Yin e Yang escrita por Park Sunhee


Capítulo 9
Armadilha.


Notas iniciais do capítulo

Ei, gente! Primeiramente, desculpem pela demora. Passei mal a semana inteirinha e agora que tô melhorando, essas viroses tão de ferrar qualquer um, bleh ): Já tinha adiantado um pouquinho do capítulo e terminei agora e vim direto postar pra vocês!

Mas antes de qualquer coisa, me digam: o que acharam da capa? Eu, honestamente, amei! Mas me digam vocês!

Espero que gostem do capítulo e tenham gostado da capa! Beijão.



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Não importava o que aconteceria.

As coisas estavam mais do que somente sérias, tentava manter meus pensamentos focados e positivos enquanto dirigia em direção à localização programada no GPS do carro dos Laboratórios S.T.A.R. não tinha muito tempo, pegava atalhos, ultrapassava sinais vermelhos, tentava ser cautelosa, mas com tamanha pressa não tinha muito o que fazer a não ser buzinar avisando que estava passando.

A escura estrada me levou até um galpão com poucas luzes iluminando-o por fora. O matagal estava alto e as árvores pareciam queimadas, mas era apenas a falta de folhas do outono. As únicas lâmpadas presentes no local era em uma porta dupla, suja e mal pintadas de cinza escuro. Não tinha tempo para procurar outra entrada e nem visão, apenas sai do carro o desligando e fechando a porta lentamente de modo que não fizesse nenhum barulho ou chamasse atenção. Olhava para todos os lados procurando alguém, algum segurança ou algo do tipo, mas se alguém tivesse me visto já teria feito seu “trabalho” para me manter afastada.

Corri em direção a porta e pude ver o quão nojenta estava. O galpão devia estar abandonado por anos e claro, era o local perfeito para encontrar os heróis e armar alguma armadilha para eles, o que foi exatamente feito por minha irmã. Ou apenas Yin. Não me importava tanto mais, não conseguia fazer com que a palavra irmã saísse de minha boca – ou ficasse em meu pensamento – sem sentir nojo.

Nojo de uma pessoa irreconhecível que tinha sangue em mãos e não sentia remorso algum.

Balancei a cabeça e empurrei a porta com o ombro. Não precisei fazer muita força já que estava aberta, sem nenhuma tranca ou nada que me impedisse ou impedisse qualquer outra pessoa de entrar. Aquilo, definitivamente, não era um bom sinal. Mas desde que resolveram vir atrás dela sozinhos o que não obtivemos fora um bom sinal, ou uma boa noticia. E agora dependiam de mim. Três heróis, acostumados com todo o tipo de brigas, precisando de mim. Um meta-humano com super velocidade, outro mestre em lutas, arco e flecha e outras habilidades e um ex-soldado do exército. Ambos os três desaparecidos, com poucos rastros a não ser aquele. Era um tanto quanto inacreditável, não só a vida deles, mas também de todos que precisam do Arqueiro e Flash estão em jogo.

Senti uma pontada no estômago. Não deveria me pressionar tanto assim, agora estava amedrontada e sentindo que não era capaz de ajuda-los. Mas logo mudei de pensamento quando entrei no balcão e pude ter uma vista melhor do que tinha dentro. Não precisei usar o fogo para iluminar o local já que as luzes fluorescentes eram mais do que suficiente.

Uma mistura de luzes roxas, azuis, verdes e normais tomavam conta do local. Era assustador, confesso. Mas não tinha tempo para me sentir pressionada e muito menos assustada, apenas para fazer o que era certo e leva-los de volta para suas posições nas cidades. Balancei a cabeça negativamente dano passos lentos para frente, podia ver, mais à frente, um círculo com cadeiras e algumas velas em volta. Parecia uma seita, um ritual ou qualquer coisa macabra que quisesse chamar.

Não havia ninguém além de mim ali. Pelo menos não visível. Apertei o fone em meu ouvido direito perguntando para Caitlin e Cisco se os sinais vitais de Barry vinham realmente dali, e eles assentiram dizendo que estava perto. Prossegui andando lentamente e tudo indicava que os sinais de Barry vinham bem ao centro da cena macabra do ritual. Meu coração saltitava em meu peito batendo tão violento que podia jurar que saltaria pela boca sem um aviso prévio.

Bem ai! – escutei a voz de Caitlin – ele está ai?

– Não – sussurrei olhando à minha volta.

