Alguns dias atrás, na sala do trono em Asgard.

Freya foi escoltada pela guarda de Asgard até o pai-de-todos, o mesmo não parecia tão bravo quanto estava dias atrás, o que deixou a Valquíria aliviada.

— Vossa majestade parece mais receptivo hoje – comentou Freya.

— Andei pensando no que me disse – começou – Eu acredito que meu filho seja um caso perdido, porque você acredita no contrario? – perguntou curioso.

— Eu passei um bom tempo em Midgard, aprendi um pouco sobre perfis psicológicos, o que me fez levar a crer que Loki começou a pregar peças para chamar atenção, já que seu complexo de inferioridade aumentava, e seu suposto favoritismo por Thor não colaborava. Como o príncipe não foi corrigido logo cedo, conforme crescia suas pegadinhas foram ficando serias. Depois ele só queria mostrar-se como digno de ser rei, já que era muito inteligente e certamente Thor não era – as lembranças passavam como um filme em sua cabeça – Descobrir que era um gigante de gelo foi um choque. Quando se descobre um segredo como esse é normal ficar irritado, mas pode ser muito ruim se você tiver o poder de um deus, e coisas ruins acontece quando se fere o orgulho de um príncipe.

— Falando assim me faz parecer um péssimo pai – disse Odin ao analisar a explicação da Valquíria.

— Mas você foi, Loki precisava saber que o amava tanto quanto amava o Thor, e precisava de alguém que o guia-se, mas sua majestade decidiu puni-lo. – disse – Agora Loki esta muito distante de ser ajudado, mas ainda a esperança, Já coloquei alguém no caminho dele, ela será a luz em um oceano de trevas.

— Esta muito confiante – comentou o rei.

— Não teria arriscado minha cabeça se não tivesse – disse Freya

— Loki ainda é um risco a segurança dos nove reinos – disse Odin, preocupado.

— Eu criei medidas de segurança – comentou em voz baixa, mas o rei ainda ouviu.

— Que medidas? – perguntou ansioso.

— Loki não pode realizar magia, fiz questão de me assegurar disso – respondeu a Valquíria – E cada passo que ele da é registrado.

— Todo cuidado é pouco – comentou.

— Esta certo! – concordou – Um sábio me disse que sempre se deve ter um plano B! – disse com um largo sorriso – Ou C, ou D, um E também, até mesmo um F. “Esteja sempre preparada para todas as situações possíveis, porque certamente uma delas irá ocorrer” – citou.

— Quem lhe disse isso? – perguntou curioso.

— Seu filho majestade, o príncipe Loki – respondeu orgulhosa.

— Um sábio conselho – sorriu – Esta bem! – decidiu – Essa será a ultima chance de Loki, se não conseguir corrigi-lo ambos perderam a cabeça e todos quem você envolveu nisso!

— Agradeço a oportunidade – disse fazendo uma reverencia respeitosa – Posso voltar a minha sela agora?

Odin arqueou a sobrancelha, confuso.

— Loki voltará para a prisão de Asgard, uma mulher irá interceder por ele, em quanto o príncipe estiver em sua sela eu devo esta a frente para aconselha-lo.

— Que mulher?

— Cassandra Thompson – respondeu com um brilho no olhar, estava ansiosa.

— Essa mulher conseguirá guiar Loki sem ser corrompida? – perguntou o pai-de-todos.

— O que acha de um teste?

***

— Adivinha o que eu consegui? – perguntou Hope com um grande sorriso.

Depois de descobrir que tinha ficado desaparecida por cinco anos seu bom humor desapareceu, deixou o quarto e foi procurar alguém que lhe pudesse lhe arranjar uma bebida, só depois de conseguir uma jarra de hidromel e duas taças, voltou ao quarto.

— Ainda bem que não foi beber sozinha – sorriu Cass

— Não podia desamparar minha amiga – deu uma taça a Cassandra e a serviu, depois se serviu. Se sentou na cama de frente para a agente – Vai me dizer no que se meteu para chegar aqui?

— É uma longa história – tentou desconversar, mas viu pelos olhos da amiga que ela estava disposta ficar ali a noite inteira. Suspirou – Começou quando eu vi algo estranho em uma das minhas rondas pela base da SHIELD, havia alguém na sela do Hulk, fui descobrir que a pessoa que estava lá era Loki, um príncipe asgardiano que invadiu a Terra um tempo atrás.

Quando terminou de contar toda história sua face já estava vermelha pela embriagues.

— Quem diria que essa..ic! Coisa fosse forte – disse Cass deitada olhando para o teto.

— O que vai fazer agora? – perguntou Hope, sua embriagues estava mais leve, por ser mais resistente a bebida.

— Sinceramente não sei – respondeu Cass – Já tenho tudo o que eu queria do Loki, porque eu deveria tira-lo daquela sela? – perguntou irritada – Ele é só um príncipe lunático mimado, que traz caos e desordem porque foi negligenciado na infância.

— Conheço essa sua expressão, Loki mexe com você – observou Hope.

— É claro, ele é o deus da trapaça! – respondeu

— Não to falando disso – disse a agente.

— Eu não sei o que fazer! – gritou Cass frustrada.

— O que você acha que ele merece? – perguntou Hope.

***

Cassandra odiou o fato de Odin ostentar sua riqueza em cada parede, a luz do amanhecer junto da sua ressaca estava sendo o inferno.

— Esta tudo bem Agente Thompson? – perguntou Thor olhando para a agente, preocupado.

O asgardiano escoltava a agente até o seu pai na sala do trono.

— To de ressaca – respondeu Cassandra mal humorada.

— Entendo – respondeu o asgardiano se lembrando das noites de bebedeira.

Depois de um minuto de silêncio a agente voltou a falar com o deus do trovão.

— Eu fiz uma promessa a uma pessoa no corredor da morte – começou – Faço sempre o possível para cumprir minha palavra, mas dessa vez não só faço para cumprir minha promessa, como acredito no que ela me pediu – respirou fundo, encarando as portas a sua frente – Ele pode ser salvo, desde que alguém o guie. Eu posso fazer isso, posso ser a luz em um oceano de trevas.