Sai andando sem nem ao menos olhar para algo ou alguém. Eu estava com tanta raiva. Como Dustin era capaz de acreditar nas babaquices que aquela vaca inventava? Está certo que Poppy não era igual às outras garotas por ai, ela era diferente e era isso que a fazia especial, mas esses idiotas eram imbecis demais para perceber isso! Continuei andando morrendo de raiva e xingando Dustin, Julian e o resto desses idiotas de todos os palavrões existentes no mundo quando esbarrei em alguém.

— Desculpa! – Pedi mal olhando para pessoa.

— Olha por onde anda Casindra!

— Ah, é você Jayden! – Falei sem animo algum ou ao menos reclamar pelo modo como o homem a minha frente havia me chamado. Jayden me olhou com as sobrancelhas franzidas.

— O que você tem? – Perguntou.

— Nada. – Disse e depois dei de ombros me virando para ir embora, não estava com tempo nem paciência agora. Eu pensei que seguiria meu caminho em paz, mas Jayden segurou meus ombros me impedindo de sair e eu o encarei. – Que foi?

— Quero saber o que você tem! – Insistiu.

— Já disse que não é nada!

— Aham, sei. – Disse com ironia na voz. – Cadê o imprestável que você chama de namorado? – Perguntou olhando em volta.

— Se eu tiver sorte, na puta que pariu!

— Opa, então o problema é com ele. – Afirmou.

— Também!

— O que você acha de me explicar isso enquanto te levo para casa?

Pensei em negar, mas quando olhei para o lado avistei Dustin vindo e olhando para os lados, como se procurasse algo, provavelmente a mim. Resolvi não enrolar e em um ato rápido peguei Jayden pela mão e sai o puxando rumo ao seu carro.

— Tá, vamos sair logo daqui!

— Você quem manda!

POV Poppy

Eu estava rindo da historia idiota que Dorian me contava de como ela acidentalmente furou sua colega de classe com uma agulha depois que a mesma a irritou, enquanto nós andávamos em direção à saída para nos encontrar com Tripp, quando eu vi a figura da loira que eu mais detestava no mundo aparecer na minha frente.

— Bom Dia meninas! – Disse com aquela sua voz enjoada e chata.

Eu revirei os olhos. – Depois que você apareceu na minha frente eu não consigo ver mais nada de bom Julian!

— Ai que horror Poppy! Por que o mau humor?

— Por estar olhando para sua cara! – Disse rispidamente, não gostava daquela garota, ela era uma cobra. – O que você quer aqui? – Perguntei de uma vez para ver se ela se mandava da nossa frente.

— Vim dar os parabéns! – Ela sorriu cinicamente.

Como eu disse, cobra! – Parabéns pelo que? Não me lembro de ser meu aniversario ou da Dorian. Hoje é seu aniversario Dori? – Perguntei olhando para garota ao meu lado.

— Não que eu saiba.

Voltei a direcionar meu olhar para a loira a minha frente – Viu? Não é nosso aniversário, então não tem para que os parabéns! Agora tchau! Tentei sair, mas ela me parou.

— Ué, mas vocês não estão namorando? Então, eu vim dar os parabéns!

Ao ouvir aquelas palavras meu sangue ferveu. Como aquela vadia tinha a cara de pau de vir aqui me falar algo assim? E para aumentar meu ódio a cadela tinha um sorriso enorme nos lábios que exalava deboche e cinismo.

— Que história é essa de namoro Julian?

— Ué, é o que estão dizendo e vendo vocês assim felizes, eu vim parabenizar você!

— Quem inventou essa história ridícula?

Dessa vez foi Dorian que perguntou. Olhei para minha amiga e a mesma estava com o rosto vermelho de raiva.

— Não sei meninas! Juro que não sei. – Julian fez sua melhor cara de inocente, mas isso só serviu para eu acha-la mais vadia do que nunca.

— Quer saber Julian? Vai se foder e leve suas fofocas com você ok?

— Isso mesmo e vê se cuida da própria vida piranha!

Dorian disse e o sorriso no rosto de Julian sumiu completamente e o nosso se ampliou. – Agora Julian, por favor, nos dê licença que temos mais o que fazer.

Saímos sem esperar para ouvir mais nenhuma idiotice da boca daquela cobra. – Da para acreditar nisso, nós duas, namorando? É o cumulo da imbecilidade mesmo!

