O Acordo escrita por Bel Russeal


Capítulo 11
Casamento: Real ou falso?


Notas iniciais do capítulo

Voltei de viagem amores, com um capitulo prontinho.
Boa leitura!



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Coloquei um vestido preto não tão curto, mas com um decote chamativo e um salto vermelho, fiz uma leve maquiagem e logo fiquei pronta. Quando saí do closet esbarrei com Dylan saindo do seu, estava vestido em uma calça jeans preta, um tênis bem discreto e uma camisa branca tão charmosa, ele me encarou por alguns segundos e eu também o encarava, ele estava incrivelmente lindo.

_ O seu decote está muito chamativo para uma mulher casada, não acha? – Ele disse se aproximando.

_Não acho. – disse sorrindo sarcasticamente para ele que balançou a cabeça negativamente e tinha os olhos descaradamente sobre os meus seios.

_ Você poderia parar de olhar para os meus seios? – O repreendi e ele logo deu uma risada.

_ Impossível. – Ele disse ainda olhando.

_ Dylan! – O repreendi e sai do quarto e ele logo me seguiu;

Caminhamos até a garagem e resolvemos ir no carro do Dylan, entrei e ele ligou dando a partida no veiculo. Em alguns minutos chegamos à grande boate, muitas pessoas e a impressa estavam na entrada, com ajuda de alguns seguranças entramos rápidos. Daniel, padrinho do meu casamento, dono da boate e melhor amigo de Dylan logo veio nos cumprimentar.

_ Boa noite, casal. É um prazer ter a presença de vocês aqui. – Ele disse animado- Principalmente a sua, Bianca. – Ele disse se inclinando e pousando um beijo em minhas mãos.

_ Ah ta corta essa. – Dylan disse tirando minhas mãos das mãos de Daniel que ria.

_ Sua esposa é estonteante. – Daniel disse educado.

_ Da pra parar de elogiar minha esposa e de parar de falar desse jeito marica, seu trouxa? – Dylan disse empurrando Daniel de leve pelo ombro e os dois riam.

_ Sua boate é incrível. – Falei observando melhor o local que estava lotado.

_ Não quanto o seu decote. – Daniel disse e dessa vez eu corei.

Dylan imediatamente colocou as mãos em cima de meus seios, tampando meu decote e Daniel gargalhava, fiquei profundamente vergonhosa com a situação, não tanto pelo elogio de Daniel, mas pelas mãos de Dylan que estavam sobre os meus peitos.

_ Sério, perdeu a graça. – Dylan repreendeu Daniel que ergueu os braços pra cima ainda gargalhando.

_ Eu falei pra não vim com esse decote. – Dylan sussurrou irritado para mim ainda com as mãos sobre os meus peitos tampando o decote.

_ Tira já a mão daí! – Eu sussurrei de volta pisando em seu pé, ele imediatamente tirou as mãos e tiniu de dor.

_ Sua maluca. – Ele falou enquanto certificava seu pé.

...

Subimos para a área superior da boate e logo encontramos Isa, Caroline e Lucas sentados em um dos sofás que tinham por ali, tinham bebidas nas mãos e me abraçaram juntos quando eu cheguei, eles já estavam bêbados. Me surpreendi ao ver que Marcelo e Gabriel também com eles.

_Finalmente o casal chegou, pensei que tinham se perdido. – Caroline comentou.

_ Verdade.. – Lucas diria algo a mais, mas fez uma careta e mudou de assunto – Nossa , eu tenho uma irmã muito gata.

_ Isso é verdade. – Gabriel falou ao chegar mais perto de nós, Dylan imediatamente colocou as mãos em minhas cinturas o olhei confusa por algum momento, mas ignorei.

_ Vem! – Caroline disse me puxando para perto dela e puxando Isa em seguida- Vamos dançar– Ela dizia mais animada que o normal, uma perfeita bebadazinha.

Descemos pelas escadas e dançamos por alguns minutos na pista, estávamos nos divertindo muito, mas o cansaço tomou conta e fomos ao bar pedir uma bebida.

