Vicios escrita por irbello


Capítulo 9
Nono


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Antes de me darem um tiro que eu mereço, óbvio, pela demora, mas olhem pelo lado bom, eu postei não? Hehe
Ok eu mereço tiros.
Espero que gostem do capítulo que carinhosamente fiz.



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A semana se passou rapidamente como um piscar de olhos e o dia do casamento de Dandara com Gael finalmente chegara. Se a correria era tanta na semana dos últimos preparativos, não se podia dizer o mesmo para o dia do casamento que estava com uma certa calmaria e nervosismo por ora.

Mesmo sendo apenas o filho da noiva, João estava uma pilha de nervos.

– Tá perfeito moleque! – exclamou Pedro aplaudindo fervorosamente junto com Karina que estava sentada em seu colo.

João sorriu envergonhado colocando o violão ao seu lado na cama que momentos antes ensaiava tocando uma música que ia dedicar para uma certa garota que havia roubado seu coração. Uma certa Bianca Duarte.

– Olha se a Bianquinha não te quiser, já to avisando que te quero. – brincou Jade apertando as bochechas do amigo que riu erguendo as sobrancelhas.

Antes que o Spinelli pudesse provocar, a loira já havia saltado do colo do namorado para marcar sua posição, o fato era que Karina sentia ciúmes de seu irmão de coração. Ou melhor, ela era ciumenta por natureza mesmo.
Sentia ciúmes até da guitarra de Pedro.

– Sai Jade, o irmão é meu e eu não divido. – enciumou K que estava cada vez mais apegada ao seu “irmão” de coração.

– Sapaétera, quem não divide aqui sou eu. – implicou a dançarina puxando o braço do amigo pra si em um abraço exagerado enquanto a lutadora puxava de volta.

Pedro apenas ria escandalosamente com as caretas que o amigo fazia.

– Sou dividido por natureza meninas. – ele sorriu colocando seu braço no ombro das duas que o encararam ao mesmo tempo tentando fazer caras de bravas.

– Cala a boca João. – murmuram as duas em uníssono rindo logo em seguida.

– Olha eu to com ciúmes. – resmungou Pedro revirando os olhos fazendo um bico teatralmente o que fez a namorada sorrir derretida como toda apaixonada.

Ficaram mais alguns minutos no quarto de Pedro se divertindo, era até estranho os quatro reunidos ali como amigos, principalmente Jade e K que apesar das implicâncias, tinham uma certa amizade graças á João.

– Bom gente, o papo tá lindo, mas preciso me arrumar pro casamento antes que a Bianca me enforque mais do que já deve estar em pensamento. – levantou-se a loira que havia recebido uma mensagem da irmã exigindo sua presença.

Ao mesmo tempo, a dançarina se levantou também.

– To indo também, provavelmente meu vagabundo deve estar precisando de ajuda com a gravata. E é claro, preciso me produzir né? – sorriu dando uma piscadela acenando logo saindo do quarto.

Próximo ao Perfeitão, se localizava o apartamento de Gael que agora também era de Dandara já que a mesma se mudara para lá juntamente com o filho há semanas atrás.

A noiva nesse momento se arrumava em um salão bem longe da academia do futuro marido não querendo correr o risco de ele ver ela antes da hora.

– Mas vamos glorificar em pé, a senhorita Karina finalmente voltou! – zombou Bianca irritada com a demora da irmã que riu fazendo uma reverencia exagerada e foi até a geladeira pegar uma água sendo observada pela mais velha.

– O que foi? Eu me esqueci caramba! – resmungou a loira incomodada com os olhares de pura malicia que Bianca lhe enviava mas a situação só piorou ao ver que a irmã agora havia assumido a cara, aquela cara.

– A coisa tava boa com o Pedro hein. – implicou Bianca enquanto K corava intensamente negando com a cabeça de imediato.

– Não é nada disso! O João e a Jade estavam lá, para de fazer essa cara! – lançou uma almofada na irmã se sentando ao lado dela.

Bianca não conseguiu conter uma careta e institivamente fechou a cara fazendo que K a olhasse com desconfiança. Aquilo seria um indicio de ciúmes?

– Bianca, você t.. – ela começou a falar sendo interrompida de imediato pela irmã que a puxou para fora do sofá e arrastou para o quarto onde estavam seus vestidos e sapados.

Mesmo com Dandara implorando para que K fosse ao salão para se arrumar, a garota batera no pé preferindo e arrastando a irmã consigo para que se arrumassem juntas. Segundo os argumentos da lutadora, confiava em apenas Bianca para “tacar aqueles negócios de pó” na cara dela.

