Predestinados - Perina escrita por Amellie Lawson


Capítulo 39
Trinta e nove


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAA TODO MUNDO!! JPA COMEÇO ESSE CAP SURTANDO PQ GANHEI MAIS UMA RECOMENDAÇÃO!! Aliyce,eu amei cada palavra,MUITO MUITO OBRIGADA!! SUA LINDAAA dedico esse capitulo a vc,espero que goste. To aqui fazendo essa merda de nota de novo pq o nyah filho de uma puta apagou tudo. Enfimm,tudo bem com vcs? eu to ótima! Demorei,né? desculpa gente,mas a minha vida ta super corrida pq to cheia de trabalho p fzer e artigos pra ler,quem me segue no twitter sabe o quanto a minha vida tá sofrida. Alguem viu o João me respondendo no twitter? HAHAHAHAH MORRI DE RIR AQUI! e GEEENTE QUE SEMANA DA SOFRENCIA FOI ESSA??? Chorei ate desidratar,socorro. A K chorando,Pedro chorando,foi demais pra mim :((( Isabella e Rafael arrasaram como sempre,mostraram pra todo mundo a que vieram e me mataram de tanto orgulho! Agora sobre o cap: eu ameeeei fazer hihi,tem ate cena perina,pra compensar o cap da novela e o passadoa qui da fic. Aliás,recebi as ameças de morte com sucesso HAHAHAHAH. Boa leitura! Enjoy xx



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Algumas horas atrás...

– Chegamos – Pedro respondeu,quando parou o carro na porta de casa.

Ele e Karina passaram o caminho sem se falar. A loira perdia seu olhar na estrada,vendo as casas passarem por ela em questão de segundos. Pedro tinha seu foco na estrada,mas não suportava mais aquele silêncio. Ligou o rádio e uma música conhecida por ele começou a tocar:

When I look into your eyes

(Quando olho em seus olhos)

It's like watching the night sky

(É como observar o céu à noite)

Or a beautiful Sunrise

(Ou um belo nascer do sol)

There's so much they hold

(Há tanto que eles carregam)

Pedro voltou seu olhar pra Karina,e a viu de olhos fechados,sentindo cada parte da música. Aquela íris azuis lhe faziam tão bem,lhe transmitiam toda a verdade e sentimento que a pequena loira sentia. Ele soube disso desde a primeira vez que seus olhares se cruzaram.

And just like them old stars

(E assim como as velhas estrelas)

I see that you've come so far

(Eu vejo que você chegou tão longe)

To be right where you are

(Para estar bem onde você está)

How old is your soul?

(Quão velha é a sua alma?)

Pedro tinha muitas incertezas naquela vida,era verdade. A única certeza que ele carregava consigo era que o amor que sentia por Karina era de outras vidas. Nunca tinha sentido nada igual antes de sua esquentadinha aparecer em seu caminho,fazendo seus dias serem um melhor que o outro. E o tornando uma pessoa melhor.

I won't give up on us

(Não vou desistir de nós)

Even if the skies get rough

(Mesmo que os céus fiquem furiosos)

I'm giving you all my love

(Estou te dando todo meu amor)

I'm still looking up

(Ainda estou olhando para cima)

Karina saiu do transe e percebeu que o carro já havia estacionado. Abriu os olhos e percebeu que Pedro a fitava,se aproximando aos poucos. Tudo o que ela queria era se entregar aquela verdade de seus olhos,nunca havia sentido nada como aquele sentimento. Pedro tocou seu rosto e ela o puxou mais para perto. Sentia tanta falta dele que não conseguia medir o quanto.

Pedro a beijou com tudo o que sentia por ela,tendo cada vez mais certeza que não a deixaria ir embora de sua vida,nunca mais. A música que tocava no rádio trouxe a verdade aquele momento a tona,um momento só deles,onde ninguém poderia julgá-los.

