Destiny, Um Quase-Anjo Apaixonado escrita por Nynna Days, Goddess


Capítulo 6
Capítulo 5 – Harper Moore


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, sou eu de novo, mudei meu nome, só que isso interessa pq ninguém liga. Nynna ta meio sumida, mas daqui a pouco ela aparece. Enfim, o que vocês querem não são as minhas miseras palavras e sim a Harper, então boa leitura. Beijos de purpurina.



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“Espero que você tenha um bom motivo para esse péssimo timing, porque estou perdendo um compromisso importante.”, reclamei cruzando os braços e batendo o pé para Adriel.

Seu rosto permaneceu sério, mostrando o quão indiferente ele era sobre eu ter uma vida social, algo além daquela confusão que tinham me enfiado. Dariel, ao contrário, tinha posto as mãos nos bolsos parecendo completamente desconfortável por estar perto de um Anjo Caído. Revirei os olhos com aquela cena ridícula.

Adriel e Dariel abriram a boca simultaneamente e eu ergui a mão, os impedindo de prosseguir. Apontei para Adriel.

“Nem um pio. Não agora.”, dei um olhar significativo para ele.

“Ok.”, ele respondeu contrariado. Botou a mão no bolso e puxou o celular. “Vou ligar para Mellany para ver se ela ainda não matou ninguém do campus.”

Assenti parando um momento para vê-lo se afastar enquanto discava no seu celular. Recostou-se em uma parede a alguns metros de onde eu estava puta da minha vida por ter furado com o Quase Anjo apenas para resolver assuntos que nem tinha a ver comigo. Os olhos verdes de Adriel se fixaram em mim por alguns segundos, mandando uma mensagem silenciosa para que eu me livrasse rapidamente de Dariel. Algo que eu faria com prazer.

“O que você quer?”, indaguei ríspida.

Dariel permaneceu impassível.

“Quero um relatório da situação atual.”, disse autoritário.

“E não poderia pedir isso amanhã?”

Ele pressionou os lábios juntos, mostrando um pequeno sinal de frustração.

“Estou te procurando pelo campus o dia inteiro, Nephilim.”, ele disse rude e distorcendo a última palavra com um toque de desprezo. Retraí-me inconscientemente. “Sei que está fugindo de mim, porém espero que não esteja procrastinando com sua missão.”

Senti-me ofendida com o seu comentário e bufei, virando o rosto para o outro lado do campus. Estava frustrada não somente com o fato de estar sendo questionada por um Sub Arcanjo metido a certinho, mas também por estar perdendo um tempo que poderia ser melhor utilizado em outras coisas. Respirei fundo, voltando a encará-lo.

“Quer um relatório? Ótimo!”, dei um passo a frente, ficando perto o suficiente para que ele fosse obrigado a recuar. “Mary é uma ótima estudante, uma ótima pessoa e uma excepcional amiga. Nem precisava me dar ao trabalho de ter que segui-la para cima e para baixo como um cachorro adestrado só porque vocês – todos vocês – não conseguiram destruir uma merda que vocês mesmos fizeram!”, os olhos do anjo se arregalaram e eu dei um sorriso satisfeito. “Quer saber mais alguma coisa?”, perguntei retoricamente. Ele ergueu as sobrancelhas e me olhou assustado. Ou eu o intimidei, ou todo o trato teria ido por água abaixo.

“Não.”, ele balançou a cabeça e começou a se virar para ir embora. Nem tive tempo de relaxar o corpo antes que ele voltasse a sua atenção para mim novamente. “Na verdade, estou curioso para saber o que o Anjo Caído está fazendo aqui.”

“E eu estou curiosa para saber o porquê do céu é azul, mas não saio perguntando por aí.”, repliquei vendo-o pressionar os lábios juntos. “Esse é um assunto que só diz respeito a mim.”, apontei para o meu peito. “E a ele.”, apontei para onde Adriel ainda estava parado. “Então você pode continuar o seu caminho.”

Ele estreitou os olhos e por um segundo pensei que iria exigir uma resposta minha. Porém ele desistiu no último segundo apenas retomando a expressão vazia e seguindo o caminho em silêncio. Antes que pudesse respirar em paz – novamente – Adriel já tinha assumido o seu lugar ao meu lado.

“Ele está suspeitando.”

Lancei um olhar rude.

“Você aparece no meio da noite na minha porta e espera que ele ache normal?”, perguntei sarcasticamente. Adriel cruzou os braços, ainda sério. Questionei-me como Mellany consegue ficar tanto tempo com esse cara. “Então vamos direto ao assunto. O que eles querem conosco?”