_ Três caipirinhas, por favor! – Eu pedi e o garçom virou e logo nos trouxe os drinks.

_ E você não queria vim! – Caroline disse sugando o drink pelo canudinho.

_ Eu sei, ta sendo divertido, confesso. – Falei entre risos.

_ A festa ta só começando. – Isa disse observando um cara encostado no bar – que saudades eu senti dos brasileiros... Eu já volto meninas.- Ela disse suspirando e indo em direção ao homem que era gato por sinal.

Caroline e eu voltamos para área superior para encontrar o pessoal, chegando lá Lucas estava com uma garota, Dylan conversava animadamente com Daniel e para minha surpresa Ísis estava com eles também. Senti um certo incomodo ao ver Ísis ao lado de Dylan, dançando com ele, então bebi em um só gole a minha bebida para isso passar.

_ Ei vai devagar à bebida. – Gabriel disse ao meu lado.

_ Que foi delegado vai regular minha bebida agora? – Perguntei rindo e ele revirou os olhos.

_ Hoje eu posso ser o que você quiser menos o delegado. – Ele disse rindo.

_ Teve um dia difícil na PF ? – perguntei ;

_ Aquele caso que eu te falei, a investigação ta intensa. Mas deixemos isso pra lá, dança comigo ? – Ele perguntou e eu assenti.

Gabriel segurou minhas mãos e me levou até a pista novamente, dançávamos e conversávamos assuntos aleatórios, evitando falar de trabalho é claro. Mas enquanto trocávamos passos de danças uma garota passou esbarrando em mim e derrubando seu copo de bebida em meu vestido.

_ Ah mil desculpas. – A garota que me pareceu familiar disse me olhando assustada, mas aquilo me pareceu tão falso.

_ Ei, você é aquela jornalista que publicou uma nota sobre o meu pai não é? – perguntei não ligando muito ao estrago que ela tinha feito em meu vestido.

_ Sim, sou eu e você então é a Bianca Hamilton, sabia que conhecia esse rostinho. – Ela disse sorrindo.

_ Por que escreveu aquilo? Culpando o meu pai sobre a falência da empresa , você disse coisas horríveis sobre ele,acusou ele de sonegação de impostos, fraudes e tantas coisas falsas.

_Foi cruel, mas é o meu trabalho falar a verdade. – Ela disse cínica e Gabriel colocou as mãos em minhas costas me alertando para me acalmar.

_ Você é uma víbora sabia? - Disse indignada.

_ Ai magoou! – Ela disse fazendo um biquinho com ironia- Vem cá, Bianca. Você não quer me fazer uma entrevista, sabe falar do seu casamento com o filho do antigo concorrente do seu pai? Será que eu sou a única que acho isso um tanto meio que suspeito. – Ela disse rindo.

_ O que você ta insinuando? – Falei respirando fundo dessa vez.

_ Que você se vendeu feito uma prostituta para pode pagar as dívidas do seu pai e para que ele pudesse voltar aos mundos dos negócios. – Ela explicou e no seu rosto tinha um tom de cinismo que fazia o meu sangue ferver.

Dei um passo à frente para voar em cima da vadia, mas longo senti os braços de Gabriel em minha cintura me impedindo.

_ Não vale a pena,Bia. Se acalma. – Gabriel sussurrou no meu ouvindo e respirei fundo me acalmando.

_ Você não sabe do que ta falando, sua jornalista de quinta. – Gritei.

_ Eu sei muito bem, mas parece que só eu vejo que o casal do momento é uma tentativa obvia de reerguer os negócios ou melhor de disfarçar o que há por trás dos negócios.

_ Cala boca, você não sabe de nada.- Falei nervosa e Gabriel me segurou novamente.

_ Eu ainda vou provar para todos que eu sei de tudo. Passar bem, Hamilton. – Ela disse saindo entre o monte de pessoas em volta.

_ Me solta, eu vou marcar a cara daquela v...- Disse nervosa e vermelha de raiva, mas Gabriel prendeu minha cintura com mais força me mantendo mais calma.

_ Acho que você precisa de uma bebida, vem! –Gabriel disse me levando até o bar.