Cause even the stars they burn

(Porque até as estrelas, elas queimam)

Some even fall to the earth

(Algumas até mesmo caem sobre a terra)

We've got a lot to learn

(Temos muito a aprender)

God knows we're worth it

(Deus sabe que valemos a pena)

No I won't give up

(Não, não vou desistir)

Pedro podia não entender sobre como funcionavam as coisas com o cara lá de cima – como ele costumava chamar -,mas sabia que algo estava errado,isso ele podia entender. Como Ele poderia separá-lo de Karina?

Sentiu sua respiração se fundir a dela,e manteve os olhos fechados,encostando sua testa na dela. Karina,por sua vez,percebeu o que estava fazendo e saiu em disparada do carro.

– Karina! – Pedro a segurou em seus braços.

– E-eu preciso ir embora,Pedro.

– Fica aqui comigo essa noite?

Karina sentiu o coração apertar contra seu peito,e desviou seu olhar do dele. Ela era mais baixa que ele,fazendo sua cabeça ir de encontro ao peito de Pedro.

– Eu não posso..... – negou contra a noite que caía.

– Mas você quer. – Pedro ergueu seu rosto,beijando seu rosto. – Por favor.

Karina negava por fora,mas a noite negra e estrelada parecia dizer o contrário. A lua brilhava solitária no céu,virando uma testemunha daquele sentimento mútuo.

Pedro tentou,mas conhecia sua esquentadinha o suficiente para saber que ela era dura na queda. Karina se soltou dele e se afastou,mas ouviu a voz de Pedro gritar:

– Se não vier comigo,eu digo pro João que você não me protegeu essa noite.

– É O QUÊ?? – Ela gritou e se virou pra ele,que tinha um sorriso de puro deboche no rosto.

– É isso mesmo que você ouviu,esquentadinha. – Se aproximou dela,rindo de sua indignação. – Vai que aquele tal de Lu não sie o quê aparece. Se alguma coisa acontecer comigo.....

– Você sabe que eu não iria deixar! – Contra argumentou. Sentiu seu corpo estremecer quando ele ficou frente a frente com ela.

– Mas ele não,linda. – Pedro percebeu que conseguiu transformar a raiva de Karina em outro sentimento,e a viu se derreter aos poucos enquanto a beijava.

Um trovão brilhou alto e florescente no céu,e o barulho fez Karina se assustar. Ouvi-los da Terra era ainda mais assustador,e ela já sabia muito bem o porquê de ele estar ali.

Ela tentou fugir de novo,mas Pedro foi mais rápido e a colocou em seus ombros,voltando para casa.

– O que cê tá fazendo,seu maluco? – Gritou,sob as risadas de Pedro. Ela nunca saberia o quanto ficava irresistível assim,brava com ele. – ME SOLTA AGORA!

– Você sabe que eu não vou fazer isso. – Ele entrou em casa com cuidado a soltou,trancando a porta.

– Você não tem esse direito!

– Eu tenho sim! – Tomou o corpo da loira para si. – Um homem apaixonado tem que ter algum direito nessa vida!

– Pode até ser,mas infelizmente não vai ser ness....

Pedro não a deixou terminar de falar,a calando com um beijo. Não houve resistência por parte dela,e o guitarrista sorriu internamente. Cada beijo era diferente do outro,transmitiam sensações diferentes para os dois.

– Você....não vai desistir,né? – ela perguntou,ofegante.

– Nunca. – Respondeu antes de voltar a beijá-la.

E foi o que bastou para que aquela noite se tornasse perfeita.

– X –

Acordei com o barulho de uma música conhecida tocando.

Tateei o espaço ao lado,onde eu sabia estar meu criado mudo.....mas só encontrei o ar. Aonde eu estava?! Pensei em me perguntar,mas não era preciso resposta.

Tentei levantar,mas algo me impedia. Algo não,alguém. Pedro dormia abraçado a mim,minha cabeça estava repousada em seu peito,uma de suas mãos entrelaçadas em meus cabelos. Com um pouco de dificuldade,me desvencilhei dele e me levantei do sofá.