– Ei você não ficou chateada por não ter ido ao salão se arrumar? – indagou K encolhendo os ombros.

– Pra ser sincera, nem ligo. Vai ser mais divertido assim sabe? Adorei sua confiança em minhas habilidades. – a atriz deu os ombros separando os produtos de maquiagem em cima de um rack.

– Só não abusa viu? – brincou a lutadora logo fazendo careta para o hidratante que havia sido colocado em seu rosto do nada.

Seria uma tarde muito longa e divertida.

Jade Gardel estava absurdamente irritada. Respirava e expirava tentando manter a calma e não baixar o nível como uma barraqueira sem classe. Mordeu os lábios com força e encarou o homem que amava em sua frente.

– Você tá me dizendo que não vai no casamento? – sibilou tentando manter a calma.

– Jade, eu não posso, tenta entender. Sou da Khan, meu mestre é o Lobão e vou ser feito de picadinho se eu for. Por mais que goste e esteja feliz pelo mestre Gael, realmente não posso. – ele tentou se aproximar acariciando a bochecha de sua dama.

– Cobra, olha só, eu to me cagando pro Lobão e você sabe que por mim já teria saído daquela pocilga de marginal há um bom tempo viu? Não entendo Cobra, como você continua naquele lugar. – suspirou pesarosamente trazendo á tona um assunto mais discutido pelo casal.

O fato era que Jade temia pelo vagabundo, não gostava do lugar em que o mesmo lutava e passava horas quase implorando para ele sair da Khan. Não se sentia tranquila sabendo que Lobão era seu mestre.

– Jade é complicado ok? – se irritou Cobra mexendo no cabelo nervosamente.

– Por que você não me fala então caramba? – murmurou ela com uma vergonhosa vontade de chorar.

A dançarina se sentia cada vez mais emotiva desde o falecimento de sua mãe. Sentia-se exposta e frágil, aquilo que sempre mais odiou. Morria por dentro de medo só de pensar em perder mais uma pessoa que ama assim como perdeu Lucrécia.

– Minha dama, olha... É tão importante assim que eu vá? – o lutador percebeu o olhar distante e tentou a fazer voltar da realidade.

– Tanto faz, você que sabe, preciso ir. – respondeu Jade indiferente saindo do QG ás pressas sem dar tempo para que Cobra reagisse.

Andou desorientada sem perceber o rumo que seguia e aos poucos notou uma certa sensação de familiaridade. Seus olhos castanhos de imediato pousaram para o belo edifício Náutilos que tinha uma âncora ao lado do nome.

Jade lembrou-se de o quanto sua mãe odiava aquela âncora.

– Ei, desculpa, você pode me dar licença? – virou o rosto assustada se deparando com Henrique, o mais novo aluno de Ribalta.

– Ah foi mal, to barrando o caminho. – mexeu-se sem graça por ter se perdido em seus pensamentos e já se preparou para ir embora antes que começasse a chorar na frente de um estranho.

Ela não entrava naquele edifício há semanas.

Ou melhor, quase quatro meses desde que sua mãe falecera. Suas roupas foram pegas por Edgard e agora se hospedava na casa dele, onde foi recebida com muito carinho pelo seu “pai” de coração.

– Você é a Jade né? Vi você dançando um dia desses, mandou bem hein? – Henrique sorriu de leve segurando o portão em que iria se fechar se não tivesse reconhecido a colega.

– Sou sim, obrigada eu arraso mesmo. – sorriu a dançarina embora o sorriso não chegasse aos seus olhos.

Uma mensagem vibrou em sua bolsa interrompendo a breve conversa fazendo que Henrique se despedisse e finalmente entrasse no prédio.

De: Vagabundo (021-9846-8636)
Para: Jade (021-9123-4576)

Acho que preciso de uma ajuda com a gravata aqui minha dama.

E dessa vez, o sorriso que surgiu no rosto dela foi verdadeiramente genuíno.

A tarde tão logo se passou e um belo pôr-do-sol surgia no entardecer do dia. Todos estavam prontos para a bela cerimônia que seria realizada em um jardim botânico bem organizado.

O noivo chegou juntamente com os padrinhos, no caso somente João pois Duca havia sumido naquele dia sem dar indícios de vida, fazendo que Pedro prontamente se oferecesse para assumir o lugar.