Sentei na cadeira perto do balcão e virava algum tipo de uísque que o garçom me servia, Gabriel bebia o seu mais devagar e me observava.

_ Pode falar, eu sei que quer falar algo. – Eu disse olhando para ele e ele apenas balançou os ombros.

_ O que a repórter falou é verdade? – Ele perguntou.

_ O quê? – Eu perguntei em um só fino de voz- Acha que eu sou uma prostituta é isso? – Falei me lembrando das palavras da jornalista medíocre.

_ Não, claro que não. Você é bem diferente disso, Bianca. – Ele disse segurando o meu rosto – O que eu perguntei foi sobre o seu casamento.

_ O que tem o meu casamento? – perguntei nervosa e suas mãos ainda estavam em meu rosto.

_ É uma mentira? – Ele perguntou e eu me afastei de suas mãos, nervosa engolindo o seco.

_ Eu não te devo satisfações de nada, Gabriel, muito menos do meu casamento. – Disse nervosa e pedindo outro uísque.

_ Me desculpa. – Ele disse alisando as mãos na sua calça.

Tomei a bebida em um só gole novamente e fiz careta no final, aquilo era tão forte que rasgava minha garganta.

_ Ei, o que houve? – Dylan apareceu entre fôlegos ao meu lado- Soube que você discutiu com alguém, uma jornalista sei lá. – Ele dizia me olhando preocupado e logo tirou o copo vazio da minha mão.

_ Foi uma discussão rápida, uma mulher entojada, eu consegui controlar a Bia e evitei o pior. – Gabriel falou quando percebeu que eu não diria nada.

_ Obrigado. – Dylan disse olhando para Gabriel que apenas assentiu – E você como está? – Dylan disse pousando seus olhos sobre mim outra vez.

Levantei do banco com um pouco de dificuldade, já estava um pouco tonta, Dylan logo me segurou e me apoiou em seus braços, Gabriel me olhava preocupado também.

_Eu quero ir para casa. – Eu disse com a cabeça baixa desviando do olhar dos dois.

Eu me sentia envergonhada, por tudo, pelas palavras da jornalista que eram um pouco verdadeira, apesar de me insultar ela não mentiu em grande parte. Eu me sentia incomodada por mentir por Gabriel e mais envergonhada ainda por esta agora bêbada.

_ Ei, eu estou aqui. – Dylan disse levantando o meu rosto para encontrar os seus olhos – Ontem, eu prometi que ia cuidar melhor de você. – Ele disse rindo.

_ Eu pensei que tinha só sonhado com essa parte. – Disse e ele riu.

_ Não foi um sonho. – Ele disse e eu o abracei.

_ Eu acho que já estou indo então, Dylan está aqui e deve ficar tudo bem. – Gabriel disse se levantando e então me sai dos braços de Dylan e me aproximei de Gabriel:

_ Obrigada. – Disse-lhe dando um beijo no rosto, ele sorriu e saiu.

...

Dylan enfim parou o carro e percebi que já estávamos em uma das garagens da nossa casa. Retirei o cinto de segurança e abri a porta, com dificuldade saí do carro, mas tropecei na minha primeira tentativa de andar, Dylan logo apareceu do meu lado me segurando.

_ Você bêbada? – Ele riu – Ta aí uma cena inédita. – Ele disse me segurando no colo e logo senti meus pés balançarem no nada. –Eu precisaria gravar isso como prova e usar na próxima chantagem.

_ Eu já falei pra você que não sou nenhuma puritana. – eu disse apontando o dedo no seu nariz o triscando varias vezes e Dylan apenas riu.

Passei as mãos por trás de seu pescoço e o segurei, aninhei minha cabeça entre o espaço que tinha entre sua nuca.

_ Você estava me devendo essa desde o casamento. – Eu disse quando passamos na porta de entrada da nossa casa e ele me mantia em seu colo.

_ Muito engraçada. – Ele disse sarcástico.

_ Eu sou não é? – Disse rindo do nada e mexendo em seus cabelos.

...

Senti ele me colocar na cama e então engatinhei até o seu centro e me deitei, Dylan tirava os meus sapatos enquanto eu tentava cantarolar algo.

