O Acordo escrita por Bel Russeal


Capítulo 16
Segredos e cíumes


Notas iniciais do capítulo

Oiiii gente...
Muito feliz com os comentários, que bom que estão gostando.
Então, espero que continue tudo assim.



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Dylan havia rasgado o zíper do meu vestido e beijava minhas costas enquanto tentava tirá-lo e eu sorria de sua pressa. Por fim, ele se livrou do vestido e deu um grito de vitória erguendo os dois braços para o alto, revirei os olhos e aproveitei de sua distração para empurrá-lo contra a parede e fui tirando seu paletó, ouvi o barulho de quadros da parede vindo ao chão e quebrando, não liguei e me concentrei apenas em beijá-lo.

Impaciente de desabotoar toda a camisa branca de Dylan, conclui apenas em rasga-la e deixando seu peitoral nu a amostra. Dylan me puxou, me encaixando em seu quadril e me deitou no sofá, o lugar ficou estreito para nós dois e logo caímos no chão, Dylan nos rodopiou fazendo com que eu caísse por cima dele e amortecendo minha queda.

_Ai..Minhas costa não aguentam essa selvageria. – Ele disse tinindo com a dor com encontro de suas costas ao chão duro e sorri.

_ Ah velhinho. – Disse o fazendo rir e logo ele me beijou.

As mãos do Sherman já estavam no feixe do meu sutiã quando a campainha da casa tocou...

_Deixa tocar. – Dylan disse me puxando de novo para um beijo.

_ Tá tarde, deve ser importante. – Disse e ele assentiu , levantei de cima dele o deixando livre pra se levantar também.

Sentei no sofá recolhendo nossas roupas do chão e vestindo apenas o terno de Dylan me cobrindo da inconveniente visita. Esperei Dylan atender a porta já que estava com a mão na maçaneta, mas ele me encarava.

_ Não vai atender ? – perguntei.

_ Com você vestida assim? Não mesmo. Esse terno não cobre quase nada.. E se for um homem? – Ele disse e revirei os olhos indo para cozinha me escondendo, mas ainda sim com uma visão para sala.

Dylan abriu a porta e ainda não dava de ver quem era, mas me distraí ao pegar um suco na geladeira.

_ Eu descobri o seu segredo, Dylan Sherman... Seu pai é um arrogante prepotente mesmo não é ? – Uma voz feminina e familiar ecoou na sala chamando minha atenção.

_ Ísis, o que ta fazendo aqui? Do que você ta falando ? – Dylan perguntou impaciente.

_ Eu to falando do que aquela jornalista escreveu e nem vem tentar me convencer de que é mentira, porque eu também ouvi uma conversa do seu pai hoje pela manhã. – A garota disse sentando no sofá e eu assistia a cena de camarote da porta da cozinha enquanto a garota não percebia minha presença.

_ O miserável do seu pai obrigou você a se casar com a patricinha... um casamento arranjado.

_ Ísis, as coisas não são exatamente como você ta pensando. – Dylan disse se colocando em frente à garota.

_ Eu to pensando... Sabe o que eu to pensando? – Ela disse se levantando e se aproximando de Dylan – Que eu chorei tanto quando você se casou, pensei que finalmente seu pai tinha acabado com o nosso amor, porque ele achava que um relacionamento entre primos seria mau visto pela sociedade, mesmo não sendo primos de verdade... idiota.. – Ela disse rindo e misturando choro.

_Ísis, eu... Eu sei que isso nos machucou há algum tempo atrás, mas desde que eu voltei pro Brasil, as coisas mudaram, eu me meti em várias confusões e meu pai teve que consertar isso com um casamento, mas...- Dylan tentava explicar , mas a garota o interrompeu.

_ Você se meteu em confusões para atingir diretamente seu pai porque estava com raiva por ele ter destruído nosso relacionamento.. Não foi? – Ela perguntou com os olhos marejados e com um sorriso apaixonado no rosto.

_ Confesso... – Dylan respirou pesado – Que sim, também foi um dos motivos.

_ Por que não me contou que esse casamento é uma mentira? – A garota disse segurando a nuca de Dylan – Eu entenderia... Eu te amo, Dy. – Ela disse tentando beijá-lo, mas ele recuou... Dylan recuou, suspirei de alivio.

Ísis olhava perplexa para Dylan que tinha as mãos nos bolsos aflito e agora olhava para porta da cozinha onde eu estava, observando os dois. Ísis olhava incrédula para Dylan, mas depois desviou seu olhar para mim, tentando descobrir para o que .. ou melhor quem, Dylan observava.

