Destiny, Um Quase-Anjo Apaixonado escrita por Nynna Days, Goddess


Capítulo 5
Capítulo 4 – Simon Burke


Notas iniciais do capítulo

Oi gente
Bom, sou a nova co-autora da fic, muito prazer, garota!!! (:
Espero que vocês gostem desse capítulo super fofo que eu e a Nynna fizemos. Bjs



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Voltei para o meu dormitório, logo depois da janta e me deparei com Daniel sentado na beirada de sua cama. Ele às vezes era estranho, ficava assim sozinho sem fazer nada a não ser pensar.

“Como foi o jantar?” ele me perguntou

Imaginei-me dizendo pra ele – poxa foi ótimo, conheci aquela menina sabe, que você não queria que eu conhecesse? Pois então, ela parece que me detesta. E mesmo assim sinto uma atração filha da puta por ela. – depois disso pensei nele indo atrás dela, ou arrancando os próprios cabelos, fio por fio. Então decidi uma abordagem diferente.

“Tinha espaguete, e mesmo assim, eu não entendo porque consegue ser pior que comida de hospital. Aquela mulher faz alguma coisa muito suspeita com a comida” coloquei o indicador no queixo pensativo.

“Talvez ela só não saiba cozinhar” ele deu de ombros.

Vendo que ele não estava a fim de falar muito da comida – talvez só quisesse tentar ser sociável e querer puxar assunto depois de praticamente ter me expulsado do quarto. Uma voz baixa soou no fundo de minha mente alertando que talvez ele só estivesse jogando verde para saber se eu e Harper tínhamos no encontrado nesse meio tempo. Por algum motivo incompreensível quis seguir o jogo da Nephilim e manter esse fato oculto.

Por isso apenas cruzei os braços e sorri amigavelmente.

“Não sei, mas vou começar a pedir minha mãe pra me mandar comida de casa” eu falei enquanto pegava minha toalha de banho.

*****************

No dia seguinte assisti aquele punhado de aulas obrigatórias. E estava quase explodindo de dor de cabeça. Não que eu prestasse muita atenção na aula de cálculo ou outras desse gênero, mas só o fato de ficar na sala já cobra bastante de qualquer um. Minha vontade era de questionar ao reitor o motivo de eu ter que saber tantas contar para compor música, as notas estavam visíveis em minha mente e conhecidas por meus dedos.

Não sabia bem se a enxaqueca a essa altura do campeonato era realmente a aula ou o turbilhão de acontecimentos nessa última semana. O meu alívio era saber que Daniel estava do outro lado do campus em suas aulas de literatura. Porém esse alívio era subjugado pela garota que estava sentada na minha frente com fones de ouvido e mastigando chiclete como uma adolescente de dezesseis anos.

Inconscientemente peguei o lápis e comecei a fazer um esboço de seus lábios em meu papel, gostando do formato que eles possuíam. Então comecei um leve traço por seu nariz pequeno e arrebitado, afinando-o na ponta para ficar semelhante. Quando percebi estava debruçado em minha mesa olhando de canto na direção dela enquanto minhas mãos pareciam ganhar vida. Deixei os olhos por último e lamentei não poder dar a vida e a emoção que eles transpareciam.

“Belo desenho.”

Dei um salto ao escutar sua voz soando tão perto de mim. Naquele momento ela parecia até mais atraente do que ontem de noite. Fiquei me perguntando se toda essa postura de durona tentava esconder alguma coisa. Porque pelo visto, estava conseguindo.

Dei um meio sorriso.

“Não se emocione demais.”, aconselhei fechando meu caderno com força e me esforçando para não parecer envergonhado. Ela cruzou os braços e pressionou os lábios juntos para reter o riso. “Isso é uma garantia caso você fuja. Um retrato falado.”

Ela revirou aqueles olhos nebulosos.

“Ah, quer dizer que você vai me seguir pelo campus?”

Dei de ombros enquanto pegava minha mochila.

“Nada muito diferente do que você fez ontem.”, eu falava e rodopiava o indicador, quando percebi tentei parar o mais discretamente possível. Olhei-a de cima a baixo com uma sobrancelha erguida. “E acho que está prestes a fazer isso novamente. Cuidado para Daniel não aparecer do nada e querer arrastá-la para longe enquanto grita como uma garota assustada.”

Enquanto ela caia na gargalhada fomos andando pelo jardim do campus.

“Ah vai se foder. Tenho cara de quem faz coisas de garota?”, questionou retoricamente. Abri a boca para responder quando ela ergueu um dedo na minha direção, impedindo-me. “Nem ouse, Quase-Anjo.”

Bufei.