_ Você é uma bêbada um pouco manhosa e alegre. – ele disse rindo e tentando me levantar da cama.

_ Você precisa de uma banho de água gelada antes de dormir, vem! – Ele falou tentando inutilmente me levantar.

_ Vai cuidar de mim que nem fez com a tal da Ísis? Dispenso – Falei rindo e me deitando na cama novamente.

Senti o zíper nas costas do meu vestido se abrindo e então gritei um ”EII” e me virando de frente para o Sherman safado.

_ O que foi? – Ele perguntou assustado – Não pode dormir com esse vestido molhado de bebida.

_ Eu consigo me trocar sozinha, senhor aproveitador. – Disse me levantando de forma atrapalhada e tentando alcançar o zíper do meu vestido, tentativa frustrada eu estava tonta demais para aquilo.

_ Deixa eu te ajudar, sua besta. – Ele disse rindo.

Ele terminou de abrir o zíper do meu vestido e eu me virei de frente a ele me encontrando com os seus olhos. Dylan olhou para mim e pacientemente puxou uma das mangas do meu vestido até aparecer meu ombro nu ele logo fez isso com a outra manga e o vestido caiu por fim no chão. Eu ainda tinha meu olhos concentrados nos seus que pareciam tão hipnotizados,em outra ocasião eu tinha corado ao esta na sua frente apenas de calcinha e com os seios nus, mas a bebida me tirou todo meu pudor.

Ele piscou rapidamente algumas vezes em seguida e o vi corar, me surpreendi ao ver Dylan Sherman corar por ver uma mulher quase nua em sua frente. Ele caminhou até o closet e voltou com uma camisola, com sua ajuda eu me vesti, deitei na cama e meus olhos estavam cada vez mais pesados.

Senti Dylan deitar ao meu lado e passar seus braços em minha cintura, ele acariciava meus cabelos e assim fui me entregando ao meu inconsciente.

***

A mesa do café estava farta e deliciosa como sempre, Dylan era bom em preparar café da manhã. Sentei calada diante a mesa, o Sherman tinha um laptop junto a ele, tomava um café preto e me encarava de vez em quando pelo canto dos olhos. Eu estava com uma dor de cabeça enorme e uma ressaca moral ainda maior, me lembrava um pouco das coisas que tinha feito na noite anterior e não me orgulhava.

_ Tem aspirina na segunda gaveta de baixo no armário. – Dylan comentou ao me ver massageando minha testa em uma medida desesperada da dor de cabeça passar.

_ Ah obrigada. – Disse pegando o remédio no armário e tomando.

_Sara Cooper. – Ele disse e fiz imediatamente uma cara de interrogação.

_ O quê?

_ Sara Cooper, a jornalista com a qual você discutiu ontem. – Ele disse virando o laptop para mim e lá tinha uma pesquisa sobre a colunista – Jornalista que escreve várias criticas e denuncias sobre empresas e negócios. Suponho que ela também escreveu do seu pai. – Ele finalizou erguendo as sobrancelhas.

_ Sim, escreveu. Mas por que essa pesquisa? – Perguntei irritada.

_ Ela também fez algumas coluna sobre a minha família, mas a minha pergunta é: O que ela disse que te irritou ?

_ Ela sabe que o nosso casamento foi um método desesperado de nossos pais para salvar os negócios. – Eu disse e ele ficou surpreso.

_ Isso não é nada bom. – Ele frisou.

_ Jura? – perguntei irônica – Mas ela não vai escrever nada disso, são apenas especulações, ela não tem prova.- Falei desistindo de tomar o meu café da manhã.

_ Mesmo assim temos que ter cuidado. – Ele disse por fim fechando o laptop e levantando.

_ Eu sei. – Falei por fim. – Ela também falou sobre disfarçar o que há por trás dos negócios. – Falei lembrando essa parte e ficando confusa – O que ela queria dizer com isso ?- perguntei.

_ Eu não sei. – Dylan disse– Talvez ela só queria te provocar.

