Odin a encarava de modo que a agente não conseguia decifrar o que passava na mente do asgardiano.

— Parece que refletiu muito sobre o assunto nesse curto tempo – pronunciou Odin, em quanto passava a mão em sua barba e analisava a midgardiana a sua frente.

— O gesto de sua majestade foi um baque, e era o que eu precisava para entender a posição que eu realmente me encontrava. – deixou o nervosismo em um canto afastado de sua mente e ativou seu “novo modo em teste, embaixadora”, que era parecido com seu modo agente com um pouco de sutileza. – Lhe serei completamente sincera. Eu e Loki fizemos um acordo, ele me ajudaria a encontrar a agente 18, se eu o ajuda-se a se livrar da justiça de Asgard, mas antes disso tudo fiz uma promessa a uma mulher, a convicção dela me fez acreditar por um momento que Loki poderia mudar se fosse guiado sabiamente, e quando sua majestade tirou a única coisa que dava poder a Loki sobre mim, percebi algo – encarou o rei um pouco acanhada, não sabia o porque aquilo a envergonhava – Eu ainda queria ajudar o Loki.

Odin a olhou surpreso e deu um sorriso discreto.

— Quais foram às palavras exatas do seu acordo com Loki? – perguntou Odin.

Cassandra puxou a memória e citou as palavras exatas que usou.

— “Se eu ajuda-lo a se livrar do julgamento de Odin e ter um pouco mais de liberdade aqui na Terra, você me ajudaria em missões que necessitaria de seus conhecimentos e suas habilidades?”.

— O meu julgamento – refletiu – Bem específico, Loki deveria estar bem desesperado para fazer um acordo desses – riu.

Cassandra lançou um sorriso cúmplice ao rei.

— Minha proposta é...

***

Foi escoltada pelos guardas do rei até as masmorras, estava contente por finalmente ter chegado a um acordo com Odin, convencê-lo não foi nada fácil, teve que oferecer varias medidas de segurança para garantir que Loki ficaria sob rédeas curtas, por fim fecharam o acordo e agora estava pronta para deixar Asgard.

Desceu as escadas e andou até estar de frente para a sela do seu Jotun favorito.

— Que bom que resolveu dar o ar de sua graça hoje, Loki – comentou dando um sorriso debochado.

Loki a encarou com expressão vazia.

— Então? – disse Loki ansioso.

— Eu tenho uma duvida – mudou de assunto – Estava tudo escuro da ultima vez que lhe vi, por acaso recuperou sua magia? – perguntou Cassandra desconfiada.

— Tem um interruptor, só apaguei a luz – respondeu irritado – Continuando..

— Compreendo sua ansiedade, no seu lugar também estaria – disse Cassandra – Quero que conheça uma pessoa – uma mulher saiu do meio da escolta da agente, trajava uma armadura asgardiana.

— Eu entendo que você queira que eu alivie o estresse, mas ela não faz meu tipo – dispensou Loki – Sem ofensas – disse se dirigindo a acompanhante de Cassandra.

Cassandra rolou os olhos.

— Essa é a Agente 18 – apresentou Cassandra – Cortesia de seu pai e de seu cavalo de oito patas.

A expressão de Loki ficou sombria.

— É claro – disse dando as costas para a agente.

— Guardas! – chamou Cassandra.

Os guardas responderam o chamado, se aproximaram da agente que lhe passou suas novas ordens, os mesmo abriram a sela do príncipe e o arrastaram para fora.

— Eu sou seu príncipe, como ousa agir desta maneira? – gritou irritado.

Cassandra pegou uma seringa de metal que guardava em uma pequena bolsa em sua cintura e foi até o príncipe.

— Soldados não costumam ser delicados, mas é necessário que fique imobilizado para isso – disse Cassandra.

Loki olhou para as mãos de Cassandra e começou a se debater.

— Odin não pretende sujar as próprias mãos, então manda uma mera midgardiana para o serviço? – pergunta Loki não esperando uma resposta.

Cassandra sorri para Loki em quanto o espeta com a seringa.

— Você fala da minha espécie com tanto desprezo – observa Cassandra – Mas nos filmes a raça humana sempre sobrevive.

Loki encarava a mulher a sua frente com um profundo desprezo.

— Não me encare assim, acabei de salvar sua vida! – reclamou Cass – Acabei de injetar um rastreador em você, para você não fugir de mim.

Loki encarou a agente ligeiramente confuso.

— Nosso acordo nunca foi para salvar especificamente a 18, lembra? – disse Cass – Podem soltá-lo – ordenou aos guardas.

