Short Stories - Romione escrita por Anne Almeida


Capítulo 4
Uma Partida de Xadrez


Notas iniciais do capítulo

Ronald Weasley finalmente encontra alguém capaz de superá-lo no seu jogo favorito, mas será que isso realmente importa? Espero que gostem e comentem! Bjos!

Dedicatória: Esta fanfic é um presente para alguém muito especial, que realmente merece o titulo da brincadeira que me trouxe a produzir isso, amiga. Agora você não é mais oculta não é Andye? Sim, aqui estou eu lhe entregando o terceiro presente graças aos amigos ocultos nos quais loucamente nos metemos e, por mais que seja surpreendente que eu tenha tirado você novamente, preciso dizer que me sinto muito feliz. Afinal, (momento de causas inveja nas outras lerdiadoras) ninguém esteve comigo neste ano (dentre estas nossas amizades digitais) mais que você. O que seria de mim sem seu apoio e conselhos nos momentos difíceis? Sem suas gracinhas descaradas? Ou seus descaramentos engraçados? Enfim, sua presença? Melhor nem saber! kkk Te amo minha amiga e espero que gostes (porque não vou mudar nada depois u.u .... a não ser que você queira :3 ). Beijos, da sua Bacurau, Tribufu, Tatu ou qualquer outra coisa estranha que usemos para nos denominar.



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Hermione entrou na sala e não se surpreendeu ao ver a cena que se passava. Seu marido e seu filho fitavam um tabuleiro de xadrez bruxo. Ambos estavam igualmente centrados. Encostou-se ao portal e cruzou os braços, observando o acontecimento que se repetia quase todas as noites dos últimos meses.

Rony e Hugo estavam frente a frente, duas cabeleiras vermelhas se destacando a luz da lâmpada. Era perceptível a semelhança entre os dois, desde as testas franzidas pela concentração as mãos unidas sobre o queixo.

Hugo às vezes parecia uma versão em miniatura do pai, porém ainda com o rosto arredondado característico da infância e a boca pequena, mas de traços firmes, o que fazia Hermione dizer que ela havia sido desenhada.

Mas o que ela mais adorava eram os olhos azuis que transmitiam tudo que se passava em seu interior, e era isso que Rony tentava fazer, ler na expressão do filho o próximo passo que ele daria.

Alguns segundos se passaram e Hugo mexeu seu bispo, deixando o pai em xeque. Rony franziu ainda mais a testa diante do fato. Hermione não conteve o riso. Ela se divertia ao ver como o marido e o filho levavam aquelas partidas a serio.

Era sempre assim, enquanto ela arrumava a cozinha após o jantar e Rose subia para estudar ou ler, os dois se dirigiam a sala e iniciavam uma partida, ou, ainda, continuavam uma que haviam deixado pendente em uma noite anterior.

O tabuleiro permanecia sempre no mesmo lugar, pronto para o próximo duelo, em cima da pequena mesinha redonda da sala, onde ambos apoiavam seus cotovelos durante as partidas.

Ronald pegou uma das peças e com uma pontada de hesitação, a moveu. A mulher viu o filho se mover minimamente na cadeira e soube que o viria a seguir. Aqueles movimentos do pequeno lhe eram totalmente reveladores, ela conseguia lê-los tranquilamente.

Os dedos infantis moveram uma peça e naquele momento algo extraordinário aconteceu: pela primeira vez, desde sua entrada em Hogwarts, Ronald Weasley perdia uma partida.

Hermione fechou o riso e franziu o cenho. Ela nunca pensara na possibilidade de ter de lidar com isso tão cedo, pois mesmo que o filho houvesse herdado o jeito do pai para o tal jogo, ela esperava que isso só acontecesse anos à frente.

Foi por esse motivo que ela deu alguns passos, se aproximando quase inconscientemente. O filho não se movera muito, mas o rosto estava radiante, um risinho se abrira revelando os dentes da frente, levemente salientes. Era o mesmo riso que ela via em Ron sempre que ele sabia ter feito algo do qual devia se orgulhar.

O ruivo mais velho permanecia estático pela surpresa e ela começou a ficar apreensiva. Nunca imaginara a reação dele naquela situação. Sabia que se havia uma coisa da qual o marido sempre se orgulhara era de que ninguém conseguia superá-lo quando o assunto era xadrez.

Lhe preocupou que a derrota para um garoto de nove anos, que ainda tinha medo do escuro e do bicho papão, pudesse causar algum impacto negativo no ego já frágil do marido, pois por mais que a maturidade o tivesse fortalecido, Ron ainda era capaz de acessos de infantilidade que ela sabia que não o abandonariam.

E foi por isso que quando a cara de espanto sumiu e deu lugar aos olhos brilhantes de orgulho que a morena percebeu que não porque se preocupar.

Ronald estendeu a mão para o filho e esperou que ele encaixasse a mão ainda pequena ali.

– Parabéns meu garoto! - exclamou ele, a voz travando levemente - Você arrasou! Hugo ampliou o riso e o fato de seu pai ter confirmado sua vitoria estampou em seu rosto a empolgação contida e fez sua voz sair alta.

– Eu arrasei mesmo, não foi? – ele estava exultante.

Ron apenas moveu a cabeça num gesto afirmativo. O garoto não conseguiu mais se conter e pulou nos braços do pai, batendo na mesinha e bagunçando as peças, mas isso já não importava mais para o pequeno.

O maior apertou ainda mais o menor, com a consciência de que ele crescia e que não seria mais seu garotinho por muito tempo. Quando Hugo começou a falar ele o soltou.

– Papai... - Ron percebeu a relutancia.

– O que foi meu filho? - incentivou.

– Você... Bom... Você não me deixou ganhar, não né?

Ronald sorriu mais uma vez para o filho e falou com calma, sabendo que assim suas palavras seriam ouvidas com mais atenção.

– Não meu filho, eu não te ajudo desde que você completou sete anos.

O menino abriu a boca numa mostra de surpresa.

– Sério? - ele saltitava agora pela sala.

– Seríssimo - confirmou.

Os olhos do pequeno reluziram novamente.

– Rose precisa saber disso! Ela fica se achando só porque já vai pra Hogwarts e todos dizem que ela vai ser uma ótima aluna, mas ela não é capaz de vencer o senhor e eu sou!

Correu escadas acima sem dizer mais uma palavra sequer e deixando os pais se fitando. Ambos riam e Hermione sentou no braço da poltrona, se aconchegando ao marido, sentindo o prazer da sensação de conforto que aquilo lhe passava.

– Pode falar – disse ele prevendo que ela tinha algo a dizer sobre o que se passara.

– Você se saiu muito bem – respondeu ela, sem mais explicações, sabia que ele entenderia.

– O que você esperava que eu fizesse? – perguntou ele, rindo, mas ela sabia que no fundo ela dava mais valor ao seu julgamento do que desejava demonstrar.

– Não sei – ela foi sincera, como normalmente era – Mas fico feliz que você tenha agido assim. Isso é importante para ele.

Ron puxou a mulher para o seu colo antes de lhe responder.

– Eu sei. Porque é importante para ele do mesmo modo que era para mim.

– Era? – perguntou a morena, surpresa pelo uso do verbo no passado.

– Sim – disse ele e sorriu – Mas agora eu descobri coisas mais importantes.

E sabendo que teria pouco tempo antes de Hugo retornar arrastando Rose consigo, beijou a esposa intensamente.


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