_ Esse casamento... Você se apaixonou de verdade pela patricinha, é isso? – Ela disse me olhando dos pés a cabeça, eu estava vestida apenas pelo terno de Dylan cobrindo quase nada, eu suponho o que ela deveria ta pensando e concluindo.

_ Eu não quero te magoar, Ísis. Mas tudo mudou... E você também precisa seguir em frente. – Dylan tentava acalmar Ísis que lhe direcionou um tapa na cara do Sherman antes dele terminar seu discurso.

_ Não me fala de seguir em frente, o que nós passamos... bem, o que eu passei é difícil de seguir em frente, e eu esperava que fosse difícil pra você também. – Ísis disse em choro.

_ E foi... Eu quase destruí a minha vida, Ísis, por causa do que aconteceu. – Dylan disse segurando nervoso nos braços da garota e falando em um tom mais alto – Eu me droguei, eu briguei, entrei em comas alcoólicos.. mas eu cansei de me autodestruir.

_ E agora você vai montar uma família linda e feliz com a patricinha falida e esquecer tudo? – Ela gritou mais alto.

_ Volta pra Londres e recomeça sua vida, deixa eu recomeçar a minha. – Dylan disse passando a mão no rosto.

_ Seguir em frente... tudo bem, eu vou seguir em frente, Dylan Sherman. – Ísis disse em um tom ameaçador e saiu batendo a porta.

Dylan se sentou no sofá e colocou a cabeça entre os joelhos e depois levantou quebrando um vaso de flores que tinha na mesinha de centro, o olhei assustada e ele fechou os olhos tentando se acalmar e depois me mirou.

_ Me desculpe por isso... Eu prometo que isso acabou. – Ele disse me abraçando.

_ Está tudo bem. – Disse me aninhando em seu peito.

Eu queria que ele me contasse de fato o que havia acontecido entre ele e Ísis, o que Alfredo tinha feito para separá-los, eu queria entender o motivo de tanta dor que Ísis dizia sentir. Eu não poderia julgá-la por não seguir em frente e não deixar Dylan em paz, porque eu não sabia de sua história.

_ Eu vou tomar um banho, te vejo lá em cima. – Dylan disse com olhares fugitivos e triste, logo depois subiu às escadas.

Depois de arrumar a bagunça que eu Dylan havíamos feito na sala, subi ao quarto. Guardava algumas roupas espalhadas pelo cômodo, e logo ouvi a porta do banheiro sendo aberta e Dylan saiu de lá apenas de toalha, observei seu trajeto até o seu closet,ele estava aéreo desde a visita de Ísis, aquilo me incomodava, queria que ele se abrisse comigo.

Ele se deitou na cama, vestido apenas em uma calça de moletom, ligou a TV e fingiu estar concentrado nela, eu não era boba e sabia que seus pensamentos estavam em outro lugar. Tomei um banho rápido, vesti uma camisola curta e me deitei ao seu lado como fazia todas as noites, nem parecia que horas atrás ele havia se declarado pra mim.

Bufei com os meus pensamentos e fechei os meus olhos tentando dormir, mas logo senti um braço envolvendo minha cintura, ele me puxou para próximo de seu corpo e abri meus olhos surpresa..

_ Nenhum beijo de boa noite? – Ele perguntou sorrindo.

_ Não queria interromper seus pensamentos. – Disse séria e ele riu.

_ Quer saber o que eu estou pensando agora?

_ O quê? – perguntei inocente pensando que ele finalmente me contaria o que afligia segundos atrás.

_ Em você nua. – Ele disse rindo.

_ Nossa, como você muda de pensamentos rápido. – Disse seria novamente.

_ Eu nãoestava pensando em Ísis, se é isso que ta te incomodando.

_ O que então? Porque ficou tão calado, quero dizer, passou quase uma hora sem soltar um comentário irônico ou nada.

_ Eu estava pensando em algo do meu passado com Isis, mas quero dizer, que não é nada mais que exista hoje. Quero dizer, que é você que me importa hoje. – Ele disse me beijando calmo.

_ Por que não me conta o que aconteceu? Ela se referia a algo marcante no passado de vocês dois, o que foi tão grave? – Perguntei ao desgrudar nossos lábios.

_ Bianca, quando nos casamos eu disse que Ísis e eu tínhamos nos envolvido no inicio da minha temporada em Londre...

_ Sim e pelo visto foi um romance bem mais serio do que você tinha insinuado.