Os guardas olharam para a agente receosos, mas acataram a ordem.

— Bem vindo a S.H.I.E.L.D, Loki.

***

Sentia falta de sua magia, adorava enganar seus adversários duplicando sua imagem para fazer clones holográficos, agora se via obrigado a usar bastões de ferro, já que sua não tão adorável parceira não tinha confiança em sua pessoa para permitir que usasse armas de fogo ou qualquer arma que tivesse laminas, mas não é considerado o deus da trapaça à toa, podia não ter armas, mas seus adversários tinham.

Tinha perdido seus bastões depois de receber alguns chutes de um fanático da cultura nórdica, mas não ficou desarmado por muito tempo, o desarmou e obteve uma pistola. Iniciou uma conversa com seu adversário depois de atirar em seu ombro.

— Tem uma mulher – começou – Ela me deixa confuso, primeiro me coloca em uma situação de vida e morte e depois me ajuda a sair dela se colocando em meu lugar, o que poderia tê-la matado. Não entendo o porquê de ela ter feito isso, e muito menos como ela conseguiu sobreviver, receber um soco na coluna por Thor e não morrer ou ficar paralitico não é pra qualquer um, mas o principal é o fato dela não me deixar morrer, afinal eu matei vários de sua espécie e trouxe um exercito para invadir esse reino miserável.

— Eu sou.. Um terrorista – disse o homem com dificuldade – Não um psicólogo.

Loki serrou os olhos e pisou no ferimento do homem.

— Não foi o que eu te perguntei – disse Loki irritado – E se não contribuir com essa adorável conversa eu farei sua morte ser muito dolorosa, tenho muita pratica em tortura.

— Mulheres são confusas mesmo – respondeu o homem, temendo sua morte prolongada.

Loki balançou a cabeça em concordância.

— Teve outro momento que me deixou ainda mais confuso – continuou – Fizemos um acordo, eu a ajudava e ela me ajudava, mas ela acabou tendo o que queria antes de eu conseguir o que eu queria, mas honrou o acordo mesmo não precisando.

— Já pensou que ela pode simplesmente ser honesta? – perguntou o homem, tossindo sangue em seguida.

— Ela é uma agente da SHIELD – apontou Loki.

— Talvez ela goste de você – comentou o homem, em quanto discretamente pegava um pequeno revolver do bolso. Loki atirou no homem antes que ele pudesse atirar e dessa vez o tiro o matou.

— Essa foi à coisa mais ridícula que alguém já me disse – comentou Loki – Nunca que uma midgardiana patética como a Cassandra me amaria, certo? – se perguntou incerto.

— Loki! – gritou Cassandra correndo em sua direção, carregando uma pequena caixa em sua mão direita com a marca da SHIELD – Recuperei o Draupnir* – arfou depois de alcançar Loki. A agente estava com vários ferimentos e hematomas pelo corpo e uma boa parte de seu uniforme estava cortado.

Loki apreciou a vista, quem diria que uma midgardiana poderia ser atraente. Balançou a cabeça para afastar tais pensamentos.

— Ótimo, o reforço chegou pelo que vejo – disse olhando para os agentes na areia, que levava alguns terroristas para serem transportados em suas naves. – Me explique como matar esses midgardianos é valido e eu ter matado outros midgardianos não é.

— Simples, eles financiam o terrorismo, e isso é ruim, e leva-los a justiça é um favor a humanidade, já que estamos impedindo que pessoas inocentes morram. E você matou pessoas inocentes, pessoas que poderiam contribuir algo de bom para a humanidade, essa é a diferença – explicou Cassandra.

— É questão de ponto de vista, entendo – concluiu Loki.

Cassandra revirou os olhos.

— Vamos pra casa, preciso cuidar desses ferimentos – disse Cassandra – E largue essa arma, você não tem autorização para usa-la.

— Eu sou um deus, não preciso de autorização para portar armas – respondeu Loki mal humorado.

— Você é um alienígena que usa magia e pode viver por muito tempo, não significa que é um deus – disse Cassandra com expressão seria – E em midgard o titulo de “deus” vai para aqueles que possuem grande poder e que podem viver pra sempre, ou seja, pelo ponto de vista dos midgardianos, você não é um deus. Agora largue isso ou terei o prazer de usar minha arma de tranquilizantes em você, de novo.

Loki abriu a mão e deixou a arma cair no chão.

— Satisfeita?

— Satisfeita – sorriu Cassandra.