Shiro e Yukio foram á casa de Shura para encontrarem Shiemi. A garota estava muito abalada com tudo que acontecera, mas sentia-se aliviada por estar livre de Amaimon, sua mãe, é claro, não pensava diferente.

Shiemi, sou eu! – Yukio bateu na porta e a loira abriu. Shura explicara sobre as chaves de emergência que guardava.

Yukinho! – ela abraçou o amigo – Temos que ver o Rin! E a Shura! É por minha causa que eles estão naquele estado.

Nós vamos! Mas antes, quero que conheça uma pessoa... – Yukio apontou para o mais velho que entrou devagar – Esse é o meu pai, Shiro Fujimoto – Shiemi vira o mais velho apenas uma vez quando era pequena, não lembrava da fisionomia do padre.

–É um prazer – ela sorriu – Esta é a minha mãe...

–Eu me lembro perfeitamente de vocês – Shiro sorriu – Ah, você cresceu Shiemi! Lembro de vê-la ainda pequenininha, estava sempre brincando com Yukio. Está muito linda – Shiemi corou.

– Shiemi sempre foi linda – Yukio a elogiou.

– Por favor, assim fica difícil... – ela abaixou a cabeça.

– Certo, certo, desculpe – Shiro gargalhou – Bom, antes que eu me esqueça, aqui está. – O mais velho entregou uma chave á mãe de Shiemi – Espero que gostem do presente.

– O quê?

– Lembram-se da antiga casa de vocês? Seu marido havia perdido tudo nos jogos, eu me lembro bem, foi assim que acabaram na casa de Amaimon, certo? Pois bem, Mephisto, antes de ser preso, me ajudou a localizar a casa. Ela foi tomada pelo governo e desde então está vazia, paguei a dívida e... Bem, eu comprei ela de volta, aqui está a escritura – Shiro estendeu um envelope ás duas.

– Minha casa... – Moriyama sentiu as lágrimas caírem sem que pudesse se conter – O senhor nos ajudou? – ela o abraçou forte, deixando a emoção tomar-lhe conta, assim estavam Shiemi e Yukio que também choravam.

– Está vendo, meu amor? Eu disse que tudo ia melhorar – Moriyama abraçou a filha.

– Certo, mas agora podemos ver a minha namorada e o meu irmão? – Yukio perguntou tentando descontrair o ambiente. Os três partiram em direção ao hospital.

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O horário de visitas estava acabando e Shiemi tinha pouco tempo.

–Vamos! – A loira correu até a recepção, passou por ela até chegar ao quarto em que Rin estava.

– Vou ver a Shura – Yukio disse.

– Vamos esperar vocês aqui – Shiro piscou para Shiemi – Sei que tem muito o que dizer á ele. Shiemi agradeceu e entrou rapidamente.

Rin estava de olhos fechados, porém não dormia. Shiemi se aproximou devagar, notou cada ferimento no corpo do rapaz, todos por causa dela, isso fazia a loira sentir-se a pior pessoa do mundo. Ela sentou na ponta da cama, olhou fixamente para a faixa que envolvia o peito de Rin.

–Deve ter doído tanto – ela disse tocando o peito dele – Me perdoe, Rin.

–Pelo menos um tiro eu não levei – ele disse abrindo os olhos – Oi Shiemi – ele sorriu.

– Rin! – ela o abraçou fortemente.

– Ai, cuidado, menina! Não me aperta assim, está doendo! – ele disse rindo.

– Ah, me desculpe e...

– Pare de se desculpar sempre – Rin sentou-se com dificuldade – Como é bom ter você aqui – ele a abraçou. Shiemi estava envergonhada de ter um Rin sem camisa a abraçando daquela maneira, mas ao mesmo tempo, ela agradecia por estar ali, com o garoto que sempre amou.

– Rin, eu tenho novidades, seu pai é incrível! Ele...

– Desculpe, minha flor, mas agora eu só quero beijar você – ele calou a loira com um beijo intenso que fez Shiemi se arrepiar – Como eu te amo – ele disse ainda de olhos fechados.

– E eu te amo mais – eles ficaram se olhando, apenas aproveitando a presença de ambos, sentiram seus corações preencherem com o mais profundo sentimento e deixaram aquela sensação de paz os envolver.

– Oi! Cheguei! – Shura chegara batendo na porta, apoiada em Yukio ela entrou no quarto de Rin – O quê vocês estão fazendo? – A ruiva estava com o ombro enfaixado, mas não sentira mais a incrível dor da bala que lhe atingira.

– Oi, Shura – Rin disse revirando os olhos.

– Pensaram que ficariam livres de mim,não é? – Shura sorriu.

– Shura! Que bom que está melhor! – Shiemi a abraçara, ainda escondendo o rosto envergonhado.

– É tão bom ter todos aqui – Shiemi não conseguia parar de chorar e sorrir ao mesmo tempo. Parece que finalmente ela teria a paz que sempre sonhou, a felicidade ao lado daqueles que amava. Pela primeira vez sentiu-se completa e desejou não estar em nenhum outro lugar senão ali, com as pessoas que a salvaram, que a amavam pelo o que ela era. Sentir aquilo, era o que todos deviam sentir, pensava ela.