Starling City

– Bom, eu chamei vocês aqui para analisarmos o modo de buscar Oliver e Felicity. As provisões que eu deixei na cabana para eles vai durar mais um dia, dois no máximo...

– Posso ir buscá-los – disse Sarah com um sorriso no rosto – vai ser interessante...

– Mas o que vamos dizer para eles? Como vamos justificar que os encontramos? – Roy estava muito preocupado com a reação de Oliver.

– Ok...me deixe pensar – Sarah andou de um lado para o outro – podemos contatar a guarda costeira da região e avisar que vimos sinais de pedido de socorro, seria a primeira coisa que Oliver faria.

– Mas Sarah, não há nenhum sinal disso...ele não fez... – John relembrou a amiga.

– Bom, nesse caso acredito que devemos ir pelo mais simples...

– Que seria?

– Meu caro John – Sarah ainda tinha o sorrisão no rosto – peça para o teu amigo, dono da ilha, ir para lá, como se fosse chegar para conferir se não está faltando nada devido a invasão...e daí ele os encontra lá e os resgata. Sem dizer, claro, que é teu amigo....

– Tens razão!! È perfeito!

Roy estava sério.

– O que foi, Roy?

– Nada, John...e será que deu certo? Eles estão juntos?

– Olhei nas câmeras e os vi juntos, de mãos dadas na praia e se beijando....acho que deu certo sim!!

Na Ilha...

– Oliver, nossa comida está acabando...

– Eu sei...também estou preocupado.

Eles estavam na praia assistindo o por do sol...Oliver estava com as costas apoiadas num tronco e Felicity estava deitada com a cabeça no seu colo.

– Já deveria ter montado aquela fogueira...vou fazer isso amanhã cedo.

– Ainda me pergunto como viemos parar aqui...e porque ninguém apareceu...

– Sabe...eu tenho uma desconfiança...mas deve ser bobagem...

Ela sentou-se e prestou atenção nele.

– Que desconfiança?

– È besteira...mas...

– Mas? Vamos Oliver, me conta...

– Ok...depois que voltamos da ilha John vinha meio que me pressionando para saber dos meus sentimentos por você...

– Como assim?

– Por ter dito que te amava, na mansão...ele achou que era verdadeiro,e ele estava certo. Chegou e me perguntar quando eu iria te dizer que era verdade.

– Ele nos deixou sozinhos para conversar lá na ilha...e nunca ficava até muito tarde na cave...nem ele nem o Roy... – Felicity lembrou.

– Sim...e sempre que podia ele me dava uma cutucada sobre esse assunto...E a cada briga nossa eu recebia um olhar atravessado dele...um sermão sobre deixar o que tinha de mais precioso na minha vida escapar – ele sorriu – e na verdade ele estava certo sobre tudo.

– Você não acha...

– Que ele seria capaz de nos prender aqui para nos reconciliarmos...para pararmos de brigar feito duas crianças e confessar que nos amamos?? È...eu acho que sim...

Ela pensou sobre o assunto o resto da noite. Fazia um pouco de sentindo.

Quando acordou na manhã seguinte Oliver não estava do seu lado. Foi procurá-lo e o encontrou com uma braçada de galhos nas mãos, montando uma grande fogueira.

– Bom dia! - ela se aproximou e o beijou – acordou cedo...

– Bom dia! Estou preocupado...eu me viro aqui, já passei por isso. Mas você não e não quero te ver em uma situação difícil.

– Nós vamos dar um jeito. Vou te ajudar...

Os dois trabalharam com afinco para deixar a fogueira pronta...no final de manhã estavam exaustos mas satisfeitos.

Comeram algo rápido e foram descansar na sombra das árvores do lado da cabana.

Um som distante chamou a atenção de Oliver que se levantou e observou o mar.

Uma lancha se aproximava com rapidez e ele pode distinguir uma pessoa nela.

– Oliver...

– Entra na cabana...

– Mas...

Ele olhou para ela e pediu com carinho:

– Por favor...não sabemos se é amigo ou inimigo...

Felicity se deixou convencer pelo tom da voz dele, soava preocupada e possessiva.

Entrou e ficou observando tudo pela janela lateral. Tinha uma boa visão e se algo desse errado estaria preparada.

Do lado de fora Oliver aguardava o homem se aproximar. Pode perceber que ele olhava em direção a praia, já o havia visto.

Assim que a lancha estava na praia numa profundidade baixa ele ancorou e seguiu para a praia.

Era um homem forte de postura rígida e lembrou ao Oliver um soldado. Provavelmente exército ou marinha.