_ Dylan, eu nunca entendi direito os motivos da empresa da minha família ter falido, será que ela estava insinuando algo respeito. – Falei o que pensava, na verdade depois do conflito com jornalista tive a sensação de que nada sabia a respeito da falida empresa do meu pai e estava com medo de Sara querer aprontar algo para ele.

_ Bianca, sem querer magoar o ego da sua família, mas meu pai é muito bom nos negócios e foi isso que aconteceu com a empresa da sua família, ela foi massacrada pela concorrência. – Dylan afirmou.

_ Que seja. – Falei balançando os ombros e Dylan riu – Mas tenho a sensação de que ela sabe de algo e fica me alfinetando só pra me deixar assim, com duvidas. – Falei irritada só de lembrar a cara da jornalista.

_ Eu vou tentar resolver isso ok ? – Dylan me tranquilizava e eu assenti.

_ Quer carona pro trabalho? – Ele perguntou educado

_ Não, eu vou no meu carro dessa vez. – Falei.

_ Ótimo, tenho uma jornalista para investigar. – e ele sumiu pelo fim do corredor

...

Roberta pedia para Angel, a maquiadora, caprichar na minha maquiagem enquanto Junior, o fotografo, escolhia as roupas da sessão de fotos. O local estava cheio de funcionários caminhando para um lado e pro outro como se suas vidas dependessem daquilo. Eles montavam todo um cenário enquanto eu me preparava.

_ Você tem dormido muito pouco, Bia. Muitas olheiras, to caprichando na make. – Juliana disse enquanto pincelava meu rosto.

_ Desculpa, prometo dormir mais. – Falei e ela assentiu.

_ Eu entendo recém casada com um homem sarado e ativo daquele eu também não dormiria. – Junior disse alto e todos em volta riram.

_ Calado Junior. – Falei corando violentamente e ele gargalhou.

_ O Sherman tem te dado trabalho ? – Roberta perguntou rindo.

_Não da maneira que vocês estão insinuando. Mas Dylan é muito festeiro e quer que eu o acompanhe nesse ritmo, isso me atrapalha profissionalmente. – Eu disse me olhando no espelho quando Jul liberou. A maquiagem estava perfeita como sempre.

_Uma festinha não mata ninguém e muito menos um voltinha nas alturas. – Roberta disse rindo e Junior também a acompanhou na risada.

_Não acredito que leem essas matérias idiotas. – Falei revirando os olhos.

_Bia, telefone para você. – Sandy, secretaria de Junior, disse me entregando um aparelho celular.

_ Quem é ? – perguntei a Sandy antes de atender

_ Seu pai. – Ela respondeu.

...

Entrei no grande prédio, ainda com cheiro de reforma, funcionários andavam apressados por ali sempre com um notebook ou um tablet na mão. Alguns deles paravam de fazer o que estavam fazendo ao me ver chegar, eu nunca tinha pisado na empresa depois de se unir com os Shermans, pisar naquele local pela primeira vez depois do casamento e para uma reunião com o meu pai e meu sogro ao mesmo tempo me deixavam nervosa.

Apertei o botão do elevador e esperei alguns segundos até que ele abrisse, entrei respirando fundo e antes que eu apertasse o botão do andar destinado, alguém entrou pedindo para que eu segurasse o elevador:

_ Dylan? _ Bia?

Falamos juntos dentro do elevador surpresos, com certeza a reunião convocada eram para os dois recém casados.

_ É claro que tinha algo a ver com o casamento. – Ele disse apertando o botão do elevador para a cobertura.

A subida pelo elevador foi silenciosa, eu não tinha nada a dizer e acho que ele também não. Ao parar, Dylan deu passagem para que entrasse primeiro na sala de reunião, onde a secretária disse que os dois nos aguardavam.

_ Que bom que chegaram, sentem os dois. – José Alfredo disse, Dylan e eu nos entreolhamos e depois sentamos.

Olhei para o meu pai e ele me deu sorriso nervoso, mas confortador. E depois me concentrei em José Alfredo que tinha um tablet na mão e o segurava com tanta força que pensei que podia quebrá-lo em qualquer momento.

