Destined Souls escrita por nathyfaith, HHenry, day637


Capítulo 5
Excruciating


Notas iniciais do capítulo

Oi Povo!! Demorou mais chegou.. é que era a minha vez de escrever ;P
Espero sinceramente que gostem, foi feito com muito carinho.

xoxo,
Nathy



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POV Bella – 14 Anos

 

Era isso, todos os dias eu vivia uma mentira. Uma grande, deslavada e ridícula mentira. Deus a quem eu estava tentando enganar? Sim, ótima idéia Bella, você com certeza estava pensando grandiosamente quando literalmente acabou com a sua vida. Porque a minha vida sem Edward passou a ser exatamente isso uma MENTIRA!

 

E é lógico que mamãe estava preocupada, eu não tinha amigos e o pouco tempo longe da escola eu passava imersa em livros, projetos e qualquer outra coisa que me distraísse da tão excruciante realidade.

Eu estava sozinha. Não havia mais bilhetinhos espalhados no meu armário com a letra redonda e perfeita de Edward com pequenos dizeres como “Eu adoro você” ou “Bom dia, minha linda”. NADA. NOTHING. NIENTE. RIEN.

 

Segunda-feira primeiro dia da primavera e eu estava acabando de arrumar minhas coisas quando o telefone toca. Esperava que minha mãe ou pai atendessem quando lembrei que estava sozinha por esta semana. Sai de meu quarto e atendi ao telefone dando uma saudação:

 

- Alou.. –  Ao longe ouvi o barulho de uma ambulância e falatório, fiquei desesperada. – Do outro lado a voz me respondeu.

 

- Bom dia, Srta. Swan? Aqui é do Hospital Saint Angel e desculpe ligar, mas exceto os telefones de casa o seu numero era o único que havia no celular desta garota o nome dela é Mary Alice Brandon.

 

- Alice? – perguntei alarmada. Eu me lembrava dela, ela havia chegado ao começo da semana passada, e estava aos poucos querendo quebrar a minha casca e torna-se minha amiga. Ela é irlandesa, baixinha, branquinha e bastante fashion. Alice havia sentado comigo desde que chegara e aparentemente eu era muito mais interessante para ela do que todas as outras garotas.  – Ela está bem?

 

- Sim senhorita. Mas pediu por uma amiga e você foi a única que consegui achar.  – Disse o enfermeiro do outro lado da linha.

 

- E os pais dela?

 

- Sinto dizer-lhe que eles faleceram.  – Aquilo havia sido um baque para mim. Eu havia visto os pais de Alice e me pareciam pessoas maravilhosas. Peguei minha mochila e algumas de minhas roupas e com pesar sai de casa, tomei um táxi e cheguei ao hospital. Tampouco sabia eu que aquele hospital ainda haveria de me trazer muitas tristezas.

 

Entrei no táxi com minha mochila e fechei a porta o caminho até o fatídico local foi silencioso. Eu havia deixado um bilhete para meus pais, dizendo onde estava.  Nunca gostei de hospitais... mas de forma alguma eu ia deixar a única amiga – ou a tentativa dela – esvair pelos meus dedos. Eu não imaginei que quando chegasse lá à situação fosse pior do que eu imaginava. A ala de emergência estava em pandemônio, olhei a minha volta até ver o balcão de informações.

 

- Com licença? – Perguntei.  É uma sorte eu ser alta para a minha idade, pois assim eu conseguiria dar uma disfarçada para poder entrar na UTI e ver a Allie. A pobrezinha deve estar apavorada.

 

- Estou aqui para ver Alice Brandon. – A senhora me olhou do balcão e verificou uma prancheta depois disse em sua voz calma e anasalada:

 

- Não há nenhuma Alice Brandon aqui senhorita, somente uma Mary Alice Brandon.

 

- Sim, senhora! É ela mesma! – Olhando-me de cima a baixo, respondeu desgostosa:

 

- Segundo andar, corredor direito, quarto 246.

 

- Obrigada. – Falei e me dirigi para um elevador.  As vantagens de ter namorado com Edward? Meu tio era médico e eu vivia em hospitais.. não que isso me fizesse gostar deles. Assim que cheguei ao andar meu coração saltou um segundo.

 

Era demais. Tanto sangue e pessoas e enfermeiros correndo de um lado para o outro. Respirei fundo e voltei e procurar o quarto dela.

 

 

 POV Edward – 18 anos

 

Três anos. Três malditos, ridículos e mentirosos anos. Isso é tortura. Quantas cartas eu escrevi? Quem sabe umas 365? Ou serão mais? Isso realmente não importa. O que eu venho fazendo nesses últimos anos além de me torturar?  Bem logicamente eu vivi – uma péssima desculpa para o que tenho realmente feito – mas sim, digamos que vivi.

Após a perda de Bella eu me tornei uma pessoa fechada, sabia o quanto mamãe sofria a me ver assim, uma das razões pelas quais eu ainda sorria e fazia tudo para mantê-la feliz. Bella poderia ter partido levando meu coração com ela, deixando no lugar um coração destroçado e literalmente desprovido de amor. Sim, me tornei um cafajeste. Bem pelo menos é o que eu acho.  No primeiro ano fiquei com várias meninas, das quais não me lembro o rosto ou o nome, pois nenhuma delas era  “a minha menina”. Eu podia ver o desapontamento de minha mãe, e isso me machucava, por isso escrevia e estudava. Se eu não podia sequer amar uma pessoa decentemente, eu iria pelo menos me tornar um bom profissional, havia decidido me tornar um médico, como meu pai e por isso já vinha estudando desta de sua partida.

