Sun Shy escrita por River Herondale


Capítulo 4
Almost a babysitter


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas estou em semana de provas e já viu né. Espero que gostei do capítulo ;)



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Todos dizem que a primeira vez que você se encontra com seu sogro ou sogra é angustiante. Agora aumente a proporção de angustiante no nível meu-sogro-é-um-deus. Aumentou? É angustiante pra burro.

Ainda mais quando você não esperava essa.

Will só queria curtir seu namoro agora não secreto com Nico, um semideus magrelo de cabelos negros e desgrenhados e grandes olheiras. Mas os deuses sabem ser bem inconvenientes.

– Pai, o que é isso? – Nico estava perplexo. Seus olhos negros pareciam tempestade.

– Você sabe que eu costumo me culpar por quem você se tornou, sua frieza, distância e dificuldades sociais. Deuses não podem serem presentes na vida dos filhos ou agirem normal, mas você bem sabe disso. Foi por essa questão que te dei Jules-Albert. Mas um namorado? Não sei se estou feliz ou surpreso, ou os dois!

– Pai! – Nico parecia estar ofendido.

– O quê? Nunca esperei que você, Nico, fosse gostar de, sabe... enfim. Digo isso porque nenhum de meus filhos nesses últimos três mil anos foram assim... eu acho. Não sei! Filho, mas isso não importa para mim, ok? Sua felicidade é o que eu mais desejo já que você passou por tantas dificuldades.

– Eu estou com seu pai! – Will exclamou alto demais, assustando tanto Nico quando Hades. Parecia que nenhum dos dois notara sua presença ali. – Quer dizer, Nico, sua felicidade também é o que eu mais desejo para você. – Até que para Hades ele não era tão assustador.

– Certo, certo, mas eu não sou de vidro, tá beleza? E eu já me virei sozinho vezes o suficiente para meu pai e meu namorado ficarem cuidando da minha vida como se eu fosse um bebê. Apenas relaxem.

– Nem venha com essa, Nico di Angelo! Tenho ordens médicas de que devo ficar de olho em você para que o senhor não viaje pelas sombras e acabe se esgotando por completo.

– Eu estou com seu namorado! – Hades exclamou, levantando seu braço direito. – Nico, vai demorar mais alguns meses, talvez anos para que sua força se renove. Você se esgotou demais na guerra.

Nico fez uma careta de desgosto, e então perguntou impaciente.

– Tá, ok. O que você quer comigo pai?

– Com você? Nada não. Na verdade vim aqui buscar Hedge.

– Hedge? – Will e Nico falaram ao mesmo tempo.

– Sim. Por falar nele, ele está chegando! – Hades olhou para o lado em que vinha um Sátiro correndo com um bebê sátiro no colo.

– Desculpe a demora, Hades! – Hedge disse enquanto arfava. – Meu filhão, Chuck, não queria largar meu taco de beisebol. O garoto quase comeu meu taco!

– Tá, tá, isso não é interessante. – Hades reclamou. – Vamos?

– Vão aonde? – Nico interrompeu, espantado.

– Tenho uma missão no Submundo no qual preciso de auxílio de um Sátiro. Hedge serve perfeitamente para a função.

– Posso até funcionar, seu Hades, mas estou preocupado com meu gurizão aqui.

Chuck balbuciou alguma coisa.

– Qual o problema com seu bebê Sátiro?

– O problema é que Mellie saiu hoje para ir visitar uma amiga dela lá nas nuvens, e a madrinha do meu garotão, Clarice, não está no Acampamento hoje. Não tenho com quem deixar o Chuck!

– Bom, isso não é problema meu. Agora vamos...

– Como assim vamos, seu Hades? – Hedge parecia ofendido. – Não vou largar o Chuck aqui! E o problema lá no Submundo é seu, não meu. Que encontre outro Sátiro então!

– NÃO! – Hades gritou meio alto demais. Will e Nico apenar observavam a estranha situação. – Você pode deixar seu filho com... com... com o Nico! Sim, deixe seu garoto com o meu garoto e tudo bem!

Hedge virou-se e olhou para o Nico e Will. Os garotos estavam um do lado do outro e seus rostos claramente mostravam que eram desqualificados para cuidar de uma criança.

– Nico, Will... – Hedge não tinha saída. – Ok, vocês cuidam do Chuck hoje, mas tenho regras! Chuck é um garoto muito ativo, então brinquem com ele! Chuck adora comer coisas que nós estimamos, então fiquem de olho. E Chuck é o maior amor do papai, não é filhão? – Hedge chacoalhou o menino birrento que estava impaciente. – Então tratem de não fazerem ele chorar! Um arranhãozinho e eu acabo com vocês!