Encarei o lugar a minha volta. A tv ainda estava ligada,passando algum noticiário da manhã. A mesinha de centro,que antes tinha os enfeites de centro de Delma,agora estava acompanhada de um balde imenso de pipoca e refrigerante. Um sorriso escapou de meus lábios quando me lembrei dos momentos de algumas horas atrás.

– Que filme vamos ver? – perguntou o moreno,enquanto Karina trazia um balde de pipoca da cozinha.

– Pode escolher.

A loira não podia ter dito coisa pior. Acabaram assistindo a um filme de terror,algum trash que ela nem lembrava o nome. Ela não costumava assistir,mas Fabi acabou esquecendo na casa dela,e para o seu azar,Pedro havia achado.

– Acabou? – perguntou,sem olha pra a tv.

Ele apenas riu e assentiu,enquanto ela suspirava de alívio.

– Achei que não fosse acabar nunca!

– Mas você nem viu o filme,esquentadinha! – Pedro gargalhou.

– É claro que eu vi! – Ela protestou ,enquanto fazia cara de falsa indignação.

– Viu nada,voc...

– Não discute comigo,moleque!

Parou a frase ali. Karina começou uma guerra de pipocas,e foi seguida por Pedro. Em poucos minutos a sala ficara uma bagunça,e a menina teve certeza que Delma os mataria se chegasse e visse.

– Pê,olha o que você fez comigo! Agora meu cabelo tá todo cheio de pipoca,e a culpa é sua.

Pedro ria da loira. Ela não conseguia ficar brava com ele,ainda que tentasse.

– Cê tá brava comigo?

– Tô sim,não tá vendo?

– Não tô,não. – Lhe roubou um beijo,deitando seu corpo no sofá. – O que eu tô vendo é uma loirinha muito esquentadinha que tá precisando calar a boca.

– Ah é? – Karina provocou. – Então vem me calar.

E ele não demorou a beijá-la novamente.

Suspirei com pesar. Ficar longe de Pedro não estava sendo uma tarefa das mais fáceis,resistir a ele muito menos. Maldita hora que resolvi ser cupido,não pude evitar pensar alto.

– Tava tudo indo muito bem como anjo da natureza,mas não! Eu tinha que achar tudo um tédio sem fim e inventar pro João me arranjar outra função. – ajeitei os cabelos com os dedos. – ''Ai João,me muda de função! Cuidar de plantinha é muito chato,os humanos são mais legais!’’ – Imitei minha própria voz,sem reparar que Pedro já havia acordado e me olhava. – Por quê raios o João tinha que me ajudar? Ele não é certinho? Não,ele é um....

– Olha a boca,esquentadinha!

Gritei quando ele respondeu atrás de mim. Pedro pareceu achar tudo muito engraçado e gargalhou na minha cara,até a barriga doer. Ah,mas ele ia ver só uma coisa.

– Tá rindo do quê,moleque? – questionei,indignada.

– Quem,eu? Nada.... – Se colocou na defensiva,levantando do sofá. – Vem cá,cê é esquentadinha assim mesmo de manhã? Porque pobre do João pra te aturar....

– Eu vou fingir que não ouvi isso. – Afirmei,só lembrando que meu celular tinha tocado,porque o ouvi tocar novamente.

O toque era um áudio de uma música que Pedro havia cantado em algumas das vezes que cantamos juntos,e pareceu se lembrar do dia,rindo e dizendo ‘’conheço esse cantor’’ e ‘’nossa,esse manda bem!’’.

Olhei o visor e constatei que estava ferrada. Cada vez mais.

– Oi João.

– Karina,onde é que cê tá?

– Aonde é que eu tô? – Gelei com a pergunta,e Pedro percebeu. – E-eu tô em casa,ué.

– Ah,que bom. Eu tô levando a Bianca pra casa agora,será que dá pra avisar o Pedro?

– Dá sim,eu ligo pra ele. – Ele concordou. Olhei pra Pedro e sinalizei que Bianca estava bem e voltando pra casa.

