O Acordo escrita por Bel Russeal


Capítulo 1
Falência


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho a ideia dessa fic guardada a tempos e resolvi hoje postá-la para vocês.Espero mesmo que gostem e comentem sempre, porque é importante pra mim.É bom saber o que as pessoas pensam e acham sobre a minha história, podem sempre deixar sua opinião e até mesmo sua critica ruim, para eu buscar sempre melhorar.



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O casamento é uma a data esperada por toda mulher. Sonha-se com isso desde que se é adolescente ou até menos, quando nos vestíamos com lençóis brancos que arrastavam no chão e segurávamos um buquê de flores que enfeita a mesa do jantar, sonhando já com o grande casamento com o príncipe encantado, mas esse não é o meu caso hoje.

_ Acho que precisamos reajustar um pouco mais na cintura, não acha? – Minha mãe perguntou para a estilista que tratou logo de me enfiar alfinetes para ajustar o vestido branco em mim.

_ Pronto, agora ela está deslumbrante. – A minha futura sogra disse me puxando e rodopiando o vestido que com todo o seu volume e peso quase me desequilibrava.

_Eu amei! – Minha mãe disse eufórica quase perfurando meus tímpanos- O que você achou filha?

_ O que eu achei? – balbuciei – Achei exagerado, esse casamento está sendo a cara do exagero. – Disse me sentando e bufando.

Não, eu não sou uma noiva feliz e realizada hoje. Isso porque eu nunca fui uma menina que sempre sonhou com casamentos e o pior eu não irei me casar com o meu príncipe encantado.

Pode parecer complicado, então acho que devo contar desde o começo...

Meu nome é Bianca Hamilton, sou engenheira de computação e modelo, fotografia é o meu hobbie no tempo livre. Sou filha de João Pedro Hamilton, dono de uma das maiores empresas de software do Brasil, o que me torna herdeira da Tecnoview. Não que isso signifique tanto para mim, mas é algo que meu pai tenta deixar bem claro todas as manhãs desde que terminei o meu curso de engenharia, ele insiste que eu me envolva com a empresa, mas isso não é algo que eu realmente quero para minha vida.

_ Você poderia começar ajudar na empresa e depois fazer um curso de administração e começar com o cargo de diretora. – Meu pai iniciou com seus argumentos de todas as manhãs pós formação.

_ Pai, eu estou tomando café. Podemos falar disso outra hora? – perguntei entediada enquanto passava geléia na torrada.

_ Eu não entendo, você disse que adorou o seu curso e agora que está formada pode ajudar na empresa com mais segurança e sabedoria. – Meu pai disse fechando seu jornal e olhava com olhos brilhando para cima de mim.

_ Tudo bem, eu aceito. Começo na outra semana. – Disse bufando.

_ Ótimo, precisamos de todo apoio, os negócios na empresa não estão bem, os lucros estão caindo bastante.

_ É aquela concorrente nova no mercado ? – perguntei preocupada.

_ Sim, eles estão roubando alguns dos nossos melhores investidores e clientes.

_ Vamos recuperar de volta, pai. – Disse segurando sua mão tentando passar tranqüilidade e confiança.

_ Eu sei, temos algumas vantagens porque estamos a mais tempo no mercado temos confiança de um importante empresário e o filho dos Shermans esta machucando um pouco a imagem da família e isso reflete na empresa. – Meu pai dizia empolgado e esperançoso, tomava o seu café preto e amargo de todas as manhãs.

_ Que filho? Pensei que os Shermans só tivesse uma filha.

_ Eles tem um filho também, morava em Londres , mas voltou para o Brasil e arrumou algumas confusões. Mas não importa, o que realmente me importa é você ao meu lado me ajudando.

***

A semana passou rápido e meu primeiro dia na empresa chegou, apesar de ser quase dona daquilo tudo, era o meu primeiro emprego na área de minha formação e estava nervosa.

_ Então, como estou para o meu primeiro dia de trabalho? – Disse descendo as escadas e na sala meu pai e minha mãe estavam sentados um ao lado do outro e tentei passar o máximo de empolgação que tinha, ou pelo menos fingir.

_ E então? O que acharam? – Disse rodopiando, eu usava um vestido azul marinho colado no corpo que ia ate o joelho e um salto alto preto.

_ Filha, você não vai à empresa hoje. – Meu pai disse sério e minha mãe tinha uma feição no rosto que não conseguia descrever.

_ Por que ? Você acha que ainda não estou pronta? Porque por mim tudo bem.- Disse ainda tentando passar interesse, mas a idéia de atrasar a minha ida a empresa me caiu muito bem.