– Fica tranquilo, Hedge. Eu sou curandeiro, sei muito bem como ser cuidadoso. – Will falou, mas ele estava claramente nervoso.

– Bom mesmo, Solace. – Hedge virou Chuck para seu rosto e disse ao garoto: - Filho, papai volta no pôr do sol. Titio Nico e titio Will irão cuidar bem de você. Comporte-se!

Então Hedge enfiou Chuck nos braços de Nico. Nico fez uma careta e estava completamente perdido em como cuidar de bebês. Will se segurou para não rir. Mas era fofo a dificuldade do di Angelo. Quando Hedge saiu de vista, Chuck se transformou.

– Olha, eu não sou nenhum expert em crianças, mas o jeito que você está segurando o Chuck é meio mortal. – Chuck batia seus cascos violentamente e sem parar.

– Mortal? Quem vai morrer daqui a pouco aqui sou eu! – Nico estava com o corpo tenso, Chuck pendurado em seu braço direito, a boca semiaberta, como se estivesse se preparando para morder.

– Cuidado! Segura assim, ó: - Will exemplificou como segurava. – Ah, desisto. Passe o Chuck pra mim.

– Todo seu. – Nico meio que jogou o bebê Sátiro nos braços de Will. Will também não se sentia confortável com crianças pequenas, mas ele era um curandeiro bem experiente para saber o básico de como cuidar de crianças. – O que a gente vai fazer agora?

– Podemos brincar com ele, como Hedge orientou.

– Brincar? – Nico fez uma careta. – Como se brinca mesmo?

Will deu risada, e então tirou o casco do Chuck da boca do garoto. Ele não parava quieto!

– Como Chuck é pequeno, temos que brincar de algo simples. Podemos ir no Chalé de Hades? Pelo menos lá não é enfestado de irmãos chatos como o de Apolo.

– Tá, pode ser. – Nico não estava nem um pouco entusiasmado para isso.

Entrando lá, Will colocou o pequeno Sátiro sentado na cama do Nico. Enquanto isso Nico estava procurando no Chalé algo que serviria de brinquedo. Nada. Como entreter um bebê Sátiro nesses momentos?

– Então vou falar o que pro garoto? Ah oi, eu que tirei você de dentro da sua mãe, foi uma das experiências mais nojentas que já tive. Gostaria de conversar sobre isso?

Nico revirou os olhos e continuou procurando algo para Chuck brincar.

Em um momento de confusão, Nico sem querer bateu com tudo em Will. Um encontrão de frente, bem dolorido e que fez um barulhão. Nico quase voou para trás.

Eles ouviram uma risadinha.

Bem, pelo menos isso deixara o Chuck entretido e feliz.

Até aquele momento Chuck estivera emburrado, mas agora ele rolava de rir. A conclusão? O menino adorava a desgraça alheia.

– Você não está pensando o mesmo que eu, não é? – Nico murmurou.

– Se você se refere a ficarmos nos machucando propositalmente para o Chuck ficar quieto, então estou.

– Droga. Tá, você começa?

Will quis contestar, mas por fim aceitou. Ele começou com uma careta de dor para ver se Chuck se manifestava. Nada.

– Tem que ser chamativo. Cara de dor não adianta.

Will então teve uma ideia.

– Ei, escuta aqui seu babaca! – Will gritou, dirigindo-se ao Nico. – Nunca mais fale comigo! – Will empurrou Nico com as mãos. Nico caiu, fervendo de raiva.

Chuck observava travesso.

– Qual seu problema? – Nico levantou, sem entender. – O que deu em você?

– O que deu em mim? Bem que eu queria entender! Não sei o que vi em você para achar que daria certo termos um relacionamento.

Nico estava confuso demais. Então Will piscou para ele e sem fazer som ele disse: “Apenas interprete.”.

– Ah é? Bem, e o que EU vi em você? Filho de Apolo, parece uma piada! Saia do meu Chalé agora! – Nico empurrou levemente Will, mas Will interpretou uma queda forte.

Chuck agora sorria de alegria. Como era possível?

Depois de um tempo imitando quedas e brigas, Chuck enjoou de observar. Nico sussurrou:

– E agora, o que faremos?

– Acho que Chuck está com fome.

E de fato estava. O bebê sátiro comia o pé da cama de Nico ferozmente. Nico saiu correndo para segurar o garoto.

– Ei, minha cama não é comida!

Will segurou Chuck enquanto Nico observava se o estrago fora grande. Por sorte não era tanto.

