificil achar esses dois patetas.- ela finalmente parou sorrindo amarelo.- Estou com medo de perde-los de novo.

Revirei os olhos.

–Tem noção do mico que me fez pagar não é? Provavelmente o gato lá não vai querer olhar na minha cara nunca mais.

–Menos Maria. Um dos garotos mais difíceis da cidade se interessou por favor então relaxa ai e vamos falar com os x9.- ela estava prestes a ir, quando se virou fazendo uma careta. -Ah e ajeita seu cabelo. Ta tudo pro alto.

Bufei indignada com a cara de pau das minhas primas e ajeitei meus cabelos. Clarita andava a minha frente, com toda confiança possível e eu fazia o mesmo.

Qual é, nos eramos Albuquerques e se tem algo que não faltava na nossa personalidade era ego. E os garotos do bar estavam fazendo muito bem olhando escancaradamente para a gente.

Trombei com Clarita que nem tinha visto na minha frente.

–Qual o problema agora?

–Eles estão com elas. - ela apontou, para um pequeno grupo sorridente de quatro pessoas.

–Elas quem?

–Sandra e Rebeca, Eles estão com elas.

E quando eu olhei de novo senti minha confiança abalar e meu ego muchar um pouquinho.

Eu apesar de ser uma Albuquerque sempre fui a mais insegura das quatro.

Principalmente na frente de garotas populares e bonitas. Exatamente o que eu tinha na minha frente.

A que conversa com Mateus tinha longos cabelos negros, lisos escorridos, olhos verdes, não iguais aos do Juan eram mais... brilhantes. Um sorriso que eu sempre quis ter.

A outra tinha os mesmos traços da morena, porém parecia mais velha e mais esperta. Tinha cabelos loiros cacheados, olhos cinzas e um sorriso que diferente da outra, era ... quase perverso.

–Olá meninas. - Clarita cumprimentou as meninas com seu tom que esbanjava falsidade.- Será que eu posso ter uma palavrinha com o Pedro, por uns segundos.

A loira olhou para minha prima como se ela fosse uma barata, na qual ela estava louquinha para pisar, mas sorriu falsamente.

–As Albuquerques sempre gostam de estragar as festas... - ela rolou os olhos sorrindo falsamente, e eu vi Clarita cerrar os punhos. - Mas claro. - Então ela me percebeu ali. Eu ainda estava me inferiorizando, porém eu sabia muito bem disfarçar.- E você é mais uma Albuquerque, eu imagino. - Seu tom era desdenhoso e eu senti vontade de socar a cara da loira.

Porém eu apenas peguei seu sorriso perverso emprestado e chegando perto do meu primo eu respondi.

–Claro, afinal eu também adoro estragar festas.- e sai puxando Mateus até um canto afastado. Não tinha percebido mas meu primo parecia estra em transe, assim como o caipira com quem Clarita estava conversando.

Eles pareciam quase íntimos... e aquilo era estranho, afinal Clarita tinha um namorado..

–Vovó vai nos matar!- meu primo me tirou da minha transe.- O que vocês estão fazendo aqui?!- Mateus segurava meu ante-braço, com os olhos arregalados e pálido. Muito pálido.- Como vocês... ah esquece eu não quero saber! Vocês tem que ir embora.. Se vovó descobre vocês aqui, vai sobrar pra mim e eu n..

Dei um tapa na cara do primo. Isso ai, nada muito forte para não ficar marcado.

–Mateus cala essa boca.- rolei os olhos.- Você acha que eu vim aqui fazer o que?

–Me bater?!

–Ai deuses como eu puder ter um primo tão estupido. Mateus, olha aqui- segurei seu rosto com força e acho que minhas unhas o machucaram,- Se você não contar, ninguém conta.

–Cê ta maluca que eu vou compactuar com essa fuga de vocês!- ele começou a surtar, bagunçando os cabelos.- Tudo maluca, eu não vou mesmo.

–Por favorzinho!- juntei minhas mãos fazendo minha melhor carinha de cãozinho abandonado.

–Ai- ele olhou para mim, ponderando. Por fim bufou.- Tudo bem, tudo bem. - Sorri agradecida. -Mas você sabe que tudo tem um preço.

Droga. Ai vem.

–Da ultima vez que disse isso você tirou meu bvl.

–Tínhamos 12 anos!- ele se finge de inocente- Não seja tão chata.

–Ta desembucha.

Ele sorri no seu melhor sorriso "sou dono do mundo" e diz:

–Quero o disco dos Beatles de 1968.

Hãm?! Será que estou escutando direito?

–O que ?!- pergunto, por que não acho que ele teria a audácia de me pedir aquilo.

–Isso ai, o disco dos Beatles de 1968. Nada mais do que isso, nada menos.

