O Sol se punha através das montanhas, algumas verdes, com florestas quase intocáveis, outras cor de canela, cor da terra, os seus recursos naturais retirados. O céu, passando de um azulado claro, para roxo, e depois, para uma cor escura, acompanhado por nuvens rosadas formando linhas horizontais no céu, que apareciam do mesmo jeito que o Sol aparecia dourado na grande cena do seu pôr, e sumiam do mesmo jeito que ele sumia.

No gigantesco Monte Olimpo, aos pés do próprio Olimpo, nove quadrigas prateadas pousaram. Do total de todas elas, saíram 35 semideusas.

A Seleção iria, finalmente, começar.

POV Beatrice Tris Valentine:

Saio lentamente da minha quadriga, um pouco depois das outras garotas. Não acredito que finalmente estou tendo a chance de poder ir ao Olimpo participar de uma Seleção, principalmente por Nicolas, afinal, sempre fui apaixonada por ele, mas nunca imaginei que pudesse competir por ele. E agora está acontecendo.

Mas, além disso, tenho uma sensação estranha, uma sensação de que algo importante irá acontecer. Não que a minha vida já não fosse estranha o suficiente: sou uma filha de Gaia com um mortal comum (é o que a minha mãe adotiva diz), mas nunca conheci nenhum dos dois.

Andei um pouco mais rápido, para alcançar o resto das garotas, e imagino Tesalia, uma amiga da minha mãe adotiva, de 63 anos que eu considero como uma avó, falando para mim: “ Tome cuidado, desse jeito você vai tropeçar”.

A sensação estranha vem de novo, e quando virei para trás, vi um par de olhos verde-água me espionando.

POV Cataleya La Torn:

Andando silenciosamente um pouco mais ao lado das outras selecionadas, pude ouvir um pouco de suas conversas. Não que eu seja uma espiã nem nada, só faço isso mesmo, afinal, sou boa em passar despercebida.

Duvido que a outra filha de Despina saiba que eu exista. Nunca fui para o Acampamento Meio-Sangue, vivi na minha casa, na Colômbia, junto com as minhas outras duas irmãs. Não, isso não significa que eu não sei nada de combate e essas coisas, eu apenas treinei via mensagem de Íris e, do mesmo modo, Zeus me convidou para a Seleção, via mensagem de Íris, supostamente por achar que assim não me assustaria tanto.

Balanço os meus cabelos castanhos para trás, com os meus braços finos. Mesmo vivendo na Colômbia, nasci na Polônia, em uma época que o meu pai, um famoso tatuador, foi chamado para um evento, onde conheceu mamãe.

Espero que não tenha “posers” no Olimpo, sabe como é, odeio posers.

POV Cristina Emanuelle Evans:

Aprecio o pôr-do-Sol. Meu pai é Apolo, o deus do Sol, mas eu apreciei mesmo isso mais pela minha mãe, Eos, deusa do amanhecer. São quase a mesma coisa, não? Não.

Será que o príncipe/semideus/seja-lá-o-que-for irá me achar bonita? Não que eu seja alguém que só se importe com beleza. É por causa dos meus pais adotivos que, quando eu tinha dois anos, me adotaram pela minha beleza. Ainda queria estar com eles, mas quando eu tinha apenas onze anos, pronto, eles morreram. Desde então, eu fui para o Acampamento Meio-Sangue.

Recito uma poesia baixinho. As poesias não são apenas algo que eu gosto, mas é um jeito de se expressar, de ser, é um jeito de vida, assim como músicas e danças.

Olhando para o Olimpo, mexo e remexo no meu colar, dourado com um pingente do Sol e da Lua, juntos. Então era verdade. A Seleção iria começar, e eu estaria participando dela.

POV Jéssica Vidali:

Ai que emoção! Eu vou para o Olimpo! E, ainda por cima, vou conhecer a minha mãe: Atena! Diferentemente da minha madrasta, Capitu, eu sei que não vou odiar a minha mãe verdadeira e olimpiana. Mas Capitu tem motivos para ser odiada: vive infernizando a minha vida (meu pai e eu vivemos debicando por causa dela), enquanto Atena, deusa da sabedoria, com certeza ainda não tem motivos e provavelmente não formara.

Olho a minha volta: as garotas entrando no Olimpo. Será que viraríamos amigas ou inimigas? Pois bem, se virarem inimigas, elas que se preparem. Tenho ótimas estratégias contra os meus inimigos (também, pudera, sou uma filha de Atena...)

Começo a conversar baixinho com a minha melhor amiga, nesse caso, eu mesma. Não sou um tipo de pessoa anti-sociável que nunca faz amizade com ninguém (para falar a verdade, eu gosto mesmo é de zombar os outros), só sou uma garota rebelde mesmo, entre outros.

POV Caterine Fontes Moreira

Quem um dia imaginaria eu, uma filha de Poseidon e uma mortal, indo participar de uma Seleção? Pelo menos, eu nunca imaginei isso.

Por quase toda a minha vida, imaginei que eu era uma mortal comum, e que o meu pai tinha fugido, como sempre contava a minha mãe. Então, quando completo dezesseis anos, pronto: uma Quimera me ataca e o mundo dos deuses “nasce” para mim.

Mas o mais incrível disso tudo era o Nicolas: eu acabei virando amiga dele e até me apaixonei pelo mesmo, mas agora, indo para a Seleção, tudo seria diferente.

