Yin e Yang escrita por Park Sunhee


Capítulo 8
Yang.


Notas iniciais do capítulo

Ei gente! Então, desta vez não demorei não é? Espero que gostem, e se preparem porque o próximo provavelmente será maior e pegará fogo. Já tenho ideias rolando em minha cabeça, então, se preparem huuhuhuh. Beijão!



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Virei-me para trás pronta para descer do telhado e voltar para a sala central e vi Barry parado bem na frente da porta verde com os braços cruzados. Seu cabelo estava balançando levemente com o vento e dei um fraco sorriso fazendo com que ele viesse até mim. Ele estava ali esperando algum movimento que o autorizasse a chegar perto de mim, não que eu o tivesse que fazer, mas Barry sabia respeitar os momentos das pessoas.

Ele logo parou do meu lado e virou seu rosto para frente. Não sabia dizer se ele estava fitando o céu nublado que cobria Central City ou os carros que passavam na rua próxima a onde estávamos, se ele fitava os prédios ou simplesmente fitava o horizonte sem prestar atenção em nada. Ele novamente cruzou os braços e apenas o barulho de nossas respirações tomavam conta do local.

– Barry...

– Não tem que dizer nada – ele permanecia olhando para frente – de verdade, Deb.

– Mas eu quero – virei meu rosto para olhá-lo e em resposta ele fez o mesmo – ela não é mais minha irmã, Barry e eu entendo isso de uma vez por todas. Ela... – minha voz falhou – ela está matando pessoas. Não ligo se são inocentes ou não, ela está fazendo de qualquer jeito. Ela é uma assassina.

– Ela está sob o efeito do Mirakuru, Deb.

– Eu sei Barry, mas... Você sabe, sempre disseram que somos ligadas uma à outra e... Se é só o efeito do Mirakuru por que eu sinto que, caso ela estivesse sem a droga em seu sangue, ela faria o mesmo?

Ele não soube responder, mas não tirou os olhos de mim.

– Mia ela... – novamente minha voz falhou enquanto eu tentava não chorar – ela sempre uma criança tão problemática. Sempre tão egoísta e mesquinha, não suportava que estivessem à sua frente, mas é claro que todo mundo tem essas fases, mas agora eu pude perceber que...

– Não são apenas fases – Barry completou tornando a olhar para frente.

Olhei na mesma direção que ele – Pois é.

– As pessoas são como são – Barry falava mais sério do que nunca – por alguma razão, algumas mudam, crescem e amadurecem, mas nunca deixam de ser quem realmente são, mesmo que por dentro ou em segredo. Olhe para mim – ele deu uma fraca risada fazendo com que eu virasse o rosto em sua direção mais uma vez – sempre correndo e agora... Correndo para ajudar as pessoas, este é quem eu sou.

– E quem você sempre será – completei.

Ele virou seu rosto em minha direção mais uma vez com um pequeno sorriso nos lábios. Era como se estivesse assentindo em silêncio com seu sorriso de sempre. Sabia que Barry sempre estaria ajudando todos à sua volta sempre que possível e quando não fosse se culparia como se fosse o maior culpado de todos os tempos. Ele era tão previsível.

Ele era um ótimo cara.

Voltei a olhar para frente – Felicity, hein?!

– O que? – ele ainda me olhava e com certeza sem entender.

– Ah, vamos lá – sorri ainda fitando as nuvens nebulosas – há uma química entre os dois.

Escutei uma breve e baixa risada – Ela é incrível.

– Sim, ela é – continuei sorrindo.

– Mas jamais terei o coração dela.

Virei-me para ele – Oliver, não é?

– Desde quando você é tão observadora?

– Não precisei observar tanto – dei de ombros – é um pouco... Óbvio.

– Ele a ama de volta – Barry mantinha seu fraco sorriso nos lábios – e fico feliz por isso.

– Sei que fica – falei – mas devia começar a ficar feliz por si mesmo.