Você deveria estar, no mínimo, em cima dele – ela falava rapidamente – Felicity, há um porão?

Não... – escutei-a falar.

Não é possível, não há ninguém com ela...

– Eles não estão aqui – sussurrei interrompendo-as – vocês tem...?

O barulho fora tão alto que caí de joelhos no chão úmido e sujo. Com as mãos trêmulas retirava o aparelho de meu ouvido, mas ele continuava a apitar tão agudo que optei por pisar em cima não causando nada além de pedaços do que, há segundos, era o meu comunicador com eles.

O barulho prosseguia e muito mal conseguia me manter de pé. A mesa bem ao centro, explodiu em segundos por causa das ondas de som e, sem pensar duas vezes, deixei o fogo sair, vendo-o em minhas mãos. Lancei uma única rajada de fogo na direção do aparelho e o barulho logo parou. Respirei fundo sentindo meus ouvidos zumbirem e logo vir uma dor de cabeça tão forte que me fez desejar rapidamente um remédio.

Fitei minhas mãos sem o fogaréu e tornei a olhar à minha volta. Nada podia me distrair, nem o fato de não estar acostumada à usar meus poderes para algo que não seja mostra-lo à alguém ou a mim mesma na frente do espelho.

As luzes se apagaram como se um gerador fosse desligado e, talvez, tivesse sido. O barulho fora tão alto quanto, mas não sabia identificar de onde vinha. Tentei manter a respiração normalizada enquanto meus olhos se acostumavam com a escuridão, o que não estava sendo fácil. Sem piscar olhava em uma direção fixa, mas tudo ainda estava preto como um buraco negro.

Escutei algo atrás de mim, por puro impulso o fogo em minhas mãos iluminou parcialmente o local. Levantei a mão na altura de meu rosto e olhei para frente, ainda enxergava pouca coisa, nada além de uma das cadeiras e o chão sujo. Novamente escutei um estalo atrás de mim, e assim que me virei para iluminar, senti uma mão em meu pescoço. Iluminei mais a frente e um rosto masculino, sem expressão me fitava diretamente nos olhos. Poderia gritar, mas de nada adiantaria, apenas ficaria sem ar mais rápido.

Antes de tentar falar algo, com as mãos em chamas, apertei o pescoço do homem fazendo com que ele urrasse e me soltasse. Cai de bunda no chão, logo me levantei procurando-o, mas não o via novamente.

– Te queimarei novamente – berrei mudando meu olhar de direção completamente ofegante – babaca!

Novamente escutei passos atrás de mim e logo me virei para olhar iluminando com o fogo em minhas mãos. Mas nem sinal de algo ou alguém.

– Onde estão meus amigos?! – gritava para a escuridão.

Um zumbido alto tomou conta da escuridão. Iluminava tudo ao meu redor, mas não conseguia ver nada. Não sabia direito de onde vinha tal ruídos, pois pareciam estar em todo lado. Os ruídos não demoraram muito tempo, era um barulho alto e incomodo, mas parecia que algo estava acontecendo por ali, já que pude sentir o chão tremer brevemente antes do ruído parar por completo.

As luzes foram acesas e bem à minha frente vi Barry desacordado dentro de um tubo redondo repleto de um líquido verde, olhei a minha direita e lá estava Oliver, também desacordado e a minha esquerda, Diggle. As chamas em minhas mãos apagaram. Queria correr até eles, mas no momento em que o fiz, hesitei. Por que estavam entregando-os? Era uma armadilha, era previsível.

Escutei, novamente, passos atrás de mim e me virei para olhar, pronta para lutar com o homem novamente ou quem quer que fosse. Parei estática no local quando fitei, bem aos olhos, quem um dia foi minha irmã.

Mia tinha um pequeno sorriso nos lábios, estava com os braços cruzados e os cabelos um pouco bagunçados.

– O que fez com eles? – falei cerrando meus punhos.

– Eles estão vivos – ela revirou os olhos – só em sono profundo.

– Tire-os dali.

– Diria para você mesmo fazer isso – ela me fitava ainda sorrindo – mas é a prova de fogo e... Você não é tão idiota.

– O que houve com você? – sussurrei não reconhecendo-a.

– O melhor que podia ter acontecido – ela descruzou os braços – me separar de você e deixar de ser sua sombra.

– Você nunca foi minha sombra, Mia.

– Ah, cale essa boca! – ela gritou fechando os olhos.

Tremi ainda no mesmo lugar.

