O Acordo escrita por Bel Russeal


Capítulo 30
Desacordado


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente!!
Obrigada a todos que comentaram e favoritaram, fico feliz!
Esse cap é sobre a narração de Bianca.
Quando escrevi esse capitulo ouvia essa musica http://www.kboing.com.br/ed-sheeran/1-1312029/ talvez se sitam inspirados tanto quanto eu quando ouvirem e tenham uma leitura melhor ainda.



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Caminhava pelos corredores do hospital até entrar em uma sala de espera, lá estava toda a família de Dylan. Júlia estava vermelha de tanto chorar e aquilo apertou mais o meu coração. Parei no centro da sala e todos me olhavam aflitos, procurei por algum médico ali, mas não encontrei nada de ver enfermeiros andando e correndo para outras alas, ou outros familiares aguardando noticias assim como nós.

_ Cadê ele? Eu quero ver ele. – Falei desesperada.

_Querida, ele esta na sala de cirurgia. Os médicos não nos dizem mais nada. - Sandra, mãe de Dylan, se aproximou preocupada e chorosa.

_Eu preciso falar com algum médico, eu quero ... – Falei entre fôlego, tentando recuperar algum ar.

_ Calma Bia, não tem nada que possamos fazer agora. – Daniel disse aparecendo atrás de mim com o semblante triste.

Olhei para Alfredo Sherman, ele estava silencioso, quieto na sua cadeira, tinha seus pensamentos longe daquela sala e parecia esta em uma tortura mesmo assim.

_ O que aconteceu? – Lucas perguntou chegando atrás de Daniel com uma feição assustada.

_ Acidente de carro, Caroline parece que não esta muito ferida, mas não sabemos muito sobre Dylan.

_ Caroline? – Perguntei aflita, não sabia que Carol estava no carro até então.

Comecei a chorar impulsivamente e Daniel me puxou para um abraço forte.

...

Algumas horas se passavam e a tortura de não saber de nada me incomodava bastante, eu queria vê-lo, queria beijá-lo, queria ouvir sua voz. Eu estava desesperada. Sandra parecia está tão ou mais aflita que eu, ela não parava de chorar.

_ Vai ficar tudo bem, querida. – Alfredo disse tentando se aproximar da esposa.

_Não trisca em mim. – Sandra disse fria, mudando de cadeira e ficando distante de Alfredo.

Talvez ela já descobriu sobre tudo, sobre Ísis ser filha e não sobrinha de Alfredo.

Daniel se aproximou de mim, que estava encostada em uma coluna um pouco afastada das cadeiras, ele me deu um copo de água e ficou ao meu lado, respeitando o meu silencio e apenas me fazendo companhia.

Eu olhava atenta para aquele corredor, esperando que de lá viesse médicos e falassem sobre Dylan ou Caroline, queria poder vê-los. Mas me surpreendi quando vi a loirinha caminhando com dificuldade, vestida apenas com um roupão azul de hospital, ela carregava um carrinho que tinha um saquinho pendurado e que ligavam tubos finos até a sua veia do braço, ela tinha ferimentos leves no rosto, mas me parecia bem.

Corri em direção de Caroline e a abracei forte, pude ouvi-la arfar de dor com meu abraço, mas ela não reclamou apenas me abraçou com a intensidade que ela podia.

_ Ah graças a Deus – falei me afastando do abraço e verificando como ela estava – Você esta mesmo bem?

_ Eu só tive leves escoriações. Mas e Dylan? – Ela me olhou preocupada.

_ Não temos noticias ainda. – falei triste - E o que é isso? Tem certeza que está bem? – perguntei olhando para o carrinho.

_É só soro, a enfermeira disse que me deixará sóbria. – Carol disse corando e a olhei boquiaberta, assim como Daniel.

_ Vocês estavam bêbados? Então foi isso? – Daniel falou em tom mais elevado indignado.

_ Desculpa, eu sei que deveria ter insistido para irmos de taxi. – Ela me olhou com os olhos marejados.

_ Que irresponsabilidade – Daniel gritou com raiva e pude ver que Carol se segurava para não chorar.

_ Ele não queria deixar a Ferrari dele no estacionamento do bar.. É compreensível, aquele carro... – Ela disse sorrindo leve como se lembrasse das horas antes do acidente, quando Dylan ainda estava bem.