Comentei com Dorian que me olhou e ainda estava com o rosto vermelho de raiva.

— Nem me fale, eu quase pulei no pescoço daquela vagabunda. Aposto que ela quem inventou essa história.

— E você acha que eu não sei? Aquilo lá é uma vadia, e das piores.

— Tá legal, não vamos nos estressar por isso. Você tem suas fotos pra fazer mais tarde e hoje é meu primeiro dia no estágio para trabalhar na empresa daquela estilista que te falei.

Sorri. Ela estava empolgada com esse estágio e eu estava mais do que ansiosa para fazer aquelas fotos. Eu mal conseguia acreditar que tiraria fotos para uma revista de verdade!

POV Casey

— Então você está brava com Dustin por ele achar que sua irmã é lésbica? Você tem algum problema com isso?

Estava no carro de Jayden enquanto ele nos levava rumo a uma lanchonete que gostávamos de ir às vezes quando saíamos da faculdade ou a noite mesmo. Eu havia contado a ele o que aconteceu e ele estava tentando entender.

— Não, não tenho nada contra. Mas eu fiquei chateada por mesmo com ele conhecendo minha irmã ele ter caído na conversa da Julian.

— Bom, dê uma chance a ele. É claro que ele está errado, mas, qual é! Sua irmã é diferente mesmo e se não fosse por ver ela agarrada com aquele amigo dela eu também acharia que ela bem... Teria um rolo com aquela azulzinha.

— Azulzinha? – Perguntei depois de ouvir ele se referir a Dori.

— Sim, eu nunca lembro o nome daquela garota e com aquele cabelo é mais fácil chama-la assim.

— Ok. Mas o que eu faço com Dustin e com o que vão falar sobre a Poppy?

— Bom, com aquele asno, você conversa. Já no caso da sua irmã, isso só vai se resolver se ela achar um namorado, tudo que te resta fazer é ficar ao lado dela enquanto isso não acontece. – Falou encarando a estrada.

Bufei essa seria a parte difícil. – Mas eu a conheço, ela não vai arrumar um namorado só pelo que pensam sobre ela.

— Pois é, mas mais difícil do que convencê-la a namorar, será você achar alguém que queira namorar com a mesma, não é?

O olhei feio e o mesmo ao perceber que eu o encarava me olhou rapidamente e depois voltou seus olhos para a estrada.

— Você é um idiota!

— O que foi que eu fiz?

— Estamos falando da minha irmã, olha como fala!

Ele riu e me olhou rapidamente. – Desculpe-me, mas, sejamos sinceros. Sua irmã é um poço de mau humor e ignorância. Como alguém poderia querer algo com ela sendo assim?

— Sempre a esperança ok? Além disso, ela é linda e isso já conta para alguma coisa!

— Sim, ela é bonita, mas não adianta nada se for um pé no saco!

— Jayden... Você não está me ajudando!

Ele riu mais uma vez. – É a verdade. Sinto muito em lhe informar minha cara, mas para alguém ser louco o bastante e se envolver com a sua irmã, só pagando mesmo!

Ele disse e em seguida abriu a porta do carro e saiu de dentro do mesmo rindo. E só então eu percebi que havíamos chegado, mas as palavras de Jayden rodavam pela minha cabeça. Será mesmo que ninguém se interessaria pela Poppy?

POV Poppy

Eu estava nervosa, porem confiante e feliz. Nem conseguia acreditar que havia conseguido aquelas fotos, foi tudo tão de repente, mas eu estava feliz. Depois daquele inferno que chamo de faculdade, Dorian foi para casa comigo e me ajudou e colocar uma roupa legal para o ensaio. É claro que o que contaria mesmo seria a qualidade das fotos que eu tiraria, mas a aparência era importante já que era para uma revista de moda e aquele pessoal era um bando de frescos. Não fiz nada exagerado, só um Jeans e uma blusinha de alças azul com flores que eu peguei do guarda roupa da Casey e uma maquiagem fraca. Prendi o cabelo já que o mesmo me atrapalhava às vezes na hora de fotografar, peguei meu equipamento e meu bebê. Sim, minha câmera era meu bebe, minha Nikon D3100 Foi à escolhida em meio a todas as outras câmeras.