_ Foi, mas o nosso relacionamento nunca foi aceito pelo meu pai e parte desse casamento não foi só pela minhas confusões.. – Ele disse respirando fundo

_ Foi pra afastar vocês dois definitivamente. – Disse concluindo e ele afirmou

_ Mas entre eu e Ísis já tinha acabado a muito tempo antes do casamento, foi só uma garantia do meu pai.

_O que aconteceu ? O que fez acabar ? – perguntei.

_ Bianca, eu só queria esquecer isso. Tem dores que não devem ser lembradas. – Ele disse e assenti.

_ E que tal a gente continuar algo que foi interrompido? – Ele disse com um olhar safado.

_O quê? Eu não to lembrada. – Disse sorrindo.

_ Eu to falando disso. – Ele disse me beijando e colando nossos corpos.

_ Sabe, eu odiei essa camisola. – Ele disse se sentando na cama e me observando.

_ Sério ? – Disse olhando para peça de roupa de seda, no meu ver era uma graça – Poxa, eu achei ... – Eu completaria meu comentário, mas Dylan foi rasgando a costura do tecido, me deixando só de calcinha e caí na gargalhada.

_ Pronto, problema resolvido. – Ele disse descarado e voltando a me beijar.

_ Seu idiota, eu adorava aquela camisola. – Disse entre os espaços que seus beijos permitiam.

_ Eu vou destruir todas, para você se deitar assim ao meu lado todas as noites. – Ele disse rindo e eu grudei meus lábios nos seus com mais intensidade.

***

O dia hoje amanheceu bem movimentado, a festa da ONG repercutiu por toda a semana e foi parar na capa do jornal de tanto sucesso em doações que teve, talvez Daniel tivesse uma boa parcela de ajuda já que quis impressionar Caroline. O meu beijo com Dylan estava em vários sites de fofocas, Sara e seu blog não fizeram nenhum comentário a respeito, mas por causa de um processo que o pai de Dylan abriu contra a jornalista teve que apagar o post sobre “Casamento: Real ou falso?”

Mas o que mais me interessava no dia, era o meu trabalho com Isabelle, passamos a manhã toda escolhendo roupas e modelos para o desfile de lançamento de sua nova campanha. Depois, Dylan e eu almoçamos juntos, tivemos as nossas pequenas implicâncias de sempre acompanhadas por ótimos beijos.

Logo depois ele me ofereceu carona até a ONG, teria uma pequena comemoração a respeito do sucesso da festa, mesmo depois de uma semana continuávamos adquirindo doações.

_ Não acredito que essa foto de nós dói nos beijando ainda ta no jornal. –disse jogando o jornal para o banco de trás do carro.

_ Assim é melhor quanto mais nos verem juntos, menos boatos. – Dylan disse concentrado no volante.

_ Ainda precisamos fingir algo para as pessoas, é claro - Falei e desviei de seu olhar.

_ O que eu sinto por você não faz parte de um acordo, Bia. Mas não significa que estamos livres dele. – Ele disse e de certa forma tinha razão.

_ Eu só estou cansada de tudo isso, da minha privacidade sendo invadida, de seu pai, desse... – Fui falando e calando por fim sem completar o que diria

_ Desse casamento? – Ele perguntou.

_ Sim, esse casamento é o acordo, Dylan. – Falei bufando e ele retirou suas mãos das minhas.

_ Sem esse casamento não nos teríamos nos conhecidos e nem nos apaixonados. – Ele disse olhando para o volante sem me encarar.

_Eu concordo, mas pulamos a ordem. – Falei e respirei fundo, sugando o máximo de ar que podia.

_ O que importa a ordem... Conhecer, se apaixonar e casar . Quem disse que tem que ser assim? Começou de uma forma estranha, mas e daí? Porque você tem que ser tão certinha? – Ele disse irritado.

_ Eu não consigo ser que nem você, ser tão livre e tão de bem, ser tão ousado por quebrar as regras e fazer o que quer. Eu queria poder ser assim, mas...

_ Permita-se ser o que você quiser ser, Bianca. Sua vida toda foi cercada por escolha de seus pais, escola, faculdade, profissão. E o que você quer? – Ele perguntou segurando o meu rosto.

_ Você quer ficar comigo? – Ele perguntou.

_ De todas as regras que nunca quebrei, essa seria a que mais vale a pena quebrar. – Falei.

_ Que regra? – Ele perguntou confuso.

_ A de que eu não posso ficar com uma cara feito você. – Falei acariciando o seu rosto.