_ Agora aquele carro é só uma lata amassada, enquanto Dylan esta numa cama de hospital desacordado... Vocês poderiam estar mortos. - Daniel falou aborrecido e aflito, ele estava tão preocupado.

Caroline começou a chorar e olhei para Daniel, reprovadora, sabia que ele tinha razão, mas eu sabia que Dylan era inconsequente e que não adiantava gritar aquilo para Caroline.

_Filha, o que faz fora da cama? – O pai de Caroline apareceu atrás dela.

_ Eu estava entediada e precisava de noticias. – Caroline disse limpando as lágrimas.

_ O médico disse que precisa de repouso. – O pai dela de reprovador.

_ Desculpa gritar com você. – Daniel olhou para Caroline arrependido - Eu te acompanho de volta ao quarto.

_ isso seria ótimo, preciso ir ao quarto da sua mãe. – Olhei surpresa para Augustus, pai de Carol, e depois olhei para mesma que arregalou os olhos para o pai..

_ Porque sua mãe esta no hospital? – perguntei e a loirinha fugiu os olhos de mim.

_ Caroline... – Daniel a chamou atenção e a mesma mordeu os lábios.

_ Depois conversamos, o importante agora é sabermos como Dylan está.

Olhei para Daniel que me olhou de volta com o mesmo olhar de suspeito que eu.

_ Ah graças a Deus! – Ouvi o grito ecoar pela sala de espera do hospital, olhei e logo vi Marcelo – Vi a noticia na TV sobre o acidente e vim correndo ver como você estava.

Marcelo abraçou Caroline, aliviado, e logo vi Daniel revirar os olhos.

_Marcelo assim eu não consigo respirar. – Caroline falou incomodada e rindo.

_ Isso mesmo, dá espaço pra ela, cara. –Daniel falou encarando Marcelo que olhou com o mesmo tom de volta.

_ O que esse babaca ta fazendo aqui? – Marcelo perguntou ainda encarando Daniel.

Então começou uma onda de discussão em toda a sala. Marcelo e Daniel começaram a bater boca, assim como ao lado perto das cadeiras Alfredo e Sandra brigavam e Julia tentava intervir, a sala foi ficando uma grande bagunça, e eu já não suportava.

_ CALEM A BOCA, TODOS CALEM A BOCA! – Caroline gritou antes mesmo de mim e todos a obedeceram. Olhei cúmplice pra ela com um leve sorriso, mas os seus olhos azuis estavam meio que perdidos para o chão e vi Caroline cair em direção ao chão, mas antes disso Daniel a segurou em seus braços.

...

Logo alguns enfermeiros chegaram com uma maca, Daniel colocou Caroline desacordada em cima, os enfermeiros foram arrastando ela pelo corredor e Daniel e eu os acompanhavam apavorados até entrarem em um sala.

_ Não podem entrar. – Uma médica disse autoritária, mas com um semblante preocupado.

_ Ah eu não saio daqui. – Disse a empurrando e entrando no quarto ficando ao lado da cama onde minha melhor amiga estava desacordada e rodeada por médicos, aplicando injeções e colocando tubos de oxigênio nela, todos com agilidades e preocupados.

_ O batimento dela ... – o enfermeiro falou para médica apontando para um monitor – Estamos perdendo ela.

_ Ah meu Deus, façam alguma coisa. –Gritei chorando e Daniel me puxou para perto dele me impedindo de chegar perto de Caroline e vi que ele chorava também.

_ Tirem eles daqui. – A médica falou arrancando o roupão de Caroline e a mesma usava apenas um sutiã e começaram a enfiar agulhas nelas.

Os enfermeiros não obedeciam à médica e não nos tiraram do quarto, porque os mesmo estavam ajudando ela a manter Caroline viva.

_ Sem pulso! – a enfermeira faz a ventilação manual enquanto o médico faz a massagem cardíaca.

– Respirador! – a médica grita e logo faz a massagem novamente.

O pulso é checado. Nada.

– A estamos perdendo! Desfibrilador! – A medica gritou novamente.

– 1,2,3...afasta! – só se ouve o baque surdo do corpo e o sinal do aparelho sem nenhuma mudança – pulso?