 

No segundo ano, tivemos um intercambista no colégio, ele é irlandês e um dos melhores caras que eu já conheci, ficou durante uns dias procurando “abrigo” e fazendo meus dias “fúnebres” mais divertidos até que conversei com a dona Esme e ela sempre solicita e com um enorme coração adorou a idéia de ter mais um “filho” na casa.  Talvez esta tenha sido uma das melhores decisões que já tomei, graças ao Emmett Liam Brandon, eu fui aos poucos me abrindo, deixando novamente as pessoas se aproximarem de mim, suavizando minha atitude.

Emmett me contara sobre sua família e que estavam se mudando para Boston, ele tinha uma irmã mais nova chamada Mary Alice, mas ela detestava seu nome portanto para todos era somente Alice ou Allie.

 

Lembro-me do dia que ele saiu apavorado daqui, pretendia dirigir até Boston.. ora onde já se viu? Tive que pará-lo antes que atingisse a porta e saísse correndo com o carro. Ajudei-o a se acalmar, aparentemente os pais e a irmã haviam sofrido um acidente e os pais haviam falecido, na época éramos ambos de menor e ele não poderia ficar com a irmã, mas o que me surpreendeu foi ele chegar em casa uma semana depois calmo e com um sorriso no rosto dizendo que a irmã estava bem e em segurança e que ficaria com uma grande amiga.  Lembro-me dele mencionar que se não fosse essa tão “aclamada” amiga, Alice não teria ninguém ao lado dela quando acordasse, mas essa amiga a qual ele chama de Izzie -  e eu fico imaginado se o nome dela é Isabella ou Elizabeth – porque convenhamos seria praticamente impossível que em uma cidade tão grande quanto Boston  ele desse logo de cara com a minha Bella não é mesmo?

 

Eu sabia que minha mãe havia dito algo sobre Bella a Emmett, pois ele nunca se referia a algo dizendo “que belo” ou “beleza” e nunca sequer me perguntara sobre a foto em minha escrivaninha. Emmett era esse tipo de cara enorme que parecia durão e carrancudo quando na verdade era esse grande ursão, super protetor, ele me disse que Belsie, outro apelido que ele tinha para a tal melhor amiga de sua irmã, era como se fosse uma irmã para ele também. Como se eu tivesse ficado muito surpreso com isso, o cara era assim simplesmente gostava de ter pessoas que amava por perto.  Ele sempre ligava para as meninas ou enviava emails, eu já conhecia a Alice, mais nunca sequer havia visto uma foto da amiga Belsie, Izzie não sei o quê. Eu honestamente estava curioso.

 

 

POV Emmett – 18 anos

 

 

Sim, muito prazer sou Emmett, ou Emm como preferir, sou irlandês e resolvi a quase três anos atrás fazer um intercâmbio para os Estados Unidos, mas precisamente para uma cidade pequena chamada Forks.

Comecei o colegial e mantive contato com meus pais e minha querida irmã Alice, quando cheguei à cidade pensei que estaria perdido. Não conhecia exatamente ninguém e todos pareciam superficiais demais, exceto esse garoto que parecia imerso em seus pensamentos e grudado em um livro. Ele me parecia recluso, mas ainda assim havia algo nele que dizia “me ajude”, o pobre cara parecia perdido, e é lógico que eu precisava ajudar, como dizia a Allie “nada é impossível”.

 

Fiz de minha missão alegrar o dia daquele cara, ele parecia um cão abandonado, sabe? Aquele que ainda havia sido chutado pra fora de casa e apanhado muita chuva? Por favor, nunca comentem isso á ele.

 

Rapidamente tornei-me amigo de Edward, ele é o tipo de cara com um coração enorme, e descobri isso quando sem mais nem menos, preocupado com a situação em que eu me encontrava ele sugeriu que morasse com ele e seus pais. A família Cullen me recebeu de braços abertos, como se eu fosse um filho perdido e precisasse de amparo, eu bem sei que meus pais não são os mais carinhosos, mas minha mãe antes de falecer quando eu tinha oito anos nos amava incondicionalmente e levo ainda comigo as lembranças daquela época, depois papai se casou de novo e nada mais foi igual. Alice passou a me ver como uma figura paterna e materna, pois a esposa de papai era o tipo má-drasta e bem nem aqui nem no fim do mundo eu ia a deixar ela maltratar a minha maninha. Ou seja, sim nos temos um clube em casa que chamamos de “Nós odiamos a Clarisse”, é eu sei ridículo, mas acredite vale muito a pena.

 

Eles se mudaram para Boston logo depois que parti da Irlanda, mais precisamente de Dublin, Alice estava animadíssima, mas bem ela é assim parece um pequeno furação por onde passa deixa seu rastro. Conversávamos sempre por email, Skype, MSN, ou celular, eu vivia dizendo para ela arrumar uma amiga, ela não fazia isso há muito tempo, na verdade eu não sabia se minha irmã tinha sequer uma amiga.

 

Estava morando com Edward, Esme e Carlisle, há quase um ano quando meu celular tocou, reconheço o número sendo de Boston, mas não era o número de minha irmã, muito menos na casa de meus pais. Atendo assustado para ouvir uma notícia drástica, meus pais haviam sofrido um acidente de carro e não sobreviveram, porém a menina estava bem e não havia sofrido muitos danos além de um braço quebrado e algumas contusões. Apavorado desliguei o celular e estava prestes a sair porta a fora quando Edward me alcançou, disse que eu estava maluco pensando que poderia dirigir até Boston com aquele tempo e ainda mais naquele estado. Ele e a tia Esme, como afeiçoadamente passei a chamá-la, conseguiram me acalmar e me levaram ao aeroporto em seguida, Edward dizia que era uma boa idéia me acompanhar, mas tia Esme - a voz da sabedoria -  disse ele que eu precisava fazer isso sozinho e eu concordei.