“Essa sua incapacidade de me chamar pelo primeiro nome está me deixando frustrado.”

Seus lábios se torceram em um sorriso maldoso.

“Já pensou na possibilidade de eu não me lembrar de seu nome?”

Foi a minha vez de rir. Ela parou no meio do caminho ponto as mãos no bolso e ficando séria esperando que eu desse palavras ao motivo de minha risada. Entediada, ela cuspiu o chiclete no chão e começou a bater o pé no chão. Ousado, dei um passo em sua direção mantendo uma distância segura caso Daniel aparecesse do nada.

“As garotas nunca esquecem o meu nome.”, garanti.

Meus olhos escuros se fixaram nos seus esperando sua reação. Um pouco convencido, vi suas bochecha se tingindo em um leve rosado e ela soltou o ar dando um passo para trás. Em um reflexo – pelo o que imaginei – mexeu no cabelo castanho claro preso em um rabo de cavalo, como se alguma mecha estivesse em seu rosto.

“Você é bem prepotente.”

“E você bem irritadinha.”, olhei para a sua roupa deixando que meu sorriso se ampliasse. “E respondendo a sua pergunta anterior, sim, você tem cara que faz coisas de garotas, mas contando com o seu palavreado clássico, e essa blusa desabotoada, nem tanto”, rebati, fazendo-a se retrair. Ela abotoou o botão que faltava. “Na verdade, usar blusa desabotoada é sim uma coisa que garotas normais fazem. Você sabe, fica mais sexy.”

Ela fez uma careta.

“Se quisesse olhar meus peitos, era só ter pedido, Simon”, provocou ainda desconfortável.

Sorri gostando de vê-la desarmada pelo menos uma vez.

“Viu? Você lembra do meu nome.”

Eu jurava que ela tinha ficado corada.

“Não, acho que ouviu errado...”

Eu poderia ter continuado com as provocações, mas perifericamente vi Daniel saindo do seu prédio de literatura e seus olhos vagavam pelo campus atrás de mim. Antes que ela terminasse de falar, puxei-a pra trás de um dos prédios. Claro, como se não bastasse à sensação mais uma vez. Eu estava a centímetros do corpo dela. Centímetros passando para milímetros. E podia jurar que ficamos daquele jeito por minutos, mas provavelmente não era.

Ela me empurrou, ainda estava corada. E a julgar pelo arrepio constante em mim, eu também deveria estar

“Mas que merda...”.

Eu a interrompi de novo. E por isso, tinha certeza que os próximos minutos não seriam nada agradáveis.

“Daniel”, eu expliquei, limpando uma poeira imaginaria das mãos.

Ela me analisou por alguns segundos e então ela entendeu.

“A sim, me deixa adivinhar, ele não te quer perto de mim, e não te disse o porquê”.

Bati palmas, ela era mesmo rápida.

“Presumo que você pode me esclarecer esse porque”

“Apenas conflito entre espécies” Ela apoiou um pé na parede.

Eu cruzei os braços, analisando as minhas opções. Queria respostas que tanto Harper quanto Daniel cismavam de me negar. Só que diferente do meu Guardião, a Nephilim parecia mais acessível. Instintivamente olhei seu decote novamente e mordi o lábio. Ela realmente era mais acessível que Daniel.

“O que você acha de jantar comigo hoje?”

Ela bambeou e apoiou as mãos na parede. Seus olhos se arregalaram e ela pareceu ainda mais nova. Eu tinha que ter cuidado para não ser preso por pedofilia com essa garota por perto. Só que era apenas uma conversa, nada demais. Só queria entender o motivo de tudo isso que me rondava perto dela e todas essas sensações que teimavam em me envolver com a sua presença.

“Ta me chamando pra um encontro, Quase-Anjo?” ela me estudava cautelosamente. Pisquei saindo de meus pensamentos.

“Encare como um jantar de negócios.”, estiquei as costas e olhei para o relógio vendo se estava seguro sair daquele esconderijo. Por mais que não estivesse muito a fim de fazer isso.

“Assim pode ser, mas sem todo aquele negocio de ternos e gravatas, ok?” ela gracejou e cerrou os olhos.

“Eu nem pensei nisso” eu ri, imaginando Harper em um traje de gala. “Te pego as oito” pisquei para ela e comecei a andar. “Não se atrase.”

Por mais que estivesse de costas, tinha a noção de que ela fazia uma careta e tinha um dedo erguido na minha direção. O dedo médio para ser mais exato. Sorri antes de entrar no campo de visão de Daniel e erguer uma mão para chamar a atenção dele. Ele pareceu aliviado quando me encontrou e veio na minha direção com passos ligeiros. Atrás dele estava a loira que andava com Harper também olhando ao redor procurando – possivelmente – por sua amiga mau criada.

