Despedaçada escrita por GiGihh


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Este é mais um cap de transição, na minha opnião; não que não seja importante, enfim, fantasminhas apareçam; eu não mordo ;)



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Capítulo três –

Não se sabe ao certo como eles chegaram a uma cidadezinha quase abandonada pelos cidadãos, ou quem sabe como o esquife de Thalia havia sumido. Luke Castellan andava cabisbaixo, mas tinha nos ombros um porte digno de inveja. Os nove “amigos” não falavam entre si. O silencio pesava. Fazia horas que caminhavam sem um rumo aparente, decidiram (também não se sabe como) a entrar em um estabelecimento abandonado e montar o acampamento ali. A noite prometia chuva e tendo um teto acessível, para que desperdiçar? Entraram todos. A visão era engraçada: as três caçadoras se separam do grupo principal, Percy, Grover, Rachel e Annabeth estavam bem juntos. Nico se isolou. Luke também. Não se sentia acolhido. Por que eu seria? Por que eles dedicariam tempo com o Traidor que lhe tirou amigos...? Ele achou um cômodo separado e, ao contrario dos outros, que se aconchegavam em seus sacos de dormir, ele ficou parado de frente a janela embasada e suja observando as primeiras gotas de chuva.

Não se lembrava de quantos dias faziam desde que fugira, mas não estava se importando. Caminhava sem rumo, sem direção e sem traços de esperança. Sua barriga gritava consigo reclamando por ter sido esquecida em um intervalo de tempo correnspondente a dois dias. Chutou uma pedra no caminho e esperava ouvir o ruido baixo dela rolando pelo asfalto, mas o som havia sido encoberto por um trovão. No instante em que ergueu o olhar as primeiras gotas caíram em sua testa. “Que ótimo!” pensou tanto com ironia como com alegria: aquela era a primeira vez que seu corpo voltava a ser molhado, talvez a chuva pudesse levar parte da sua imundice embora. Por outro lado, significava outra noite de frio.

Uma lágrima escorreu por seu rosto enquanto ele agora conseguia ver o passado através da janela e da chuva.

Sentiu uma inquietação na pele, um arrepio na espinha muito comum com a chegada de algum monstro. Ficou apreenssivo; havia perdido sua espada em uma luta há três dias contra um gigante do norte. Não sabia se era a Névoa que agora influenciava ele ou se o monstro havia mudado, mas... Ortro estava a espreita com suas duas cabeças anormais... Ele observava atrás de uma árvore enquanto rosnava baixinho. Luke tirou da mochila que trazia consigo a única arma que lhe restara: uma chave de roda. Ele também trazia consigo um canivete, mas aço comum não funcionaria para matá-lo. Com um suspiro percebeu que sua única opção era correr e, se ele tentasse atacar, se defenderia com a chave (que não seria tão útil...).

Foi rápido: o “cachorro” pulou em direção ao que se escondia de trás da árvore e o que se escondia reagiu cortando-lhe o focinho. A chuva dificultava sua visão, mas ele sabia que agora que perdera sua presa principal ele estava ali parado, estático e sem muitas chances de defesa. Ortro atacou, mas uma lança se impôs em seu caminho derrubando-o pelas patas dianteiras, por orgulho, ele voltou a antiga caça. Luke via apenas o contorno de um corpo menor do que o seu. A pessoa era rápida, dança pela chuva como se ela não existisse e os raios que surgiam no céu não pareceiam lhe incomodar. Quando um clarão se fez próximo a eles muita coisa mudou: era uma menina. A menina agora estava caída no chão, sua lança longe dela e o monstro mais perto. Ele não pensou. Talvez fosse apenas um reflexo natural de seu sangue como também fora de tantos heróis antes dele. Se jogou no ar agarrando a lateral do corpo de Ortro; o mostro rosnou e os dois rolaram pelo asfalto; o garoto golpeou diversas vezes o monstro com sua chave, não teve outro resultado que não fosse irritar ainda mais a fera.

A garota misteriosa voltou a atacar Ortro e logo estavam os dois jovens lado a lado lutando como podiam contra a fera já pouco machucada. Eles seguraram juntos a lança dela e do último segundo a ergueram: o animal havia sido perferudo e transpassado até metade da arma. A intensidade da força que os atingiu foi o suficiente para cairem ambos no chão com a respiração pesada. Viraram os rostos ao mesmo tempo e assim ficaram. Não havia chuva que pudesse modificar a visão que o menino teve dela. Ele não podia diferenciar com precissão os traços de seu rosto, mas nunca, jamais se esqueceria daqueles olhos: dois grandes céus de mistério em um azul elétricamente divino.