 

Peguei o avião e chorei grande parte do caminho, eu me lembrava da última conversa que havia tido com ela, Alice havia finalmente convencido os dois de que o colégio onde estava não era bom o suficiente e mudara para outro, público como ela desejava. Ela me comentara que não tinha amigos no outro colégio, pois não via nenhum potencial neles, mas segundo ela quando chegou ao novo colégio não precisou procurar muito para descobrir em uma garota quieta e afastada de todos, uma grande amiga.

 

Aterrissei em Boston às 19h45min, pedi ao taxista que me levasse ao hospital informado aquela manhã para mim e quando cheguei lá tudo pareceu se tornar ainda mais real. O cheiro intoxicante de formol e amônia, pessoas vestidas de branco andando ou correndo de um lado para o outro, outras esperando serem atendidas, honestamente a perfeita visão do inferno para mim. Não sei o que Edward vê nessa maldita profissão, mantenho ainda  a idéia de publicitário, tem mais vida. Cheguei ao balcão de atendimento e fui atendido por uma mulher jovem com um sorriso amistoso:

 

- Olá. – Disse a ela.  – Estou aqui para ver Mary Alice Brandon.

 

- Você é amigo ou parente. - Perguntou-me.

 

- Sou irmão dela.

 

- Sim claro, segundo andar, corredor direito, quarto 246.

 

- Obrigado. – Disse mecanicamente.  Nada além de Alice passava por minha cabeça.

 

Peguei o elevador e respirei profundamente, sim eu sabia que talvez ela estivesse dormindo sozinha, assustada, só de imaginar me dava arrepios. Mas todos esses meus medos foram lavados rapidamente quando abri a porta e me deparei com a cena a minha frente, com Alice havia mais uma garota, ela tinha cabelos castanho avermelhados, pele branca como a neve e lábios vermelhos definidos, era ridiculamente linda para uma garota. Ela havia deitado ao lado de Allie e segurava a mão dela, estava adormecida, também pudera deveria ter passado o dia ali.

 

Olhei para ambas e me pareciam bem. A menina ao lado de Allie parecia ter chorado. Rapidamente a porta se abriu em um “BAM” e a pessoa, uma mulher alta de cabelos castanhos claros e olhos azuis me olhou ela pretendia dizer algo quando fiz um “Shush” silenciando–a e pedindo que me acompanhasse para fora do quarto, eu aprendi a ser o adulto e naquele momento era o que eu ia fazer.

 

- Desculpe-me, é que minha filha resolveu sair de casa sozinha para ajudar a colega dela e não deixou nenhuma direção só um bilhete, eu estava apavorada, Alice é uma garota adorável, odeio o fato de Bella abolir o maldito celular ás vezes, tentei ligar para ela para saber.. a querido me desculpe, onde estão os meus modos. Sou Renné, mãe de Bella , a garota deitada ao lado de sua...

 

- Oh. É claro, me desculpe eu sou o irmão de Alice, Emmett. – Disse estendendo minha mão para cumprimentá-la.

 

- Sinto muito sobre seus pais, querido. Se existe alguma coisa que posso fazer...

 

- É muita generosidade sua Renné. Talvez eu realmente tenha que abusar da sua caridade.

 

- Bella jamais permitiria que a amiga sofresse. Ela se importa muito com Alice.

 

- Que bom. Se me dá licença, irei acordar sua filha e falar com minha irmã.

 

Quando abri a porta ouvi o choro de Alice e em seguida olhei a cena a minha frente, Bella, agora sabia seu nome, segurava a pequena Alice (sim para mim ela era relativamente pequena – ainda é – assim como Belsie).

 

- Allie – disse fazendo minha presença ser notada.

 

- Oh, Emm! Você veio! Bella ele veio!

 

A outra menina sorriu apertando gentilmente a mão dela e saindo da cama, Alice pareceu surpresa.

 

- Onde você vai Bella? Não vai me deixar né?

 

- Não Allie, acho melhor ligar para meus pais antes que a dona Renné tenha um ataque por não me encontrar em casa a essa hora.

 

- Ela na verdade está ali fora te aguardando.

 

- Está tudo bem Bella, eu converso com sua mãe depois.

 

- Deixa Allie, eu estou acostumada. Além disso, não será a primeira vez que levo bronca porque não pensei antes de agir, principalmente quando se trata de amigos. E eu não tenho muitos. – Ela sussurrou por fim.

 

- Agora você tem a mim e ao Emm, né mano?

 

- Claro que sim. Você já faz parte da família Bella, não dá para fugir. – Bella sorriu fechando a porta atrás dela.

 

A partir daquele momento Bella passara a ser uma irmã para mim e eu a protegeria assim como fazia com Alice. Passei uma semana na casa da família Swan, e tanto Renné quanto Charlie insistiram para que eu deixasse Alice morar com eles até que completasse a maior idade.

 

Conversei com Alice a respeito e ela me assegurou que se algo acontecesse, ela me ligaria em seguida. Mas o que eu tenho guardado a sete chaves é uma pequena informação, sobre Bella e Edward.

 

Logicamente quando mencionei morar em Forks, Renné quando as “filhas” não estavam por perto me contou sobre sua vida e mais ainda sobre o carinho que tinha por Esme e o sobrinho Edward, mas que devido a circunstâncias e o quão difícil era falar com Bella a respeito dele,  ela havia se afastado.