– Você sempre a melhor, a preferida, a primeira. Oh, como eu sentia inveja disso. E raiva, muita raiva. Por que você tinha que ser melhor se éramos idênticas? Por que você se sobressaia? – ela fez uma breve pausa respirando fundo – poderia te matar aqui e agora, você sabia disso? Uma gota de água e você se vai. Não sei porque não se foi das outras vezes.

– Por que alguém tem que te parar – falei.

Ela gargalhou – E você é esse alguém? Mesmo? Finalmente sou melhor que você, e vem me dizer que quem me parará é você? Com toda essa fragilidade contra a água? Você é louca.

Não respondi. Ela não estava sabendo da casca.

– Bem – ela estendeu as mãos em minha direção – veremos se conseguirá me parar.

O jato de água me tampou com certa força para trás e não tive tempo de ativar a máscara para não me afogar, apenas virei o rosto para o lado assim que o jato potente atingiu-me direto no peito. Senti meu corpo bater com violência no tubo de Barry, mas ele sequer tremeu. Seria mais difícil que o normal tirá-los dali, mas não podia desistir agora. Estava frente a frente com Mia, tinha a cura em meu bolso e apenas uma chance de acertá-la.

O jato parou enquanto eu caia de bunda no chão. Fechei meus olhos deixando a cabeça baixa, enquanto recuperava-me da falta de ar, e da dor nas costas. A casca tinha funcionado. E aquilo me deixava tão feliz que podia levantar ali agora, pronta para gritar à Mia e ao mundo que estava bem, que agora podia resistir à ela, mas, a verdade, era que eu tinha um plano melhor.

Escutei Mia vir em minha direção, mas não podia abrir os olhos para confirmar, afinal, ela teria uma grande surpresa ao saber que, mais uma vez, eu estava sendo a melhor. Não que me orgulhasse disso, nunca me esforcei para ser melhor que ela em nada durante nossas vidas, me esforçava para ser melhor do que eu mesma e mais ninguém, mas Mia nunca fora capaz de compreender ou sequer tentar fazer algo verdadeiramente para si ou para os outros. Suspeitava de como ela se sentia, mas jamais imaginava ela falando isso bem na minha cara.

E ela me queria morta. Minha irmã gêmea, quem cresceu comigo, partilhou dos momentos, ouviu meus segredos e me ajudou mesmo que com má vontade. E aquilo me entristecia mais do que me deixava com raiva, até então, estava furiosa por ela machucar Barry, Oliver e Diggle, mas agora tudo o que conseguia sentir era pena e culpa. Culpa por ser melhor? Não, já que, a meu ponto de vista jamais me vi melhor do que ela. Culpa por fazê-la sentir-se desta maneira.

Senti seus dedos gélidos em meu pescoço, pronta para sentir a pulsação. Abri meus olhos a fitando e antes que pudesse fazer qualquer movimento ou tentar me afogar novamente, segurei sua mão direita. Mia deu um grito mandando soltá-la e fiz com que minhas mãos ficassem em chamas mais uma vez. Escutei-a gritar enquanto ficava de pé, não que tenha sido um bom som de escutar, mas era necessário.

– Como tiro eles do tubo? – perguntei calmamente.

– Como você está viva?

– Me adaptei, Mia – falei fitando-a – como sempre fiz.

Ela urrou um palavrão, mas apenas torci seu braço para o lado ainda com a mão em chamas. Ela gritou e segurei seu cabelo gritando:

– Como eu os tiro dali?!

– Não te direi nada.

– Tudo bem – falei soltando-a – bons sonhos.

Com toda a força possível, dei-lhe um chute bem ao meio do rosto. Virei o meu para não ver aquela cena, mas assim que ela caiu desacordada com o nariz quebrado, confesso que quis sorrir, me orgulhar por ter conseguido derrubá-la, mas sabia que tinha os segundos contados até que ela acordasse novamente. Comecei a mexer em seus bolsos, em seu casaco, procurando qualquer coisa que pudesse me ajudar à tirá-los daquele tubo.

Não achei uma ajuda, mas sim, a solução. Encontrei um controle com três botões, nas cores vermelho, verde e azul, respectivamente. Se o vermelho retirasse Barry de seu tubo, pode-se dizer que ela planejou tudo completamente, que os colocou em uma armadilha e aquilo apenas confirmaria minha tese. Fui andando até o tubo de Barry onde apertei o botão vermelho. O barulho do vidro se abrindo fez com que eu desse um passo para trás e, antes de Barry cair com toda força no chão, soltei o controle o segurando com toda minha força ainda desacordado, ele parecia pesar trezentos quilos. Arqueei as pernas caindo para trás com Barry em meus braços.