– Nada de pulso – grita a enfermeira.

_Carrega pra 300

– 300! 1,2,3...afasta!

Um silêncio dominou na sala e todos olhavam para o monitor até o “bip.. bip..” começar a soar novamente, sorri animada, aquilo era musica para os meu ouvidos.

_ Bom trabalho, pessoal! – A médica falou aliviada – Agora vamos aos exames.

***

Duas horas passaram, já era mais de meia noite, aquilo era agonizante, era um absurdo eles deixarem a gente sem noticias. Acomodei-me mais na cadeira virando para outro lado e vi Daniel sentado no chão olhando para o nada, já Julia dormia no colo de Lucas, ela chorou até chegar o sono. Sandra andava de um lado para o outro, enquanto Alfredo ameaçava a recepcionista por noticias sobre o filho.

_ A família de Dylan Sherman. – A voz firme de um médico ecoou na sala, e eu rapidamente me levantei até ele, assim como Sandra e Alfredo.

_ Como está o meu filho? – Alfredo perguntou antes de todos nós.

_ Dylan bateu a cabeça e teve um trauma no cérebro, fizemos exames e tivemos que recorrer a uma cirurgia antes que o caso viesse a piorar, tivemos complicações, mas tudo ficou bem.

Suspirei aliviada, mas ainda queria vê-lo, queria ver Dylan com os meus próprios olhos, tocar em seu rosto, ver o seu sorriso.

_ Mas o caso ainda está em instabilidade, quero dizer que depois da cirurgia podem surgir complicações, como infecção, por isso vamos mantê-lo na UTI por enquanto, se o seu quadro melhorar, podemos mudá-lo para um quarto do hospital e aí poderão acompanhar a recuperação dele de perto.

_ O quê? Quer dizer que a gente não pode ver ele agora? - Falei com a voz embargada pelo choro.

_ Desculpa, mas é o melhor pra recuperação dele. – O médico me olhou com compaixão e chorei contrariada. – Tudo pode acontecer, não podemos prever muita coisa, ele pode acordar com muita dor de cabeça, mas ficar bem, mas ele também pode ficar com sequelas, precisamos espera para ver.

_ Tudo vai ficar bem não é? – Alfredo perguntou ainda preocupado.

_ Estamos fazendo o melhor possível, a cirurgia foi bem, ele teve algumas hemorragias e escoriações, mas nada mais grave. Precisamos esperar alguns dias para ver como Dylan vai reagir.

***

Olhei para o relógio em cima de onde as recepcionistas ficavam, marcavam 3 horas da manhã. Mas eu não sentia sono, eu só pensava em Dylan e nos últimos momentos que eu vi ele. Júlia e Lucas levaram Sandra mesmo que contrariada para casa, ela precisava descansar e não tínhamos mais nada a fazer, a não ser esperar, eu fiquei no hospital contrariando minha mãe, mas Daniel também ficou para me fazer companhia enquanto aguardávamos mais noticias sobre Caroline.

_ Ele é mesmo um inconsequente não é? – Alfredo falou se sentado ao meu lado no chão e encostando a costa na parede do corredor do hospital.

Limpei minhas lágrimas e funguei, limitando-se ao silencio mesmo com o Sr. Sherman ali do meu lado puxando assunto.

_ Dylan sempre gostou de aventuras e de ficar em frente a coisas perigosas. – Alfredo começou a falar e tinha um sorriso bobo e estranho no rosto – Não é a toa que ele sempre adorou o nosso falecido vizinho Tom, aquele velho sempre o levou para muitas aventuras. Acho que seu primeiro porre foi com ele, assim como o primeiro voo de avião.

Deixei uma risada escapar de meus lábios imaginando tudo aquilo.

_ No inicio, eu fiquei com tanta raiva dele.. Foi tanta idiotice ele dirigir bêbado. – Falei bufando – Mas agora eu não consigo mais ficar com raiva.

_ Dylan foi preso quando tinha 18 anos, ele tinha sido pego com uma grande quantidade de droga em seu carro, eu fiquei furioso, mas ele dizia que a droga não era dele, eu não acreditei. Mas no fim do dia a polícia descobriu que a droga foi implantada em seu carro por um colega idiota de faculdade de Dylan.

_ E o que aconteceu? – perguntei curiosa.