_ Você esta prontíssima, mas não precisa ir nem hoje e nem nunca mais. – Meu pai disse passando a mão no rosto e pude ver sua angustia.

_ Eu já fui demitida é isso? – Disse rindo, aquilo com certeza era uma pegadinha do meu pai ele sempre fazia esses joguinhos para testar a gente.

_Você e todo o resto de funcionários, maninha. – Lucas apareceu atrás de mim mordendo uma maça.

_ Como assim? – perguntei agora realmente assustada;

_ A empresa faliu, filha. O nosso último e melhor investidor cancelou todos os negócios. – Meu pai disse abraçando minha mãe que tinha cara de choro.

_ Você disse que era seu investidor de confiança. – Falei sentando sentido o baque daquela noticia.

_ Eu também, mas infelizmente... – Ele se calou e ficou mirando o chão.

_ Calma, pai. Vamos dar um jeito. Conseguir novos investidores e pegar algum dinheiro na nossa poupança para bancar a remessa de produtos desse mês.

_ Não dá filha, estamos falidos também. O dinheiro na poupança mal da pra pagar a indenização de alguns funcionários e de nos manter.

_ Como você deixou isso acontecer, João?- Minha mãe levantou aos prantos.

_ Eu confiei demais no Simons, nunca pensei que ele me trairia dessa forma, o dinheiro da nossa conta eu utilizei para ficar empurrando a empresa, não queria preocupar vocês antes, mas já faz alguns meses que tento alavancar a empresa novamente, mas agora é o fim. – Meu pai disse tomando em seguida todo uísque em seu copo e deixando na sala um silêncio constrangedor, angustiante e com gostinho de FALÊNCIA.

...

Uma semana desde o anuncio oficial que o meu pai deu na sala de que estávamos falidos se passou, desde lá vínhamos economizando o máximo que podíamos, em vez de 3 empregados, ficamos apenas com uma. Meu irmão que tinha o seu próprio emprego em uma produtora de música começou a pagar a própria faculdade, minha mãe estava quase enlouquecida por não poder ir fazer sequer uma compra de um sapato novo para seu closet e eu estava apenas com a minha profissão de modelo que bancava todos os meus caprichos e ajudavam em manter a casa também. Ainda estávamos em uma vida estável, mas logo estaríamos no vermelho.

Cheguei em casa depois de mais um dia de fotos, estava acompanhada da Caroline, minha melhor amiga, que não parava de tagarelar sobre o novo amigo do seu irmão que era um gato. Mas ela parou de falar quando chegamos à sala e encontramos toda a família reunida assim como uma semana atrás quando anunciaram a nossa falência.

_ O que foi agora? Não me digam que temos que vender os carros e a mansão. – Sentei preocupada e Carol fez o mesmo, ela era completamente da família e sabia de tudo que estava rolando.

_ Não, na verdade achamos a solução de tudo. –minha mãe disse animada, mas meu pai não me parecia tão empolgado.

_Uma solução? O que? Vamos, desembuchem. – Murmurei curiosa.

_ A empresa Sherman quer fazer uma sociedade com o seu pai.

_ A concorrente que nos derrubou? – perguntei surpresa.

_ Isso mesmo, eles querem fazer um acordo, sou uma pessoa experiente no mercado isso subiria mais os lucros da empresa. E com certeza os nossos não é?

_ Ainda não entendo o porquê de eles quererem fazer isso depois de derrubarem você.

_ É porque a nossa família tem um nome bem conceituado na cidade e ajudaríamos na imagem da empresa deles que esta abalada moralmente. Aconteceu uma confusão na reunião dos investidores deles, o filho do dono da Sherman aprontou algo.

_ E como você faria mudar essa imagem pai? Você não é publicitário. – Disse rindo.

_ Um casamento que uniria as duas famílias e assim as duas empresas. – Minha mãe disse empolgada e eu ainda não entedia onde ela queria chegar. – A imagem da nossa família que é conhecida pela boa moral e solidariedade unida com a deles, faria esquecer todas as confusões em que estão envolvidos. – Minha mãe falava triunfante e eu ainda estava confusa.

_ Seria o casamento do ano, a união das empresas em uma só multinacional. Iríamos da falência aos milhões novamente. – Minha mãe tinha um sorriso no rosto e meu pai tinha rugas na testa.

_ Que casamento, mãe? – Perguntei agora confusa e mais alto.

_ O seu. – Meu pai disse sério e com o semblante triste.


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