–Luke? Luke? Cadê você? – a voz primeiramente era de Talia, mas depois ele compreendeu que era apenas Annabeth.

–O que foi? – ele abriu os olhos que só então percebeu que os fechara. Não havia mais chuva do lado de fora e sim uma manhã ensolarada.

–Você... – a loira parou na porta – Você está horrível! – corou logo em seguida, fazendo-o esboçar um sorriso.

–Muito obrigado pela sinceridade.

–E-eu... Eu quero dizer que você não parece ter dormido...

–Não importa. O que vamos fazer agora? Perdemos outro dia e ela continua inconsciente. – ele não suportou dizer morta; se negava a dizer isso em voz alta.

–Pensei em nos reunirmos e pensarmos um pouco sobre a profecia...

–Ela é incompleta. Não diz nada de útil além de que Thalia está... Está... – bagunçou os cabelos em desespero e continuou – Nove. Somos nove e temos seis dias... – inconscientemente ele arranhava os próprios braços com força. Annabeth se assustou com a reação.

–Luke! Pare! – ele olhou para a garota angustiado – Nós vamos salvá-la. Você voltou para isso!

–Ela está certa – olhei para a janela; do lado de dentro ela estava ali me observando com aqueles olhos intensos; um sorriso ironico se formou em seu rosto –Vai me salvar, Luke? Vai me trazer de volta?

Ele entreabriu a boca. Voltou a olhar Annabeth que esperava uma resposta.

–Vamos logo discutir sobre isso. – sairam os dois do quarto, não sem antes o homem olhar para trás confirmando que não havia ninguém ali além dos dois.

Encontraram todos sentados em uma roda com alguns morangos no centro. As caçadoras haviam encontrado algumas mudinhas nos fundos da construção. Não era o suficiente para forrar o estomago, mas havia dois para cada um ali.

–Olhe só para nós – Nico falou com ironia enquanto cutucava um morango com a ponta do mindinho – Um bando de desajustados atrás de algo aparentemente impossível.

–Vamos acabar logo com isso – Luke se sentou ao lado do filho de Hades – Thalia não tem muito tempo. Como era a profecia, Rachel?

A ruiva olhou para ele encarando-o nos olhos, depois focou os no chão com as bochechas tão vermelhas quanto o morango em suas mãos; ela sabia que ele era o Traidor e o herói da última profecia, mas era um homem inegavelmente lindo... e que sabia o nome dela.

–Fale por versos – Percy pediu – Acho que pode ser mais fácil de compreender.

–Claro – ela afastou uma mecha de cabelo, respirou fundo e recitou – Pela fragilidade da vida/uma alma foi destruída.

O silencio foi tenso, Luke sentia como se todos olhassem para ele, quando não era verdade. Estava inquieto. Não conseguia ouvir aquelas palavras sem voltar a sentir um vazio terrível e uma dor no peito indescritível.

–Isso até eu entendi. – Grover comentou enquanto jogava uma lata na boca.

Encontrarás as respostas/ na estrela de cinco pontas.

–Um pentagrama?

–Talvez – uma caçadora se manifestou pela primeira vez; tinha cabelos finos e compridos, castanho escuros, olhos negros faíscantes e lábios rosados, ficaram sabendo mais tarde que ela se chamava Amber – Esse tipo de estrela tem diversos significados em diversas religiões ou culturas diferentes. Como vamos saber qual será o certo?

Annabeth olhou de um modo suplicante a Rachel.

Unidos nove partirão/ encontrar a alma perdida em solidão.

–Presumimos que isso já aconteceu. – a segunda caçadora a se manifestar tinha cabelos loiro prateados e olhos verde pálidos; aquela era Dália com uma beleza exótica.

Mas de nada servirá/se um semideus morto não ajudar – agora todos voltaram os olhos para ele – Luke, tenho certeza de que a missão é sua. Estamos aqui para ajudá-lo, mas... Você entende? Tudo tem que partir de você.

–Vai me salvar? – ele ouvia a voz dela sussurrar em seu ouvido, consegui sentir as palavras lhe roçando ao pescoço e as mãos pequenas apoiadas em seus ombros – Quero ser salva por você. Só por você.

Ele voltou a bagunçar os cabelos.

–A única parte útil dessa profecia é a que fala da estrela. Temos que investir nisso. Encontrar alguma biblioteca ou livraria na cidade.

–E se não houver?

–Vamos para outra cidade – Dália respondeu. – depois para a próxima e próxima...


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Notas finais do capítulo

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