_ Dylan desde aquele dia mudou comigo, ele nunca mais me olhou daquela forma que um filho olha quando confia e admira o pai. Então, o tempo foi passando e ele foi se afastando, e começou a arrumar bastante confusão mesmo.

_ Talvez ele só quisesse chamar sua atenção, fazer você se importar mais com a família do que com os negócios. - Falei sincera.

_ Tem razão. Mas eu não percebi isso, eu não me importei o suficiente, e é por isso que ele está aí hoje nessa UTI, porque ele estava apavorado com algum problema e resolveu encher a cara, porque ele aprendeu isso comigo, a fugir das coisas.

Olhei para o lado e vi Alfredo Sherman chorar pela primeira vez em minha vida e me surpreendi.

_ Vocês possuem muitos traços parecidos, se não brigassem tanto, perceberiam isso. – Falei e ele assentiu enxugando as lágrimas com a manga da camisa que usava.

_ Acho que é melhor coisa que fiz por Dylan na vida, foi ter colado você na vida dele. – Ele disse levantando e deixei escapar um sorriso.

_ A UTI fica nesse andar? – Ele perguntou, olhando para os corredores, curioso.

_Sim.. Mas o que pretende? – perguntei levantando.

_ Eu sou José Alfredo Sherman, querida, ninguém vai me impedir de ver o meu filho. – Ele disse indo em direção ao hospital em que não éramos autorizados a entrar. – E aí você vai me acompanhar ou vai ficar com essa cara de quem atirou em um panda?

...

Entramos na UTI e os médicos, a maioria internos, não prestavam muita atenção com nossa presença ali, estavam distraídos cuidando de pacientes. Alfredo parou em minha frente e olhava atento para uma janela, caminhei até ele para ter a mesma visão.

Através da janela de vidro e sua transparência, pude vê-lo. Ele estava deitado em uma cama, conectado por alguns aparelhos que o auxiliavam na respiração, sua cabeça estava enfaixada por gases, ele ainda estava desacordado e mesmo naquele estado ainda tinha aparência da pessoa forte que ele era, mas eu sabia da real fragilidade em que ele estava agora.

Não pensei duas vezes e entrei no quarto, estava tudo tão silencioso e só se ouvia o barulho da máquina indicando seu batimento cardíaco que não era tão forte como o normal e nem precisava saber de medicina para entender o quão frágil Dylan estava.

Segurei sua mão e fiquei esperando por alguns segundos que ele apertasse as minhas com a mesma intensidade em que eu segurava a mão dele, mas nada.

Como eu queria que ele acordasse, me pego imaginando como eu poderia viver sem ele, eu não condigo imaginar uma vida sem ele. Ele entrou na minha vida de uma forma inesperada e dominou cada pedaço dela. As pessoas se apaixonam de formas misteriosas, alguns precisam só de um olhar e a mágica acontece, mas eu me apaixono por ele a cada dia.

_ Ele vai ficar bem, não vai? Vai acordar e sorrir, aí vai dizer uma coisa bem idiota que vai me fazer sorrir.

Alfredo observava o filho atento do outro lado da cama.

_ Ele te ama e você está esperando um filho dele. É claro que ele vai ficar bem.

***

O dia amanhecia lá fora, peguei dois copos de cafés na lanchonete e fui até o quarto onde Caroline dormia. Daniel estava sentado de maneira desajeitada em uma poltrona ao lado esquerdo da cama de Caroline, enquanto Marcelo estava na poltrona ao lado direito. Os dois dormiam, enquanto Augustus vigiava a filha pela janela ao lado de fora do quarto.

_ Então, como ela está? – perguntei entregando o copo de café a ele.

_ Ela teve uma hemorragia interna, mesmo depois do episódio de mais cedo, os médicos possuem boas noticias sobre ela, ficará bem. Só precisa de repouso e remédios. – Ele disse bebendo o café, ele me parecia cansado, parecia está noites sem dormir.

_ O café daqui é ótimo não é? – Ele disse rindo simpático e bebendo mais do café, assenti concordando com seu comentário. – Falam que comida de hospital é péssima, mas esse tem um grande diferencial com a lanchonete daqui.