“Com você.”, ele corrigiu dando um pequeno sorriso com a minha careta. “Não se preocupe, eu me disponibilizei a ajudá-la, Nephilim. Por mais que tenha dito a mim mesmo que não iria entrar em assuntos angelicais novamente.”, desviou os olhos para o redor do campus enquanto minha mente fervia de perguntas. “Primeiro terei que fazer uma ronda por aqui e recolher algumas informações.”, me encarou novamente. “Conte-me sobre o Quase Anjo.”

“Ele é pupilo de Daniel.”, informei por achar que era o mais importante. E pelo jeito que seus olhos verdes brilharam em interesse, tinha acertado. “E se você não conhece esse Guardião, puta que pariu, ele consegue ser mais chato do que você.”

Ele fez uma careta.

“Seus palavrões ferem meus ouvidos.”

“E sua pose de fodão sabe tudo me dar câncer.”, respondi carrancuda. Ficamos sérios nos encarando, até que suspirei e retomei ao meu relatório. “O Quase Anjo é Simon Burke, irmão daquela ruiva da sala de Aliel.”

“Sarah?”

“Essa mesma.”, concordei. Um vento gelado soprou em meu rosto e me fez segurar meu casaco e apertar contra o meu corpo. Com pesar olhei para o meu vestido preto e suspirei, pensando o tempo que tinha gastado enrolando meus cabelos claros e sem graça para dar um ar diferente em meu rosto. Tudo para nada. “Repito: Seu timing é uma merda.”

*********

Enquanto observava minhas unhas deitada na minha cama, Mary me observava cautelosamente sentada na dela. Ela já estava assim desde que eu tinha chego e trocado de roupa reclamando da visita inesperada de Adriel. Não abriu a boca nem para questionar o motivo dessa visita. Revirei os olhos e me sentei olhando para ela.

“Fala, Mary!”

Ela abaixou a cabeça e tocava os indicadores.

“É que...”.

“É que?” repeti apressada.

“É que, você sabe não é, aquele...” Ela havia começado a ficar corada e eu poderia rir da sua timidez se não estivesse tão curiosa.

“Fala logo Mary” estalei os dedos. O que era tão difícil pra ela falar?

Ela suspirou e fechou os olhos verdes, reunindo coragem.

“Eu chamei aquele cara para sair, Daniel.”, ela falou quase gritando.

Primeiro fiquei séria, achando que ela estava brincando comigo. Afinal, ela não teria tanta ousadia para chamar um anjo para sair. Em seguida me lembrei que ela não sabia que Daniel era um anjo e imaginei a reação dele ao convite. Eu não me contive e cai na gargalhada.

“Porque tanto mistério só pra dizer que você esta afim de um cara?”.

Ela deitou na cama e começou a olhar para o teto.

“É que ele é tão bonito.” Ela fechou os punhos. “Não consigo resistir, mas também não consigo falar com ele. Porque aqueles olhos gigantes ficam me encarando.”.

Eu não conseguia resistir à tentação de rir, a timidez dela me comovia. Como uma garota tão tímida me considerava melhor amiga? Deitei ao lado dela e comecei a olhar o teto também, ali descansavam algumas estrelas que brilhavam no escuro. Mordi o lábio, pensativa.

“Espera ai. Se você não consegue falar com ele, como o chamou para sair?”.

Ela não parava de encarar o teto, mas agora havia arregalado os olhos.

“Falei com aquele seu parceiro de encontro. Qual o nome dele mesmo?”.

“É Simon, Mary.”, observei sua reação que não mudou e bufei. “Desembucha Mary.”.

Ela se virou de costas pra mim.

“Disse pra Simon que você queria reconsiderar o encontro, mas dessa vez ele seria duplo.”.

Arregalei os olhos e levantei da cama.

“Você fez o que?”.

Não podia acreditar que Mary, Mary havia feito isso. Era algo de se esperar de Mellany, mas não dela.

“Ele saiu daqui tão decepcionado que corri atrás dele no corredor e propus um encontro duplo no final de semana. Ah, qual é Harper, você ia se encontrar com ele de todo jeito”, ela me olhou com raiva.

“Ia sim, porém Daniel não saberia, já que ele não me quer perto de Simon”, respondi rudemente.

Ela abaixou a cabeça comprimida e no mesmo minuto me arrependi por estar descarregando minha raiva nela. Afinal ela nem sabia sobre isso e só estava querendo se socializar.

“Desculpe! Se for para te agradar eu vou a esse encontro” falei. Afinal que mal tem um encontro entre amigos? “Mas nada de comer sushi ouviu?” disse quando ela me olhou esperançosa.