–Mais... mais isso é uma RARIDADE!- Estou quase arrancando todos os meus cabelos de desespero.

–I dai? Raridades também podem ser doadas. - Meu primo muito audacioso da de ombros, sorrindo convencido. - É isso ou...- ele faz uma cara de santinho que certamente não tem.-.. vovó descobre que vocês saíram.

Estou morrendo por dentro, desmoronando. Literalmente. Mateus sabe que está jogando. Ele sabe que vai ganhar.

Por fim, suspiro e com o coração da mão eu digo:

–Tudo bem. - dou de ombros.- Trato feito.

–Isso ai Maria, você sempre soube jogar.- ele bate a mão na minha, mas eu não sinto vontade de comemorar.- Agora vamos voltar que eu estou no desenrolo com a Rebeca e pela minha visão periférica... -ele sorri maliciosamente pra mim, enquanto voltamos para onde estão as garotas, - o Juan ficou interessado em você.

Reviro os olhos, mas estou sorrindo esquecendo que aquele pilantra roubou meu disco favorito.

–Fazer o que não é? Sua prima aqui abala as estruturas.- pisco para ele, fazendo minha melhor cara sexy.

Mateus gargalha e abraça meus ombros, de modo conspiratório ele diz:

–Não foi só a do Juan que você abalou, priminha.- então ele pisca pra mim e sorrindo ele volta para a morena. Fico momentaneamente confusa.

–Consegui.- ela se vira para o caipira que tinha voltado a conversar como a loira acenando sorrindo - Agora vamos por que eu definitivamente não nasci para ficar no meio do pasto.

Gargalho, enquanto minha prima sai me puxando e quando me viro para acenar para o Mateus, vejo uma loira de cara feia , enquanto o garoto ao lado dela não conseguia parar de olhar.

***

Duas horas depois eu estava bêbada. Não só eu, nós quatro.

Dançávamos livremente na pista de dança, que parecia ter enchido o dobro depois que chegamos e bebíamos qualquer coisa que passava por nós. Afinal não tínhamos dinheiro, porém o que não faltava era garoto querendo pagar bebidas pra gente. Principalmente Juan e seus amigos. Falar em Juan, eu já tinha dançado com ele varias vezes e beijado ele também. Assim que voltamos para a mesa, ele me puxou para dançar e nem esperou eu falar alguma coisa, me agarrou e me beijou.

Não que eu ligue é claro, o cara tinha pegada, era cheiroso e beijava bem, o que eu ia querer mais para aquela noite? Nada.

Ficamos bastante tempo dançando e se agarrando, atraindo muitos olhares de inveja. Mas quem disse que eu liguei? Se eu estivesse na minha cidade, eu ia odiar chamar tanta atenção assim, mas eu estava no interior! Ninguém me conhecia ali e quem conhecia não importava.

– Vou ter que ir embora. - O garoto sussurrou no meu ouvido, enquanto dançávamos alguma musica estranha e lenta.

–Já?

Ele soltou um risinho, e eu me arrepiei.

–Infelizmente sim, eu vou embora da cidade amanha...- ele me soltou, segurando minha cintura de longe.- Pena que eu não te conheci antes Maria Carolina. - então ele me beijou, segurando minha nuca e minha cintura e foi um beijo bom, quente e com gostinho de despedida. E quando ele me soltou e foi embora eu sabia que nunca mais ia ver o moreno de olhos verdes.

–Ai tadinha dela...- escutei Julia falar ao meu lado enquanto abraçava meus ombros.- ta desolada por que o Juan foi embora é?

Rolei os olhos sorrindo, enquanto Nanda aparecia a minha frente com 4 copinhos com algum liquido transparente dentro.

–Pelo menos ele é bem legal e deixou bebidas pagas para a gente.- ela deu uma a Clarita que já parecia bem alegrinha.

–Adoro esse garoto. VIVA A FACULDADE!- ela berrou.

–VIVA!- e nós brindamos com copo de vodca bebendo em seguida.

E depois de mais 4 daqueles não aguentávamos mais. Minha visão estava embaçada e minhas pernas pareciam gelatinas.

Lembro de uma parte da consciência de Nanda ainda estar sã e ela dizer que já estava na hora de ir. Ninguem relutou, afinal depois de dançar até não querer mais e beber demais tudo que a gente queria era nossa cama e uma boa noite de sono.

Saímos pelos fundos, por que segundo Fernanda se Nicolas a visse daquele jeito, ia querer levar todo mundo em casa e vovó ia matar a gente de qualquer jeito.

Não sei exatamente como conseguimos andar um bom pedaço sem falar nada, eu só sabia que a unica coisa que vinha na minha cabeça era uma musica estranha que falava de cachorro e Rã.

–Gente...hic!...vamos morrer ....hic!...amanha.-Uma Clarita bêbada com voz arrastada falou quando passamos pelo carro de Valence.

