Luke Castellan era um nome familiar, mas eu não sabia mesmo de onde o conhecia. Ele disse que também se lembrava do meu nome mas que não sabia de onde. Concordamos em deixar pra lá e achar que foi de algum jogo amador do qual participamos no colégio.

Luke também se inscrevera para o time e ganhara uma bolsa generosa para jogar na faculdade, assim como eu. Era um cara simples e simpático, fácil de conviver. Curtia o mesmo tipo de música que e torcia para os mesmos times no futebol.

Como o primeiro treino iria começar em instantes, só jogamos nossas coisas pra dentro do quarto e trancamos tudo antes de sair. Ele me ofereceu uma carona já que estava de moto e fomos para o campo.

–Seguinte, cupcakes, eu sou o treinador Hedge! -Um cara baixinho e gorducho gritava quando chegamos apressados. -Vocês!

Ele apontou para Castellan e eu e todos os outros viraram em nossa direção. Acenei sorrindo com o jeito bobalhão que sempre tive. Luke me deu uma cotovelada nas costelas e eu parei.

–Sim, senhor? -O loiro falou endireitando-se.

–Devem ser os calouros de Manhattan, não?

–Sim, senhor. -Eu disse.

–Muito bem, estão atrasados! -Ele gritou num megafone. -Sete voltas, agora! Vão, mexam-se!

Largamos nossas coisas no mesmo instante e saímos em disparada para o campo. Quando estávamos na segunda volta o resto do time nos alcançou:

–Hey! Novatos!

–Hum? -Perguntei com um aceno de cabeça diminuindo o ritmo.

–Relaxem, ele é assim com todo mundo. Prazer em tê-los no time, eu sou o Dylan.

–Percy.

–Luke, prazer.

Dylan era alto, provavelmente da idade de Luke, um segundanista talvez. Cabelos extremamente ruivos e rebeldes, olhos verdes intensos e pele clara. Não sei descrever exatamente se aquele era seu físico ou se estava usando equipamentos demais, mas ele não parecia ser do tipo que se gaba por isso.

Depois de corrermos, fizemos um intervalo de quinze minutos, quando o restante do time veio se apresentar: Carter, o também calouro dos olhos amarelados; Tyler, o veterano com mais espinhas que eu na oitava série; Simon, o reserva de aparelhos; Harry, o galã dos cabelos encaracolados; Ed, o que mais parecia ser mudo, por não falar com ninguém; Ross, o grandalhão no terceiro ano de engenharia; Thomas, oque mais parecia o Justin Bieber do que um jogador de futebol; E Joshua e Joe, que me lembravam muito Travis e Connor Stoll, do colegial.

Eram todos caras muito legais, faziam de tudo para que nos sentíssemos parte de tudo aquilo e sempre nos davam dicas a respeito da universidade. Coisas como qual arbusto é mais confortável para ficar com alguém e essas coisas.

–Chega de jogar conversa fora, maricas, vão mostrar o que sabem ou não?! -O treinador voltou a gritar no megafone.

–Ele precisa mesmo daquele megafone? -Perguntei enquanto chegava se estava tudo okay com os meus ouvidos.

–Acho que ele tem medo de não ouvirmos. -Ross falou parando a mão na altura dos joelhos como se indicasse a altura de Hedge. O restante do time caiu na gargalhada.

–Acham engraçado? Muito bem, hoje jogaremos todos os quatro tempos, rapazes! -O treinador gritou.

Todos resmungamos.

–Muito engraçado, não acham? Mãos a obra!

Foi um grande jogo. Jogamos com o time dividido em dois e com regras modificadas para que houvesse oponente. Joe, Harry, Dylan, Ross, Simon e eu; Contra Luke, Ed, Tyler, Joshua, Carter e Thomas. Fiz dois Tocuhdowns e marquei uma Conversão.

Acho que o treinador Hedge ficou satisfeito com a minha atuação na mine partida, por que logo afirmou que eu seria um titular com toda a certeza. Mesmo que não tão empolgado, disse o mesmo a Luke e ficamos felizes com isso, afinal a regra era clara: Jogue bem, tire notas boas e continue na faculdade de graça.

Fomos pro vestiário mais cedo e Carter convidou:

–E aí galera, o que acham de darmos um rolê um dia deses?

–Ótima ideia. -Thomas comentou secando os cabelos claros na toalha.

–Que tal aquele barzinho há uns dez quilômetros do campus? -Simon sugeriu.

–Podemos ir no meu carro. -Falei.

–Por mim tudo bem. -Luke concordou.

Fomos seguidos por mais murmurinhos afirmativos e concordamos em nos encontrarmos todos ás sete.

–Galera, galera! -Joshua chamou subindo num dos bancos do vestiário. -Podemos levar as gatinhas, né?

Todos rimos e cada um convidaria sua garota.

...

–E aí, já sabe quem convidar? -Luke me perguntou mais tarde, enquanto arrumávamos tudo.

–Sorte que tenho minha Sabidinha. Em um dia não se conhece ninguém. -Ri. -Vou levar minha namorada.

–Não sabia que tinha namorada, feioso assim quem ia te querer?

–Idiota! -Joguei a caixeta mais próxima nele. Nós rimos. -Mas e você?

–Tem sim uma certa loirinha aí...