_ Então, está aqui já alguns dias? – Perguntei e ele tinha seus olhos fixos somente em Caroline – Conhece a lanchonete, o hospital e está com cara de que não dorme há dias. O que a mãe de Carol tem? – perguntei.

_ Câncer de mama, ela descobriu há alguns meses.

_ Não acredito que Caroline não me falou nada. - Falei chocada.

_ Eu e a mãe dela escondemos isso dela por alguns meses, mas ela acabou descobrindo. Não questione ela, Bia, só fique com ela, só seja a ótima aqui que é pra ela como sempre foi. – Ele disse sorrindo e assenti.

Ele olhou de volta ao quarto e deu uma risada:

_ E aí qual dos dois... pra quem você torce? – Ele disse e olhei para Marcelo e Daniel ao lado de Carol.

_Isso é meio complicado, tipo não é uma novela. É a vida de Carol. – Falei rindo dele.

_ Sabe, eu conheço Marcelo há muito tempo, Carol sempre foi louca por ele, ficou tão animada quando ele se tornou sócio com ela da ONG, e só agora quando esse outro entrou pra concorrência, ele se tocou que gosta dela também.

_ É comum nos darmos conta do que é importante quando estamos perdendo. – Falei e ele concordou.

_ Gosto muito de Marcelo e nada muito sei sobre Daniel... Mas vou te contar um segredo, esse Daniel Belmonte é o cara certo para minha filha.

_ O que Dani fez pro senhor pensar assim? – perguntei rindo – Como ele o bajulou?

_ Não, não, nada disso. Na verdade, sei que ele é um cafajeste, e você deve ficar surpresa por eu saber disso, mais ainda por achar que ele é o cara certo pra minha filhinha.

_ É eu estou.

_ O jeito que ele olha para Caroline é o mesmo jeito que eu olho para a minha esposa até hoje. Ele a ama, e é só isso que o cara certo tem que ter, ele só precisa amar de verdade minha filha.

O Pai de Caroline era tão incrível, era tão doce e paciente, o jeito como ele enxergava as coisas era tão parecido como Caroline via as coisas também, de modo sempre otimista, de modo como se tudo fosse possível.

_ Ela esta acordando. – Falei ao ver Carol se mexer na cama e logo entramos no quarto ansiosos.

Daniel acordou com nossa entrada e logo olhou para Carol com a mesma expectativa.

_ Daniel... – A loirinha sussurrou ainda com os olhos fechados.

Daniel sorriu animado e se sentou na cama perto de Caroline, Augustus e eu demos um sorriso cúmplice.

_ Ei, estou aqui, Sweetheart. – Daniel acariciou o rosto de Carol que logo foi abrindo os seus olhos e pude ver as duas bolinhas azuis brilharem.

_ Eu não morri? – Caroline perguntou e todos rimos.

_ Não, você esta viva e vai ficar tudo bem.- Daniel disse segurando a mão dela.

_ Ótimo, porque não queria ter partido sem fazer isso. – Ela disse puxando Daniel para perto dela e o beijou.

Dois dias depois...

_ Eu já me sinto ótima, não entendo porque não posso sair daqui. – Caroline falava com Daniel que revirava os olhos.

_ Porque você não tem nenhuma residência em medicina e não pode se dar alta. – Ele respondeu me fazendo rir.

_ Isabelle mandou um beijo, disse que chegará de São Paulo mais tarde e passa aqui. – Falei interrompendo os dois.

_ Isso é ótimo. – Carol falou animada.

_ Dylan sai hoje da UTI. – Daniel comentou animado.

_ É, os médicos dizem que ele avançou muito na recuperação, porém continua desacordado.

_ Ele vai ficar bem, eu tenho certeza disso. – Carol disse otimista e sorri.

_Falando em ficar bem, eu visitei sua mãe hoje. - Daniel falou e Carol deu um pulo sobre a cama o fuzilando.

_ O quê?

_ Ela está bem melhor, então fui lá oficialmente me apresentar como seu namorado.

_ Daniel se continuar fazendo coisas estúpidas como essa, talvez eu reivindique e volte a ficar solteira. – Ela disse irritada e comecei a rir dos olhos.

_ Ah eu não vou deixar isso acontecer, e nem sua mãe, porque ela agora me adora.- Ele disse covencido e a loirinha bufou.

...