“Onde você estava?”

Tornei a prestar atenção em Daniel.

“Dando uma volta. Tentando arrumar um encontro.”, dei de ombros. Daniel corou e assentiu concordando comigo. Ele sabia que eu precisava de interação social. “Como foi a sua aula hoje?”

Daniel desatou a falar enquanto meus olhos seguiam a Nephilim atravessando o jardim com passos acelerados na direção de sua amiga perdida. Sentindo o meu olhar, se virou para mim. Mexi meus lábios repetindo a hora de nosso encontro e a vi revirando os olhos, apenas para dar um sorriso em seguida e mexer a cabeça como se dissesse: fazer o quê, não é?

***********************

Fugir dos olhos de Daniel foi um pouco mais fácil do que imaginei. Ele percebeu pelo meu entusiasmo e ansiedade que iria me encontrar com uma garota e não me interrompeu em nenhum momento. A única vez que me interrompeu foi para perguntar se eu estava levando o celular e para não ser pego depois do toque de recolher.

“Às vezes você fala igual a minha mãe, sabia?”, reclamei brincando.

Daniel me jogou um travesseiro.

“Cale a boca.”

Peguei o travesseiro no chão e o joguei de volta na cama.

“Seu superior sabe que você está mandando seu precioso Quase-Anjo calar a boca e jogando objetos nele?”

Meu amigo sorriu.

“Se eles soubessem quanto trabalho você me dá, iriam me apoiar.”, deitou na cama relaxando o corpo e pondo os braços atrás da cabeça. Estreitou os olhos azuis na minha direção, me avaliando. “Vai me dizer quem é a garota da vez?”

Ajeitei a gola de minha camisa em frente ao espelho e sorri.

“Relaxe, não irei tocar em nenhum fio de cabelo de Scarlet. Sei que ela é toda sua.”

Daniel corou e desviou os olhos do meu reflexo.

“Não sei do que você está falando.”, disse defensivo. “Você é livre assim como Scarlet para fazerem o que quiser.”

Eu ri virando-me para ele.

“Calma, cara. Eu não mexo com mulher de amigo meu.”, passei os dedos por meus cabelos úmidos e fui em direção a porta. “E antes que me pergunte, estou levando o celular. E camisinha.”, dei de ombros. “Vai que hoje me dou bem.”

Fechei a porta bem a tempo de não receber outra almofada nas costas.

**************

“Como assim ela não está?”, perguntei a Mary.

A loira encolheu os minúsculos ombros e me senti culpado por atacar uma garota tão pequena daquele jeito. Ela levantou os olhos verdes timidamente para mim e respirou fundo querendo mostrar determinação.

“Ela saiu com um amigo faz uns dois minutos. Se correr talvez a alcance.”, ela explicou. “Se quer saber, Harper ficou bastante surpresa quando esse cara chegou aqui com o Adriel.”

Franzi o cenho confuso.

“Adriel?”

Os lábios de Mary formaram um círculo perfeito.

“Oh, desculpe.”, ela passou as longas unhas pela ponta de seus cabelos loiros trançados. “Adriel é namorado de uma amiga nossa. Ele e Harper não se davam bem, mas agora eles estão se entendendo.”, ela deu um pequeno sorriso sem graça. “Vai saber.”, ela brincou. Antes que eu pudesse responder, ela interrompeu-me. “Hum, Simon, será que posso perguntar algo pessoal?”

Eu sorri, gostando do jeito que ela parecia sem graça.

“Sim, meu cabelo é acobreado natural. Eu pintava de castanho, porém desisti.”

Ela riu ficando ainda mais tímida.

“Não. Eu queria saber do Daniel.”, ela disse direta. Meus olhos se arregalaram com a ousadia dela. “Ele parece ser bastante na dele. Será que consigo conversar com ele algum dia?”

Pressionei os lábios juntos, medindo a minha resposta. Mary parecia uma garota legal e sua timidez lembrava-me meu Guardião. Porém um envolvimento era algo além do que ela precisava. Ou talvez... Uma conversa não faria mal a ele, faria?

“Ele é tranquilo.”, respondi dando de ombros descontraído. “Pode ir conversar com ele.”

Ele sorriu e assentiu, agradecida. Deu um passo para trás, mas pausou. Sua expressão ficou caridosa.

“Eu sinto muito pelo seu encontro. Harper realmente estava empolgada.”

Coloquei as mãos nos bolso fingindo indiferença.

“Não era um encontro. Apenas um jantar de negócios.”


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Notas finais do capítulo

Tadinho do Simon. E quem é esse cara que chegou com Adriel? /o



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