— Está nervosa? – Dorian perguntou enquanto se jogava em minha cama e me observava andar pelo quarto e pegar as ultimas coisas que faltavam.

— Muito, meu estomago está em uma agitação só. Acho que nem se eu fosse a modelo estaria nervosa assim!

Ela sorriu. – Você vai se dar bem nessa!

— É o que eu espero.

Nós almoçamos e depois saímos, ela foi para a empresa em que conseguiu o estagio e eu segui ruma à revista em que iria fazer as fotos. Cheguei lá vinte minutos antes do horário marcado o que era muito bom para eu me adaptar melhor ao lugar.

— Com licença, eu gostaria de falar com a Sra. Miles!

A recepcionista tirou os olhos do computador e me olhou com um sorriso educado. – Você tem hora marcada?

— Sim, eu sou a fotografa que ela contratou!

Seu sorriso se abriu mais. – Ah sim! Poppy Nolan, não é mesmo?

— Sim. – Sorri de volta educadamente.

— Pode subir até o décimo andar que lá você encontrará a senhora Miles!

Ela me entregou um crachá com meu nome escrito e eu sorri, agradeci e segui meu caminho. Varias pessoas super bem vestidas entravam e saiam pelo elevador no meu pequeno percurso ao décimo andar. Todas elas com uma cara de superioridade e indiferença, nem ao menos falavam uma com as outras. Respirei aliviada quando o meu andar chegou e eu pude sair daquele elevador cheio de modelos altas e gostosonas, que me intimidavam com aquelas caras de vacas com fome. Segui onde havia uma mesa com uma mulher sentada.

— Por favor, eu gostaria de falar com a Sra. Miles!

A secretária olhou meu crachá e depois voltou a olhar para mim. – Senhorita Nolan, e senhora Miles lhe atenderá em alguns minutos, pode aguardar ali!

— Obrigada!

Sentei-me e fiquei esperando e foi nesse meio tempo que a porta a alguns centímetros a minha frente se abriu e um garoto de óculos, cabelos castanhos e uma roupa estranha saiu da mesma com o rosto vermelho. Ele parecia estar com raiva. Eu já disse, não vou para aquele lugar e ponto!

Uma mulher um pouco mais velha apareceu atrás do mesmo e falou com ele em um tom autoritário. – Isso não será mais discutido, você vai e pronto Nathan Miles!

Nossa, ela parecia minha mãe brigando comigo. Foi então que eu me liguei no sobrenome que ela usou e percebi que aquela era a senhora Miles e aquele deveria ser seu filho, que cá para nós, para filho de uma diretora de moda, ele se vestia bem mal. O garoto passou por nós como um furacão sem dizer mais nada, entrou no elevador e foi embora.

— Senhora Miles? A senhorita Nolan já está aqui!

A senhora que parecia meio distante olhou da secretária para mim e em seguida sorriu e andou em minha direção. – Olá, senhorita Nolan!

Nós nos cumprimentamos e eu sorri para a mesma. – Por favor, só Poppy!

Ela sorriu – Ok, Poppy. Você está pronta?

— Sim, podemos começar quando quiser.

A senhora Miles e eu conversamos um pouco sobre como ela queria as fotos e os últimos detalhes que faltavam ser acertados. Depois disso, foi que a diversão começou. Eu pensei que ficaria super nervosa e não ia conseguir, mas assim que entrei no estúdio e o vi todo preparado, com as modelos e só esperando por mim, uma excitação tomou conta do meu corpo e logo começamos a fotografar. Foram às duas horas e meia, mais divertidas da minha vida. As modelos eram bem educadas e estavam sempre aptas a aceitarem minhas sugestões de poses e tudo mais. Quando acabamos as fotos haviam ficado ótimas.

— Você tem certeza que nunca fez isso antes?

James o maquiador das garotas perguntou, enquanto nós olhávamos às fotos com a Sra. Miles. Eu sorri com o comentário dele.

— Bom, eu só fiz alguns trabalhos para festas e coisas na faculdade, esse é meu primeiro trabalho mais sério!

— Pois você está de parabéns querida, eu adorei as fotos e pode ter certeza que te chamaremos para mais ensaios!

A senhora Miles falou enchendo meu peito de felicidade. Eu havia conseguido! – Muito obrigada!

— Imagina, você foi ótima! – Elogiou.