Ajeito uma mecha do meu cabelo naturalmente azul, pois comecei a querer correr loucamente, não aguento ficar parada por nenhum segundo, mas resolvi que seria melhor não fazer isso, a menos que eu quisesse dar uma “boa” impressão pros deuses correndo como uma louca no Monte Olimpo, gritando de emoção.

É, eu não iria fazer isso.

POV Amanda Lightwood:

Ajeito a minha postura e vou andando em direção ao Olimpo. Pensei que viver no Acampamento por treze anos me deixaria preparada, estando lá desde os quatro anos, abandonada pela minha mãe e meus irmãos, mas estava bem enganada.

O meu pai. Sabem, sempre acham que nós, filhos de Apolo, só servimos para medicina, que somos só beleza, mas não é verdade, pelo menos não para mim. Cresci lutando, e sei que na Seleção não será diferente.

Argh! Pensar na Seleção me fez pensar em uma paixão minha, um filho de Hermes. Eu ainda não acredito que ele morreu em uma batalha no ano passado, tentando me salvar, apesar dele não poder salvar a si próprio.

Ótimo. Primeiro eu penso na minha história, em seguida na minha família que me abandonou, depois na minha paixão, e agora, sabe o que mais? Que sou uma filha de Apolo excluída. Eu não mereço.

POV Carolina Hollister Forks:

Posso garantir uma coisa: uma das pessoas que mais ficaram felizes ao saber que eu ia para a Seleção era Sergio, o meu irmão mais velho, ora por parte mortal, ora por parte olimpiana.

Ambos somos filhos de Hefesto e, depois que nossa mãe se matou na nossa frente e fomos para o orfanato, nunca fomos adotados. Porém, quando ele tinha treze anos e eu onze, ele foi para o Acampamento Meio-Sangue e me levou junto, onde fomos reclamados. E agora, estou aqui.

Talvez eu fizesse uma amizade, aqui na Seleção, mas não sei. Tenho uma personalidade divertida, mas só para quem me conhece. O resto? Ah, eu sou apenas mais uma garota tímida.

Olho ao redor: é tudo tão... incrível, que nem sei por onde começar. Fico imaginando quem foi que construiu todas aquelas coisas, quer dizer, elas não se formaram sozinhas, né?

... O que eu acabei de ouvir foi um pato? É que eu não gosto de patos.

POV Bianca Ramos:

O lugar mais incrível do Olimpo com certeza era o jardim. As mais belas flores, de espécies desconhecidas para mortais, a grama sempre verde, as fontes, os animais ao redor, a brisa suave com um cheiro que parecia ser o que você mais gostava, os caminhos de pedra, ah...

Tudo bem, posso ter exagerado, mas sou uma filha de Deméter, e adoro jardinagem. Então me deem um tempo.

Pensar em minha mãe me fez pensar em meu pai. Um homem muito ocupado e, ainda por cima, comecei a passar os meus verões no Acampamento, desde os meus onze anos.

Meus pais se conheceram em Paris, mas acho que não terei tanta sorte em conhecer Deméter quanto meu pai. Primeiro que já seria difícil com a Seleção, segundo que estamos no verão, época que ela fica no Mundo Inferior com a sua filha Perséfone.

Vocês sabiam que eu surfo muito bem?

POV Suzanna Alejandra Stoessel:

Eu não sei sobre as outras, mas acho que ninguém tem pais tão... Estranhos? Impressionantes? Inacreditáveis? Não sei ao certo, mas sei que ninguém tem pais como eu. Por quê? Bem, eu tenho dois pais olimpianos: Atena e Poseidon. Sim, Atena e Poseidon, mas isso não é o assunto agora.

O assunto agora é que eu irei para uma mais nova Seleção, que ocorrerá no Olimpo. Corrigindo, eu não irei, eu já estou nessa Seleção, e já estou no Olimpo.

Os meus pais adotivos, ambos cantores, estão muito orgulhosos de mim. Vivo na Argentina, junto deles, e sigo os passos da minha mãe, e canto como ninguém nunca viu.

Ajeito os meus cabelos ondulados ruivos para trás, com as minhas mão bem brancas, assim como o resto da minha pele. Falando mais sobre mim, posso dizer que sou baixinha e magra. E tem os meus olhos azuis, que brilham do mesmo jeito que minha música brilha.

POV Violet Elisa Swift:

Esperem um minuto, o meu cérebro ainda está processando tudo. Mais um minuto e... pronto! Tudo processado. Mas vamos desde o começo: ainda recém-nascida, fui adotada. Pensei que iria viver uma vida normal e tudo mais, porém, aos meus treze anos, o Minotauro ataca a minha mãe adotiva, minha única família, e então eu descubro quem eu verdadeiramente sou. Depois disso, vou para o Acampamento, onde sou reclamada por Hermes, e, três anos depois de tudo isso, aqui estou eu, indo para a Seleção.

Paro diante da porta do grandioso Olimpo. Estava apenas esperando um deus sair de lá e nos dar as boas-vindas, ou vir nos dar uma bronca por vir chegando sem mais nem menos (apesar de que eles nos convidaram), ou algo do gênero, mas nada. Sei que quero ser educada diante dos deuses, mas talvez fosse melhor eu apenas ir entrando, a menos que eu queira me separar do resto das selecionadas.

Começo a cantar uma música bem alegre.