O homem aproximou-se:

– Quem é você e o que faz aqui? – sua voz era seca.

– Sou Oliver Queen e na verdade não sei como vim parar aqui...só sei que acordei aqui num dia e havia provisões na cabana e no dia seguinte sacolas com roupas nossas na porta....

– Nossas?

– Minha namorada está comigo...ela acordou dentro da cabana e eu naquele canto da praia.

Dentro da cabana Felicity deu pulinhos de alegria: ele tinha meso falado namorada? Seu coração parecia querer explodir de felicidade...será que ele finalmente iria assumir o relacionamento deles?

Na praia o homem encarava Oliver com o semblante sério e indecifrável. Oliver mantinha o olhar, a postura dele não era de ataque.

– Vocês já estavam aqui quando aqueles três invadiram minha ilha?

Não passou despercebido a Oliver a parte do minha ilha.

– Sim...eu estava no mar e Felicity na areia...eles a arrastaram para a mata e eu fui atrás...

– Meus guardas não me falaram que havia mais alguém aqui...encontraram os meliantes, mas não viram vocês...

– Estávamos na cabana...não saímos por um tempo – e ele se lembrou do porque e essa lembrança fez um borbulhar em seu corpo – e provavelmente foi nessa hora que eles vieram.

– Foi você que nocauteou os três? Estou impressionado...

– Obrigada...espero que acredite em mim...não estou aqui por vontade própria...

– Sou bom em avaliar pessoas...estou vivo por isso...acredito em você. E...agora estou me lembrando...você não é o cara de Starling que sumiu por cinco anos e foi encontrado numa ilha?

– Sim...uma certa ironia se comparada a minha situação atual...

O homem riu e pela primeira vez Oliver relaxou.

– Bom...muito estranho vocês terem vindo parar aqui e não saberem como...

Oliver contou tudo do que se lembravam e assim como ele seu anfitrião não soube explicar nada.

– Não há nenhuma noticia de seu desaparecimento ou da sua namorada...

– Estranho...meus amigos com certeza estariam nos procurando...

– Ou não...eles não podem ter imaginado que vocês fugiram em busca de privacidade e sossego?

Tudo o que o homem falava só servia para aumentar a desconfiança de Oliver sobre quem os tinha colocado ali.

– Pode ser...mas posso saber como é seu nome?

– Stuart, James...

– Marinha?

O homem sorriu satisfeito:

– Sim...Seals....e agora vamos lá conversar com a sua namorada antes que ela quebre a janela da cabana de tanta curiosidade...

Os dois riram e foram em direção a Felicity.

Oliver ajudou o homem a verificar se não havia nada errado no perímetro da ilha.

– Notei que não há outra casa na ilha...

– Sim...na verdade eu não a tenho há muito tempo. Comprei com algumas economias de um velho amigo que estava em dificuldades financeiras e a única coisa que fiz foi colocar monitoração...e na verdade eu nem verifico as imagens...pois como não moro aqui ainda...

– Monitoração?

– Sim... – e foi mostrando a Oliver onde estavam as câmeras escondidas nas folhagens...como funcionavam a bateria e que eles vinham recarregá-las de tempos em tempos...

Felicity havia ficado na cabana e arrumava as coisas deles. Estava ansiosa e aliviada. Voltariam para Starling...o que aconteceria com os dois lá? Ele a tinha chamado de namorada...e ela era isso mesmo dele?

No fim do dia eles acompanharam James de volta a civilização.

Como ele morava em Central City os levou até lá.

Estavam agora na casa de Barry que os ouvia com atenção.

– Faz algum sentido...aguentar vocês dois brigando pode acabar com a paciência e qualquer um. – não havia passado despercebido a Allen que os dois estavam juntos...podiam não estar juntos juntos...mas algo havia mudado no relacionamento deles, e havia sido pra melhor – então...vocês dois...

Foi Oliver que respondeu:

– Sim, Allen...existem um nós dois...

Barry sinalizou com a cabeça sua satisfação e Felicity tentava esconder sua alegria.

– Bom..fico feliz... – e se levantou – eu preciso voltar ao trabalho. Vocês querem aguardar aqui e eu os levo de volta amanhã ou querem ligar para o John?

– Vou ligar para ele...

Starling City

John estava na frente dos computadores observando a cidade, já era noite e Roy havia saído para a ronda. Sarah estava do seu lado, sentada na cadeira de Felicity.

– Algum sinal?

– Não...James disse que os deixou na casa de um amigo em Central City...

– Barry...

– Sim...

Nesse momento o celular de John toca..numero desconhecido.

– Alo!

– John?

– Oliver!!!!! – e olhou para Sarah....