– E o Lúcifer? Deu as caras por aí? – Eu neguei. Tinha arrepios só de ouvir seu nome. – Era o que eu esperava. Ele só quer nos provocar,para só então mostrar a que veio. Ele também não apareceu por aqui.

Respirei aliviada. Tudo o que eu não queria era ter que travar uma guerra com o dono da casa de baixo no meio da sala da minha sogr....quer dizer,da Delma. Na sala da Delma!

– Escuta K,por quê você demorou a atender? Eu tô te ligando a horas....

– P-por quê....Ah,eu tenho sono pesado João,cê sabe. – Resumi,sem muita paciência. Ele pareceu concordar e finalizou a ligação.

Guardei o celular no bolso e sai a procura das minhas sandálias,que estavam por ali em algum lugar.

– Então quer dizer que tá tudo bem com a Bi?

– Tá sim,Pê. – Calcei minhas sandálias e o fitei,que tinha uma expressão confusa. – Que foi?

– Cê não vai embora,vai?

– O João tá precisando de mim. – Menti. Ele iria até o céu para se candidatar ao ‘’Anjo do Ano’’,e eu só o veria mais a noite.

– Então pode falar pra ele que eu preciso muito mais. – Afirmou,se aproximando de mim.

– As coisas não são tão fáceis assim,Pedro.

– Porque você não quer.

– Não,porque eu não posso. – Suspirei,cansada. – Agora deixa eu ir porque daqui a pouc...Ai! – Gritei ao esbarrar na ponta da mesinha de centro.

E não parou por aí. Caí em cima das almofadas,chutei um copo que estava no chão e ainda consegui bater o dedo mindinho do pé na quina de algum móvel que eu não lembro qual é,mas já amaldiçoava sua existência por estar no meio do caminho.

Eu gemi de dor e praguejei toda a minha falta de sorte.

– Porquê essa droga de móvel tem que atrapalhar meu caminho?!

– Eu acho mais fácil você estar atrapalhando o caminho dele. – Pedro riu. – Vem cá linda,deixa eu te ajudar.

Pedro me ajudou a levantar e eu consegui sair da casa dele,mas não sem antes ele me roubar um beijo.

– X –

Pedro esperou sua loira teimosa entrar em casa,para só então entrar também.

A verdade é que ele não sabia mais o que fazer para que ela entendesse que o amor que os unia era maior que qualquer missão ou alma gêmea. A única alma gêmea que lhe importava era Karina,as outras – isso se houvessem outras – que fossem para o espaço.

Foi com esses pensamentos que uma certa ideia surgiu em sua mente. Era um tanto impossível e tinha todas as possibilidades de dar errado,mas ele precisava tentar. Pegou as chaves e saiu de casa,ligou o carro e deu partida.

No meio do caminho,ligou pra Bianca e conversou com a irmã. Ela dissera a ela que estava bem e que o médico já havia lhe dado alta. Explicou seu plano em meras palavras – sem mencionar o segredo de Karina e João - e Bianca pareceu concordar. Se ele achava arriscado,Bianca apostava todas as suas fichas na ideia do irmão.

Chegou até seu destino e desligou o carro. Saiu e ligou o alarme,entrando no Amparo.

– Bom dia,meu jovem! – Regina o cumprimentou. – O que faz aqui tão cedo? Hoje não é seu dia de trabalho aqui.... – olhou para a prancheta que tinha em mãos.

– Eu sei,mas queria falar com uma pessoa que eu sei que iria encontrar aqui.

Ela assentiu e saiu dali,deixando Pedro livre pra entrar no grande salão e encontrar quem ele queria.

– Vicki? – Pedro chamou a garota,que tinha sua atenção focada na organização de algumas prateleiras.

– Oi Pedro! – Ele se aproximou dela. – O que faz aqui?

– Eu preciso da sua ajuda.