_ Dizem que sou uma péssima influencia e que meu sobrenome é confusão. – Ele disse rindo.

_ Dizem que eu sou a esposa perfeita para mudar isso. – Eu disse rindo também.

_ E o que me diz princesinha responsável e politicamente correta, você quer ficar com esse fã da liberdade e maior desrespeitador de regras ?

_ Você não se parece nenhum pouco com o homem que sempre sonhei e é por isso que é tão perfeito. Eu quero ficar com você. – Disse o beijando.

***

Entrei no escritório de Caroline a fim de ver o sorriso fantástico que provavelmente deveria estar estampado no rosto da garota devido ao sucesso de sua festa, mas encontrei ela e Marcelo trocando farpas.

_ Ele deve ter simplesmente se cansado de seus chiliques, Caroline, como todo mundo. – Marcelo disse irritado.

_ Ate você continua me aturando por causa da ONG e Gabriel gostava de voluntariar aqui e ele me adorava pra sua informação. – Caroline disse revirando os olhos.

_ Ainda brigando.. – Disse fazendo cara de tédio ao entrar – E o que Gabriel tem a ver com isso? – perguntei.

_ Ele saiu da ONG e não deu explicações. – Caroline explicou.

_ E isso era estranho porque eu como melhor amigo dele sei que ele adora o lugar. – Marcelo complementou.

Senti uma pontada de culpa me invadindo, com certeza Gabriel tinha saído por causa de mim. Já que desde a festa ele me evitava.

_ Ele não veio aqui hoje? Não disse nada? – Perguntei.

_ Não,ele apenas me ligou antes de ir pra delegacia. – Marcelo respondeu.

Encarei Caroline e Marcelo,peguei meu celular e liguei algumas vezes e o celular dele estava sempre na caixa postal quando se tratava de minhas ligações,entãos peguei minha bolsa e estava decidida em ir atrás de Gabriel e discutir sobre aquilo.

_ Eu já volto, pessoal. – Disse saindo da ONG.

Peguei um táxi e cheguei à delegacia onde Gabriel trabalhava, o local estava movimentado, vários policiais com papeladas nas mãos, outros sentados tomando café e alguns encaravam uns murais bem atentos.

Tinham pessoas normais esperando em algumas cadeiras por ali, pareciam bem ansiosas e outras nem tanto. Depois de observar o local, fui ate a recepcionista, que tinha seus olhos grudados em um computador e não me encarava em nenhum momento.

_ Oi, onde posso encontrar o Gabriel Sampaio?

_ É algo urgente ou tem algo marcado na agenda? Como é o seu nome?– ela perguntou abrindo um pequeno caderno e ainda nem tinha olhado para o meu rosto.

_ Na verdade, nenhum dos dois. Eu sou uma amiga...

_ Sei... – a mulher disse agora me encarando com uma cara de nada.

_ Então? – perguntei impaciente.

_ Ele ta em intervalo, pode encontrá-lo na segunda sala a direita. – Ela disse voltando para seu computador.

_ Obrigado. – Disse por educação, mas aposto que ela nem ligou pra isso.

Caminhei até a porta que ela me indicou, bati duas vezes e ouvi “pode entrar” abri com um pouco de receio. Olhei ao redor do local, uma sala espaçosa, tinha uma mesa no centro e uma poltrona, uma estante do lado com vários livros e papeis. No lado esquerdo tinha sofás e um frigobar, tinham mais detalhes na sala que passaram despercebidos quando vi Gabriel sentado perto da mesa concentrado em vários papeis e fotos, ele montava uma sequencia em um mural, obervei tinha várias pessoas mortas nas fotografias.

– Oi. – Falei em um só fio de voz, o distraindo do serviço, o fazendo derrubar algumas fotos.

_ Bianca? – Ele me olhou surpreso.

_ Desculpa, é que a recepcionista disse que estava em intervalo e me deixou entrar... – Falei e ele esboçou um leve sorriso.

_ Está tudo bem, eu estou em intervalo mesmo, quer dizer mais ou menos. – Ele disse rindo e guardando o restante do papeis em uma pasta, olhei meio que receosa para as fotos e ele enfim fechou uma espécie de janela sobre o mural.

_ Desculpa por ver isso. – Ele disse e eu assenti.

_ Tudo bem. – Disse me sentando na cadeira em que ele puxou pra mim.

_ Então, o que faz aqui ? – Ele perguntou nervoso, mas tentando mostrar tranquilidade.