– Daqui a pouco vocês vão buscar minhas filhas viu? Sem gracinhas capiroto! E você também esquisito, to percebendo as coisas. - Gael fuzilou seu "enteado" e o genro que riu dando uma piscadela.

– Seremos totalmente respeitáveis mestre Gael. Força e honra né? - Pedro sorriu divertido arrastando o amigo para longe querendo ansiosamente ver sua esquentadinha.

Pegaram um táxi e rapidamente chegaram no pequeno prédio indo em rumo ao respectivo apartamento onde se localizavam os amores de ambos amigos. O guitarrista tocava na campainha ansioso para ver sua esquentadinha e seu corpo maravilhoso em um vestido.

– Paciência que é bom, nada né moleque? Tinha que ser você. - resmungou K que se irritou com os constantes toques de campainha sem notar o estado de choque em que o namorado estava.

Karina é linda naturalmente, mas naquele dia ela estava uma "força da natureza", com os olhos azuis perfeitamente delineados, a boca um suave tom de brilho e o vestido rosa rendado sobre o peito com as costas nuas se encaixavam perfeitamente no corpo escultural da garota.

Ela corou intensamente ao perceber o olhar fixo de Pedro e lhe lançou um soco nem fraco nem forte no ombro dele tentando fazer que o mesmo parasse de olhar como se fosse a oitava maravilha do mundo.

– Cala essa boca, eu só to de rosa porque a Dandara insistiu. E a Bianca é claro. - tinha as bochechas coradas e evitava olhar nos olhos dele que riu erguendo o queixo dela fazendo que se encarassem.

– Você não tem noção de quanto me mata só de estar com o vestido. Haja controle mulher. - puxou a namorada para um beijo de tirar o fôlego como sempre fazendo que João fizesse uma careta entrando no apartamento tentando ir para um lugar onde pudesse deixar os "pombinhos" á sós.

Escolheu a primeira porta que viu e entrou aliviado por não ter que ver a cena dos amigos se pegando. A escolha dele não podia ter sido mais perfeita e seus olhos de imediato pousaram sobre ela.

– Quem era na porta? - Bianca ainda não notara a presença dele e arrumava a bagunça que havia ficado sua penteadeira.

João estava sem voz para a visão que tinha, isso fora o suficiente para que a garota estranhasse a mudez e virasse o corpo se deparando com ele a encarando.

Ela estava absurdamente linda, tanto quanto a irmã, seus olhos castanhos mel pintados em um tom de nude esfumaçado e os cílios devidamente preenchidos com mascara cheio de volumes dando um olhar fatal. O batom vermelho se destacava ali nos lábios carnudos dela assim como o belo vestido idêntico ao de K na cor azul, porém na opinião de João, estava ainda mais perfeito em Bianca.

A mesma no entanto apenas o observava corada com o olhar dele sobre si, embora fizesse o mesmo encarando o terno e a gravata verde que combinava perfeitamente com os olhos que tanto a encantavam.

– Você está linda. - a voz rouca dele preencheu o quarto quebrando o silêncio.

– Obrigada, você também não está nada mal. - sorriu envergonhada se aproximando de leve fazendo que ele estranhasse.

João sentia seu coração se acelerar cada vez mais com a aproximação dela que delicadamente tocou na gravata, refazendo o nó sentindo-se estremecer por dentro.

– Bem melhor agora. - ergueu o queixo com o rosto tão próximo do dele que bastava apenas uma leve aproximação que seus lábios se encostariam.

Ela queria o beijar, uma urgência louca lhe invadia, precisava sentir se estava realmente apaixonada ou era apenas carência. Mais que nunca, necessitava o gosto daquele beijo.

Sem armações e desse vez com sentimentos envolvidos. Sentimentos que Bianca mesmo não admitindo, eram fortes demais para apenas uma carência.

– Bianca... - os olhos verdes lhe olhavam suplicantes como se pedisse permissão para quebrar aquela distância entre os dois.

Antes que pudesse assentir ou até mesmo tomar a atitude, a porta do quarto fora abrida num rompante por um certo casal aos amassos, ou melhor Pedro com as pernas de Karina enlaçadas na cintura dele e é claro, as bocas grudadas em um beijo frenético.

– Karina! - exclamou Bianca envergonhada recuando e lançando um olhar cortante para os dois que se separaram imediatamente.

– Bi, eu achei que você estava no banheiro. Ah, que vergonha, desculpa! - atrapalhou se a loira mais vermelha que nunca escondendo o rosto na curva do pescoço do namorado que apenas ria da situação como sempre.