Pedro explicou sua ideia a ela,que o ouviu com atenção,enquanto trabalhava. No final de tudo,ela se sentou com ele em uma das mesas,aproveitando o horário de almoço das crianças.

– Então peraí cabeludinho....deixa eu ver se entendi direito. – Pedro assentiu. – Cê gosta da estressadinha....

– Esquentadinha.

– Tá,tá bom. Cê gosta da loira,mas ela tá insistindo em querer terminar porque você fez besteira...

– EPA! Eu nunca disse que tinha feito besteira. – Ele se defendeu.

– Mas eu deduzi,né amor? A culpa é sempre de vocês,só pra variar. – Pedro revirou os olhos,precisava da ajuda dela e não estava em condições de retrucar. – Então você quer fazer ciúmes na marrentinha....

– Esquentadinha. – Pedro reforçou mais uma vez.

– Quer parar de me corrigir? – A morena reclamou. – Cê quer fazer ciúmes nela pra ver se ela se toca que quer voltar pra você,é isso?

– É isso sim,Vicki. E aí,vai poder me ajudar ou não?

– Tá brincando? É claro que eu vou! – Bateu sua mão na dele. – Isso é tão romântico! Já tô até vendo ela voltando pra você,isso vai ser tão...

Conversaram um pouco e depois Pedro foi até Gui e Alice. Vicki era meio doida e as vezes não media suas palavras,mas cuidava muito bem das crianças,que pareciam gostar dela.

– X –

Eu não podia negar que ouvir aquilo doía. Não podia negar,mas podia disfarçar,e até o momento,eu estava fazendo isso muito bem.

Quando todos os outros ouviram a notícia,cada um teve uma reação diferente. Enquanto eu estava estática no lugar,apoiada em João,Delma sorriu para a cena,mas sem deixar de me encarar,e Gael comemorou na maior felicidade.

– EU SABIA QUE ESSE DIA IA CHEGAR!! – Bradou,levando as mãos ao alto. – Obrigada senhor,aleluia irmãos!

Todos pararam para olhá-lo. Eu,João e os outros entendíamos,mas os humanos não tinha como saber de nada aquilo,acabando por achar aquela cena um tanto estranha.

– Er,quer dizer... – pigarreou,tenso. – Eu sabia que o Pedro ia encontrar o amor da vida dele,né não Capiroto? Não que eu achasse que ele não ia conseguir,mas esse é um fato que merece uma comemoração,afinal não é todo dia que...

– Eu acho que eles já entenderam,Gael. – João afirmou,discretamente.

– Eu não,pode explicar mais Gael. – Henya pediu com o olhar fixo em mim,e João mandou um olhar nada bom para ela antes de voltar a olhar a cena.

– Ai meu flho,que lindo! Alma gêmea,olha só Marcelo. – Sorriu coim zelo para o filho a nova nora. Engoli em seco e evitei olhar pra ela. – Vem cá vocês dois,vamos almoçar.

Durante todo o almoço,fui obrigada a ouvir como Pedro e Vicki se conheceram,como foi o primeiro beijo.....Estava perdida ali,brincava com a comida,que não descia com aquela conversa. Minha mente me obrigava a dizer que algo estava errado,porque tudo não poderia mudar tão rápido em uma semana,mas eu sabia qual era a sensação de encontrar sua alma gêmea,já havia visto acontecer e ouvido relatos. O amor batia a primeira vista e a partir daí,nada mais importava.

Bianca e João conversavam sobre algum jogo de vídeo game que eu não sabia qual era. Ela se aproximou de mim e me abraçou.

– Não liga pra essa história do Pedro,eu sei que no fundo ele ainda gosta é de você.

Sorri – ou pelo menos tentei – pra ela e neguei,até aonde eu podia ir.

– Eu acho que ele tá melhor com a Vicki.

– Olha só,ele pode tá com essa vigarista agora,mas você vai ser pra sempre a minha cunhadinha! Ouviu?

Ouvi o barulho da campainha tocando e agradeci mentalmente a quem quer que tivesse chegado. Delma se levantou para abrir a porta e duas pessoas entraram.