_ Eu vim conversar sobre o que aconteceu ontem na festa ... Está relacionado com sua saída da ONG? – perguntei e ele franziu a testa.

_ Não, Bianca. Eu só estou ocupado demais. – Ele disse rápido.

_ Ocupado você sempre foi, não acredito que vai sair mesmo da ONG. – Disse triste. - e tipo, a Caroline pirou com sua saída e...

_ Bia, eu adoro aquele lugar, confesso que minhas intenções eram outras quando entrei. – Ele disse mantendo seus olhos fixos nos meus e corei – Mas depois eu realmente gostei. Eu só não posso ficar lá agora.

_ Tudo bem, eu entendo. Só queria dizer que quando quiser voltar, estaremos esperando por você. – Afirmei, ele colocou um lindo sorriso no rosto e segurou minha mão.

A porta se abriu nos assustando e imediatamente soltamos as mãos, um homem alto e forte, cabelos negros com um distintivo pendurado no pescoço, estava na porta com uma pasta.

_ Aqui tem tudo sobre Sara Cooper... – O homem disse distraído e nem parecia notar a minha presença até então.

_ Sara Cooper? O quê? – Disse encarando Gabriel surpresa que olhava furioso para o homem alto.

_ Obrigado por bater, Eduardo. – Gabriel disse levantando e tomando a pasta dele.

_ Desculpa, eu não sabia que tinha visitas. – Eduardo disse sem graça sabendo o que tinha acabado de fazer.

_ Bianca, eu posso explicar.

_ Ta investigando ela? Isso não tem algo a ver só comigo não é? – Disse curiosa.

_ Não, não tem nada a ver com você. – Ele disse frio.

_ Mas você disse que iria me ajudar a descobrir o que ela escondia de mim e agora seu assistente aparece com uma pasta sobre a jornalista. – Disse o fitando e ele fugia de meus olhos, suspeito.

_ Hey... Eu não sou assistente dele não em?! Ele é tipo meu parceiro de trabalho... tipo bad boys já assistiu. – O homem disse me fazendo rir e ele se sentou no sofá de maneira espaçosa.

_Que comentário válido, Eduardo. – Gabriel disse sarcástico.

_ E aí você vai me contar o que ta acontecendo ou não? – perguntei encarando Gabriel de maneira desafiadora e ele entrou em uma crise de tossi, Eduardo gargalhou com a situação.

_Ei gatinha- Eduardo disse me chamando atenção - jornalistas sempre sabem de muita coisa e às vezes é uma fonte de pesquisa para nós policiais, mas isso não significa que você e seu possível drama estejam envolvidos. – Ele explicava no lugar de Gabriel.

_ Isso... exatamente isso. – Gabriel afirmou.

_ Eu não acredito em coincidências. – Disse ainda suspeitando – Se ta investigando ela pra me ajudar por que não me conta? – perguntei.

Mais uma pessoa abriu a porta sem bater, isso deveria ser um hábito naquela delegacia, era a recepcionista de mais cedo.

_ Chefe, está na hora. – Ela avisou e Gabriel suspirou aliviado.

_ Então, Bia. Eu estou muito ocupado hoje, como eu disse. Obrigado por vim ate aqui, mas conversamos outra hora. – Ele disse passando pela porta e eu fiquei boquiaberta com sua fugitiva.

_ Prazer em conhecê-la, linda. – Eduardo disse seguindo Gabriel e acenando.

Bufei irritada, peguei minha bolsa e saí pela porta seguindo os dois que conversavam sobre algum caso de narcotráfico pelo corredor, até notarem minha presença.

_ Bianca, você não desiste não é? – Gabriel me olhou irritado- Agora não é a hora. – Ele disse entrando em uma sala que Eduardo já havia entrado.

_ Ei linda, vai nos acompanhar na missão? Isso vai ser sexy. – Eduardo disse provocador e Gabriel balançou a cabeça negativamente.

_ Você não deveria estar aqui. – Gabriel disse abrindo uma gaveta e pegando duas armas, entregou uma para Eduardo e guardou a outra no cinto na cintura e tirou o casaco, pude ver seu distintivo pendurado no pescoço como um cordão, aquilo era realmente era bem sexy, não podia negar.

_ Somente pessoal autorizado, ta escrito na porta. - Eduardo disse ainda no mesmo tom brincalhão.

_ Eu sei que não vai me contar nada depois, só vai me evitar como fez a semana toda. Isso é por causa do beijo? Ou por causa da investigação que ta fazendo da Sara?- Perguntei.