– Bem acho que atrapalhamos algo hein esquentadinha. - implicou o guitarrista ao ver que Bianca parecia mais sem graça que o normal e ainda havia o amigo ali o fuzilando.

João suspirou frustrado coçando a nuca evidenciando o quão sem graça estava e Bianca não pode deixar de pensar o quanto lindo ele ficava assim.

Sacudiu a cabeça corada com esse pensamento.

– Vamos indo então. - o gamer quebrou o silêncio constrangedor que iria se instalar.

Instintivamente ele pegou na mão da atriz qe aceitou de bom grado, gesto que não passou despercebido por Karina e Pedro que esbanjaram um sorriso cúmplices. Desceram juntos até o ponto de táxi que os levaria ao salão onde Dandara estaria pronta os aguardando.

Com o João na frente e o casal Perina juntamente com Bianca no banco de trás do assento, a atriz olhava para a janela percebendo o quanto tudo mudara em questão de meses.

– Chegamos, R$ 13,70 reais.

Assim que pagaram, desceram do carro indo diretamente para o salão. Pedro e João foram obrigados ficar no saguão enquanto a noiva se arrumava e Karina e Bianca subiram para a ver.

– Mas olha só, eu que sou o filho não posso ver, mas elas podem porque? - resmungou o de olhos verdes enquanto a atendente ria.

– É que o senhor é homem. Não permitimos homens lá em cima. - a atendente loira explicou sorrindo mostrando os dentes perfeitamente alinhados e branquinhos.

João revirou os olhos sem notar o jeito como a mulher o olhava.

– Se ele fosse gay entrava? - Pedro fez cara séria tentando evitar o riso. – Meu amor esse preconceito não tem limites. - fez bico falando com uma voz afeminada.

– Você não tem limites e eu não tenho limites, olha só que coincidência vamos se beijar. - zoou o gamer entrando na brincadeira do amigo que ria escandalosamente.

Bianca e Karina apenas observavam a cena juntamente com Dandara que continha o riso segurando a cauda de seu vestido de noiva. Enquanto a lutadora fazia careta escondendo seu riso, a atriz mantinha a postura seria fuzilando a atendente com os olhos.

Ciúmes não era algo que ela gostasse de sentir, mas algo se acendia quando via alguém olhando para João, se insinuando, assim como fora meses atrás ou melhor ano passado, quando ele era "famoso" por causa do comercial.

Algo que ela não entendia muito bem. Embora estivesse bem na cara.

– Acho que estamos sendo observados meu amor. - Pedro apertou o amigo em um abraço exagerado fazendo que ele risse e logo virasse o corpo para encarar.

Seus olhos verdes emitiram um brilho de orgulho e uma certa emoção refletia em seu rosto embora ele tentasse esconder. Em sua frente, Dandara estava esplendorosa.

O belo vestido branco rendado sobre as costas e perfeitamente bordado da cintura para baixo era definitivamente feito para Dandara que usava uma maquiagem leve e os cabelos presos num coque com uma flor branca se destacando ao meio de fios.

– Então como estou? - a mulher abriu um sorriso logo sendo envolvida em um abraço carinhoso de João.

– Maravilhosa.

A partir de então, os minutos voaram, chegaram no jardim onde os convidados estavam aos postos apenas aguardando início da cerimônia. Duca havia chegado a tempo fazendo par com Karina indo até o altar.

Em sua frente João e Bianca entravam primeiro de mãos entrelaçadas sorrindo até chegarem ao altar se posicionando em seu lugares, padrinhos ao lado do noivo e madrinhas ao lado da noiva.

A atriz e o gamer não conseguiram desviar os olhos um do outro durante toda cerimônia, principalmente nos votos dos noivos.

– Eu, Dandara Medeiros recebo-te Gael Duarte como meu legítimo esposo, prometendo amar, cuidar, ser fiel independente de tudo que aconteça até que a morte nos separe.

– Eu, Gael Duante recebo-te Dandara Medeiros como minha legítima esposa, prometendo amar, cuidar, ser fiel até o dia em que nosso amor não for eterno.

Bianca não conseguiu evitar de se relembrar de um certo sonho que tivera meses atrás, corando ao imaginar que talvez o futuro noivo seja dono de um par de olhos verdes.

Após a cerimônia, todos se encaminharam animados para o salão de festas que se localizava apenas alguns passos ainda no jardim. No palco se encontravam Pedro e A Galera da Ribalta, prontos para agitar a balada dos recém casados que decidiram antes fazer uma espécie de dança que envolvia os padrinhos junto com as madrinhas.

