Quando chegou ao aposento destinado soltou o ar que nem percebeu que prendia, o nervosismo lhe dava dor na barriga, a primeira vez que se sentiu assim foi em sua primeira missão como agente da SHIELD.

— Oh céus! – exclamou respirando fundo – Respira, respira – repetia.

Depois de se acalmar observou o quarto que estava, precisava ver todos os detalhes, não é sempre que se pode viajar para Asgard. O cômodo era bem luxuoso, chegou a lhe espantar.

Sua cama era de madeira maciça e em dossel, suas cobertas eram em um tom vermelho escuro, havia um baú nos pés da cama, onde supôs que ficariam as roupas. O chão era polido, chegava da nervoso, fazendo desejar andar de meias. Perto da cama havia uma estante de livros, com livros de todos os tamanhos e cores. A janela era um grande arco, a paisagem de fora dava para os jardins da propriedade. Do outro lado do quarto tinha uma mesa para estudos. Olhou para o teto para ver a iluminaria e se deparou com um lindo desenho, era uma cena de uma Valquíria no campo de batalha recolhendo as almas, era uma cena lindamente trágica.

— Lindo e trágico – comentou.

Abaixou a cabeça e foi dar uma olhada no baú, o abriu e encontrou algumas roupas, tanto femininas como masculinas, fechou a tampa e foi para a estante, pegou um livro de capa amarela, folheou umas páginas, mas não entendeu o idioma e colocou de volta na estante, pegou outro, de capa vermelha, esse tinha um padrão diferente do de capa amarela. Minutos se passaram e Cass se distraía com os diferentes livros, quando escuta batidas na porta.

Por reflexo colocou a mão em sua arma. Andou desconfiada até a porta.

— Quem é? – perguntou

— Guarda do palácio de Odin – respondeu - Haverá um encontro de socialização para os embaixadores, uma serva virá lhe ajudar a se aprontar se decidir comparecer.

— Ah! Estarei aguardando.

 Alguns minutos depois a serva mencionada apareceu, preparou seu banho e ajudou Cass a se banhar, mesmo insistindo que podia tomar banho sozinha. Quando tirava sua roupa removi as armas escondidas, a serva a olhou assustada, mas não disse nada. No banheiro colocou uma pistola e uma faca perto da sua banheira por segurança. Em alguns minutos já estava limpa e seca, e se preparava para se vestir.

Como estava para ir a um evento social com outros embaixadores, decidiu usar um dos vestidos do baú, escolheu o que mais lhe lembrava da moda terráquea, o vestido era vermelho com dourado, não possuía mangas, apenas uma faixa dourada que circulava os seios e parava na altura do pescoço, como um colarinho aberto. Da mesma faixa, via outras pequenas que desciam até aos seus pés. Depois de vesti-lo que reparou os desenhos decorativos que havia nas faixas douradas, eram cobras arqueadas, que se ligavam na ponta de suas caldas, por algum motivo elas lhe fizeram lhe lembrar ao Loki. Um dos acessórios que decidiu usar era uma gargantilha dourada que descia por franjas, duas das correntes que formavam a franja passavam por debaixo de seu braço. Antes de deixar a serva arrumar seu cabelo colocou uma sandália gladiadora dourada e pegou algumas de suas armas e colocou por debaixo de seu vestido, inclusive uma fina adaga no meio de seus seios.

— Pretende matar, senhora? – perguntou a serva temerosa.

— O que? – assustou-se – Claro que não! Mas antes de ser embaixadora eu era uma agente, e uma agente nunca sai desarmada! – explicou.

— Mas não é proibido levar armas? – perguntou confusa.

— Acha mesmo que nenhum deles esta levando uma arma? – perguntou arqueando a sobrancelha.

Seus cabelos foram presos em um coque, com uma trança decorativa que passava no meio do coque. Alguns de seus fios de cabelo ficaram estrategicamente desalinhados. Seu ultimo acessório foi um brinco de ouro simples. Antes que pudesse ficar embasbacada com sua aparência divina foi levada até o salão que os outros embaixadores se reuniriam.

O salão era ricamente decorado, tanto com objetos de decoração como desenhos entalhados nas paredes. As mesas no centro eram de ouro maciço, com entalhes de cavalos de oito patas em suas extremidades, não havia toalhas para cobri-las, os pratos e as diversas comidas, bebidas e frutas ficavam expostas.

Quando foi anunciada as conversas paralelas foram interrompidas e suas atenções foram dirigidas para a embaixadora de Midgard. Andou para uma mesa afastada no fundo do salão, assim poderia vigiar todo o salão sem se preocupar com sua retaguarda. Um gato com um medalhão em seu pescoço saiu correndo em sua direção, deu um passo para o lado para se desviar. Havia dois embaixadores na mesa escolhida, um deles deveria estar muito bêbado, pois dormia com a cabeça no prato.  O outro era uma mulher que se parecia muito com um humano, nada nela parecia ser alienígena, usava um vestido branco de mangas cumpridas, era bem largo na saia. Seus cabelos eram presos em dois coques trançados.

— Olá? – chamou Cass – Posso me sentar aqui? – perguntou, dando um falso sorriso simpático.

— Fique a vontade – respondeu a embaixadora.

— Obrigada – agradeceu. O trono que se sentou era mais majestoso que o trono da rainha da Inglaterra. – Desculpe a comparação, mas você se parece muito com os humanos de Midgard.

— Sou de uma galáxia muito, muito distante, a maiorias de nós têm aparência humanoide, pode ser possível que sejamos compatíveis. – comentou bebendo seu vinho em pequenos goles.

— Incrível! – seus olhos brilhavam – Sou a embaixadora de Midgard, Cassandra Thompson, é um prazer poder conversar com uma embaixadora tão parecida com a minha espécie – apresentou-se.

— Sou a embaixadora de Nemu, Lilá Skywinter, o prazer é meu.