_O que houve, pai? Por que nos chamou aqui? – Dylan perguntou impaciente.

_ Quero que me expliquem como foram deixar isso acontecer? – Ele disse colocando o tablet sobre a mesa diante de nós.

Olhei para Dylan que tinham uma cara de confuso tanto quanto eu, então peguei o objeto na mesa e inclinei para que Dylan e eu pudéssemos ver o que tinha naquele tablet.

Era um site onde tinha uma noticia escrita por nada mais e nada menos que Sara Cooper “Casamento: Real ou falso?” No enredo de toda coluna, especulava os motivos de nosso casamento se aquilo era somente negócios, tinham fotos nossas dos casamento e de flagras de paparazzi em nossa lua de mel, nelas parecíamos até apaixonados.

Mas no fim da coluna tinham fotos minhas ao lado de Gabriel, dançando na noite anterior, é claro que ela tinha mandado nos fotografar, no final tinham comentários de vários leitores que opinavam sobre o real ou falso. Mas tanto faz, aquela reportagem, mesmo supositório, era um caos.

Dylan me olhou nervoso e um pouco zangado, não pude em nenhum momento decifrar o que ele estava pensando. Se estava zangado pelas fotos com Gabriel ou nervoso tanto quanto eu.

_ Olha eu nem sei o que dizer, mas é claro que a Sara Cooper faria especulações sobre esse casamento, ela tem algo contra a nossas famílias e ela me abordou ontem falando coisas que...– Falava rápido e nervosa, mas calei sobre o olhar de Dylan, acho que ele queria que eu não falasse demais , não falasse das insinuações da jornalista.

_ Não interessa, essa foto de você em uma festa e dançando com esse cara. Eu não sei a onde estava com a cabeça em escolher você como a minha nora. – José Alfredo disse em um tom mais elevado.

_ Ei vamos com calma, estamos falando da minha filha. – Meu pai gritou. – E além do mais seu filho estava nessa festa também.

_Essa foto DE SUA FILHA aumenta mais ainda as especulações. Isso será um caos para os negócios. Essa empresa já esta cercada de escândalos, o casamento foi para diminuir os escândalos de Dylan, não para aumentar a coleção. – José Alfredo sentou na cadeira, preocupado e irritado.

_ Eu, sinceramente, já cansei de tudo isso, dessa empresa idiota e de tudo. – Falei levantando e os olhos de todos caíram sobre mim.

_ Você é a culpada garota, errei totalmente de ter escolhido você e sua família para fazer negócios. – José Alfredo disse.

_ O quê? – Falei irritada e olhei para Dylan que ficava apenas calado olhando o tablet.

_ Temos que dar um jeito nisso, quero que faça mais aparições em publico como casal, jantar romântico, praia, até mesmo voos como aquele que fizeram. – Alfredo disse calculista e bufei.

_Temos que falar com o nosso marketing. – Meu pai se pronunciou dessa vez;

Pra mim aquilo já era demais, saí da sala de reunião batendo as portas. Toda aquela farsa e negócios, me faziam me sentir uma completa estranha e suja, eu já não mais me conhecia. E ver Dylan ali submisso e calado diante do seu pai foi o que me irritou mais, ele não havia me defendido, não havia sequer tentado contornar a situação, ele não foi subversivo, ele não estava cuidando melhor de mim. O que eu estava esperando de um marido falso? “É apenas um acordo, Bianca” repeti diversas vezes pra mim para não me abalar.

Entrei no elevador e apertava seguidamente o botão para que ele descesse antes que Dylan entrasse. Isso não aconteceu.

_ O que ta fazendo? – Ele perguntou ao me ver apertar o botão seguidamente.

_ Eu quero descer. – Disse impaciente e o elevador enfim funcionou.

_ Eu pensei de irmos aquele restaurante novo juntos, vai ter bastante impressa na inauguração. Meu pai está certo se nos verem mais vezes juntos vai diminuir os boatos. – Ele dizia colocando as mãos no bolso tranqüilo.

_ Ah claro, você concorda com tudo o que seu pai diz. – Falei sarcástica.