Eles pediram bolinhos na cozinha da Casa Grande e decidiram ficar esperando a volta de Hedge no pátio. Afinal, estava quase anoitecendo.

– Fique de olho no Chuck, Nico. Preciso ir ao banheiro.

– Você não vai me deixar sozinho com ele, né? Ou vai? – Nico estava a ponto de se desesperar.

– Vou, mas é rapidinho. Já volto.

Nico ficou apavorado. Chuck corria atrás de mariposas ao seu lado. Nico fechou os olhos por um segundo, sua retina ardendo. Quando ele abriu os olhos...

Cadê o Chuck?

Nico revirou todo o pátio, olhando em cada pedra, em cada ponto cego. Como ele pudera ser tão idiota?

E como aquele bebê conseguira fugir?

Chuck era esperto e rápido, isso ele já notara. Mas ele fechara os olhos tão rapidamente... E agora?

Uma voz veio atrás dele.

– Nico! Cadê Chuck? Estou morrendo de saudade do meu moleque!

– H-hedge?

– Algum problema? – Hedge colocou as mãos na cintura, analisando a expressão de Nico. – Onde está o ChucK?

– O Chuck? Ah, que menininho mais esperto ele, não? Ele já vem.

– Já vem de onde?

– Você sabe, daquele lugar. – Nico suava frio.

– Que lugar, Nico? Pare de enrolar!

– Com Will! É, com Will.

– E onde está Will?

– Levou Chuck no banheiro... – Nico não conseguia improvisar tão bem. – Isso, o banheiro. Chuck estava apertado! Só não queria entrar em detalhes.

– Ele é meu filho,, poderia ter dito de imediato.

– Eu sei... – Nico agora estava se preocupando. Não havia sinal de Chuck.

– Vou chamar o Will com o Chuck, ok? Só espere um pouco. – Nico saiu correndo em direção do banheiro.

Ele bateu na portinha.

– Will, você está aí?

Mas Will já havia saído do banheiro. Ele então encontrou o namorado uns metros de distância, observando atrás de um arbusto.

Nico saiu correndo atrás do Solace.

– Onde está Chuck? – Will questionou quando viu Nico.

– Esse é o problema. Ele fugiu.

Will ficou vermelho de raiva.

– Como você conseguiu perdeu o Chuck?

– Não sei!

– Precisamos agir logo antes que Hedge chegue...

– Esse é o problema. Ele já chegou.

– O quê? – Will quase gritou. – Droga.

– O que você estava procurando aí?

– Eu tive a impressão mesmo de ter visto o Chuck andando por aqui e então vim verificar. Mas achei que estivesse sonhando.

Nico soltou um palavrão. Por que eles haviam aceitado cuidar de Chuck!?

– Só queria um sinal!

De longe Nico e Will ouviram um “Bééééé”

– Era esse o sinal que você queria? – disse Will, e pegou a mão de Nico e saiu correndo.

Eles entraram no meio da floresta, e foram seguindo o som emitido por Chuck. Bem, eles esperavam que fosse Chuck. E então encontraram.

Will preferia estar morto.

Chuck brincava com pequenas Ninfas. Quem supervisionava a brincadeira era...

Mellie.

– Mellie, você chegou! – Nico disse meio sem graça.

– Cheguei, e não entendo porque encontrei meu filho aqui sozinho na floresta.

– Bem, ele estava comigo e com Will, e então ele...

– Ele o quê? Ele fugiu? Ou melhor, vocês deixaram ele sair?

– Foi mais ou menos isso sim. – Nico confirmou.

– Mas eu vou matar Gleeson! Como ele teve a audácia de deixar Chuck sozinho com vocês?!

– Na verdade Hades o solicitou para uma missão de emergência e fomos o que restou para cuidar de Chuck.

– Isso não é de meu interesse no momento. Chuck poderia ter se machucado! Deuses, que horror!

Mellie pegou Chuck no colo e saiu sem olhar para os garotos novamente. Nico suspirou.

– Isso foi terrível. Me lembre de nunca querer ser babá.

– Positivo, di Angelo. – Will abraçou Nico. – Agora o que você acha de a gente relaxar?

– Por favor. Fazia tempo que eu não me esgotava tanto.

A verdade é que tanto Nico quanto Will estavam felizes. Haviam passado mais um domingo inteiro juntos e teriam bastante memórias para lembrar no futuro. Agora podia ser traumatizante, mas daqui uns anos lembrar que Chuck era um mini monstrinho vai render em bastante risadas. Um passo de cada vez.


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Notas finais do capítulo

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