— Estamos presos, Castle. – estava apavorada, meu pesadelo começou a se tornar realidade.

— Calma, Beckett. Nós vamos sair daqui, seguimos uma voz, talvez se gritarmos bem alto, alguém consiga nos ouvir. – eu não conseguia vê-lo e, talvez por isso, ele se aproximou e me abraçou.

— Você tem razão, o Gordo ainda está lá fora. Talvez ele consiga cavar e nos tirar daqui. – ouvia as batidas do seu coração, estava acelerado, ele também estava com medo.

Começamos a gritar como loucos mas, após um tempo, o cansaço nos fez parar. O ar começava a rarear e, respirar estava cada vez mais difícil. Ficávamos cada vez mais cansados a cada hora que passava e, quase sem energia, nos aconchegamos nos braços um do outro.

— Estávamos tão perto. Me desculpe, Castle. – falei com dificuldade, apertando-o mais em meus braços.

— Não tem do que se desculpar, foi um acidente e, se eu tivesse a chance de voltar no tempo, faria tudo exatamente igual. – seu fôlego estava pior do que o meu, ele se esforçou mais, tentando nos tirar daqui. Então o medo começou a tomar conta.

— Castle, eu tenho que te dizer algo, eu... – ele me interrompeu.

— Se for uma despedida, eu não quero ouvir. Quero ter a esperança de acordar e ver mais um sorriso seu e, eu e prometo, que quando isso acontecer... eu... não... vou... – seu silêncio me apavorou mas, eu sentia que desmaiaria a qualquer momento também.

— Cas... Castle... Não... me deixe... Eu... Eu... te... amo... – ergui minha mão para sentir seu rosto mais uma vez e, penso ter ouvido um barulho mas, tudo se apaga, chegou a hora.

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Tudo ainda está escuro mas, ouço vozes, alguém me puxa e me sinto flutuar. Mas, eu não sinto mais o Castle, não sinto mais o seu calor e seu perfume. Estão me levando para longe dele, começo a me debater e a chamar seu nome.

— Castle!! Castle!! – acordo de repente, era só um pesadelo mas, ao olhar ao redor, estou em um local desconhecido e, adormecidos em cadeiras próximas a minha cama, mamãe e papai. — Mãe! Pai!

— Katie, meu amor. Finalmente você acordou. – mamãe se sentou na beirada da cama e me abraçou, sendo seguida por meu pai.

— Vocês estão aqui? Isso é real ou, é apenas mais um sonho? – segurava na mão de cada um, sem conseguir acreditar. Minha mãe chorava e, sem conseguir falar, apenas sinalizou afirmativamente. — Então, aqui é Arrietty.

— Sim, filha. E é muito mais do que eu poderia imaginar, nunca pensei que pudesse ser tão maravilhoso. – via a admiração nos olhos do meu pai, ele estava feliz por finalmente ter encontrado esse lugar e, estarmos todos juntos. Juntos... foi aí que me lembrei, se não foi tudo um sonho...

— Castle! Vocês sabem onde o Castle está? Ele está bem? Como foi que nos acharam? – minha mente funcionava muito depressa e, só o que conseguia pensar era, em Castle.

— O seu amigo está bem, foi por muito pouco mas, ele vai se recuperar totalmente, daqui a pouco, você poderá vê-lo. – mamãe tinha um olhar amável, ao contrário do meu pai, que eu já sabia não estar satisfeito com isso.

— E nós achamos você, graças àquela bola de pelos gigante. O gato de vocês, adentrou os portões da cidade, causando terror e histeria. Achamos que estávamos sendo atacados mas, ele estava inquieto e, segurava a sua mochila na boca. Quando os soldados o perseguiram, eu me apressei e, quando chegamos lá, ele começou a cavar a terra desesperado. Sem alternativa, ajudamos e, vocês surgiram. Fiquei com tanto medo quando te vi, pensei que a tinha perdido. – papai falou a última parte com dificuldade, não consigo nem imaginar o que ele sentiu.

— Eu estou bem, graças ao Castle e ao Gordo, a bola de pelos gigante. Eles me ajudaram a chegar até aqui, até vocês. – dei mais um abraço neles. — Mas, será que eu posso ver o Rick agora? – estava com saudades deles mas, não ficaria sossegada, até ver com meus próprios olhos que ele estava bem.

— Tudo bem, querida. Venha, vou levá-la até ele. – minha mãe me ofereceu a mão e, sem hesitar, segurei em sua mão saltando da cama.

Percorremos um grande corredor e, no final dele, o avistei dormindo tranquilamente. Parei por um momento, apenas para observá-lo um pouco mais.

— Tudo bem, Katie? – minha mãe me olhou preocupada.

— Eu estou bem, só pensei que nunca mais o veria novamente. – estava tão feliz.

— Você gosta dele. Posso ver em seus olhos. Vai lá, eu vou conversar com o seu pai e, impedi-lo de vir aqui. – ela me beijou a bochecha e voltou pelo corredor.

Me aproximei e me sentei devagar na cama, segurando em sua mão.

— Castle... Castle... Oi, sou eu. – ele resmungou um pouco e abriu os olhos devagar, me fazendo sorrir.

— Oi. Eu não disse que ainda acordaria para ver um sorriso seu, estou sempre certo.

— Não exagere, lembra quando você trouxe aquela planta, dizendo que era comestível? – ele confundiu as duas plantas que eram parecidas e, acabamos passando mal.

— Nem me diga, foi muito constrangedor. Mas, mudando de assunto, é verdade o que disse lá, na caverna? – eu arregalei os olhos.

— Eu pensei que você estava desmaiado? Eu, eu... – estava envergonhada.

— Estava desmaiando e, ainda consegui ouvir você dizer que me ama. É verdade? – estava sério agora, não tinha porque mentir.

— É verdade, eu te amo Richard Castle e, não sei o que seria de mim se, você tivesse me deixado. – olhava para minhas mãos mas, ele segurou em meu queixo, erguendo meu rosto para encará-lo.

— Que bom, Kate. Porque eu te amo também e, eu nunca, nunca te deixaria sozinha, entendeu bem? – eu assenti. — Era isso que eu estava te prometendo, eu não vou a lugar nenhum sem você. – minha alegria era tão grande, que eu só me joguei em seu pescoço, colando seus lábios nos meus. Senti suas mãos espalmadas em minhas costas, me puxando para um beijo mais profundo.

Só nos separamos em busca de oxigênio.

— Quantas aventuras nós passamos para nos encontrar, hein? – ele me encarou com seus belos olhos azuis.

— E quem disse que acabou? Tenho certeza que estamos apenas começando. – nos beijamos apaixonadamente. Tenho a certeza que a vida em Arrietty, será incrível.

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