_ Opa, acho que eu to sobrando aqui. – Eduardo disse rindo – Te vejo no carro, amigo. – Ele disse saindo.

Gabriel bufou e continuou a me ignorar colocando um colete a prova de balas e depois o seu casaco por cima. Depois de terminar ele agarrou em meu braço e me puxava ate a saída,estávamos no lado de fora da delegacia.

_ Bia, eu prometo, depois conversamos. – Gabriel disse colocando sua mão em seu rosto – Eu só preciso que vá agora.

_ Tudo bem. – Disse me dando por vencida.

Ele soltou um leve sorriso e depois se virou em direção ao estacionamento, mas antes o chamei :

_ Gabriel! – Ele parou e me encarou.

_ Se cuida. – Falei dando um leve sorriso e ele assentiu.

_ Pode deixar. –Ele disse e voltou a andar para o estacionamento.

Suspirei pesado, depois me aproximei mais do meio fio para chamar um táxi, mas a visão que tive do outro lado da rua me fez abaixar o braço do aceno. Dylan estava me fitando com as mãos no bolso, ele estava em frente a uma concessionária de carro, ele abaixou o rosto e balançou a cabeça negativamente e depois entrou no local de venda de carros.

Corri entre os carros que passavam na avenida atravessando até o outro lado da rua e entrando no local. Vi Dylan acompanhado de Daniel já saindo do local.

_ Dylan.. – Falei ofegante.

Ele me encarou por alguns estantes e Daniel se afastou até a entrada, Dylan suspirou e pegou uma caixinha do bolso da calça me entregando.

_ O que é isso ? – perguntei.

_ Resolvi comprar pra você, não estava confiante que a sua lata velha voltaria prestar. – Ele disse e abri a caixinha e tinha uma chave de um carro,

_ Mas acho que você prefere andar em uma viatura. – Ele disse sarcástico e caminhou até Daniel me deixando sozinha.

_ Espera... eu posso explicar. – Disse indo atrás dele.

_ O quê Bianca? Esta confusa se quer ficar com o homem que sempre sonhou ou com o marido do seu casamento forçado? – Ele disse em um tom de irritação.

_ NÂO! – Falei mais alto- Não seja idiota, Gabriel e eu somos só amigos. E sabe o que eu sinto por você é real.

_ Ele quer ser tanto seu amigo quanto Daniel quer ser amigo de Caroline. – Dylan disse irônico e Daniel riu. Ergui as sobrancelhas e franzi a testa, olhei para Daniel com repulsa e ele gargalhou.

_ Eu só precisava conversar com ele, porque ele saiu da ONG de repente sem dizer nada e... – Tentava explicar.

_Aí acontece a melhor coisa que poderia acontecer e você veio perguntar o porquê disso na delegacia do cara? Bianca, coisas boas acontecem e a gente não precisa de explicação. – Dylan disse ciumento, era meio irritante, mas era fofo.

_ Não é bem assim, Dy...

_ Esquece, a gente conversa em casa, quando parar e ver que estar errada. – Ele disse irritado,

_ Eu não estou errada. – Falei irritada e Dylan bufou saindo do local e entrando em seu carro.

Cruzei meus braços e suspirei, estava irritada por não saber o que Gabriel escondia de mim e mais zangada ainda com os ciúmes de Dylan. Peguei a chave de dentro da caixinha e sorri, por incrível que pareça, as atitudes de Dylan me faziam sorrir mesmo estando furiosa.

_ E aí vamos dar uma voltinha no seu carro novo? – Daniel disse me encarando.

_ O que faz aqui ainda em ? – O olhei repulsiva.

_ Dylan esqueceu que viemos juntos no carro dele escolher o seu carro, você o irritou e ele me deixou aqui. Agora você vai me deixar no meu hotel em sua Ferrari nova. – Ele disse rindo.

_Tudo bem. –Disse indo até o galpão da concessionária para pegar o meu carro de presente.

_ Seu amigo o esquece e eu que tenho que te aturar? – Disse bufando entrando no carro junto com Daniel, era incrível, eu adorava meu antigo carro, mas aquele era fantástico.

_ Esquecendo o Dylan , me conte mais sobre Caroline... – Ele disse fuçando o carro enquanto eu dava a partida e soltei uma risada.


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Notas finais do capítulo

amanha eu posto mais, o capitulo ta quase pronto, como prometi vou postar com mais frequência.
E leitoras fantasmas apareçam e comentem, vossa critica e opinião é sempre bem vinda.



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