 

Bem é lógico que eu nunca mencionei nada disso ao Edward, mesmo porque eu achava que toda aquela pose de galanteador e destruidor de corações fosse um mecanismo de defesa, e depois de ouvir a trágica história “Belsie e Eddie” eu soube que não havia outra na vida dele e segundo as minhas observações nunca haveria. Ou pelo menos era o que eu imaginava.

 

 

POV Bella

 

Adormeci ao lado de Alice, eu havia dito aos enfermeiros que ligassem para o irmão dela Emmett, ela havia me falado dele, a resposta foi que estavam tentando alcançá-lo no celular. Acordei com um pequeno choro ecoando de Alice sentei e puxei-a para um abraço, ela precisava de conforto e honestamente era exatamente o que ela andava fazendo ao tentar ser minha amiga, naquele momento eu sabia que não havia uma pessoa melhor para quem eu podia ser eu mesma e contar todos os meus segredos.

 

A porta abriu e vi entrar um garoto talvez da mesma idade que Ed... que ele. Tinha ombros largos, olhos verdes e cabelos castanhos claros, era alto e tinha uma aparência cansada de quem não havia comido ou dormido direito, no total ele parecia mesmo um armário, o cara é enorme, claro usando eu e Alice como comparação. Este deve ser o Emmett. Minhas suspeitas estavam corretas quando em um murmúrio o ouvi dizer:

 

- Allie.

 

Sorri para o garoto, tão bonito quanto Alice... Deus às vezes é tão injusto... Alice pareceu preocupada quando mencionei sair, e dizendo que ia comunicar onde estava aos meus pais ia saindo da sala quando Emmett mencionou que minha mãe me esperava. Ela vai me matar. Bem, quem sabe assim eu paro de sentir esse vazio imenso dentro de meu peito. Em poucos dias Alice saiu do hospital, minha mãe arranjou o funeral e eu me acostumei em ter o Emmett com seu jeito brincalhão e bagunceiro, amigo em todas as horas. Era bom tê-lo por perto, acho que assim como Alice, ele era o tipo que mantinha as pessoas perto do coração.

 

Ele parecia esconder alguma coisa, mais acho que irlandeses são assim mesmo, Alice mesma tende a me esconder algumas coisas, na maioria das vezes por ela ser tão transparente eu acabo descobrindo.

 

Durante o pequeno período em que Emmett permaneceu na nossa casa criei um vinculo afetivo com ele, havia assim como Alice se tornado meu melhor amigo, irmão e conselheiro nas horas vagas – algo quase impossível de imaginar vindo de um cara tão extrovertido e ás vezes excêntrico como ele.

 

Quando partiu prometeu nos ligar, trocar cartas e emails, fotos e tudo mais – honestamente – ele vem fazendo isso desde que voltou para a Forks. É eu não mencionei nada, mas implorava a todos os deuses existentes que de alguma forma ele conhecesse o Edward, e por Deus se o conhecesse que o odiasse.

 

 

POV Alice

Eu estava lendo alguma revista de moda, quando um caminhão vem na contra-mão e papai tenta escapar, eu caio para o lado esquerdo do carro e ouço somente o barulho de ferro e destroços amassando. E depois tudo negro.

 

Quando acordei estava em um quarto, Bella ao meu lado segurando minha mão, de repente tudo veio à tona, lembrei-me dos últimos momentos com meu pai e madrasta. Bella parecia dormir, Deus como será que ela chegou aqui? Comecei a chorar baixinho, não sendo possível controlar minhas lágrimas, Bella acordou e me puxou em um abraço reconfortante sussurrando palavras de conforto acariciando meus cabelos.

 

A porta se abriu e meu querido irmão, pai, amigo e conselheiro entrou, parecia cansado e ao mesmo tempo um tanto deslumbrado. E eu sabia a razão, ele não estava acostumado com o fato de eu ter amigos, neste caso amiga e por sinal uma das melhores, mais do que eu poderia desejar.

 

- Allie! – Sussurrou ele e rapidamente Bella se afastou beijando minha testa e me dando um olhar reconfortante, ainda segurava minha mão quando sorriu um pouco á Emmett tentando deixar a atmosfera pesada um pouco mais leve, Bella era muito boa nisso.

 

- Oh Emm! Você veio! Bella ele veio, ele está aqui! – Disse. Ela mencionou sair e eu fiquei preocupada, era tarde, Bella era só uma garota e muito bonita por sinal, era perigoso. Ela deu um pequeno sorriso e disse algo sobre comunicar onde diabos ela estava há essa hora para os pais.

 

Tive que rir. Bella era a adulta em casa, com certeza devia ter pego um táxi sozinha para chegar aqui e deixado um bilhete rápido aos pais. O semblante de Bella após a pequena revelação de meu irmão foi impagável. Ela sussurrou um “Ela vai me matar” e eu fiz questão de dizer que se fosse necessário falaria com a mãe dela, e Bella resignada disse que não importava e que já tinha poucos amigos, não queria perder mais um, Emmett aparentemente sentiu-se obrigado a dizer que agora ela não tinha como escapar, já fazia parte da família Brandon.

 

Depois que Bella saiu, Emmett sentou-se ao meu lado e me puxou em um abraço.

 

- Esta tudo bem Allie, maninha. Eu estou aqui, e se quiser eu peço a minha emancipação e arrumo um emprego, moramos juntos, se bem que a Renné disse que se precisássemos de alguma coisa, ela estaria ali para o que der e vier.