– Oi Duca!

– Oi tia,o Pedro tá aí?

– Hoje tem muita gente aqui,fica a vontade. Vai lá dar parabéns ao seu amigo.

– Ué,parabéns? Mas hoje não é aniversário dele... – Duca pensou alto,passando pelas pessoas e chegando até ele.

– Não é possível.... – Bianca reclamou. – Eu ouvi isso mesmo?

Vi uma mulher entrar. Era alta e morena,tinha cabelos pretos e cacheados,muito bonita por sinal.

– Oi Dandara,que bom que você veio! – Delma a abraçou. – Entra,vou te apresentar minhas visitas.

Quando chegou na vez de Gael,percebi que ele ficou um tanto quanto admirado com a beleza dela,e não era para menos. Beijou sua mão e expulsou João para que ela pudesse se sentar ao seu lado.

Estavam todos embalados em alguma conversa que eu não tinha a mínima vontade de prestar atenção,e acabei me afastando dali,ficando bem longe de Pedro. Fui até o jardim nos fundos na casa e me sentei num banco,me permitindo chorar.

O fim havia chegado,e tudo o que eu não queria era ter de lidar com ele.

João percebeu meu estado e se aproximou de mim.

– Como você tá?

– Como você acha que eu tô? – Engoli as lágrimas uma a uma,respirei fundo. – Vai,pode me dizer que eu tava errada e que esse dia ia chegar,que você me avisou...

– Sabe o que eu vou fazer? Isso. – E me abraçou forte. Eu chorei em seu ombro,sentindo ele afagar meus cabelos. – Eu não gosto de te ver assim. Tudo culpa daquele capiroto dos...

– Não fala assim,João. – Me soltei dele e o encarei. – Não foi culpa dele ter encontrado a Vicki,você sabe como essas coisas funcionam. Ele deve ter se apaixonado no momento em que a viu.

João me escutou,mas ficou um pouco pensativo. Quando eu perguntei a ele o que tinha acontecido,ele apenas disse:

– É que.....tem algo errado nessa história. – Olhou para trás para ver se alguém poderia ouvir o que ele tinha a dizer. – Como ele se apaixonou por essa tal Vicki só agora,se ele convive com ela a meses lá no Amparo? Aliás,que história de Amparo é essa?

– Eu sei lá,vai ver a culpa sempre foi minha. Eu devia era tá atrapalhando tuso,isso sim. - Desconversei sobre o Amparo e respondi.

– Não fala assim. – Pediu,mas eu neguei. – Tá,suponhamos que seja uma paixão tardia.....Ainda assim,nós saberíamos antes dele,ou na hora que ele descobriu estar apaixonado por ela. Certo?

– Eu não sei,João. – Afirmei,abafando um grito. Estava perdida,minha cabeça doía e eu não tinha certeza mais de nada. – AS coisas na Terra funcionam de forma diferente do céu. E além do mais,nem eu e nem você participamos de nenhuma missão assim pra saber.

– Mas a Fira e a Flygia devem saber. – Afirmou. – Acho melhor voltarmos,antes que sintam a nossa falta.

– Eu não vou voltar,isso é demais pra mim. – Neguei prontamente,mas João insistiu. – Eu já fui lá,cê quer mais o quê? Que eu abençoe a união deles??

– Seria o certo a ser feito,Careina. – Gael surgiu atrás do meu amigo. – O que vocês dois estão fazendo aqui? Já pra dentro.

Quando chegamos lá,Henya estava conversando com Duca,e tanto eu quanto João tememos pelo o que ela poderia dizer.

– Mas fala aí,quem são as tiazonas ali na mesa?

– São minhas tias,Duca. – Me aproximei dele e as chamei. – Essas são a tia Safira e a tia....Gia.

– Gia? – Bianca perguntou. – Diminutivo de Lígia?