_ O que você tem? – Ele tirou as mãos do bolso e me olhou de frente confuso.

_ Eu? Você que ficou calado, não me defendeu em nenhum momento para seu pai, o que houve com o cara marrento que vive comigo? Você virou um completo submisso perto de seu pai. O que você tem? Você agora o obedece feito um cachorrinho ?– Desabafei irritada.

_O que você queria que eu falasse? Você estava mesmo dançando coladinha com aquele Gabriel ,o super homem, delegado e defensor das mulheres bonitas e casadas. – Ele disse em um sarcasmo que só a ele pertencia- Obvio que algo desse tipo aconteceria mais cedo ou mais tarde. – Ele completou

_ Eu sou a culpada agora? E você tava com aquela Ísis, o fato da impressa não ter te flagrado ela vestida em sua camisa na nossa casa e sussurrando em seu ouvido na boate ontem, não significa que você também não é culpado. – Gritei.

_ Ah que ótimo, a princesinha mais requisitada para se tornar uma Sherman é que ta falando. – Ele riu e continuou a gritar - Eu não tenho mais nada com a Ísis, mas você fica flertando com aquele Delegadozinho porta de cadeia, que se intromete em tudo.

_ Eu não to flertando com ninguém, eu respeito essa farsa e Gabriel estava só dançando comigo porque você estava ocupado com a Ísis . – Disse irritada.

_ Claro, você fez todo esse sacrifício de ficar ao lado do Gabriel, o homem dos seus sonhos. – Ele disse sarcástico. – Mas não importa, temos que consertar isso, se não o sacrifício da princesa para conseguir os milhões vai ser em vão. – Ele terminou de soprar as palavras e o dirigi um tapa forte em seu rosto.

_ Pensei que já tinha me conhecido o bastante para entender que me casei com você para ajudar a minha família, eu não fiquei com o seu dinheiro e se vamos consertar isso ainda será porque amo minha família e dane-se a sua fortuna idiota. – Disse e senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

_ Eu não penso isso de você. Só o que você gosta de lembrar sempre que é só negocio não é? é uma farsa,um acordo e bla bla bla. – Ele disse ainda um pouco alterado e com a mão no rosto vermelho, onde tinha a marca de meus cinco dedos.

_ E não é uma farsa? Nos casamos em um acordo, nós nãos nos amávamos e nem nos conhecíamos. Isso é um negocio pra consertar a imagem de um rebelde de vinte e tantos anos ou não é? Porque o que esperar do todo majestoso de seu pai?– ironizei.

_Mas também é um negócio para salvar a realeza da falência. Qual é ? Admita a princesa não sobreviveria um dia sem a conta bancária cheia. – Ele também ironizou.

_Chega, eu quero descer. – Disse fugindo de seus olhos e indo apertar o botão diversas vezes para apressar a chegada.

_ Idiota. – sussurrei.

_ Patricinha. – Ele ouviu e gritou de volta.

_ Tosco. – Gritei mais alto e ele se aproximou.

_ Mimada, princesinha do papai – Ele foi se aproximando e gritando e eu me afastando dele até me encontrar com a parede – Santa do pau oco. – Ele gritou de volta e fiquei boquiaberta.

_ Seu nojento, irresponsável e imaturo. – Disse erguendo o meu rosto e encarando seus olhos.

_ Sua Cdf certinha, irritante e extremamente linda. ­ - Ele falou segurando minha cintura e me beijando.

Seu beijo era urgente e devorador. Tinha tanta intensidade e desejo, ele me puxou mais para si como se fosse possível colar mais nossos corpos, ouvi o barulho da porta do elevador se abrindo e então o empurrei imediatamente para longe de mim, ele recuperava o fôlego e tinha seus olhos sobre mim.

Saí correndo da empresa e pude ver que Dylan corria atrás de mim, cheguei o mais rápido que pude na garagem e entrei no meu carro dando partida.

...


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Notas finais do capítulo

Aguardo ansiosamente os comentários de vocês.
AAhh..uma dica sobre o próximo capitulo que to preparando.. Dylanca vai ferver kkkkkk



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