 

- A Emmett, foi horrível. Eu achei que fosse morrer. Quando cheguei aqui, antes de Bella chegar eles me contaram, eu chorei tanto que acho que adormeci.

 

- Esta tudo bem. Você tem uma amiga e tanto Allie, como ela chegou aqui? Será que sequer pensou nas conseqüências?

 

- A Bell? Não. Ela é um tanto misteriosa, estava sempre sozinha no colégio, por várias aulas eu a vi sentada em sua carteira, mancando o Jimmy Neutron e respondendo as perguntas feitas a ela. Mas foi na aula de inglês que eu soube que ela tinha um coração de ouro. O professor resolveu falar sobre tragédias gregas ou romanas... não me lembro, e uma das garotas devia ter perdido alguém da família e chorava baixinho, pobrezinha Emm.  O professor resolveu ser indelicado com ela e Bella não pensou duas vezes e sei lá da onde tirou forças para discutir com ele mais o fez, e vi então naquele momento o quão forte ela realmente era, e vi também o porquê as pessoas tinham medo de se aproximar, ela é passional. Bella tem um fervor em tudo que faz. Aos poucos descobri uma irmã e não uma amiga. Ela me entende Emm.

 

- Você tem sorte, tanto quanto eu. Lembra-se de Edward, eu o mencionei nos emails.

 

- A sim, você me enviou uma foto, ele é bonito. E parece recluso também.

 

- Você acertou nos dois. Eu ainda vou descobrir os segredos desse cara ou não me chamo Emmet Liam Brandon!

 

Eu ri. Até em momentos como esse Emmett conseguia ser o brincalhão de sempre. Em dois dias eu pude sair do hospital, logicamente Bella havia pego todas as minhas tarefas e  organizado um quarto para mim e com a ajuda de Emmett levado meus pertences para a casa da família Swan. Se eu estava surpresa? Com certeza.  Como ela havia convencido os pais de me deixar ficar, depois de me conhecer apenas por uma semana? Não faço a menor idéia, mas aparentemente Bella é uma boa julgadora de caráter, e ela estava certa; não havia uma forma melhor de resolver a terrível situação. Eu não queria tirar Emmett de seus estudos e Renné e Charlie foram acolhedores, mesmo que na maioria das vezes não estivessem em casa, como eu disse, Bella era a adulta na família. Sim ela fazia os pagamentos e as compras enquanto o pai trabalhava e a mãe dirigia um museu de artes contemporâneas, Charlie e Renné costumavam deixar dinheiro para nós e vivíamos nos virando. Notei pelas fotos que antes em Forks Bella parecia muito mais feliz, ela tinha uma foto especifica em que ela e um menino se divertiam em um campo florido.  Bella não falava sobre isso. Assim com o tal do Edward amigo do Emmett cheia de segredos, bem eu sou uma Brandon e não pretendo descansar até desvendar todos eles!

 

 

POV Esme

 

Pobre Edward. Honestamente acho que de todas as decisões que Charlie tomou ao longo de sua vida, está foi de todas há pior. Meu filho não comia direito, não dormia direito e eu bem sabia que o mesmo acontecia com a minha querida sobrinha. Edward passara dias sem sequer falar comigo, e quando voltou ao mundo dos “vivos” ele me tratava com um pouco de indiferença, mas deve ter notado o quanto aquilo me magoava, pois depois de alguns dias voltou a agir naturalmente - pelo menos comigo – mais eu sou a mãe dele e sabia que estava mentindo, havia escondido todo o que sentia por Bella debaixo essa nova face dele, abusando de seus charmes e ignorando o sentimento dos outros, recluso e imparcial. Esse não era mais o meu Edward.

 

Tudo mudou quando um intercambista chegou à escola no segundo ano após a ausência de Bella, parece que o garoto havia rapidamente gostado de Edward. E desta forma feito como sua missão particular tirá-lo da escuridão em que se encontrava. Rapidamente eu via meu filho voltar a ser aquele garoto que se importava com a própria vida e a dos outros. Sabia que Emmett estava fazendo progressos, mas a minha surpresa ainda foi imensa quando durante o jantar Edward resolveu abordar um assunto:

 

- Mãe, pai.. é eu sei que talvez seja pedir muito e que vocês podem pensar loucura, mas Emmett precisa de um lugar para ficar até conseguir um emprego...

 

- Mas é claro! – Eu disse excitada. – É claro que ele pode morar conosco Edward, temos quartos sobrando. Não é mesmo querido? – Terminei buscando suporte de meu marido.

 

- Sua mãe tem razão filho. Emmett é um ótimo rapaz, será ótimo tê-lo por perto.

 

Em dois dias eles se tornaram vizinhos de quarto e passavam grande parte do tempo juntos. Pelo menos Edward havia parado de pensar nela, pelo menos um pouco.

 

No entanto eu sabia que para Bella, ele ainda era o único. Sabia, pois mesmo com a distância ela prometera me escrever e vinha o fazendo, desde que partira. Uma das últimas cartas que recebi de Bella era sobre sua vida e os estudos.

 

“Querida tia Esme,

 

Você não faz a menor idéia de como é difícil viver sem vocês por perto. Meus pais estão cada vez mais afastados e eu temo que eles não me amem como me amavam antes e talvez eu devesse tentar mais, eu não sei. Talvez eu não seja boa o suficiente. Sinto a sua falta e do tio Carlisle, as aulas continuam iguais, você sabe o normal de sempre. Nem adianta me perguntar se fiz novos amigos, você já sabe a resposta, tia.  Mamãe continua preocupada e eu não sei o porquê vocês não conversam mais, eram melhores amigas! O que aconteceu?