A voz de Clarita estava tão ... engraçada! Não consegui me conter.

–Ta rindo de que ....hic! Maria Calorina..?

–Da Clar- parei, percebendo que minha voz também estava arrastada. - eu quero minha voz de volta!

–HAHAHAH, o Calorina...- Julia parou ao meu lado, se apoiando em mim, enquanto caminhávamos o que quase derrubou nós duas. Cabei de perceber que odeio ficar bêbada.- Sua voz só vai ta boa amanha!

–Isso! E - Clarita parou para arrotar - Não ria de mim... Minha voz ta linda!
Começamos a gargalhar da Clarita e ela também começou a rir. Era engraçado.

Tudo era engraçado, até o caminho escuro e perigoso que a gente estava fazendo.

Começamos a cantar uma musica qualquer e cantamos mais três até que finalmente chegássemos a arvore da fazenda mal assombrada.

– Que tal.... hic! Uma corrida..?- Uma Julia bebada perguntou.

Todo mundo estava prestes a dizer que não... quando uma voz se fez presente.

–Crianças....- uma voz velha e ... fantasmagórica.- ... venham pra mim...

Nos entreolhamos assustadas, parando no mesmo lugar. Estávamos bêbadas, não burras. E lembrávamos muito bem da lenda que rondava aquele lugar. Do velho sequestrador de criança que morreu na casa.

–Crianças...- uma sombra escura tampou um pouco a luz da lua - Venham...

Ninguém esperou nada mais falar, todas as minhas primas saíram correndo agora bem mas sóbrias do que em qualquer outro momento. Mas claro, claro que eu a bêbada imbecil, tinha que tropeçar em uma pedra no meio do caminho e cair.

Claro.

Senti uma dor nauseante, subindo pelo meu pé e tornozelo.

–Droga...- ouvi a voz de Mateus ao longe, enquanto ouvia barulhos de pés batendo ao chão. Senti alguém se aproximar de mim, e pelo perfume tosco soube imediatamente que era meu primo imbecil.- Maria consegue ficar sentada?- acenei e ele me pós sentada e eu tinha plena consciência de que eu estava arranhada e que tinha alguma coisa errada com meu tornozelo. - Pedro, você cuida dela enquanto eu vou atrás das meninas. - meu primo imbecil que ainda não tinha percebido que eu provavelmente tinha quebrado meu tornozelo, saiu correndo gritando um "Esperem!" enquanto eu ficava ali meio sentada, antes que o caipira pudesse dizer alguma coisa.

– Que merda.- ele se virou pra mim, e mesmo com a minha visão embaçada pude perceber que ele fazia uma careta.- Consegue andar?

Mandei meu melhor olhar mortal para ele, mesmo estando bêbada e quase mandei ele ir se fuder, porém tudo que eu consegui fazer, foi engolir em seco e com um esforço triunfal dizer alguma.

–Meu... tornozelo..- choraminguei, mesmo que por dentro eu quisesse mandar ele ir catar coquinhos.

Quando o imbecil finalmente olhou para o meu tornozelo provavelmente torcido, arregalou os olhos, meio assustado.

– Você... ah droga. - ele encostou a mão e no momento que ele fez isso a dor foi tão excruciante que eu tombei pra trás, quase caindo se ele não tivesse me segurado.

–Ta doendo.. porra. - as lagrimas saiam em vão e parecia que tinha uma bola na minha garganta, tamanha era dor que eu estava sentindo. Cada nervo daquela parte parecia estalar. Eu sentia que ia desmaiar a qualquer segundo.

–Tudo bem mendiga.- De alguma forma , o caipira conseguiu me pegar no colo. Segurando minhas costas e por trás dos meus joelhos.- Vou te levar pra fazenda.- por incrível que pareça, sua voz era calma e suave. Não sarcástica de como ele havia me tratado desde que nós conhecemos, há algumas horas atrás.- Só não acostuma.

– Vai se ferrar. - murmurei, enquanto quase adormeciadesmaiava- Caipira.

Ele deu um risinho.

–Patricinha.

Lembro de ter murmurado mais alguma coisa, mas não lembro o que, antes de desmaiar no colo do caipira que tinha cheio de hortelã e nós moscada.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Juan é meu! huahauah. Amo Nóz Moscada.
Bella Swan : Edward... Edward ...
Footloose : Um dos meus filmes preferidos, amo demais. Amo muito. Kenny&Julianne são os atores principais.
Cachorro e Rã : Se você nunca escutou Vem ni mim dodge ram e nunca cantou "vem ni mim dog rã" vocês não sabem o que a vida.
Nanda e Julia ainda prometem brigas e Pedro e Maria Carolina ...
COMENTEM FOFAS. Me deixem conhecer vocês.
Até sabado lindinhas.



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