O quarto em que colocaram Dylan era parecido com o de Caroline, mas era um pouco mais equipado, os médicos dele terminavam de fazer exames de rotina, até deixar Alfredo, Sandra e eu na sala acompanhando Dylan sozinhos, que ainda dormia profundamente, mas os médicos tinham esperanças que ele poderia acordar a qualquer hora.

Dylan recebeu visita o dia todo, ele se surpreenderia com a quantidade de visitas que ele recebia a cada estante, até a Sara Cooper apareceu, agradeci por ela não demorar muito. Gabriel também apareceu, para visitar Carol, mas acabou passando no quarto de Dylan, sorri ao imaginar o quanto Dylan dispensaria essa visita.

Anoiteceu e só restamos, no quarto novamente, Sandra, Alfredo e eu. Os dois estavam no sofá um evitando o outro, Sandra com sua revista e Alfredo com seu laptop, era tão ridículo e tão infantil os dois estarem assim enquanto Dylan estava naquela cama, mas não podia questionar Sandra, eu mais do que ninguém entendia como era ser enganada e a ultima saber de algo.

Diante daquela torta de climão,sentei na beirada da cama de Dylan e segurei sua mão brincando com os seus dedos e com sua aliança, que ele usava, mesmo depois de tirar a minha e nos separávamos, ele ainda usava a dele, queria saber onde ele havia guardado a minha,mesmo depois da reconciliação, Dylan não tinha me devolvido a aliança que dei a ele.

Distraída entre esses meus pensamentos senti um aperto entre os meus dedos que envolviam os dedos do Dylan, olhei ansiosa para o rosto de Dylan e o vi abrir os olhos, o mesmo olhava para todo o teto do quarto perdido.

_ Ele está acordando. – Anunciei animada e logo os pais deles largaram tudo que tinham nas mãos antes e se aproximaram da cama.

_ Amor? Dylan... Fala comigo. – Falei ansiosa e o mesmo tentava recuperar o fôlego.

Alfredo checou o oxigênio com que Dylan estava ligado e tudo aparentava bem.

_ Dylan, filho, é sua mãe. Fala alguma coisa.

Dylan nos olhou meio que confuso e o seu peito foi acalmando e sua respiração foi regulando.

_Vou chamar um médico. – Alfredo anunciou.

_Não , fica.- Sandra pediu segurando a mão do marido que sorriu e ficou.

Dylan nos olhava concentrado e sorri por ver seus olhos abertos, e algumas lágrimas saíram involuntariamente.

_ Filho? Pode falar, está tudo bem? – Alfredo disse calmo.

_ Pai.. – Dylan sussurrou baixo – Minha cabeça está explodindo – Ele falou cerrando os olhos e tentando se mexer na cama.

_ É um dos pós-sintomas. – Falei calma, mas ao mesmo tempo demonstrava ansiosa – Ah como é bom te ver acordado, amor. – Falei acariciando suas mãos e ele me olhou confuso, tirando suas mãos da minha.

_ Amor? – Ele perguntou e todos olharam assustados.

_ Sou eu Bianca... Você..- meus lábios tremiam – Você está me reconhecendo ? – Eu entrei em um mini pânico, ele não estava lembrando de mim é isso?

_ Não seja boba, ninguém esquece que é casado com a modelo mais requisita do país. – Ele disse fazendo Alfredo e Sandra gargalhar.

_ IDIOTA! – Gritei e o mesmo deu um sorriso fraco- Você estava fingindo? Quase me matou do coração.

_Ei parece que minha situação aqui não é nada boa, não é?- Ele disse mexendo nos fios e tubos de oxigênio.

_ Ei, não mexa nisso. –Alfredo disse batendo na mão de Dylan.

_ Quanto carinho estou recebendo aqui. – Dylan disse dando uma risada roca, como era bom vê-lo sorrir.

_ Não me de outro susto assim. – Disse me aproximando de seu rosto e o beijando – Eu preciso de você, nem que seja pra brigar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Gente to feliz demais com vocês participando, então podem comentar, eu gosto bastante, me divirto com as opiniões de vocês e com as expectativas que tem sobre os personagens, tem gente até que shipa Carol e Dylan.. (Como chamaríamos esse casal em? )
Pretendo não demorar com o próximo então vamos ver o que vai rolar
xoxo