Saudades. Eu amo vocês. Mande lembranças a Edward. Sinto falta de seus bilhetinhos.

 

Com amor,

Bella”

 

Como assim não a amam devidamente? O que diabos estava acontecendo? Com certeza Renné havia se afastado, mais Bella sempre fora sua vida. Não fazia sentido. Respondi a ela:

 

“Minha querida sobrinha,

 

Adultos cometem erros e muitas vezes não conseguem ver o quanto isso os machuca. Eu sinto sua falta, Edward pode achar que eu não sei, mas eu tenho certeza que ele sofre muito com sua ausência e falta de contato. Eu sei também que foi sua escolha manter-se afastada e deixar que ele crescesse e fosse feliz. São ambos tolos. Quanto aos seus pais não te amarem.. isso é praticamente ilógico querida. Mas lembre-se não importa o que aconteça estamos de braços abertos.

 

Amamos você pequena.

 

Com amor,

Esme”

 

Mantínhamos esse contato, um segredinho sujo meu e dela. Bella queria saber como Edward e a família estava e eu precisava do mesmo, é nos éramos muito boas mentindo. Os meses se passaram e me acostumei a ver meus “filhos” com namoradas ou somente saindo juntos e curtindo, nenhuma das garotas durava mais que uma noite ou uma semana. Parecia um erro ver Edward usar seu charme e sedução para elas, mas eu sabia que no fundo ele só queria uma garota. Ainda no mesmo mês vi Emmett quase perder os cabelos de tanto que passava a mão neles enquanto esperava o avião que ia levá-lo até os pais e a irmã. Fazia um tempo que Bella não me escrevia na verdade quase duas semanas sem notícias delas, estava indo para terceira semana quando recebo um email rápido e um tanto feliz dela:

 

“Tia Esme!!

 

Desculpe-me você deve estar preocupadíssima! Prometo que irei lhe contar todas as novidades! E a pergunta que não quer calar:

Eu fiz amigos, na verdade irmãos! São as melhores pessoas que já conheci em minha vida!

 

Te amo,

Bella.”

 

Amigos. Ora isso certamente era um alívio. Mal podia esperar para que me contasse as novidades. Emmett nos ligou dizendo que permaneceria um pouco na cidade com a irmã e a nova amiga.  Escrevi para ela então mencionando pela primeira vez o garoto que estava morando conosco e como Edward havia retornando a antigos hábitos. Bella voltou a me escrever contando sobre os pais e a nova integrante da família, mencionara o irmão da menina algumas vezes, ela carinhosamente o chamava de Teddy bear.

 

 

POV Edward

 

Bem, estávamos no final do segundo ano quando novamente fomos apresentados a mais uma intercambista, desta vez uma garota morena, olhos castanhos e um corpo fenomenal. Talvez estivesse na hora de tentar me acertar com alguém e Rosalie Lilian Hale me parecia a pessoa ideal. Ela é filha de brasileira com um americano, é o tipo de pessoa que pode ser considerada quente e acolhedora.  E eu precisava disso. Bem nos conhecemos nas aulas de psicologia, uma matéria para todos os cursos, tanto o meu medicina, quanto o dela publicidade, e o de Emmett que havia optado pela mesma carreira que ela.

 

Flertei com ela durante uns meses e começamos a namorar, sim incrivelmente comecei a namorar. Rose era uma ótima pessoa e tivemos momentos juntos muito bons. É claro que a situação chegou a um limite quando ela pegou a minha foto e de Bella e fez questão de saber quem era a garota. Honestamente eu não sabia o que dizer - minha prima? Com certeza Bella era e sempre fora muito mais do que uma prima.

 

Tivemos uma discussão e ela havia tirado a foto da moldura e segurava em suas mãos prestes a fazê-la em inúmeros pedacinhos, eu simplesmente cai em derrota e chorei - algo que havia prometido a mim mesmo nunca mais fazer- faziam cinco meses que estávamos juntos e ela queria passar para um nível a mais em nossa relação, mas eu me recusava. E naquele dia, pela primeira vez depois de dois anos falei sobre Bella. Eu chorava quando vi ela colocar a foto sobre minha cama e se aproximar de mim, puxando-me para um abraço. Ela perguntou baixinho e cautelosamente:

 

- Edward, por favor. Qual é o problema? Fala comigo. Eu sei que há uma razão pela qual você não quer avançar na nossa relação, mas por favor, fala comigo.

 

- Rose, eu.. eu tenho tentado.. eu juro que tenho.. Mas isso é tão difícil. – falei me afastando dela. Sequei minhas lágrimas e resignado falei:

 

- Esta é Bella Swan, a única garota que eu amei intensamente e com todas as minhas forças em toda a minha vida. – Rose suspirou e pediu que eu prosseguisse.

 

- Eu a vi pela primeira vez quando tinha apenas alguns meses, e eu a amei naquele instante e prometi que a amaria para o resto de nossas vidas. Éramos inseparáveis, desde pequenos estávamos juntos, como namorados. Eu nunca sequer a beijei antes que pelo trabalho do pai dela fossemos separados.

 

Ouvi um gemido triste dela.

 

- Ela se mudou e terminou comigo, disse que era para o meu bem. Que não me amava mais. – Mais lágrimas rolavam pelo meu rosto.

 

- Ela te ama. Uma garota não diz isso e vai embora porque não sente nada. Ela pode ter te dito isso Edward, mas duvido que ela tenha seguido em frente como você.

 

- Rose, eu sinto muito. Mas sabe se te deixa um pouco mais feliz, tem uma pessoa muito próxima a nós dois que é completamente louca por você. Mais cedo ou mais tarde você irá descobrir.

