E se... escrita por mlleariane


Capítulo 1
Ponto final.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Apesar de eu ter (quase) prometido uma long fic com os gêmeos e de ter outro projeto aí de songfic (depois explico), essa história me veio à cabeça hoje e tive vontade de escrever. Vai ser curtinha, 5 capítulos, mas espero que vocês gostem! Beijo, Ari.



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Martha: Aonde você vai?

Castle: Para o meu último caso com a detetive Beckett.

Castle estava decidido. Não continuaria mais acompanhando a detetive de homicídios. Sua mãe tinha razão quando lhe disse uma vez que ele não precisava passar todos os dias numa delegacia para escrever seus livros. Na verdade ele agora até se perguntava se continuaria a escrever a série Nikki Heat. É verdade que ela era um sucesso, lhe rendia dinheiro e fama, pois não saía da lista dos mais vendidos. Porém Castle pensava que se era para por um ponto final, que fosse de uma vez.

Essa ideia causou-lhe uma sensação de vazio. Kate havia entrado em sua vida da forma mais inusitada possível, e ele se encantou desde o primeiro momento. Sabia que era uma atração. Aquela mulher linda, durona e fechada o instigava, e ele foi se deixando querer saber sempre mais e mais sobre ela. E quando se deu conta, não era mais uma paixão.

A atração havia se transformado em amor, um sentimento que Castle nunca havia experimentado. Passou muito tempo sem saber se deveria dizer a ela, e como deveria dizer. Kate era complicada, e ainda por cima estava em um relacionamento, embora Castle soubesse que ela não amava o namorado. Mas quando ela estava quase morrendo em seus braços ele não hesitou mais, se abriu, disse que a amava, e pediu que ela não o abandonasse. Mas ela disse que não se lembrava, e Castle acreditou, e esperou que ela se curasse do trauma para enfim encontrar uma outra situação em que pudesse dizer de novo. Pois mais um ano havia se passado, e o sentimento era o mesmo. Castle a amava cada dia mais: seu sorriso, sua voz doce, seu perfume de cerejas... Castle não sabia explicar, apenas sentia. E como sentia...

Não quis outras mulheres, e esperaria o tempo que fosse necessário até que ela estivesse pronta para ele. Mas agora ele sabia que não era mais uma questão de estar pronta. Kate se lembrava de tudo. Lembrava do tiro, lembrava de quase morrer nos braços dele, e principalmente, lembrava de ouvi-lo dizendo que a amava.

Ela sabia. Todo esse tempo ela sabia, e escondeu. Como doía constatar que ela não sentia o mesmo que ele. Castle chegou a imaginar que os dois podiam ter um futuro juntos. Por várias vezes ele chegou a imaginar isso. Ele poderia se casar com ela. Ele poderia ter filhos com ela. Ele poderia fazê-la feliz. Mas ela não queria....

Castle estacionou o carro. Há dias ele vinha fugindo de encontrá-la, mas agora tinha tomado aquela decisão. Trabalhariam juntos em mais um caso, o último caso. Depois disso, Castle seguiria sua vida. Sua mãe tinha razão, o amor não era um interruptor, que se podia ligar e desligar quando quisesse. Castle não conseguia ficar perto dela e não sentir nada. A prova maior tinha sido vê-la saindo com aquele detetive britânico metido a galã de cinema. E como ela estava linda... tão linda...

Kate: Castle?

Castle: Oi. – ele disse entrando.

Kate: Pensei que você não viesse. Não tem aparecido por esses dias...

Castle: É, eu tenho andado ocupado com um novo projeto.

Kate: Novo projeto?

Castle: Sim.

Castle deixou um copo de café em cima da mesa dela e voltou os olhos para o quadro branco.

Kate: Obrigada – ela disse ainda, mas ele já estava de costas para ela.

Castle: Perdi a cena do crime?

Kate: Não se preocupe, vamos ter que voltar.

Castle respirou aliviado, e Kate sorriu.

Kate: Você gosta mesmo disso, não é?

Castle: Quero fechar com chave de ouro.

Kate: Fechar o que?

Castle: Minha temporada aqui com você.

Kate o olhou sem entender. Aquilo soou como uma despedida. Era isso que Castle estava querendo dizer?

Kate: Você... vai ficar fora por uns tempos?

Castle: Eu ia te falar ao final do caso mas... já que o assunto surgiu... – Castle fez uma pausa e procurou as palavras, mas não havia outra forma de falar, então ele foi direto – Esse será meu último caso com você, Beckett.

Kate absorveu as palavras e pensou no que poderia dizer, mas não havia nada para se dizer. Ela continuou olhando nos olhos azuis de Castle, que a encaravam também. Castle tentou parecer natural, mas seus olhos o traíam o não queriam largar os dela. Os dois ficaram nesse jogo algum tempo.