Se estava sendo difícil segurar Barry imagina para tirar Oliver e Diggle?

Respirei fundo esticando minhas pernas e puxando Barry para meu colo. O deitei no chão, com a cabeça sobre minhas pernas. Apenas fitava seu rosto, estava tão ofegante que precisava de puxar o ar profundamente à meus pulmões.

– Vamos lá, Barry – segurava seu rosto o fitando – vamos lá.

Desejava, com todas as forças possíveis e impossíveis, que Barry acordasse antes de Mia – quem ainda estava com o nariz sangrando e jogada ao chão. Preocupava muito mais com Barry do que com a assassina que não reconhecia. Barry estava respirando, lentamente e fraco, mas estava. Precisava do meu comunicador naquele momento, alguma ajuda, algum modo de como prosseguir, o que fazer. Mas, ao invés disso, apenas ficava ali, sentada ao chão, segurando o rosto de Barry esperando que ele, milagrosamente, abrisse os olhos e me dissesse que estava tudo bem.

Ele tinha que fazer isso.

Ou jamais me perdoaria e muito menos Mia. Era por minha culpa que tudo aquilo estava acontecendo, e se Barry, Oliver e Diggle não acordassem eu jamais me perdoaria e não sei, honestamente, o que seria capaz de fazer com Mia por tirar-me meus amigos.

Se Barry, um meta-humano, com poderes de se recuperar rapidamente, estava naquele estado por ter ficado dentro do tubo com o líquido verde – líquido este que estava todo em nossa volta – como Oliver e Diggle estavam? Tinha que tirá-los de lá de imediato, antes que algo pior acontecesse.

No instante em que soltei o rosto de Barry empurrando meu corpo para o lado, escutei Barry gemer. O fitei assustada e, rapidamente, coloquei seu rosto em cima de minhas pernas novamente. Barry tentava abrir os olhos enquanto sua respiração ficava cada segundo mais ofegante.

– Barry? – sussurrei perto de seu rosto – Barry... Estou aqui, sou eu, Deb.

Ele abriu os olhos me fitando.

– Ei – o fitava com um pequeno sorriso.

Ele se mexeu tirando seu rosto de perto de mim. O fitei sem entender, mas ele logo sentou-se ao chão encostando suas costas no tubo.

– Sai... – ele esticou os braços impedindo que chegasse perto dele.

– O que? – perguntei o fitando – Barry, sou eu... Deb.

– Não – ele me fitava – você disse a mesma coisa quando... – ele fez uma breve pausa para respirar – nos pegou.

– Barry – segurei suas mãos – não vou te machucar, está tudo bem.

Ele apenas me fitou e cheguei meu rosto bem próximo ao seu. Ele fitou-me bem aos olhos enquanto eu esperava que ele me reconhecesse do modo que ele sempre fazia. Pela heterocromia leve em meu olho direito, uma mescla de verde e marrom.

– Oi, Deb – ele sussurrou ainda com falta de ar.

Joguei meu corpo para frente o abraçando mais apertado que consegui. Escutei-o dar um pequeno gemido e o soltei de imediato.

– Desculpa – sussurrei.

– Tudo isso foi uma armadilha, e nós... – novamente uma pausa para respirar – caímos tão estupidamente.

– Está tudo bem, ela... – olhei para trás onde Mia deveria estar inconsciente – ela estava ali!

– Mia?

– Sim! – falei procurando-a com os olhos no galpão – eu a desmaiei, ela tentou me matar e a casca funcionou, peguei o controle e... Droga!

Barry tentava ficar de pé, virei meu olhar para ele quem estava de joelhos ao chão tentando se levantar.

– Não – coloquei minhas mãos em seus ombros – não, Barry.

– Vou atrás dela... Ela não pode...

– Nem você – o interrompi – vamos pegá-la. Mas não agora.

Ele não disse nada, apenas tornou a sentar-se no chão ainda fraco.

Olhei para Oliver e Diggle – Além disso, nossos amigos precisam de nós.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Ah, tenho que confessar que gosto muito do modo como Barry e Deb se preocupam um com o outro *-* E então, o que acharam do capítulo? A vaca da Mia conseguiu fugir, mas não por muito tempo.
Beijão!