 

Ela levantou me abraçou e sussurrou “amigos?” eu respondi no mesmo tom “sempre”, beijou minha bochecha e saiu pela porta do meu quarto.

 

 

POV Emmett

 

Constatei o quanto estava errado a respeito de Edward, quando uma nova aluna pintou no campus, rapidamente Bella foi esquecida e substituída pela deusa perfeita Rosalie.

 

O relacionamento entre eles era, se muito superficial e notei novamente que meu amigo não havia esquecido o antigo amor.

 

Era um desses dias em que eu chegava tarde da faculdade depois de um dia cheio e encontrava minha “mãe” tricotando um pulôver, Carlisle na cozinha e Rosalie – sim Rosalie descendo as escadas calmamente com um semblante triste.

 

- Rose? – Perguntei.  Ela levantou o olhar me dando um pequeno sorriso, e disse:

 

- Oi Emm. Tudo bem? – Disse fingindo uma certa alegria. Olhava-a, desde que a conhecera tinha uma queda – sério a quem estou enganando? Eu era completamente apaixonado por ela.

 

- Você está bem? – Perguntei sem responder a sua pergunta anterior.

 

- Eu vou ficar. Eu e o Edward terminamos. 

 

- Sinto muito. – Falei abraçando-a. Havíamos nos tornado amigos devido à proximidade com Edward e ao fato de estudarmos juntos.

 

- Obrigada Emm, adoro você.

 

Beijei a bochecha dela e levei-a até a porta.

 

- Boa noite.

 

- Tchau Emm.

 

POV Rosalie

 

Então deixei o Brasil para isso? Quando cheguei a Forks achei que estava no maior fim do mundo. Bem isso até eu ver ele, o cara mais lindo do mundo. Alto, musculoso (quase intimidador) cabelos castanhos claros e pelo que me parecia olhos verdes penetrantes, Deus eu estou no paraíso.

 

Ouvi um cara gritar ele ao longe dizendo “Emmet, mano!”, aquilo era ridículo o outro cara era atraente também, cabelos dourados, olhos claros, alto e magro. Eu realmente estou no paraíso, se bem que o Emmett parece um ursão, acolhedor e divertido.

 

Segui meu rumo para o campus 5, estava andando quando um maluco passa correndo e me derruba no chão, clássico! Inacreditável. Levanto, sacudindo a poeira de minha roupa e vejo outra pessoa correr, fechei os olhos esperando o impacto, mas nada.

 

Quando abro meus olhos vejo Emmett catando as minhas coisas e me estendendo de bom grado.

 

- Aqui está. Você é nova aqui não é?

 

- Sim sou, estou indo para o bloco de publicidade.

 

- Que coincidência! Eu também. Posso te acompanhar?

 

- Claro. - E naquele instante eu sabia, eu tinha que fazer tudo o que estava ao meu alcance para ter este menino. Nem que para me aproximar eu me abusasse do seu melhor amigo. Ele sorriu e pegou o meu material de minhas mãos. Um cavalheiro. Inacreditável.

 

 

POV Bella

 

Eu havia acabado de retornar da escola, Alice estava gripada.. que raiva só uma gripe e minha querida mãe a mimava. Falando sério? Eu também.. Allie é tão pequena que dá vontade de protegê-la de tudo e de todos.

 

Eu havia largado a minha mochila no canto da sala e estava indo para cozinha quando encontro mamãe desmaiada no chão da cozinha. Tento acordá-la e quando ela não me responde, testo seu pulso, uma pulsação fraca ainda é sentida, ela ainda estava viva. Uso o telefone e chamo a ambulância. Do outro lado da linha uma mulher me atende:

 

- 911. Qual é a sua emergência?

 

- Oi, é minha mãe, eu cheguei da escola e encontrei-a desmaiada no chão da cozinha, e ela não esta me respondendo.

 

- Senhorita, preciso que se acalme e cheque a pulsação dela.

 

- Eu já fiz, esta fraca, por favor...

 

- Estamos a caminho. Holtz, Rocke e Willis! Temos um chamado em Binney Street, número 512, movam-se!

 

- Eles estarão aí em alguns minutos, querida.

 

- Muito obrigada. – Disse desconectando a linha.

 

Olhei para o corpo de minha mãe, a fraca respiração misturada a pulsação lenta me assustava a cada segundo. Ouvi o barulho das sirenes e fui abrir a porta, eles entraram rapidamente, maca na mão, aparelho em outra, vi-os colocar um tubo de respiração nela e checarem os sinais vitais. Um deles, moreno de olhos claros e um sorriso encantador, me perguntou:

 

- Gostaria de nos acompanhar?

 

- Não, eu vou acordar a minha irmã e falar com meu pai. Para onde irão levá-la?

 

- Hospital Geral de Massachusetts.

 

- Eu estarei lá mais tarde. – Dei um último olhar a minha mãe e aos homens antes que as portas da ambulância fossem fechadas e a sirene voltasse a tocar. Subi as escadas e abri a porta do quarto de Alice, vi-a enrolada nas cobertas dormindo com seu pijama rosa, parecia uma fadinha adormecida, me incomodava ter que acordá-la e ainda mais ter que lhe dar notícias não muito boas.

 

- Allie?

 

- Bell? O que houve?

 

- É a mamãe. Ela parece que teve um desmaio. – Alice ameaçou levantar-se e com uma de minhas mãos a impedi. – Esta tudo bem, você – disse apontando para ela – fica aqui quietinha e descansa, enquanto eu – disse agora apontando para eu mesma – vou até o hospital e vejo o que há de errado, capiche?