— É menina! Nós que agradecemos, esse ensaio fotográfico foi um dos mais divertidos que eu participei em tempos!

James falou enquanto fazia uma cara de deslumbrado Sra. Miles e eu apenas rimos do mesmo.

— O que você acha de tirar fotos minhas? Sou muito fotogênico e aposto que fico mais gato que aquelas magrelas ali!

Ele apontou para as meninas que estavam no canto rindo do mesmo e descansando depois de tanto trabalho. Ele começou a fazer umas poses e eu logo aproveitei para tirar algumas fotos que ficaram bem engraçadas. No fim do dia eu peguei o cheque com meu pagamento e meus olhos quase saltaram para fora. CINCO MIL! Por umas simples fotos, eu quase caí da cadeira olhando ainda sem acreditar. Fui falar com a Sra. Miles para ver se aquilo estava certo e a mesma riu dizendo que sim, que tinha realmente adorado as fotos e que eu merecia o dinheiro. Não reclamei sai de lá sorrindo toda feliz e quando sai do prédio e entrei no carro, meu celular tocou.

— Alô. – Atendi sem olhar.

— PARABÉÉÉEÉÉÉÉNS!

Afastei o celular rapidamente do ouvido depois do grito daqueles dois filhos da mãe! Sem contar no susto que eu havia levado com aqueles berros dos dois idiotas do outro lado da linha.

— Vocês querem me deixar surda, seus desgraçados?

Eles riram. – Nós ligamos para te dar os parabéns e é assim que você nos trata?

Tripp falou fazendo drama e eu segurei o riso. Ouvi Dori rir ao lado dele antes de falar. – Ela é uma vaca, nem devíamos ter ligado para ela! – Exclamou.

Revirei os olhos – Deixem de drama, fui eu que quase fiquei surda aqui do outro lado, não vocês.

— Você disse bem, quaaase, isso significa que não ficou. – Tripp disse com sua voz monótona e indiferente como se não tivesse feito nada.

— Pois é, na próxima a gente grita mais alto!

— É bom saber disso que na próxima vez que você me ligar eu não te atendo Dori.

— Atende sim, você me ama! – Se gabou, era muito vadia mesmo, meu Deus!

— Afinal de contas o que vocês querem? Eu preciso voltar para casa e não dá para dirigir e falar com vocês ao mesmo tempo!

— Porra, você pode não ter ficado surda, mas acho que ficou demente viu! Você não ouviu os parabéns que te demos?  –Tripp falou com seu melhor tom de indignação e eu ri.

— Tá, tá entendi. Mas por que os parabéns?

— Por você ser a anta do ano! – Ironizou.

— DORIAN!

— A vá se ferrar! Por que mais te daríamos os parabéns? É claro que é pelas fotos né!

— Atá. Mas vocês nem sabem se eu fui bem. – Falei mudando minha voz para um tom mais triste.

— O que, esses putos não gostaram do seu trabalho?

— Acho que não Tripp. – Falei ainda me fazendo de triste.

— E por que você acha isso?

— Pelo valor do cheque que eles me deram!

— Que foi de quanto?

Era engraçado falar com os dois ao mesmo tempo, por que um completava a pergunta do outro e os conhecendo como eu conheço aposto que nesse momento eles se olhavam e depois mudavam o olhar para qualquer outro lugar, menos um para o outro. Como eu disse, amor reprimido.

— Fala logo de quanto foi o cheque Pops! – Dorian falou impaciente.

— Bom... Ele foi de... Humm... CINCO MIIIIIL DOLAREEES!— Gritei e os ouvi falarem alguns palavrões e ri disso.

— É serio? Eles pagaram tudo isso pelas fotos?

— Sim. Pelo que parece eu sou muito foda no que faço! –  Me gabei e nós rimos.

— Bom, então já que hoje é sexta e estamos mais do que felizes. Acho que vocês sabem o que isso significa.

Dorian falou com um suspense na voz, mais eu sabia que ela estava sorrindo. Assim como Tripp e eu. E Depois de a ouvirmos falar. Nós gritamos juntos.

— FEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEESTAAAA!

Nós rimos e um homem que passou ao meu lado olhou para dentro do carro como se eu fosse louca, o que só me fez rir mais. Eu não estava pouco me lixando para isso, eu estava feliz e isso que importava.