– To me sentindo num filme de Harry Potter e o Cálice de fogo. Sabe aquela cena do baile de inverno? - comentou a atriz tentando dissipar o nervosismo enquanto ela dançava com o cara que supostamente estava apaixonada ou não.

– Você olha Harry Potter? - o gamer a encarou cético enquanto erguia o corpo dela no ar conforme fora ensaiado.

Os olhares de todos estavam sobre eles que se encontravam num mundo só deles, como se nada importasse ao redor.

– Ué porque não? Olho sim e se reclamar viro potterhead. - ergueu o queixo enquanto ele abria um sorriso mínimo embora a expressão permanecesse cética.

– Você não parece ser o tipo de garota que olha Harry Potter. - tentou explicar inutilmente pois a face dela ardia de vergonha e os olhos castanhos lhe fuzilaram com indignação.

– Você ta dizendo que eu sou patricinha? Que sou apenas aquele "tipo" que olha filme de romance e sonha com um príncipe encantado? - resmungou sem disfarçar a vergonha enquanto ele erguia as sobrancelhas.

– Hum. Você é patricinha, mimada, egoísta, olha filme de romances e sem dúvidas sonha com um príncipe encantado. – João sorriu divertido enquanto ela se controlava mentalmente para não dar um soco nele ali mesmo.

– Cala a boca. - retorquiu franzindo o nariz e apertando a mão dele com mais força enquanto dançavam.

– Vem calar Bianquinha. - provocou com os olhos verdes cintilando em uma certa alegria e diversão que ela quase sorriu.

E ela teria feito exatamente isso se a música não tivesse parado e os aplausos ecoarem pelo salão quebrando todo o clima. João de imediato largara a mão dela, gesto que evidencialmente a deixou um tanto chateada e ele ainda havia sumido como num piscar de olhos.

– Então senhoras e senhores, temos um convidado especial aqui que resolveu nos privilegiar vir até o palco para cantar uma música. Salva de palmas para Johnny B Good! - a voz elétrica de Pedro a fez virar o rosto bem na hora que via aquele que procurava segurando um violão com um sorriso mínimo, claramente envergonhado e tímido.

– Valeu Pedroso, e aliás é João Spinelli. Bem vamos fazer um acordo? Eu vou cantar uma música aqui para alguém considero muito especial e vocês mesmo que achem terrível, aplaudam por favor. - brincou descontraindo o clima enquanto todos riem curiosos.

João encarou o amigo que assentiu de leve e a banda começou a tocar de suavemente junto com ele que respirou fundo antes de começar.

– Todo o lugar que chego você não fica
Tudo o que eu te peço você não dá
Se dou opinião você implica
Toda vez que ligo você não está
Por que fazer questão deste jogo duro?
De me mostrar o muro a nos dividir?
Seu coração de fato está escuro
Ou por de trás do muro
Tem mais coisa aí

Toda vez que passo você não nota
Eu conto uma lorota você nem ri
Me faço fina flor vem e desbota
Me boto numa fria não socorre
Eu cavo um elogio isso nem te ocorre
A indiferença escorre fria a me ferir
Será porque você não me suporta?
Ou dentro desta porta
Tem mais coisa aí

Entre o bem e o mal a linha é tênue meu bem
Entre o amor e o ódio a linha é tênue também
Quando o desprezo a gente muito preza
Na vera o que despreza é o que se dá valor
Falta descobrir a qual desses dois lados convém
Sua tremenda energia para tanto desdém
Ou me odeia descaradamente
Ou disfarçadamente me tem amor

Toda vez que passo você não nota
Eu conto uma lorota você nem ri
Me faço fina flor vem e desbota
Me boto numa fria não socorre
Eu cavo um elogio isso nem te ocorre
A indiferença escorre fria a me ferir
Será porque você não me suporta?
Ou dentro desta porta
Tem mais coisa aí

Entre o bem e o mal a linha é tênue meu bem
Entre o amor e o ódio a linha é tênue também
Quando o desprezo a gente muito preza
Na vera o que despreza é o que se dá valor
Falta descobrir a qual desses dois lados convém
Sua tremenda energia para tanto desdém
Ou me odeia descaradamente
Ou disfarçadamente me tem amor

Os olhos verdes cintilantes estavam fixos nos dela e o mundo parecia se dissolver ao redor restando apenas ele e ela.


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Notas finais do capítulo

Caso houver algum erro, por favor avisem nos comentários.
Beijos, até a próxima.