*****************

A semana continuou normalmente, tendo a distinção explicita de humor entre eu e Mary. Todas as noites ela me mostrava uma opção de roupa e gracejava como poderia conquistar Daniel. Por dentro estava me sentindo culpada por não interromper a sua empolgação. Mary estava tão iludida quanto na época em que estava com Jeremy. E semelhante a aquela época, preferi ficar quieta e deixar as coisas seguirem o seu curso por mais que soubesse que isso acarretaria novamente no sofrimento dela.

Simon estava me evitando e isso estava me deixando puta da vida. Adquiri o hábito de me sentar algumas cadeiras acima dele no auditório da universidade e isso me fez ser capaz de ver seus desenhos e algumas frases aleatórias em seu caderno. Na maior parte do tempo ele apenas rascunhava o contorno de olhos, depois escrevia algo ao lado. Eu tentava me aproximar para justiçar minha ausência no nosso jantar de negócios e ele se afastava para perto de Daniel, sabendo que isso me impediria de dizer qualquer coisa, muito maduro da parte dele. Eu não sei sequer o porquê me importava se aquele merda ficasse chateado ou não.

“Isso está ficando irritante.”, eu comentei com Mary depois de ter ido buscá-la no prédio da sua última aula. “Parece que deixei o cachorro dele fugir, rasguei aqueles malditos desenhos ou botei fogo no seu estoque de camisinha” revirei os olhos “Eu só faltei a um maldito encontro.”.

Mary abraçou os livros e me deu um olhar de canto.

“Desencana.”, ela aconselhou. “Vamos vê-los mais tarde.”

Bufei.

“Esqueci-me dessa sua tentativa de encontro com Daniel.”, repliquei frustrada. A loira suspirou triste e assentiu. Abri a boca, sugando todo o ar possível e quase me bati pela péssima mania de não saber medir as palavras. “Olhe, desculpe. É que estou realmente frustrada com isso de Simon estar me ignorando.”

O que eu realmente não entendia era como ele ainda poderia estar me ignorando depois de eu supostamente remarcar o encontro, e pior ele ainda ter aceitado.

“Você deu um bolo nele e saiu com outro cara, Harper.”, ela respondeu em voz baixa, porém brusca. “Essa é uma reação natural de qualquer pessoa.”

Franzi o cenho.

“A culpa não foi minha.”, justifiquei-me.

Ela finalmente me encarou séria.

“Não é para mim que você deve dizer isso.”

**************

Eles estavam vinte minutos atrasados. Pensei por um segundo que levaríamos um bolo como vingança pela última vez. Batia meu pé contra o asfalto, escutando o soar do salto de minhas botas de cano médio contra o mesmo. Apertei minha jaqueta de couro ao meu redor, agradecendo a ideia de Mary em que eu usasse meia-calça preta, para proteger as minhas pernas. Claro que com aquele vestido preto e que se moldava no meu corpo perfeitamente – ainda deixando-me ousada – eu iria sofrer com o tempo.

Só que não era o frio e nem o atraso dos garotos que realmente estava me incomodando e sim um mau pressentimento que insistia em batucar no fundo do meu cérebro. Virei-me para Mary – que não conseguia tirar os olhos do relógio de pulso – pressionei os lábios juntos. Tínhamos combinado de nos reunir em uma pizzaria a poucas quadras da faculdade, entretanto ela era tão deserta que me arrependia de ter concordado.

“Acho melhor entrarmos.”, opinei.

Mary levantou os olhos verdes para mim e balançou a cabeça.

“Eles podem pensar que fomos embora.”

Bufei.

“Se eles demorarem mais cinco minutos vão ter razão.”, analisei-a da cabeça aos pés, desde os cabelos loiros ondulados, a saia de cintura alta verde até a blusa preta solta e transparente. Seus saltos Peep-Toe fizeram algumas garotas a elogiarem quando saímos do campus. Dei um pequeno sorriso. “Você está bem bonita.”

Suas bochechas coraram.

“Obrigada.”, seus olhos verdes se iluminaram ao vislumbrar algo. “Acho que são eles.”

Virei-me na direção em que ela estava olhando, sentindo um arrepio atravessando minha nuca. Instintivamente agarrei a mão de Mary e puxei para trás de mim. Não sabia a quem pertencia aquelas duas silhuetas vindo em nossa direção, mas tinha certeza que aquela energia angélica que exalavam não pertencia a Simon e muito menos a Daniel.


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Notas finais do capítulo

Eita, a quem pertenciam então?



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