Ele não respondeu apenas mudou o olhar de direção.

– Desculpe, eu não... Tenho direito algum de me meter em sua vida.

– Está tudo bem.

– Só penso...

– O que, Deb? – ele me fitou sério – todas as garotas que eu gosto ou me deixam ou simplesmente não correspondem ao que sinto.

Não disse nada e ele prosseguiu.

– Iris... Não há possibilidades de ficarmos juntos já que ela me vê como um irmão e... Você – ele me fitou com seus olhos claros – quando comecei a me sentir bem com uma garota que não me fizesse pensar na Iris... Você desapareceu.

– Eu sinto...

– Sei que sente – ele cruzou os braços novamente – não se preocupe, é passado.

– Estava me apaixonando por você, Barry – falei o fitando – perdidamente e em tão... Pouco tempo. Não queria aquilo, não no momento. Não depois de todos os desastrosos relacionamentos que tive. Estava apaixonada e com medo, Barry, e é isso o que sempre faço quando começo a sentir algo por alguém: eu fujo. Sim, como essas mimadinhas do cinema, as revoltadas das séries e as desprovidas de amor dos livros.

– Por que não me disse isso?

– Para que? Para acharmos uma solução? – perguntei com um fraco sorriso – não queria uma solução Barry e agora, não há. Não pense que não quis ficar com você e mandar todo esse medo se ferrar, mas não conseguia. Me apavorava o fato de me apaixonar por alguém que me conhecia tão bem. Por isso fui embora e nunca mais o atendi.

– Deb – ele virou seu corpo em minha direção – eu... Não sei o que dizer.

– Nem eu – falei o fitando – só que... Desculpa, ok? Fui uma covarde, mas agora... Não importa o quanto as coisas conspirem a nosso favor, nós não podemos ficar juntos.

– É... – ele finalizou olhando para frente.

Era estranho falar com Barry sobre o que senti quando ficamos juntos há um tempo. Não queria parecer forçando a barra nem me defender para ser a vitima, mas eu realmente não consegui seguir em frente com Barry pelo meu medo de me envolver e ter uma vida com alguém. Não importa o quanto eu tentasse, no fim, eu ficava apavorada e me acovardava. Barry era um excelente homem no qual qualquer mulher seria sortuda por tê-lo, mas não eu, porque não conseguia. E nada daquilo importava agora, fosse Barry ou qualquer outro, não consigo ficar com ninguém mais, não consigo imaginar uma vida ao lado de alguém por causa destes poderes.

E se, algum dia, eu perder o controle igual Mia fez? Queimarei alguém dos pés a cabeça enquanto me implora para parar? Sei que não sou assim, mas não sei também até quando sou capaz de me controlar.

Viramos-nos para olhar a porta quando ela se abriu, Oliver estava com a mão na maçaneta quando nos disse que tinham achado a minha irmã. Andando em passos largos fui logo atrás de Barry quem mantinha uma postura rígida. Oliver soltou a porta descendo as escadas e Barry a abriu logo em seguida segurando-a para mim por alguns segundos, sorri agradecendo e voltamos para o andar central onde, Caitlin e Cisco já estavam por lá fazendo companhia à Felicity e Diggle.

Viraram para me olhar com aquele olhar de pena, sabiam que era a hora em que eu perderia minha irmã para uma prisão em uma ilha e que, talvez, eu nunca mais a visse. Dei um fraco sorriso entrando na sala sem graça e logo ouvi Oliver falar sobre como fariam, sobre como a pegariam e aplicariam a cura. Falavam o plano todo sem me incluírem e, por um momento, quis gritar para que eles calassem a boca e me explicasse porquê eu não iria com eles.

– É muito perigoso – Oliver me fitou sem que eu fizesse pergunta alguma.

Minha cara de surpresa deve ter me entregue.

– Acredite, a emoção sempre fala mais alto do que a razão quando estamos perto de quem amamos.

– Então vocês simplesmente me deixam aqui enquanto vão atrás da minha irmã?