– Não,é apelido de Giárdia mesmo,o nome dela. – Henya se aproximou e disse,e eu e João a fuzilamos. – Que foi,gente? É o nome dela.

– Qual é a tradição dessa vez? Nome de doença? – Duca zombou.

– É isso aí mesmo,lutador. Tem a tia Catapora,a tia Caxumba,a tia....

– Eu acho que ele já entendeu,Henya. – João rosnou entredentes.

Algumas horas depois,todos nós fomos pra casa. A noite já havia caído quando entramos em casa,e assim que tranquei a porta,todos fizeram a festa.

– NÓS CONSEGUIMOS!! – Gael gritou. – NÓS ENCONTRAMOS A ALMA GÊMEA DO CAPIROTO,A MISSÃO ACABOU!

– Graças a Deus! – Fira exclamou. Até ela?! Depois o João ainda me dizia que eu não tinha motivos pra odiar ela.

– Isso merece uma comemoração! Não acha João – Flygia perguntou um pouco incerta,olhando para meu amigo,como se quisesse conversar com ele.

– Eu concordo! – Henya se animou.

No final,todos decidiram ir a um evento que estava tendo no céu,para angariar fundos para as nuvens dos anjos carentes.

Todos já estavam reunidos no portal no quarto de João. Ele,por sua vez,estava grudado naqueles joguinhos e não moveu um dedo para sair da Terra.

– Estão dizendo que os CelestiaLindos vão tocar! – Fira disse,toda animada.

– Ai,nem me fala! O meu preferido é o vocalista,anjo Querubim! – Foi a vez de Flygia responder.

– E aquele solo de Harpa que ele faz? Incrível! – Henya exclamou.

– Você não vem João? – Gael perguntou. Vi João me olhar antes de responder.

– Não chefe,eu vou....

– Ele vai sim,Gael. – João me encarou. – Pode dar um minutinho pra gente?

Todos saíram e eu fechei a porta.

– Primeiro,me dá esse joguinho.

– Mas...

– Me dá,João. – Insisti. Ele me deu e eu joguei em qualquer canto. – Agora levanta e vai se arrumar.

– Eu não quero ir.

– Quer sim,e você vai nem que eu tenha que te arrastar voando.

– Eu não vou te deixar sozinha,K. – Afirmou,e eu me derreti toda.

– Eu sei que o dia não foi nada fácil,mas pode ir. Eu vou ficar bem,ouviu? – Me sentei ao lado dele.

– Tem certeza? – Assenti. – Então eu vou,mas ó,qualquer coisa é só gritar que eu venho voando. – Eu ri e o abracei. Queria ter João na minha vida pra sempre.

Sai do quarto para que ele pudesse se arrumar,e ao descer as escadas,dei de cara com Henya. Desviei de seu caminho,mas ouvi sua voz me chamar:

– Você sabe muito bem que eu não gosto de você,mas eu tenho que admitir. Você fez um belo trabalho hoje,hein cupido? Tá ó,de parabéns. – Sorriu falsa pra mim,e eu me senti enjoada.

– Você acha mesmo,Henya? – Eu me recuperei e respondi a altura. – Pois saiba que elogios vindos de você,eu faço questão de dispensar. E quanto ao fato de não gostar de mim,saiba que a recíproca é verdadeira. Não é minha culpa se o João percebeu como você era desprezível e teu deu um pé na bunda.

Tentei me afastar de novo,mas sua voz ácida me interrompeu.

– Sabe K,é uma pena que vocês tenham encontrado a alma gêmea do Pedro....é esse o nome dele,né? – Se fez de desentendida. – Porque eu ia gostar muito de ser a próxima na lista para sair com ele.....Eu podia muito bem ser a alma gêmea dele.

Se ela queria me irritar,agora tinha conseguido. Filha de Judas! Contei até três para não voar no pescoço dela e mandei:

– Não fala besteira! Você sabe muito bem que nós anjos não podemos ser a alma gêmea dos humanos. – Terminei a frase com um pouco de tristeza,eu não consegui evitar.