Esposito se aproximou com novidades sobre o caso, mas não soube se devia interromper o que quer que fosse que estivesse acontecendo ali. Foi Ryan que, chegando atrás dele, foi falando e fez os dois desviarem os olhos.

Ryan: Vocês precisam ver isso aqui. – ele disse se referindo à filmagem da cena do crime. Uma investigação bem esquisita estava só começando.

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A ideia do assassino ser um zumbi deixava Castle louco. Ele adorava suas teorias, e adorava principalmente enlouquecer Kate. Aquele seria mesmo um dos melhores casos para se lembrar, exceto pelo fato de que Kate estava diferente. Castle percebeu que ela estava séria e ficou se perguntando se ela sentiria a mesma falta que ele sentiria. Por vários momentos do dia pensou em desistir, em dizer que não iria embora e que continuaria ali. Mas não podia ser fraco. Kate não o amava, isso era certo. Logo ela apareceria com outro e a tortura recomeçaria. Castle já havia passado por isso e não era bom. Ser amigo de Kate não era uma opção. Ou ele a tinha por completo, ou teria que deixá-la. E naquele momento, a escolha era deixá-la.

Ao fim do dia, e do caso, Castle estava achando o máximo ter ajudado a desvendar o caso fantasiando-se de zumbi. Todos na delegacia riram, e Kate também. Mas seu riso era triste. Será que ele teria mesmo coragem de deixá-la?

Quando sentou-se para preencher os relatórios, viu Castle se despedindo de outros policiais, e combinando de sempre se encontrarem no Old Hunt para por o papo em dia. Kate ficou esperando que ele viesse até sua mesa para se despedir. Seria muito difícil dizer adeus a ele, ainda mais agora que ela sabia o que sentia. Kate o amava, e o queria como nunca quis nenhum outro homem. Lanie a havia convencido de se declarar, mas foi quando ele apareceu com uma aeromoça loira, e Kate percebeu que havia esperado demais. Enquanto ela se decidia, ele havia caminhado. Fazia um ano que ele lhe dissera que a amava, e Kate havia acreditado, embora não conseguisse lidar com isso. Mas o tempo passou, e Castle cansou de esperar.

Kate sabia que também estava errada. Ela poderia dizer o que sentia, mas Castle havia se afastado. Nas últimas semanas até a tinha trocado para seguir um policial de gangues. Kate era passado, e essa despedida de Castle só vinha para confirmar isso.

Olhou novamente para ele, rindo num canto com Ryan e Esposito. Os três haviam se tornado grandes amigos, e Kate soube mais uma vez que sentiria falta de vê-lo ali.

Gates: Detetive Beckett?

Kate: Sim, capitã.

Gates: Você pode vir a minha sala por um minuto?

Kate: Claro.

Kate se levantou e caminhou até a sala de Gates, que fechou a porta. Depois de reportar os detalhes do caso à capitã, Kate saiu e percorreu os olhos pela delegacia, mas não o viu.

Kate: Cadê o Castle?

Ryan: Foi embora.

Kate sentiu seu coração bater devagar.

Kate: Como assim foi embora?

Esposito: Ele se despediu de todos e foi.

Ryan: Ainda não acredito que ele foi de verdade. Quero só ver se ele não aparece amanhã!

Kate escondeu o sorriso, mas desejou mesmo que ele voltasse.

Esposito: Ele não vai voltar. Ele disse que queria tentar coisas novas.

Kate: Tentar coisas novas?

Esposito: É, parece que é algum novo projeto. Ele não te disse o que é?

Kate: Não...

Esposito: Eu tenho que admitir, o cara vai fazer falta.

Ryan: Vai...

Esposito: Lembra aquela vez em que ele se vestiu de Elvis?

Os dois riram da lembrança.

Ryan: E aquela vez que nós o prendemos quando ele voltou do verão nos Hamptons?

Esposito: Aquela vez foi demais!

Os dois continuavam relembrando os mais divertidos e aventureiros casos que haviam passado com Castle nos últimos quatro anos.

Kate se desvencilhou deles e sentou em sua mesa. Olhou para a cadeira vazia, e para o copo de café que ele preparava todos os dias. Ele havia cumprido o que disse. Aquele tinha sido mesmo seu último caso. Kate sabia que sentiria sua falta, mas não imaginava que seria tão rápido assim. Lançou um olhar mais uma vez pela delegacia. Tudo estava normal, parado e monótono como era antes dele chegar. Aquilo era triste, muito triste. Mas mais triste ainda era Castle ter ido embora sem nem ao menos se despedir dela.


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Notas finais do capítulo

Não sou daquelas "Só posto mais se comentarem", mas sabe, é legal quando vocês comentam haha. Beijo!