– Disse que ela não concordaria – Barry já estava com sua roupa de Flash.

– Então você sabia?

– Oliver tem razão – Barry colocava a máscara – sei que se importa, que quer estar lá, mas não pode.

– Por que não? Vocês acham que atrapalharei o plano de vocês? Jamais faria isso, Barry. Você me conhece.

Ele olhou para Oliver e em seguida me fitou – Desculpe, Deb.

Eles se colocaram a postos, Barry me lançou um último olhar antes de sumir com toda sua velocidade. Oliver colocou sua máscara olhando para Felicity e me lançando um olhar piedoso, sequer o fitei. Joguei-me na cadeira branca atrás de mim e deixei que eles fossem embora, deixei que eles fossem prender minha irmã enquanto eu ficava ali, sentada e parada sem fazer nada para ajudar.

Eu jamais os atrapalharia e pensei que Barry soubesse disso o suficiente para que pudesse confiar em mim. Mas pelo visto, ninguém estava disposto a confiar em mim à este ponto. Ouvia Felicity falar onde ela estava, para onde se locomovia e que era para serem rápidos, mas era a mesma coisa que falar para Barry respirar, afinal, não existia nem um homem mais rápido do que ele.

Podia sentir os olhares na sala em cima de mim. Olhares de pena enquanto eu fitava o piso branco do chão pensando em alguma maneira de sair dali sem ser vista ou sem causar confusão entre eles. Coloquei-me de pé e todos me fitaram, Caitlin abriu a boca para perguntar algo ou dizer que eu deveria ficar sentada e apenas disse que iria ao banheiro, perguntei sarcasticamente se podia e ela assentiu em silêncio. Dei um sorriso forçado saindo dali e indo diretamente para o banheiro.

Teria que tentar fazer com que ela parasse, conversar para que ela se rendesse. Ela não poderia me machucar mais por causa da “casca” e então teria uma chance de conversar com ela e falar que não precisava ser daquela maneira. Ainda não tinha tentado conversar com ela antes, porque ela nunca me deu tempo para falar, mas sei que era capaz de fazê-la mudar de ideia. Para fazê-la se entregar, afinal, eu sabia muito bem que ela não era nenhuma mocinha e que teria que pagar por seus crimes.

Abri a porta branca do banheiro e entrei no mesmo me fitando diretamente no espelho.

– Pense, Deb, pense.

Sussurrava para mim mesma pensando em um modo de sair dali. Sabia que se não o achasse teria que usar meus poderes e isso causaria mais problemas, prejuízos e deixaria todos nervosos e, definitivamente, não queria isso. Queria algum modo de sair dali furtivamente, sem ninguém me notar, quase como se fosse invisível. E não sabia como fazer isso.

O tempo passava e eu ficava cada segundo mais irritada sabendo que não podia fazer nada para ajudar. Era minha irmã quem estava lá fora, sob o poder do Mirakuru. Ela podia machuca-los para valer com um simples sopro e mesmo sabendo disso, os três foram e me deixaram aqui, sem saída.

Fitei a porta que se abriu e dei de cara com Caitlin e seu fraco sorriso.

– Sinto muito, Deb.

Não falei nada.

– Temos que ir para lá. Não posso deixa-la por ai.

– Não tem jeito de fugir sem que vocês saibam, Caitlin.

– Isso é verdade.

Dei um fraco sorriso a acompanhando. Ela estava fazendo apenas o que tinham-na pedido. Voltei para a sala mais uma vez e fui recebida por Cisco quem andava de um lado para outro. Ele tinha um olhar tão assustador que quando ia perguntar o que estava acontecendo, Felicity respondeu como se tivesse lido meu pensamento:

– Perdemos contato.

– Ela os machucou? – perguntei fitando-os.

– Não sei – Felicity parecia assustada – perdemos os contatos todos de uma vez, isso pode ser um bom sinal... Pode significar que cortaram a comunicação com algum aparelho ou algo, ou...