– Talvez hoje,não. Mas antigamente.....não era bem assim que as coisas funcionavam,anjo caído. – Seu sorriso presunçoso estava ali,mas eu nunca tive tanta vontade de ouvir o que ela tinha a me dizer quanto naquele momento.

– Do que tá falando,Henya? – Perguntei,petrificada no lugar. Se antes eu tinha certeza do que afirmava,agora já não conseguia ter mais.

– Oh honey,o João não te contou? – Fingiu sentir pena. – Bom,se ele não te contou,não posso fazer nada....

– Para com isso e me conta! Que história é essa? – Implorei,beirando o desespero.

Para a minha situação ficar pior,João desceu as escadas,procurando por Flygia,que saiu da cozinha e veio ao seu encontro. Henya percebeu a movimentação e se afastou, eu a segui. Quando estávamos longe o suficiente,ela sussurrou:

– Se quer tanto saber,vá até o lugar onde você jamais encontraria o João. – E saiu,me deixando ali,pensativa.

Me perdi em meus pensamentos,tentando decifrar aquele código,e principalmente aquela história. Do que ela falava? E porquê João nunca tinha me contado? A minha ansiedade para descobrir mais sobre aquilo tudo só aumentava,mas os olhares de João sobre mim me fizeram esquecer sobre as palavras da ruiva ardilosa,pelo menos por um instante. Ele me perguntou o que eu tanto falava com Henya e eu tratei de desconversar.

Alguns minutos depois,eu estava sozinha em casa. Liguei a tv,mas estava mal demais para conseguir ver algum filme de drama ou romance,ou rir com alguma comédia. Até elas me faziam chorar.

Abracei um pote de sorvete que encontrei solitário na geladeira e me sentei no sofá.

– Parece que agora somos só eu e você. – Disse para o pote. – Ai meu Deus,o que eu tô fazendo.... – Choraminguei,levando uma colher generosa de sorvete de chocolate a boca.

Resolvi ouvir um pouco de música. Peguei o celular e coloquei pra tocar,mas aparentemente tudo estava conspirando contra mim.

''Tenho andado distraído,impaciente e indeciso. Ainda estou confuso,só que agora é diferente. Tô tão tranquilo e tão contente...’’

Afastei as lembranças que vieram e mudei de música.

''Amor da minha vida,daqui até a eternidade,nossos destinos foram traçados na maternidade....’’

Tentei mais uma vez,e o resultado foi ainda pior.

''Eu não sossego até que eu possa provar,que esse seu jeto é só pra não se entregar. Se faz de fera só pra resistir,da minha ideia em te fazer sorrir....’’

Joguei a almofada longe,me dando por derrotada. Eu poderia suportar qualquer música,mas não aquela. Eu me lembrava muito bem daquele dia,Pedro estava comigo e gravou a música no meu celular,enquanto tocava o violão. Disse que era para que eu não sentisse tanto a sua falta.

Pensei em voltar ao pote de sorvete,a única opção que tinha dado certo,mas ouvi uma campainha tocando. Me levantei e abri.

– Ué João,desde quando você usa a porta pra....

Parei a frase ali,quando meu olhar cruzou com o dele.

Pedro estava parado na minha frente.

– Não importa o quanto eu tente,eu não consigo ficar longe de você.


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Notas finais do capítulo

AGORA SIM DHJMFGÇLGJL quem aí gostou? ainda querem me matar? eu tô perdoada? hahahah me desculpem o nome super tosco da tia deles,mas eu coloquei pq quero fazer uma coisa legal com ele,em breve vcs vao ver. E esse segredo que a Henya contou? e o momento perina? fiz pra compensar os dessa semana e a sofrencia no final do cap passado haha. Espero que vcs tenham gostado! O que esperam pro proximo capitulo? me contem nos comentarios,vou amar ler e responder! Me sigam no twitter @vittiverfeliz e me amolem muuito por lá,amo conversar com vcs. Um beijo grande e até o proximo