 

- Capiche, maninha. Se cuida, okay?  Eu amo você.

 

- Também amo você, mana. – Disse dando um beijo em sua testa. – Me liga qualquer coisa.

 

 

Sai do quarto com o coração na mão. Não conseguia imaginar como ficaria se algo acontecesse com minha mãe. Peguei as chaves da minha pick-up laranja, sim eu havia tido a incrível idéia de me emancipar quando completei 16 anos, ou seja a menos de um mês atrás. Minha decisão havia sido baseada na idéia de que mamãe e papai andavam cada vez mais estranhos, um com o outro. E como sempre eu estava tendo que bancar a adulta, para mim e para Allie. Até para mamãe e agora, nesse exato momento eu só queria estar de volta à velha e pequena chuvosa cidade de Forks, onde eu poderia pelo menos correr para uma espécie de abrigo conhecido como a casa dos Cullens. Após alguns minutos e o maldito trânsito de Massachusetts, cheguei ao Hospital, estacionei e desci do carro, fechando-o. Entrei pela porta do mesmo Hospital onde havia selado meu destino de irmã junto a Alice há três anos.

 

Como queria que nada disso estivesse acontecendo. Queria que ainda pudesse ter Edward comigo, abraçá-lo e afundar meu rosto no seu peito. Poder ter um abraço de mãe da tia Esme nessa hora, e um passar de mãos em meus cabelos de Carlisle, e poder ouvir que tudo ficaria bem. Mais não, eu não estava mais em Forks. Tinha que tomar conta de tudo, com meu pai distante e frio, e a Alice fragilizada pela gripe, não posso fraquejar.

 

Fiquei sentada na sala de espera sozinha, nem meu pai apareceu, enquanto esperava olhei ao redor, muitas pessoas sentadas esperando notícias de seus entes queridos, mais ao contrário de mim, elas tinhas pessoas com quem se unir, tinham amigos, parentes que sempre se abraçavam na esperança de conforto, vendo isso me senti mais sozinha do que nunca.

 

Tudo era como um pesadelo, e não conseguia acordar, me sentia sozinha, fraca, cansada, sem apoio, nenhum lugar pra segurar, ninguém pra me abraçar.

 

Me encolhi no sofá e abracei meus joelhos afundando meu rosto, sentindo lágrimas brotarem, na tentativa vã de aliviar o sofrimento. Não sei quando, mais uma pessoa se aproximou.

 

- Oi? Você está bem?

 

A garota linda que usava óculos me perguntou, e quando ergui minha cabeça para responder a sua pergunta, ela viu a tristeza em meus olhos.

 

- Pelo jeito fiz a pergunta errada.

 

Depois ela me abraçou, sem mais nem menos, como se fosse a coisa certa a fazer. Não a conhecia, mais aceitei o abraço de bom agrado, que aliviou o peso que sentia em meus ombros e o sufoco que apertava meu coração.

 

- Faz tempo que você esta aqui, mas não vi ninguém com você.

 

- Acho que não virá ninguém, minha irmã esta doente em casa, e meu pai deve estar trabalhando. - Menti, meu pai devia estar em algum lugar, com certeza, mais eu bem sei que não deve estar trabalhando.

 

- O que aconteceu? – Disse gentilmente, pousando sua mão sobre a minha.

 

- Minha mãe... quando cheguei da escola encontrei-a desmaiada no chão, desde que a trouxeram não tenho notícias.

 

 

- Minha irmã esta numa cirurgia muito séria, todos estamos preocupados, mais se junte conosco, sempre tem lugar pra mais um em nossa família. A propósito, sou Angela. – Estendeu sua mão para mim, enquanto se levantava e me apontava para onde seus pais estavam. Obviamente Angela e sua família seriam um alívio e tanto para o meu coração adolescente desesperado e cansado, podiam não ser meus tios, mas rapidamente me senti amada e confortada com a repentina atenção e carinho que todos me demonstraram com seus olharem, olhei para Angela e disse:

 

- Obrigada, mas se você não se importa, gostaria de ir a capela.

 

- Sem problemas, eu vou com você.  – Ela esboçou um sorriso e acenou para seus pais que retribuíram com um aceno de cabeça. Surpreendentemente, Angie entrelaçou seus dedos aos meus e me acompanhou até a capela.

 

Quando cheguei, ambas fizemos o sinal da cruz, em seguida me ajoelhei e pedi com todas as minhas forças para que Deus me ajudasse, e me desce forças.

 

Desde que sai de Forks tinha desistido de rezar não acreditava mais em orações, cheguei até mesmo a duvidar de Deus, mais agora, Ele é tudo que posso me apoiar sem ter medo de ser rejeitada.

 

Rezei com todo o fervor que sentia, Angela me apoiava, segurava minha mão me passando à confiança e coragem que precisava para poder suportar tudo, e não me esqueci de agradecer a Deus por tê-la colocado em meu caminho.

 

Quando saímos da capela e voltamos para sala de espera, os pais de Angela me abraçaram juntamente, e me senti numa fortaleza, num universo onde não havia sofrimento, me sentia fora do pesadelo e de volta a minha antiga vida, onde tudo era colorido e feliz.

 

Bem nessa hora, onde pude vivenciar um dos poucos momentos de paz, o médico responsável pelo caso de minha mãe caminhou até meu encontro, sua face sem sentimentos.

 

Era agora que eu teria que estar preparada para tudo, possivelmente para o início de um verdadeiro pesadelo.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

N/A: Ansiosa pelos seus reviews!! Bjus, Nathy
Mereço ou não recomendações??