– Ou que estão mortos.

– Não podem estar mortos – Caitlin foi andando até o computador.

– Os sinais de Barry estão baixos.

– Como isso é possível? – perguntei andando até o computador.

– Não sabemos.

– Tenho que ir – falei – vocês tem que me deixar ir!

– O que?! – Caitlin perguntou – não, não podemos.

– Não é questão de poder, Caitlin – a fitei – sou a única que pode salvá-los e você sabe disso.

– Você sabe o quão poderosa ela é – Cisco me fitou – e se ela te machucar também?

– Não sabemos se estão machucados, Cisco. Mas se estiverem, sou a única quem pode trazê-los de volta – olhei para Felicity – sei que sabe disso, Felicity.

Ela me fitava.

– E vocês dois também – olhei para Cailtin e Cisco em seguida – posso falar com ela, temos a cura, posso fazer algo por eles e especialmente por ela. Sei que é arriscado, afinal, ela é minha irmã, meu sangue e eu jamais teria coragem de machuca-la, mas vejo que pode ser necessário. Não aguento mais ela machucando as pessoas, veja o que ela fez com eles. Eles podem estar em perigo. Por favor, vocês tem que me deixar ir.

Eles se entreolhavam.

– Não é sobre minha irmã mais, é sobre Barry, Diggle e Oliver – eu suplicava – por favor...

– Deixem-na ir – Dr. Wells apareceu na porta vindo em minha direção – ela é nossa melhor opção.

O fitei e todos olharam na mesma direção. Dei um fraco sorriso e logo peguei a cura em cima de uma das mesas da sala central.

– Espere – Cisco falou me fitando – tenho algo para você.

Olhei para Caitlin esperando que ela me dissesse o que era, mas ela só deu de ombros dizendo que não sabia do que ele estava falando. Cisco mexia em algo na sala onde Barry treinava e voltou rapidamente segurando um traje em suas mãos. Um traje tão justo que me perguntava se teria que usá-lo.

– Quando pensaram no plano de te fazer a isca, quis ajudar – ele estendeu o traje roxo escuro até mim – você pode se defender dos ataques da sua irmã, mas se ela te colocar em um local fechado e encher de água isso não significa que não irá se afogar. A roupa é a prova de fogo e a máscara, quando ativada por sua voz... Abre uma máscara em volta de seu nariz e boca. Você não se afogará.

Sorri o fitando – Obrigada, Cisco.

– De nada, Yang.

O fitei e sorri. Era como diziam sobre eu e Mia: somos Yin e Yang. Ela o Yin, o escuro, noturno, frio e silencioso e eu o Yang, o claro, o diurno, o quente e a fala. Éramos Yin e Yang, o principio de tudo, ela me neutralizava e eu fazia o mesmo. Nos completávamos e éramos neutras lado a lado.

Mas talvez jamais pudéssemos ficar lado a lado novamente.

Corri em direção ao banheiro e logo fui trocando de roupa, antes de colocar a máscara me fitei no espelho e sorri. Confesso que era extremamente legal ter uma roupa daquelas, não tinha muito tempo para ficar admirando, mas, definitivamente, estava sensual e, ao mesmo tempo, parecendo uma deles, uma profissional. Só não sabia dizer se seria uma heroína.

Guardei a cura em um dos suportes da roupa e logo corri em direção a saída, a porta estava aberta e antes de sair ao ar livre, coloquei a máscara em volta dos olhos, ela ativaria caso eu mandasse e assim evitaria de me afogar, caso acontecesse. Respirei fundo e segui para um carro preto parado no estacionamento.

Com a ajuda de Cisco, Caitlin, Dr. Wells e Felicity eu descobriria o que estava acontecendo e salvaria o Arqueiro, Diggle e Flash.

Nem que isso custasse minha vida e a de Mia.


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Notas finais do capítulo

Uh, determinada ela, não? KKKKKK espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar viu? Beijão!



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